Acabei me perdendo em meus pensamentos, e acordei com a aeromoça, me perguntando se eu gostaria de algo, pedi um suco de laranja, e um bolo de chocolate, quando vi isso no cardápio, surtei, afinal era bolo de chocolate, eu estava com fome já, tomei meu suco e comi meu delicioso bolo de chocolate, coloquei meus fones de ouvido e viajei, metaforicamente, em meus pensamentos, eu tinha tantas músicas em meu MP3 que eu tinha que tira uma hora só pra excluir todas as músicas tristes, apoiei minha cabeça no encosto e fechei meus olhos, automático, ao decorrer da música vários pensamentos vieram como em um flash, e eu me vi entrando naquela casa pela primeira vez, tomando o susto com German entrou em seu escritório e me viu, no aniversário de Vilu, quando trocamos olhares, quando ele falava que não gostava de mim pro Ramalho, e eu fazendo cara feia por ter de ouvir, a gente comendo maças carameladas, e o quase beijo quando fui tirar uma sujeirinha do canto de sua boca, quando perdi meu anel, e ele comprou outro, pondo em meu dedo, nossos beijos, não foram muitos, mas o suficiente para que eu o amasse cada vez mais, a cada segundo mais, me lembrei até de seus casamentos que não dera certo, e me perguntei, quando chegará a minha vez? Eu disse que me ergueria, e que seguiria em frente, mas depois de pensar em tudo isso, confesso não cheguei a conclusão melhor de que eu o amo, talvez mais que a mim mesma, isso daria uma boa canção, tudo bem que eu só compus música triste até então, mas daria uma boa música, e se tivesse um toque mais agitado, se encaixaria bem como um música, estamos em um mundo de corações partidos, o meu estava e sei que muita gente também, uma música com uma solução pra tudo isso seria ótima, e daria uma bom percurso em minha carreira, vou trabalhar mais nela, será a última música do CD.
Estava com muitas ideias, e quando ia anotar no caderno para não esquecer o comandante mando apertar os cintos que já iriamos pousar, eu queria que desse tempo de anotar tudo ali mesmo, pois sei que agora voltando para Buenos Aires, German me desconcentraria 100%. Estava na última linha escrevendo quando a moça me pediu por gentileza pra guardar, terminei correndo e quando fui guardar meu caderno caiu no chão bem na hora de pousar e acabou entrando por debaixo das poltronas, tinha muita coisa lá, partituras soltas e eu não queria que ninguém visse, atropelei a aeromoça engatinhando, atrás do meu caderno, procurava debaixo das poltronas e a aeromoça me pedia pra sentar e por o sinto, escutei uma tosse e quando direcionei minha cabeça pra cima vi um lindo homem, de cabelos loiros, olhos verdes claros e um lindo sorriso no rosto com ele na mão.
–Esse caderninho devia se chamar vida, porque meu Deus, ele deve ser muito importante, ao ponto de você sair engatinhando pelo avião que estava pousando. - Fiquei vermelha, até porque devia ter sido hilária minha cena, eu ri e ele também.
–Quase isso - Eu digo e ele me devolve, logo a aeromoça me lança um olhar
–Mil desculpas mesmo - Ela assentiu e saiu, que vergonha.
Ele disse que não pediria meu telefone, porque não queria se mostrar atirado demais, disse que estava mudando e que queria ser menos ''galinha'' e encontrar o verdadeiro amor. Eu particularmente achei fofo ele querer mudar, e por um momento eu não pensei em German, exceto agora. Eu quase insisti pra pegar o telefone dele, mas deixei de lado, peguei minha bagagem e ele a dele e ele não disse adeus apenas disse:
–Até qualquer dia... - Ele me olhou para que eu falasse meu nome
–Angie
–Até qualquer dia Angie.
–Até - Disse e sorri, eu queria pelo menos ter perguntado o nome dele, mas me empolguei demais.
Eu estava me decidindo se ia primeiro a casa de Violetta ou a minha casa, então decidi primeiro ir em casa, porque se fosse logo de cara a mansão Castillo, eles me pediriam pra ficar e o que eu quero e ficar o mais longe possível de German. Peguei um táxi e fui, fui olhando pela janela vendo o lugar onde cresci, não sei se é bom estar de volta, eu gosto da França, e gosto aqui também, e meu maior problema estava aqui, porém as pessoas que amo também, situação difícil a minha. Cheguei em casa e ajeitei minhas coisas, tomei um banho e coloquei um leve vestido, já que estava calor, e então resolvi ir a casa de Violetta, onde inclui o German, eu não sei se estava totalmente preparada para vê-lo, mas se eu pensasse demais acabaria desistindo na hora que eu passasse pela aquela porta. Era perto então fui andando, pelas 3 longas quadras, cheguei lá, e estava meio diferente, como se algo tivesse mudado e então vi que era a cor das paredes, o que me admira já que German não deixa que ninguém faça alterações aqui, e logo pensei na pior Possibilidade. Era óbvio que alguma ''vadia'' fez a cabeça dele, o aperto em meu coração só aumentou ao pensar que German estivesse com outra mulher, afinal quando seria minha vez? Angie você disse que iria seguir em frente, lembrava-me a minha consciência, e então afastei esses pensamentos, pensei apenas em rever todos e deixar German de lado, fazer ele sofrer um pouquinho, ou apenas ignora-lo, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde ele iria vir falar comigo sobre ''nós'', o que deixou de existir no momento em que ele só me fez sofrer e só me ignorou.
Toquei a campainha e eu não acreditava no que via, o sorriso que havia em meu rosto esperando por ser a Olga, ou o Ramalho, ou Violetta, ou até mesmo o próprio German, mas dessa vez ele não estava sozinho, havia alguém ao seu lado, e esse alguém com uma aliança nos dedos, era o fim,o mundo realmente dava voltar, e era cheio de surpresas, eu não acredita, era ela.