Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

OIEEEE GENTE! Nem demorei pra postar outro capítulo! U_U
Espero que gostem!
P.S.: Vai ter uma mini guerra entre Gus e Gabrieeel



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–O que aconteceu? –perguntou Gus se aproximando com aparência preocupada.

Gabriel abaixou-se e pegou a miniatura.

–Aconteceu isso. –falou ele e entregou a miniatura á Gus.

Quando ele terminou de ler, olhou para mim.

–Kiara, não se preocupe. A pessoa que escreveu isso só pode estar blefando. –disse.

–Ou não. –respondi.

–Pela primeira e única vez na vida, eu concordo com o senhor Gustavo. –falou Gabriel.

Gus arqueou a sobrancelha como se dissesse: Está vendo como tenho razão?

–Mas, e se for verdade? –perguntei, com uma pulga atrás da orelha.

–Kiara, primeiramente, como poderiam saber que seria você quem acharia a miniatura? –perguntou Gus.

–Nisso eu posso concordar... –falei.

–Até porque, nem sabemos o que realmente houve por aqui. Será que foi mesmo uma bomba? –falou Gus.

–Ainda tem dúvidas? Você acha que um simples tiro faria um estrago desses...? –perguntou Gabriel em um tom superior.

–Alguém pode ter entrado aqui e feito isso tudo. –retrucou Gus.

–Isso é quase impossível de acontecer. –falou Gabriel virando a cara e observando a varanda destruída. Gabriel estava no meu lado esquerdo, enquanto Gus estava do meu lado direito. Gus virou a cara assim como Gabriel e fitou a ex varanda. Olhei para os dois lados vendo como crescia uma tensão ali.

–Nada nesse reino é impossível. –falou Gus por fim, forçando Gabriel a olhar para ele, com desprezo.

–Você está discordando da minha opinião? –perguntou Gabriel, com os braços tensos.

Gus deu um pequeno riso e olhou na direção dele.

–Por que? Ninguém pode discordar do excelentíssimo Gabriel? –perguntou.

Gabriel se aproximou e ficou cara a cara com Gus, enquanto eu, só pude assistir, de olhos arregalados. Como se já não bastasse meu pai estar perdido, dois garotos brigavam na minha frente.

–Um dia, ninguém poderá discordar de mim. Eu serei rei! –exclamou Gabriel.

–Caso contrário, nos matará, certo? –perguntou Gus.

–Da pior maneira possível.

–Morrerei discordando de você, futuro rei. –falou Gus. Gabriel fechou os punhos e ia desferir um golpe em Gus, não fosse por meu grito.

–PAREM! –gritei. –Meu pai está desaparecido, o quarto dele está em pedaços, recebo um bilhete dizendo que sou a “próxima” e vocês escolhem brigar na minha frente?

–Ele quem começou! –falaram os dois em uníssono. Quando perceberam a unissonidade de suas palavras, se entreolharam.

–Parem de agir como crianças! –falei.

–Tudo bem. –falou Gabriel. –Mas se não fosse por Kiara, senhor Gustavo, seu rosto já era.

–Não fujo de uma luta. Onde quiser, quando quiser; estarei pronto para acabar com você. –disse Gus e eles dois se olharam por um tempo.

Por fim, um guarda gritou de uma extremidade do quarto.

–O rei está aqui! Tragam médicos!

Então eu corri por entre os destroços do quarto. Claro que, enquanto corria, sabia que os dois rapazes estavam bem atrás de mim.

Alcancei o local de onde o guarda gritara e me assustei. Meu pai estava coberto de sangue, mas consciente de tudo que estava acontecendo. Ao me ver aproximar, ele deu um leve riso.

–Kiara... –tentou falar, mas foi tomado por um acesso de tosse.

Me agachei perto dele e toquei em seu rosto coberto por fuligem e sangue.

–Não fale nada, por favor. –falei, tentando esconder meu choro.

–Que fim estúpido para um rei como eu...

–Shhhhh! –falei. –Este não será seu fim.

Então chegou dois guardas com uma maca e o levaram, me deixando sozinha naquele quarto destruído. Pelo menos eu pensava que estava sozinha, por que, mesmo depois de todos irem embora, Gus e Gabriel ainda estavam do meu lado, me olhando.

Me ajoelhei no chão imundo e chorei. Fiz conchinha com as mãos e as coloquei no rosto, impedindo qualquer um de ver meus olhos vermelhos.

Depois veio a raiva. Alguém tinha atirado uma bomba contra o quarto de meu pai. As lágrimas agora, vinham com um fervor de raiva, que eu não estava controlando.

–Primeiro minha mãe! Agora querem levar meu pai? –gritei em meio aos soluços. –Quem será depois? Meu cavalo? –falei e olhei para Gus. Ele sabia o que eu estava pensando. Só balançou a cabeça e olhou para baixo.

Gabriel se ajoelhou perto de mim e levantou minha cabeça.

–Calma Kiara. Nem tudo é o que parece. –falou. –Vamos. –levantou-se e me ajudou a levantar.

–Também vou indo. –falou Gus olhando para mim. Olhando para Gabriel disse: -Quando quiser acabar com a briguinha, príncipe, estarei te esperando.

Gabriel só confirmou com a cabeça e assim Gus se foi.

–Ninguém vai vir investigar isso? –perguntei olhando ao redor.

–Já chamaram os melhores detetives de Esmeralda para isso. Certamente só chegarão mais tarde.

–Vamos embora. Quero saber como meu pai está. –falei e nós saímos em direção a enfermaria.

....

–COMO ASSIM EU NÃO POSSO VÊ-LO? –gritei, totalmente indignada. Gabriel estava atrás de mim e me segurava, caso contrário, já teria dado uns tapas na cara da enfermeira.

–Ordens do médico. Desculpe senhorita Kiara. –falou ela em um tom calmo, que me irritou ainda mais.

–Mas eu sou a filha dele! –gritei novamente.

–Calma Kiara, deixe eu resolver isso. –falou Gabriel atrás de mim. Ele deu uns passos a frente e encarou a enfermeira.

–Ela é filha dele, pode vê-lo. –falou com a voz firme.

–Não, não pode. Peço desculpas aos dois, mas são ordens do médico. Se entrarem agora, podem dificultar a melhoria do quadro do sr. Charles. –falou a enfermeira. Assim, saí a passos pesados de lá.

Gabriel me alcançou quando eu já estava perto do meu quarto.

–Para onde vai? –perguntou ele.

–Pro meu quarto. –falei e caminhei mais depressa.

–Em um domingo lindo desses você vai pra dentro de um quarto?

O olhei e falei:

–Depois do que aconteceu com meu pai, não tenho mais ânimo para nada. Desculpe por atrapalhar seus planos para hoje. –falei em tom irônico.

–Você está brava com o que fiz ontem? Desculpa, pensava que...

–Pensava que eu era uma qualquer?

–Peraí, se você não tivesse retribuído, nada daquilo teria acontecido. Não coloca a culpa só em mim! –falou ele.

–Não estou falando do ocorrido, mas sim do que você falou á noite. –falei. –“Princesa, não gostou da brincadeira de mais cedo?”

–Não sabia que ficaria chateada com isso. Perdão. –falou ele pegando na minha mão.

–Tudo bem. –falei e me soltei dele. –Esse não é um dia muito bom pra ficar com raiva de alguém.

Fiz menção que ia caminhar para meu quarto, mas Gabriel me interrompeu, quando perguntou:

–Os planos estão certos para a terça?

Olhei rapidamente para ele, levando as mãos aos lábios. Me aproximei dele e falei:

–Quieto! Se o palácio inteiro souber sobre nossa ida á cidade, ficará mais difícil sairmos.

–Tudo bem. Mas, os planos estão certos?

–Sim. Só falta falar com Hilla e Charllote. –falei. –A parte mais difícil.

....

–Que plano mais maluco! –falou Hilla, assim que relatei meu plano. Charllote só balançava a cabeça, em negação.

–Não vai dar certo. –falou ela.

–Charllote! –falei. –Por favor! Tenho que conseguir sair do castelo.

–Se seu pai descobrir que nós duas lhe ajudamos, o que ele fará conosco? –perguntou Charllote, olhando no fundo de meus olhos.

–Não deixarei vocês serem pegas. A participação de vocês seria bem pequena. Trancarei minha porta por dentro e vocês dizem que estou doente e que não quero ver ninguém. Até porque, meu pai está tão ocupado estes dias que nem perceberá minha ausência.

–E com todos estes protestos que estão acontecendo? Não é perigoso para a senhorita? –perguntou Hilla.

–Eu vou com Gustavo, Gabriel e Nouah. É meio que impossível alguém encostar em mim. –respondi.

Elas ficaram um tempo em silêncio. Dava pra ouvir as batidas aceleradas do meu coração. Depois de quase uma eternidade, Hilla quebrou o silêncio.

–Pode contar comigo. –falou e sorriu. –Mas, com a condição de a senhorita voltar viva.

–Voltarei. –afirmei sorrindo. –Charllote?

Ela olhou para mim com uma cara carrancuda, mas falou:

–Tenho outra alternativa a não ser te ajudar?

–Vocês são as melhores! –falei a nos juntamos em um abraço coletivo.

Nesse momento, alguém bateu na porta. Hilla foi abrir e tivemos um susto quando vimos Gustavo parado lá.

–Gustavo? –perguntou Hilla.

–Estão chamando Kiara na ala hospitalar. –falou, tentando esconder o tremor em sua voz.

–Já estou indo. –falei e o segui.

Na metade do caminho, o olhei. Ele não me olhava, mas eu podia sentir que ele estava louco de vontade de me olhar. E não entendia por quê não fazia isso logo.

–Gus? –chamei.

Ele me olhou. Seus olhos azuis estavam sem brilho, podia sentir o quão nervoso ele estava.

–O que houve? –perguntei.

–Não entendi sua pergunta. –falou ele.

–Você está preocupado.

–Não estou não. –falou e esboçou um sorriso.

–Está sim. –falei e ele me olhou. –Quando fica nervoso, você perde o brilho nos olhos. E fica franzindo as sobrancelhas, como se pensasse demais.

–Você me conhece mais do que eu pensei.

–Anos te observando. –falei e senti as bochechas queimarem.

Gus apenas sorriu e disse:

–Kiara, não importa o que houver lá na enfermaria, me prometa que não vai surtar.

–Como assim Gus? O que tem na enfermaria? –perguntei, meus olhos começando a marejar.

–Pode ser que.... seu pai esteja em uma situação difícil.

–Eu sabia. –falei e comecei a chorar.

–Kiara! –Gus me chamou. –Você tem que se acalmar. Nessa situação, você não vai poder ajudar seu pai em nada.

–Mas é que... –solucei.

–Ele ainda não morreu. Ele está lutando, Kiara. E ele precisa, mais do que nunca de sua força. Como uma pessoa aos prantos pode ajudar alguém?

Parei para refletir. Gus convivia com uma mãe doente havia anos, e eu nunca o tinha visto chorar por ela, muito menos reclamar por ela ser doente. Ele era forte e fazia de tudo para vê-la feliz. Eu tinha que fazer igual a ele.

–Tudo bem. –falei e enxuguei algumas lágrimas. –Só me dê um tempinho para me acalmar.

Demorei uns 5 minutos para ficar totalmente calma.

–Pronta? –perguntou Gus.

–Sim.

Caminhamos mais alguns metros e chegamos a ala hospitalar. No palácio, tínhamos duas alas: a ala da enfermaria, para caso menos graves; e a ala hospitalar, para casos mais graves. Sendo assim, a situação de meu pai não deveria estar um mar de rosas.

Assim que cheguei lá, nosso médico, o senhor Osvald, me esperava na porta de um dos quartos, no qual, certamente, estava meu pai.

–Meu pai está aí? –perguntei.

–Sim, ele está. –respondeu ele. –Kiara, você precisa ser forte. Precisa passar segurança para seu pai.

–O estado dele é grave assim?

–Ele quebrou algumas costelas, perfurou o baço e teve algumas lesões cranianas. Mas ele não está em coma. As lesões não foram muito profundas; o máximo de sequelas que elas poderiam deixar é alguns lapsos de falta de memória, porém, acho muito difícil isso ocorrer. Já colocamos alguns curativos e fizemos procedimentos para que isso não ocorra. As costelas, daqui a algum tempinho, vão se arrumar sozinhas. Para que seja mais rápido, colocamos bandagens no tórax de seu pai. Mas o problema é... –ele fez uma pausa. –O problema é a perda constante de sangue. Depois que o baço perfurou, seu pai tomou 5 bolsas de sangue e não para a hemorragia. Daqui a pouco, eu e alguns enfermeiros que chamei da cidade, tentaremos uma cirurgia para vermos o que podemos fazer. Se não der certo, não terá como seu pai sobreviver.

Aquilo foi um choque de realidade demais para mim. Mas, apenas respirei fundo, e falei:

–Deixe-me vê-lo. Por favor.

–Por aqui. –falou o senhor Osvald abrindo a porta. –Gustavo, permaneça aqui fora.

Gus afirmou com a cabeça. Então segui o doutor.

Meu pai estava em uma cama bem isolada, e alguns aparelhos estavam conectados a ele. Sua cabeça estava coberta de curativos, com algumas bolhas de sangue. Apontei para a cabeça dele e pedi informações do médico.

–Isso é normal. Quando há pancadas no cérebro, o normal é que saia sangue. Se o sangue ficar coagulado dentro da região craniana, pode acarretar muitos problemas. –explicou ele.

Me aproximei do meu pai e puxei uma cadeira. Sentei e fitei meu pai, que ainda não tinha notado minha presença. Nesse momento, ele virou a cabeça e seus olhos cinzas me encararam.

–Querida... –sussurrou.

–Papai. –falei o mais calma possível.

–Conversei com o rei Jorge, hoje cedo.

–Sério? Que legal! –falei tentando esboçar ânimo.

–Eu e ele concordamos em uma coisa... –falou ele, sendo interrompido por uma tosse.

–...Você e Gabriel tem que se casar, e logo. –concluiu ele, destruindo o meu chão.

Continua...


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Notas finais do capítulo

UOOOOOOOOOOOOU. O rei atrapalhou legal os planos de Kiara e Gus. PALMAS P VC ~CLAP CLAP CLAP.
Não gente, o coitado.
Postarei outro capítulo logo, pra matar a curiosidade de vuxês. BJJJJ*