Simplesmente Diferente escrita por Winter


Capítulo 1
Prólogo


Notas iniciais do capítulo

Primeira historia que eu já fiz, então aproveitem.
Créditos par minha beta maravilhosa, ValentinaV.
Aproveitem!



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Não me importava com o frio, nem com os carros buzinando, eu só me importava em ver aqueles olhos, me encarando, me amando aos poucos.

Eu sangrava, e você me deixou sangrar em você. Todas aquelas cicatrizes que conquistamos e que saramos, agora se abriam novamente e não havia mais ninguém com quem eu pudesse sangrar.

Você me conhecia tão bem, tanto quanto eu me conhecia. E agora, estou aqui tentando conhecer essas ondas que se misturam com meu ser, que estão tentando me levar até você. Tento conhecer, reconhecer todo esse mundo que me parece um tanto estranho. Estou uma bagunça, eu baguncei esse mundo. Meu mundo. Você.

Percebo o sol nascendo, mas não o vejo, apenas o sinto, exatamente como as substâncias químicas que fazem efeito pelas minhas veias, apenas esperando que funcionem que me deixem leve, me façam esquecer aquilo que me esforcei para ter. Então sorrio, porque sei que você voltará. Voltará para mim.

Olhei para o papel, espantada. Era uma coisa nova para mim, escrever algo tão sentimental, tão profundo, tão gay. Não queria ser esse tipo de garota melosa que espera pelo seu príncipe encantado, porque convenhamos, não sou nenhuma princesa.

– Meu Deus, que bosta você fez cérebro? Poderia fazer algo mais maneiro, como gnomos lutando contra um cachorro. - Opa, essa ideia era boa, poderia começar tipo "Há muito tempo, quando se desconhecia o 1,30...".

– Então, Julia, que tal você?

– Eu o quê? - perguntei, surpresa.

O professor riu. Claro, miserável, pode rir. Mas quando chegar sua hora... Ah, me aguarde...

– Ler seu conto. Ou você acha que estamos escrevendo só para fazer alguma coisa?

Como eu disse: miserável.

– Ah, sabe como é professor, do jeito que a vida tá difícil sempre tem essas coisas inesperadas acontecendo, sacas. - eu disse, mas ele continuou me encarando como se esperasse que eu começasse a ler. Como eu sou... Bem, eu, tinha que acabar com suas esperanças. - Não estou afim não, valeu.

Eu adorava as aulas de redação, mas Rogério me amava demais, passava seus olhos por mim e já queria ouvir minha maravilhosa voz de gato empanado. Mereço. Isso que dá ser amada e querida, as pessoas não conseguiam viver sem mim, eu era uma luz morena na vida daqueles seres insignificantes.

– Quem mais? - mais perdida que porco no abate, olhei pela sala cheia de seres ignorantes e maiores que eu, esperando entender essa história. Umas três pessoas levantaram a mão, mas eu não me dei ao trabalho de distingui-las. - Flavia, depois Amanda e depois Camila, comecem.

Bem, a primeira foi bosta, a segunda menos bosta e a terceira me recusei a escutar. Não estava com vontade de ouvir mais um conto nojento das garotas da sala que pensam que vão encontrar seu Luan Santana e viveriam felizes para sempre. Peguei minha pêra e virei, encarando Natália.

– O que é isso menina? Não está vendo o professor bem ali?

– Vendo, eu estou porque não sou cega, só não me importo.

– Esfomeada sem vergonha. - ela sussurrou e eu fechei a cara, fulminando com meu pior olhar de "cala a boca que eu vou te matar, sua filha de uma cobra prenha", o que foi meio difícil, já que eu estava com a boca cheia de pêra. - Olha que você não me assusta com essa bunda redonda que você chama de cara. Você sabe que é verdade.

Não respondi, estava ocupada demais jogando seu material de cima da mesa no chão.

–--

Finalmente! Estava a caminho do meu amado: minha cama. Não aguentava mais aturar as garotas ridículas que não paravam de dar gritinhos quando algum garoto "gostoso" passava, ou fingir prestar atenção em funções e preposições (o quê é estranho, já que eu não tive aula de português hoje). Estava tão concentrada nos meus pensamentos quem nem percebi que alguém havia se aproximado e que agora estava segurando meu braço. Virei com tudo pronta para meter a mão na cara do demônio que me segurava, e teria tido sucesso se esse ser não tivesse se esquivado.

– Calma, Julia, não vou te assaltar!

– Lana, não faz isso se não eu morro, ou te mato. - Coloquei a mão no meu peito, me recuperando do quase ataque cardíaco, enquanto a maldita ria. RIA! Ah, eu ainda mato essa mal amada...

– Meu amor, simplesmente vim te acompanhar. Você parecia tão sozinha que eu fiquei com peninha!

– Que linda... Só que nunca. Agora vaza que eu não te quero.

– Vai, Maria! Deixa de ser chata, você me ama, só admita. - ela sorriu.

Apertei meus lábios e olhos (só deixando claro: odeio quando me chamam pelo meu primeiro nome, então já devem ter percebido como eu fiquei pirada) enquanto estudava Lana, tentando entender essa pessoa que em menos de dois minutos me fez ter vontade de matá-la. Depois, como uma pessoa civilizada que sou, peguei minha caneta, muito bem localizada no meu bolso, tirei sua tampa e a espetei no braço da maldita.

– Ai, garota! Que merda você pensa que está fazendo com essa caneta, sua louca?! - ela perguntou.

Suspirei.

– Porcaria de mortais que nem para morrer servem.

Um dia como outro qualquer.


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Notas finais do capítulo

Se vocês não perceberam tem algumas citações à Percy Jackson (muito fã), então, yeah. Qualquer erro, podem me falar, não sou perfeita. E a historia vai fazer mais sentido com o passar do tempo, não se preocupem. Obrigada por lerem, ate o próximo.



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