Nico me explicara que o tempo não fluía como no mundo superior, provavelmente estavam lá a duas horas, que se pareciam oito. Eu me perguntava se alguém tinha sentido nossa falta, provavelmente não por que quando sai era madrugada.

Sai da caverna com Nico ainda dormindo como um morto (desculpem pelo horrível trocadilho). Olhei para os lados e vi algumas pedras. Andei até lá, eram no mínimo vinte metros do abrigo temporário.

Notei que haviam sombras maiores do que as pedras, e elas se mexiam, olhei para trás e me vi cercado por cães infernais, não do tipo ‘’ Hey, vamos brincar? Tem algum biscoito?’’ como a Srta O’Leary, ela parecia um poodle comparado a esses.

Não dava para correr, esqueci da espada de Nico e joguei a primeira pedra que vi pela frente, que era quase a palma da minha mão, que acertou perto do focinho de um dos que estavam se aproximando muito. Ele ganiu e agarrou minha perna, que mais parecia ter sido esmagada com um caminhão, depois me jogou em uma das maiores pedras, o ar foi literalmente expulso de meu pulmão, agora tinha certeza de três certezas, primeira, eu sou um idiota, segunda, eu não usaria aquela perna por um tempo, terceira, eu tinha quebrado algumas costelas.

Um dos cães maiores, que estava apenas vendo o incrível show ‘’ Como matar Will Solace’’ chegou bem perto, ai me lembrei da espada de Nico, que infelizmente havia sido jogada de meu cinto improvisado quanto o cão agarrou minha perna.

Era oficial, estava praticamente morto. O cão menor chegou tão perto de mim que consegui sentir sua respiração, úmida e gelada.

Tentei levantar, senti minha perna novamente e cai no chão. Ouvi apenas alguns cães latindo e um grito, desmaiei.

Quando acordei estava na caverna, era apenas um sonho, ótimo, pensava isso até sentir minha perna e ver quem estava me olhando com olhos vermelhos e rosto molhado, Nico di Angelo, estava chorando, chorando por mim, não queria realmente estar feliz por ele chorar por mim, é até egoísta da minha parte, mas as borboletas não me deixavam em paz.

–Will? Está acordado? – Disse ele limpando as lagrimas, provavelmente por que não queria que eu soubesse que ele estava chorando, não por mim. Sua voz saiu rouca, como se tivesse tempo que não falava nada.

– Estou, a quanto tempo...- Minha voz saiu tão fraca que nem consegui acreditar, não tinha folego para continuar, mas não precisei, ele se adiantou.

– Me pareceu dois dias, não sei quanto tempo no mundo superior. – Ele parecia feliz e nervoso ao mesmo tempo, o que o deixava extremamente fof... O que? Não era hora de pensar nisso. – Você...Me assustou. Quer dizer, não se sai por ai brincando de ‘’ acabar com minha perna’’ com cães infernais sanguinários. – Eu ri, era quase engraçado como ele conseguia deixar minha morte divertida.

Minha perna voltou a doer, devo ter feito uma cara horrível por Nico saiu e voltou correndo com algumas ervas e colocou na minha perna. Fiquei imaginando como ele me trouxe para cá, ele era uns vinte ou trinta quilos a menos que eu. Minha perna parou de doer em pouco tempo, notei que as olheiras de Nico haviam aumentado e ele parecia prestes a desmaiar.

– É meu turno, vai dormir- Olhou para mim como se fosse louco e riu.

– Acha mesmo que vou deixar você de guarda? Já foram mais de doze ataques e....

–Doze? – Perguntei quase gritando, olhei novamente para ele e notei alguns arranhões e uma atadura na barriga, não iria deixa-lo de guarda nem que estivesse no mundo inferior...não pera (outro trocadilho ridículo, é isso que dá deixar alguém que já escreveu quatro vezes esse mesmo capitulo por que o Office me odeia, me desculpem).

Ele me olhou com uma expressão neutra, como se tivesse em outro mundo. Depois franziu o cenho. Olhou em seguida para frente e sua expressão era difícil de entender, era um misto de pavor, alegria e surpresa, se isso for possível.

– Senhores.... – Continuei olhando para Nico com medo de quem estava na entrada da caverna, que não era muito grande na verdade. O filho de Hades abriu a boca e sussurrou quase como se fosse uma praga.

– Thanatos.