Ironias do Destino escrita por Bi Styles


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Hello meus leitores! Nem demorei muito tempo para postar uma nova história. Espero que, assim como a outra, esta faça bastante sucesso e agrade vocês. Vejo vocês lá embaixo...



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–Srta.Kiara! –disse Charllote, uma das minhas criadas.

–Huumm. –falei me levantando. –Sim?

–O sr. Charles a espera no escritório. Disse que é urgente.

–Tudo bem. Vou em um instante.

–O seu banho já está preparado, srta. –falou Hilla, minha outra criada, entrando no quarto –Vamos?

–Claro. Estou bem atrás de você. –e a segui até meu banheiro.

...

Estou esperando meu pai terminar os relatórios. Ele disse que era urgente, mas precisava terminar estes relatórios para hoje. A situação no reino não anda nada bem. Ser um rei como ele é muito complicado. Meu pai é muito impulsivo, faz as coisas sem pensar duas vezes. O reino todo fala disso.

Ah, por falar nisso, sou uma princesa. Prazer? Prazer, Kiara Louisiana Ferrer, princesa do reino de Esmeralda. Estou sempre cercada de mordomos e criadas, sempre fazendo tudo o que eu peço. Tenho um pai que não me dá muita atenção. Vivo cercada por estes muros enorme do palácio. Será que posso dizer que sou feliz?

Em meio á tantos pensamentos, o ranger da porta se abrindo me deu um susto. O segurança do meu pai soltou um sorriso amarelo e disse:

–Bom dia srta.Kiara. Seu pai a espera.

Entrei sem hesitar. Já faziam 15 anos que eu morava naquele palácio, mas nunca me acostumei com o escritório do meu pai. A cor do lugar era um marfim, o chão de madeira, o que fazia meus saltos ecoarem o barulho ~Ploc Ploc. Tinham vários livros e, apesar de eu gostar muito de ler, nunca me interessei por aqueles. Política e geografia não eram meu forte. Tinham alguns detalhes em ouro, porém não tanto quanto no quarto dele ou no meu.

Ao chegar perto de meu pai, ele me olhou e sorriu:

–Está deslumbrante querida. –falou.

–Obrigada papai. –falei e sorri. Adorava aquele vestido. Amarelo caía bem em mim.

Ele folheou alguns livros e os fechou logo em seguida. Esperei e, enfim sentei. O que ele queria dizer?

–Kiara. –chamou ele.

–Sim? –respondi.

–Recebi esta carta, nesta manhã. É do rei da França. Ela é para você.

–O que o rei da França quer comigo?

–Não sei. Só saberemos se você abri-la.

Relutante, peguei a carta. Nunca fui com a cara do rei da França. Seu nome me dava arrepios. Jorge Vanseford. Para mim, aquele cara escondia um segredo, e dos fortes. Mas, minha curiosidade era mais forte do que eu. Abri a carta. Ao ler aquelas linhas, arregalei os olhos e não pude esconder minha frustação.

–Não! Isso não pode acontecer! –falei, meu tom de voz elevando a cada sílaba.

–Kiara se contenha! –falou meu pai, que se levantou. –O que diz nesta carta que a preocupa tanto?

–Olhe você mesmo e tire suas conclusões. –disse e lhe entreguei a carta.

Ele correu os olhos pela a carta e, ao terminar sorriu.

–Isto é ótimo filha! –exclamou.

–Não pai. Isso não é bom.

Ele pensou um pouco e sentou. Fez menção para me sentar também. Quando sentei, ele me olhou, com um olhar curioso.

–Querida, -falou –Você já tem 15 anos. Não acha que já está mais do que na hora de casar? E ainda mais com o príncipe da França! Ele é muito gentil, simpático e tem um bom caráter.

–Isso não significa nada. Eu não preciso me casar. Nem preciso nem quero. Nem a mamãe precisou casar tão cedo.

–Não toque no nome de sua mãe em vão! –ele levantou seu tom de voz. -Quem assumirá meu trono assim que eu for? Você não poderá assumir sem que esteja casada!

–Mas pai...

–Mas nada! É essa a lei, e você tem que cumpri-la. –ele fez uma pausa. –Ou você cumpre, ou outra pessoa mais responsável irá assumir o compromisso.

Com os olhos marejados, saí do escritório. Andei graciosamente até o meu quarto. Minhas 2 criadas estavam lá, mas eu as dispensei. Queria um tempo a sós.

Assim que saíram, desabei. Não era justo me casar com alguém que não conhecia, muito menos amava. Mas esta tal de lei me impedia. Não se podia lutar contra ela. Quem ousava lutar, morria lutando.

Se minha mãe estivesse aqui... Tudo seria diferente. Ela com certeza contradiria meu pai, e me ajudaria a escapar dessa cilada. Justo hoje que pensei que meu dia seria ótimo acontece isso? Adormeci com esses pensamentos.

...

Acordei e olhei pela minha janela. Era de noite, a lua brilhava majestosamente. Era como se aquele dia tivesse sido o melhor de todos. Mas não foi.

Fui me olhar no espelho e vi que meu cabelo continuava impecável. Os cachos louros caindo sob as costas. Meus olhos não estavam inchados, pelo contrário, estavam mais azuis do que o normal. Brilhavam como se algo muito bom estivesse prestes a acontecer. Como se isso fosse um contos de fadas que, apesar de tudo de ruim acontecendo, fosse ter um felizes para sempre. Mas que pena que contos de fadas não existem.

Fiz um coque no meu cabelo e decidi descer até a sala de jantar. Chegando lá, meu pai estava em uma ponta, jantando sozinho. Deve ser triste e solitário, reinar um reino sozinho.

–Boa noite papai. –falei. Me sentei á sua direita e pedi á uma criada que me servisse.

–Boa noite querida. –respondeu ele depois de um tempo.

Comecei a comer. Não era educado continuar conversando durante a refeição, então comemos em silêncio. Ao terminar, ele se levantou. Caminhou em direção da porta, mas eu o chamei:

–Papai.

–Sim? –respondeu.

–Gostaria de conversar com o senhor.

–Pois vamos ao meu escritório.

–Estou indo. –falei e retirei o guardanapo do colo.

Ao me levantar, o segui para o seu escritório. Entrei e sentei. Ele estava grudado novamente em seus relatórios. Como ele nunca descansava? Por fim, eu pigarreei e ele me deu atenção.

–Papai, gostaria muito de conversar com o senhor sobre mais cedo. –falei.

–Você sabe que sua atitude foi muito infantil, não sabe, Kiara? –falou e confirmei com a cabeça. –Kiara, quero lhe dar tudo de bom, do melhor. Quero que se case com alguém bom, honesto. Eu o conheço muito bem e sei que ele tem qualidades para ser um bom rei e bom esposo. –ele deu uma pausa. –Filha, não sei quanto tempo tenho de vida. Já estou bastante velho e...

–Pai, o senhor ainda está na flor da idade! Não é como antes, que as pessoas morriam tão novas. -apesar de já ter alguns fios brancos, meu pai não tinha nem seus 50 anos.

–Kiara entenda! Eu quero que se case e esta é minha última ordem!

O olhei e vi que não podia discutir.

–Como quiser, sr.Charles. –e saí.

Fui para a varanda do meu quarto. Não estava nem aí se alguma pessoa da população me sequestrasse, coisa que poderia ocorrer. Quer dizer, a população vivia sob a guarda de várias leis injustas; no lugar delas, eu já teria ido atrás do rei, ou da amável filhinha dele.

Sentei na minha cadeira de frente pro luar. Estava um vento frio e aconchegante, portanto ali fiquei.

Essa coisa de casamento arranjado, segundo meus livros de história, foi á muitos anos atrás. Cerca de 1000 anos ou mais. Está meio ultrapassado. Mas sabe, a Guerra deixou tudo mais complicado. Os países subdesenvolvidos e os menos desenvolvidos perderam, os desenvolvidos ganharam. As pessoas da população perdedora foram dizimadas ou escravizadas e, acredite, ambas escolhas são péssimas. Já que meus pais moravam na Espanha quando tudo aconteceu, eles estavam do lado dos vitoriosos. Portanto, como também eram piedosos vieram para cá, pro Brasil. Quer dizer, para Esmeralda. Eles dizem que não é bom mencionar este nome. Então, tentaram resgatar a cultura que aqui havia, mas não conseguiram. A Guerra levou tudo embora. Já não restava mais nada, a não ser seguir um regime monárquico. Meu pai convocou uma reunião de chefes de estado, e assim que concluíram, viram que seria melhor voltar ao regime monárquico.

Sei que o que eu penso é errado, mas, na hora do parto, quem deveria ter morrido seria eu, não minha mãe. Estou aqui nesta terra só para servir de Peão para meu pai. Ele faz comigo o que bem quer e eu não posso fazer absolutamente nada.

Estava a ponto de chorar, quando, ouvi baterem na porta.

–Pode entrar. –falei e enxuguei depressa as lágrimas que já escorriam na minha bochecha.

–Princesa Kiara. –falou Hilla e Charllote e fizeram uma reverência.

–Sim? –falei e me levantei da cadeira.

–Já passou do toque de recolher. –falou Hilla.

–A srta. Deveria estar na cama. –concluiu Charllote.

–Estava sem sono. –disse.

–Se o seu pai pegasse você acordada... –falou Charllote.

–Enfim, vamos te aprontar. Seu dia amanhã será cheio. –interrompeu Hilla.

–O que terá amanhã? –perguntei, enquanto elas desfaziam meu coque desajeitado.

–Amanhã virá o seu costureiro. Ele fará alguns vestidos da srta. –falou Charllote.

–E adivinha o que mais? –falou Hilla entusiasmada.

–O que? –perguntei.

–Ele trará aquele filho dele. O Gustavo! –gritou ela. Charllote a olhou e fez menção para falar mais baixo. –Bem, ele é lindo e tudo mais.

Revirei os olhos. O que ela via naquele Gustavo? Tudo bem, tudo bem. Ele era lindo e tudo mais. Mas era grosseiro. Era meu amigo. E só. Ah, e Hilla sempre queria que eu falasse sobre ela com ele.

–Ah Hilla! Ele é só um filho de um costureiro. –falei.

–Mas é lindo e super simpático. –respondeu ela. Charllote terminou minha trança e sorriu.

–Me superei esta noite! –falou Charllote. –Srta.Kiara, espero que tenha gostado.

–Muito bem! Adorei! –falei.

Hilla já estava trazendo minha camisola. Vesti ela e, assim que saí, Hilla me olhou com os olhos de quem queria algo.

–Srta, se não fosse pedir demais, gostaria que falasse com o Gustavo sobre mim. Tipo, diga que sou bonita e bom partido e...

–Pode deixar Hilla. Conversarei com ele amanhã. –falei e elas saíram. Pude perceber que Hilla saiu mais feliz que o normal.

Me deitei e não parei de pensar sobre isso. Hilla o amava mesmo? Bem, eu não sabia muito sobre o amor. E nunca saberia, já que estou de casamento arranjado. Hilla sempre foi assim: sonhadora e apaixonada. Desde que a conheci, á uns 3 anos atrás, ela era assim. Vinha de uma família pobre, que vendia alface para sobreviver. Em um dia, quando eu tinha meus 12 anos, fugi do palácio. Queria ver como era a cidade. Mas me perdi. E Hilla me achou. Como recompensa, meu pai a deu este trabalho. Mas não sei se é bem uma recompensa, ficar trancafiada neste palácio. Ela só é mais velha que eu um ano, portanto só tem 16 anos. Tem cabelos loiros longos e olhos castanhos escuros.

Charllote é a irmã mais velha de Hilla. Tem uns 18 anos e, ao contrário da irmã, não é nem um pouco sonhadora. É pessimista e certinha demais. Vive com uma cara cansada e triste, mas de vez em quando sorri. Tem os mesmos olhos castanhos da irmã, mas os cabelos negros caem nos ombros. Não queria deixar a irmã morar sozinha no palácio, portanto aceitou o pedido sem hesitar.

Como gostaria de ter uma irmã...

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do primeiro de muitos capítulos...