Isabella

Durante o caminho da casa da minha sogra, ops sogra nada, fomos conversando sobre coisas banais, Josh estava tão animado me contando sobre a avó, dona Amélia, disse que ela era um doce de vó e que estava com muitas saudades dela e do seu avô, George. Me contou que ama a casa da avó pois é em uma fazenda, e tem muitos animais e uma linda paisagem. Chegando na casa da dona Elizabeth, mãe do Josh, ela nos recebeu super bem.

– Minha nora linda, que bom que veio junto conosco. – preciso nem dizer que meu rosto estava num vermelhão, né?

– O Josh me convidou, espero que não seja incomodo.

– Claro que não, será um prazer. – ela sorriu. – e quanto a você meu filho, cadê o meu beijo? – disse ela virando o rosto.

– Mãe na frente da Isa não. – disse Josh tímido. – ele deu um beijo carinhoso na mãe e seguimos para sala.

– Olá meu filho. – disse o Sr. Willian.

– Oi pai. – eles se abraçaram.

– Ola minha bela dama. – ele me olhou e beijou minha mão.

– Cavalheiro. – brinquei.

– A qualquer custo. – ele sorriu.

Josh e eu nos sentamos na sala enquanto os pais dele buscavam as malas e davam recomendações aos funcionários. Caminhei até a lareira e olhei algumas fotos, umas do casamento dos pais dele, outra do Josh quando era bebe, mas fixei em uma foto de Josh quando tinha uns 8 anos, ele estava em cima de uma casinha na arvore, seus olhos brilhavam tanto.

– Porque tanta admiração por uma foto? – disse Josh ao meu ouvido.

–Você parecia estar tão feliz. – disse ainda olhando para o retrato.

– Foi meu primeiro presente da lista dos meus sonhos.

– Lista dos sonhos? – me virei e o encarei.

– Eu tinha, ou tenho não me lembro ao certo onde esta, uma lista de sonhos.

– E já realizou muitos?

– Vários, inclusive estou realizando outro. – disse sorrindo meio tímido. – Elizabeth e Wiillian apareceram na escada com as malas.

Josh e eu fomos no carro dele e seus pais no deles. Durante a viagem que diga-se de passagem foi longa, rimos, cantamos, e contamos histórias de quando éramos criança. Depois de quase quatro horas dentro do carro finalmente chegamos. O lugar era incrivelmente perfeito, uma fazenda em meio á natureza, entramos em uma porteira bem grande e seguimos na estrada de chão, no fundo vimos uma casa amarela tão graciosa e aconchegante. Josh buzinou e estacionou o carro em frente. De dentro da casa saiu uma senhora e um senhor, eles acessaram e sorriram.

– Vovó. – disse Josh saindo do carro. – Dona Amélia sorriu e veio ao encontro dele. Eles se abraçaram e pude ver que Josh a amava muito. O seu George veio ao encontro de Josh e o abraçou também. Ela cumprimentou a todos e chegou na minha vez ela me olhou com olhos de ternura e sorriu.

– Ela é a garota que você me falou minha filha? – disse olhando para a mãe do Josh.

– É sim mamãe, um encanto de menina. – falou Elizabeth . - corei levemente.

– Prazer, Isabella. – disse a abraçando.

– Prazer querida, sinta-se a vontade. – ela sorriu.

– Tão bela quanto Eliza nos disse. – seu George me abraçou. – Sorte sua meu neto.

– Pelo menos por uma vez né vovô. – Josh sorriu e me olhou.

Entramos na residência e era ainda mais aconchegante ainda, Dona Amélia nos mostrou nossos quartos e disse que eu e Josh ficaríamos no mesmo quarto, pois não tinha tantos quartos em sua casa. Ela me mostrou o quarto que antes era do Josh e disse que lá tinha uma cama de solteiro, mas que também havia um sofá cama bem aconchegante. Abri a porta do quarto e vi que dentro dele tinha uma cama de solteiro simples no centro, uma escrivaninha no lado esquerdo e no lado direito perto da janela enorme que tinha vista para o campo um sofá cama xadrez. Coloquei a mala de lado e me aproximei da janela, olhei para o horizonte e vi a bela vista. Deveria ser incrível acordar todos os dias e poder olhar para isso. – pensei comigo mesma.

– Deslumbrada com a vista loira? Vejo que já descobriu meu esconderijo. – disse Josh ao se aproximar de mim.

– Sua avó me levou até aqui, não tenho culpa. – disse erguendo as mãos.

– Ela me disse que te deixou aqui, felizmente vamos ter que dividir o quarto. – disse ele sorrindo maliciosamente.

– Você na cama e eu no sofá. – disse seria.

– Depois sou eu quem penso besteiras. – disse ele colocando a mala em cima da cama.

– Então era aqui que você se escondia? – disse parando na frente da escrivaninha e vendo alguns livros e papeis que estavam sobre ela.

– Sim, bem vinda ao meu humilde lar. – disse num tom irônico.

– Crianças o almoço esta servido. – disse dona Amélia gritando da escada.

– Já vamos vovó. – gritou Josh. – me olhei no espelho e ajeitei o cabelo e descemos.

Durante o almoço conversamos muito, o Sr Willian nos contou várias histórias engraçadas sobre sua infância, o clima estava tão ótimo, me sentia tão em casa perto deles. Fora que a comida da Dona Amélia estava uma delicia. Depois do almoço Josh me mostrou um pouco a casa, mas eu estava tão cansada que mal conseguia parar de pé. Subi para me deitar um pouco e Josh ficou conversando com o avó. Não tinha dimensão do quanto eu dormi, só sei que levantei era cerca de 18:00 horas, o sol já estava se pondo e acordei num susto. Levantei correndo e fiz minha higiene, penteei o cabelo e troquei de roupa, coloquei um short jeans, camisa branca e bota cano curto.

Desci as escadas e encontrei ninguém na sala, vi dona Amélia na cozinha e resolvi ir até ela e perguntar onde estavam todos.

– Olá minha filha, descansou bem? – disse ela sorridente.

– Melhor impossível, mas acho que acabei me perdendo no horário.

– Venha tomar café meu amor, fiz um pão que esta uma delicia. – disse ela sorrindo. – me sentei na mesa e tomei o café da tarde / noite mais incrível e não me importei com quantas calorias isso me renderia.

– Dona Amélia, a Sra sabe onde o Josh esta?

– Esta no estábulo meu bem, ele esta com saudades do coragem. Vai la ver ele, você vai gostar. – ela me explicou o lugar e eu fui seguindo até encontrar um lugar onde havia uma luz acesa. Vi Josh de longe acariciando um cavalo, me escondi na porta e fiquei o cuidando. Ele o acariciava e cantava uma música para um cavalo branco, me aproximei um pouco e ele olhou para trás.

– Vem cá, quero te apresentar á alguém. – disse ele pegando minha mão delicadamente. – esse é o coragem, meu cavalo. – Josh colocou minha mão sobre a cabeça do cavalo e disse para mim o acariciar.

– Ele é tão lindo.

– Gostou dela menino? – disse Josh olhando para o cavalo. – Acho que ele gostou de você, o coragem nunca ficou tão quieto perto de alguém desconhecido, na verdade ele só deixa eu e a vovó chegar perto dele.

– Parece que sim. – sorri ao olhar para ele.

– Quer ir dar uma volta comigo?

– Agora?

– Sim, só vou colocar a montaria nele e te levo pra conhecer as montanhas.

– Por mim tudo bem. – Josh colocou a montaria no cavalo e me ajudou a montar nele, logo depois ele subiu e fomos cavalgando para perto das montanhas.

O lugar era simplesmente incrível, ainda mais com um por do sol e flores brotando no campo. Descemos do cavalo e ficamos encostados na cerca, divisa da fazenda Harris com a fazenda Montain, segundo Josh. O contraste do sol com as montanhas era tão perfeito que não queria tirar meus olhos daquela maravilha, só me vi obrigada a fazer isso quando Josh me chamou.

– E o que esta achando? – Josh se aproximou e ficou ao meu lado.

– Incrível não definiria tudo isso. – disse olhando para a paisagem.

– Quando eu era menor vinha aqui e ficava admirando as estrelas. – disse ele. – acredite que daqui elas são bem mais numerosas. – ele sorriu.

– Você deveria aprontar muito aqui. – o olhei.

– A vovó que o diga, mas sempre fui um bom menino.

– Aham sei. – disse desconfiando.

– Duvidando da minha palavra? – ele me olhou me incrédulo.

– Obvio, se você hoje já é um terror imagina quando criança. – ele me olhou e fez que ficou ofendido.

– Retire isso que disse. – Josh se virou e ficou me encarando.

– Não. – disse o provocando.

– Então corre porque agora vou te mostrar quem é o terrível. – sai correndo feito uma criança de 5 anos, Josh me pegou pela cintura e caímos no chão, ele me encheu de cosquinhas enquanto eu me debatia muito.

– Paraaa Josh.. – dizia rindo muito.

– Viu quem mandou provocar! – ele parou e ficou me fitando com aqueles olhos azuis cor do céu.

– Só falei a verdade, admite vai? Você não era uma criança quieta.

– Nem um pouco. – ele sorriu e fiquei admirando aquele sorriso perfeito que só ele poderia dar.

– Porque esta me olhando assim? Tem mato no meu cabelo? – ironizou.

– Já te falaram que o seu sorriso é tão bonito quanto o sol entre as montanhas? – não, eu não tinha falado aquilo, na verdade era mais um pensamento que acabou saindo sem querer. –ele me olhou e sorriu mais uma vez. – minhas bochechas estavam tão vermelhas que ardia a minha pele.

– Ainda não, mas já te falaram que. – ele se aproximou do meu ouvido e sussurrou. – você mexe comigo de uma maneira que nem eu sei explicar. – Josh esfregou seu nariz sobre o meu rosto e foi se aproximando da minha boca. Minha respiração já estava acelerada com tanta proximidade, ainda mais tendo contato com aquela pele macia e perfumada. – eu.. acho que vou te beijar. – disse ele com a voz saindo falhada. – Josh iniciou o beijo com um selinho e aos poucos fomos abrindo nossas bocas. O beijo era tão delicado, mas ao mesmo tempo intenso, pois ele desejava a minha boca tanto quanto eu a dele. Paramos o beijo por alguns segundos e ele sorriu ainda com nossas testas coladas. – e eu sussurrei. – você tem um efeito sobre mim que eu desconheço. – Josh sorriu e distanciou nossos rostos, seus olhos se encontraram com os meus e ele falou perto do meu ouvido. – Repete de novo. – Eu gelei completamente, pois perto dele eu não sabia quem eu era, desconhecia essa Isabella que uma hora era tímida outra era ousada. Meu coração que já estava acelerado batia freneticamente quando ele sussurrou pela segunda vez pela demorada da minha resposta. – Repete de novo pra mim? – disse ele com a voz mais manhosa. – Minha boca estava tremendo de tanto nervosismo, mas mesmo assim criei coragem e repeti perto do seu ouvido. - você tem um efeito sobre mim que eu desconheço. – Josh segurou meu rosto e me beijou carinhosamente. O beijo de carinhoso passou a ser veloz, quando percebemos a gravidade que ambos tinham sobre o outro, paramos. Meu corpo pedia mais por ele, mas sabia que isso não era pra acontecer naquele momento.

– Acho melhor a gente ir pra casa. – disse me levantando e ajeitando a minha blusa, pois estava a mostra um pouco da minha barriga.

– Eu até poderia ficar mais um tempo aqui, mas esta escurecendo. – disse ele meio sem jeito, na verdade estávamos ambos sem jeito.

– Josh Harris? – disse uma voz atrás de Josh, olhei para ver quem era e vi uma loira montada em um cavalo. Quando Josh se virou ele ficou estático, ele não tinha muita reação.

– Soube que vinha pra cá, mas não sabia que estava acompanhado. – disse a bela moça montada no cavalo.

– Olá Agnis.

– Faz tempo que não te vejo, desde que foi para a cidade não apareceu mais.

– Estava muito ocupado.

– Percebe-se. – diz ela me olhando.

– Foi bom te ver, aparece la em casa, mamãe tem saudades de você.

– Já não posso te dizer o mesmo. – ele se virou para mim e disse para irmos embora. Josh estava completamente transtornado, e uma pergunta que não se calava era, porque? No caminho inteiro ele não falou nada, apenas cavalgou o mais rápido possível. Descemos do cavalo e ele disse para mim ir para dentro tomar um banho e avisar para o pessoal que chegamos. Entrei na porta de casa e vi Dona Amélia e outras duas senhoras sentadas na sala conversando.

– Minha filha venha cá, vou te apresentar minhas amigas. – disse Dona Amélia. – Essas são Julie e Carmem, minhas vizinhas e meninas ela é minha futura neta, vai se casar com o Josh. - Uma das senhoras me elogiou e a outra que era mais sofisticada me olhou dos pés a cabeça e disse.

– Seu neto sempre com a mesma mania de querer loiras. – me senti super constrangida.

– Julie não vamos discutir agora, a sua filha que jogou meu neto pela janela, agora que ele esta feliz não venha querer estragar a felicidade dele. – disse dona Amélia.

– Não preciso ficar para ouvir isso, passar bem Amélia. – disse Julie.

– Passar bem Julie. – disse Amélia num tom seco. – minha neta não se preocupe, agora suba e tome um banho, daqui a pouco sirvo a janta.

Subi para o quarto e tomei um banho bem demorado, vesti uma calça de moletom xadrez e uma blusa, me deitei na cama e acabei adormecendo, só acordei quando dona Amélia me chamou para ir jantar.

– Minha filha vamos jantar. – disse ela com uma voz doce.

– Não estou com fome vovó. – disse triste.

– Vi que você ficou tristinha com o comentário da Julie, mas não se preocupe ela não fará mal a vocês. – sorriu.

– A senhora sabe onde o Josh esta?

– Ah minha filha ele brigou com o pai faz algumas horas e sumiu, deve estar no estábulo, mas ele volta não se preocupe. – disse ela falando mansinho. – se sentir fome a noite pode atacar a geladeira, fiz bolo de cenoura. – ela sorriu e saiu do quarto.

Me levantei e fui dar uma olhada nos livros que tinham em cima da escrivaninha do Josh. Vi alguns muito interessantes, outros nem tanto, mas quando abri uma gaveta me deparei com uma foto que estava no fundo da gaveta, a peguei e vi que na foto tinha uma menina, aquela menina do cavalo, na foto Josh e ela estavam sorrindo olhando um para o outro. Foi ai que deduzi que ela era a ex namorada dele, por isso o espanto aquela hora, e fez sentido o que aquela senhora havia falado. Continuei a olhar a gaveta e vi fotos e mais fotos deles dois juntos, vi presentes, cartas e uma aliança de ouro? Meus olhos se encheram de lágrimas e uma delas acabou caindo sobre meu rosto, um medo me invadiu de perde-lo que as lagrimas so foram caindo. Li todas as cartas e declarações de amor que ela tinha feito a ele e uma que ele tinha feito a ela há uns três anos atrás. Mais parecia uma canção, pois tinha algumas notas rabiscadas no papel.

Querida Agnes

Não sei ao certo como aconteceu,

Sentimento tão diferente

Sempre tão inocente...

Era apenas um trecho de uma linda canção que infelizmente era dedicada a outra. Limpei minhas lágrimas e guardei tudo no mesmo lugar, desci as escadas correndo enquanto todos estavam jantando fui para trás da casa e fiquei sentada em um banco chorando. Okay podem me chamar de criança, sentimental, burra, idiota, to nem ai, pois queria ver se fosse você na minha pele tendo que ver cartas, fotos, e declarações da ex do seu namorado, certo que Josh não é meu namorado, na verdade nem sei o que somos, nem sei o que quero, só preciso ficar sozinha e chorar para tentar afastar esse medo de perde-lo.

Depois de quase uma hora sentada naquele banco e ainda mais no escuro, apenas a luz da lua me iluminava, decidi ir dormir. Chegando no quarto as luzes já estavam apagadas, Josh estaria dormindo, girei a maçaneta e acendi a luz do abajur dando dei de cara com ele sentado na cama com as mãos entre as pernas. Josh veio ao meu encontro e me abraçou forte. – me perdoa, por favor? – ele sussurrava em meu ouvido repetidas vezes. Tudo bem. – eu dizia para o acalmar, ele estava chorando muito. – eu to aqui ta bem? – acariciei seus cabelos. Levei ele para cama e deitei sua cabeça em meu colo. Josh chorou um pouco, e a medida que o tempo passava ia se acalmando. Ele limpou as lágrimas e se sentou.

– Eu preciso te contar uma coisa. – disse serio.