Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Bem pessuaaaaal, a escola tá me matando de tanto estudar. Então vou demorar um pouco para postar cada capítulo. Mas cá está mais um!
P.S.: Queridos leitores, peço-lhes gentilmente que comentem. Vejo que tenho muitos leitores fantasmas.



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Caminhamos até o jardim. Chegando lá ele me levou até uma ponte que ficava na extremidade do jardim. Como já passava das sete da noite, ali estava bem escuro, mas a luz da lua iluminava um pouco o caminho. Ele me conduziu até o meio da ponte e lá sentou-se. Sentei-me junto dele e ficamos em silêncio. O olhar dele estava perdido no horizonte, então segui a mesma direção.

Daquela nossa posição dava para ver exatamente a grande lua cheia que brilhava no céu. Ao seu redor brilhavam incontáveis estrelas. Uma brisa leve começou a soprar meus cabelos, fazendo com que eu fechasse os olhos.

Quando abri-os novamente, Gabriel olhava fixamente para mim.

–Você é ainda mais bela a luz do luar. –falou sorrindo. Aquele sorriso era muito encantador.

–Obrigada. Mas por favor pare de fazer estes comentários. Eu fico muito envergonhada.

–Deveria ficar feliz por ser tão bela. Sinceramente, não vejo a hora de poder acordar todos os dias ao seu lado. –falou ele me deixando mais envergonhada.

Ainda não estava preparada para casar. Muito menos para acordar todos os dias com um homem do meu lado. Ele percebeu minha aflição e se redimiu.

–Desculpe. Eu sei que você deve estar muito assustada com tudo isso, assim como eu. Mas devemos deixar as coisas fluírem. O que for para acontecer, que assim seja. Certo? –perguntou olhando no fundo dos meus olhos.

–Eu sempre acreditei em destino. Acho que o meu destino está entrelaçado com o seu. Senão, isto não estaria acontecendo.

–Também acredito nestas coisas. Acredito no simples fato de que poderíamos, no passado, termos tido uma relação amorosa. Quem sabe, não é?

–Eu não acredito em vidas passadas. –falei sorrindo. Ele sorriu de volta. Baixei um pouco a cabeça

Ele se aproximou e levantou minha cabeça com o indicador. Já poderia prever o que certamente aconteceria a seguir.

Ele continuou se aproximando devagar, até que encostou seu nariz no meu. Ele fechou os olhos e me deu o que era para ser um beijo. Mas que foi um simples selinho, já que eu o empurrei.

–Acho que isto é para depois do casamento. –falei, totalmente sem graça.

–O que há de errado em quebrar algumas regras de vez em quando?

–Se as regras existissem para serem descumpridas, elas não existiriam.

Ele começou a rir.

–Falou a menina que não deixou o pai aplicar uma regra. –disse me provocando.

–Aquilo foi... diferente. –falei. Ele continuava a rir.

–São regras do mesmo jeito. –falou ele e deu uma pausa. Ele mordeu o lábio. –Olha Kiara, se você não está preparada para dar um beijo em alguém, tudo bem, okay?

–Não é isso Gabriel... É que eu... Não acho certo. –falei aquilo pensando em Gus.

–Tudo bem então. Isto acontecerá no momento certo. –falou ele e percebi pelo seu tom que ele estava magoado.

–Gabriel não fique assim. Eu só não acho certo quebrar regras.

–O que vale a vida sem se aventurar? Sem quebrar nenhuma regra?

–Deixe de falar tolices Gabriel.

–Tolice é viver a vida assim, sem aventura. –falou se aproximando novamente de mim, sem sucesso.

–Você não desiste, não é? –falei sorrindo.

–Na vida vale a pena lutar por algo. –falou ele rindo.

Meu sorriso desapareceu. “Lutar por algo”. Agora entendi a pergunta de Gus. Sim, eu havia entendido.

–O que houve? –perguntou Gabriel preocupado.

–Não, nada. –falei.

Fez-se um longo silêncio, que foi quebrado por Gabriel.

–Tá ficando tarde. Melhor irmos para dentro.

–Tudo bem. –falei me levantando.

...

Estávamos perto do grande salão. Logo eu subiria as escadas e chegaria em meu quarto. Já que seu quarto era no mesmo andar que o meu, subimos juntos as escadas. Chegando ao topo, ele se aproximou de mim e segurou minhas bochechas. Olhou rapidamente para os lados e me beijou. Desta vez não pude evitar. Ao final do beijo ele apertou minha mão.

–Boa noite Kiara. –falou sorrindo e desapareceu no corredor da direita.

Fiquei paralisada por mais alguns instantes. Quando saí do transe, sentei na escada. Eu teria que me decidir logo o que eu queria. Tinha de dar a resposta a Gus.

Me levantei e segui rumo ao meu quarto, quando esbarrei em alguém.

–Desculpe. –falou Gus não me olhando nos olhos e seguindo rapidamente pelo corredor.

–Gus, acho que tenho uma resposta a lhe dar. –falei indo atrás dele.

–Depois do que eu vi agora, creio que não preciso de nenhuma resposta. –respondeu em tom frio e desceu as escadas.

Quanto a mim, como sempre, fiquei paralisada, sem fazer nada. Deixei ele ir para o quarto dele, enquanto eu, com os olhos cheios de lágrimas, entrava no meu quarto.

...

De madrugada, acordei. Não havia conseguido dormir muito bem (o que já estava se tornando diário). Meus pensamentos variavam de Gus para Gabriel. De Gabriel para Gus. Eu tinha a total certeza de que não sentia nada por Gabriel. E ainda tive a total certeza de que AMAVA Gus. Mas, o que seria o certo: Seguir a razão ou o coração?

Se eu me casasse com Gabriel o reino poderia ser feliz, mas e eu? Seria triste pro resto de minha vida?

Se eu decidisse lutar por Gus, meu pai poderia querer fazer algo não só contra mim, mas contra ele. E o reino seria infeliz.

Seria certo ser feliz a partir da infelicidade dos outros? Ou seria certo sacrificar a sua felicidade em troca da felicidade dos outros?

Todas aquelas perguntas estavam me deixando com uma enorme dor de cabeça. Eu não sabia o que fazer. Tinha medo de tomar alguma decisão errada e tudo ruir. Tinha medo de meu pai fazer algo contra Gus ou a família dele.

Adormeci sem perceber.

...

Acordei de manhã bem cedo. Hilla já havia chegado e estava me olhando com uma cara de: “Eu sei de tudo que você fez noite passada” ,o que me deu arrepios.

–O que houve princesa? –perguntou por fim.

–O que houve? –perguntei fazendo minha melhor atuação de que não sabia de nada.

–Você está com olheiras muito profundas. Aconteceu alguma coisa?

–Não, não. Só não dormi direito.

–Por que a senhorita não dormiu direito? Pensando em Gustavo? –falou rindo.

Ela percebendo minha expressão, parou de rir.

–O que exatamente aconteceu noite passada? –perguntou ela, sentando perto de mim.

–Eu já disse! –falei. –Não aconteceu nada!!

Ela não pareceu contente com a resposta, mas não insistiu em uma resposta, o que me deixou aliviada.

Ela foi até meu guarda-roupa e pegou um vestido.

–Hoje é dia do vestido marfim! –falou ela me mostrando ele. Então eu percebi uma coisa.

–Hilla, este vestido tem um furo enorme na frente! –falei rindo.

–Meu Deus! Vou levar até o senhor Alef...

–Não! –falei interrompendo. –Eu vou lá. É bom que eu vejo se meu outro vestido está pronto.

Ela arqueou uma sobrancelha, mas não falou nada.

–Só vou colocar um roupão... Cadê...-falei.

–Está aqui. –falou ela erguendo meu roupão. Vesti-o e saí do quarto.

Desci as escadas numa velocidade incrível. Atravessei os corredores rapidamente e bati na porta do quartinho de costura.

Adivinha quem veio atender? O próprio Gus.

–Seu pai está? –perguntei sem olhar nos seus olhos.

–Ele está no quarto com minha mãe e... –ele foi interrompido pela gargalhada de Artur vinda de trás dele. Gus sorriu.

–Kiala! –falou Artur correndo até mim e me dando um abraço.

–Artur! Há quanto tempo, não é? –falei rindo. Dei um beijo na sua bochecha e o coloquei no chão.

Ele olhou para Gus e falou, em tom brincalhão:

–Gutavo tá amorando!

Gus corou e olhou para ele como se brigasse em silêncio. Artur correu de volta para dentro do quarto.

–O seu pai está onde mesmo? –falei ainda sorrindo.

–Entre. –falou ele quase ignorando minha pergunta.

O quartinho estava meio bagunçado, cheio de tecidos, fitas, máquinas de costura. Podia observar também desenhos de vestidos aqui e ali.

–O que você queria com ele? –perguntou ele friamente.

–Meu vestido rasgou. –falei lhe entregando o meu vestido.

–Huum, até que não é tão ruim. Conserto rapidinho. –falou e se dirigiu a máquina de costura mais próxima.

–Não sabia que sabia costurar. –falei se aproximando dele.

–Você não sabe de mim muitas coisas, princesa. –falou ele sério.

–Dá pra parar de me tratar assim?

–Assim como? –perguntou ele ainda com a voz fria.

–Assim, sei lá! Com toda essa frieza. –falei e dei uma pausa. –Eu sei que você deve estar chateado por ontem a noite e...

–Princesa! –falou o senhor Alef interrompendo meu “discurso”.

–Olá senhor Alef. –falei meio sem graça.

–Uma pessoa gostaria muito de te ver esta manhã. Entre naquele quarto, por favor. Uma pessoa te espera.

–Tudo bem. –falei sorrindo e entrei no quartinho.

O quartinho era bem mais organizado que o de costura. Observei nele uma cama de casal em um canto e uma beliche no canto oposto. Uma única luminária iluminava o local, já que lá não tinha nenhuma janela.

Havia também um grande guarda-roupa e uma cômoda com uma TV bem pequena, na qual passava o jornal oficial de Esmeralda (só passava ele). Na cama de casal, estava deitada uma mulher que, ao me ver, estampou um sorriso no rosto.

–Princesa. –falou com a voz um pouco fraca.

–Anastácia! Há quanto tempo não lhe via! –respondi com um sorriso a mãe de Gus.

–Esta doença está me matando, acredite. –falou ela, tendo uma crise de tosse.

–A senhora vai ficar boa logo, logo. –falei sorrindo.

–Sente-se aqui. Não é contagioso. –ela forçou um sorriso.

Sentei-me perto dela na cama. Aquela não parecia a antiga Anastácia que eu conhecia. Estava magra, os olhos fundos e cansados, e a voz fraca. Não parecia aquela mulher do tempo que a conheci...

FLASH BACK

–Kiara. –falou meu pai. –Este aqui é Alef e sua esposa Anastácia. Eles serão seus costureiros a partir de agora.

Anastácia se abaixou e me abraçou.

–Como é linda sua filha! –disse se dirigindo ao meu pai.

–Alef e Anastácia. –repeti, os olhos grandes e azuis grudados nas pessoas que estavam na minha frente. –Prazer. Meu nome é Kiara Lousiana Ferrer, 7 anos.

–Querida, não precisa dizer sempre sua idade. –falou meu pai rindo.

Sorri sem jeito e observei uma pequena figura atrás de Alef. Uma não! Duas. Sendo a segunda nem um pouco pequena.

–Quem são? –perguntei.

–Ah, estes aqui são meus filhos. –falou ele. –Este é Hugo. Ele é meu filho mais velho. Ele tem 15 anos.

Hugo se aproximou de mim e bagunçou meus cabelos, como os meninos mais velhos faziam.

–Prazer princesa. –falou ele sorrindo. Naquela época ele era bem magrelo, porém bastante alto. Seus olhos são verdes e os cabelos são louros.

–Bem, este é meu filho mais novo. –falou Alef empurrando um ser menor para a frente. –O nome dele é Gustavo. Ele é apenas 2 anos mais velho que você. Poderão ser amigos.

Gustavo se aproximou de mim, bem tímido e esticou a mão.

–Prazer. –falou ele baixinho.

–Prazer. –falei quase gritando.

Meu pai os levou para conhecer o restante do palácio, enquanto eu ficava com Gus brincando no salão principal. Naquela época, meu pai nos aceitava como amigos.

FIM DO FLASH BACK

–Kiara? –chamou a mãe de Gus.

–An? Oi. –falei. –Por quanto tempo fiquei fora do ar?

–Um tempinho. O que houve?

–Lembranças.

–Ah as lembranças...

Ficamos um momento caladas. Quem tomou uma iniciativa de falar foi Anastácia.

–Olha Kiara, eu quero ir logo ao assunto. –falou ela. Eu afirmei com a cabeça, fazendo-a prosseguir. –O que aconteceu entre você e Gustavo? Ele não quer mais ir te ver, não quer mais sair do quarto.

–Da minha parte não aconteceu nada. Não sei quanto a ele.

–Você teria uma pista sobre o que está acontecendo com ele?

“Fora ele estar apaixonado por mim e eu por ele?”, pensei.

–Não tenho a mínima ideia. –menti.

–Claro que tem Kiara! Vocês dois sempre foram feito carne e unha, desde pequenos. Será que não conhecem um ao outro para saber o que há de errado?

–Não nos conhecemos suficiente. –menti de novo, desta vez sem a olhar nos olhos.

–Então... –ela fez uma pausa. –Por que Gustavo anda tão distante deste mundo?

–Não sei. Como a senhora disse, ele não quer mais me ver, então, como quer que eu saiba? Ele nem olha mais direito na minha cara, nem fala mais comigo. Não tem como eu saber!

Quando eu falei disso, a porta se abriu e Gus entrou no quarto trazendo meu vestido.

–Aqui está, princesa. –falou ele friamente. Eu não aguentava mais aquilo. Tinha vontade de gritar, falar tanta coisa naquele momento. Mas as palavras me fizeram engasgar e eu simplesmente as engoli.

–Obrigada. –respondi com a mesma frieza. Se ele queria fazer um joguinho, eu iria participar.

E assim, saí do quarto.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado...............................................COMENTEM, FAVORITEM, ACOMPANHEM, RECOMENDEM!



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