Living In The Moment escrita por Sra Manu Schreave


Capítulo 14
Capitulo 14 - Natal


Notas iniciais do capítulo

Ola meus amores,
Tudo bem com vocês? Estou me sentindo um pouco sofrida em pensar que estamos proximos do fim. Agora temos o:
15 - Valentine's Day
16 - A Carta
17 - New York
Epilogo
E os bônus.
Ansiosos? Melancólicos? Eu estou. Mas, também estou super feliz e grata. A Leeh fez um recomendação tãaao linda para LITM. Que me fez chorar. Eu que tenho de agradecer à você por tanto carinho, alias, a todos vocês. Obrigada. Lety, este capitulo é dedicado à você. Bem, ainda não pude responder os comentários e no momento estou totalmente focada na maratona de postagem do dia 12. Alias, já estão sabendo dela? Teremos mais um capitulo de LITM na sexta agora, okay? Espero que gostem!
Beijos,
Manu Schreave



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— Vamos, Kat, desse jeito vamos chegar lá para o Ano Novo. — chamo-a pela milésima vez.

No dia seguinte após voltarmos para Chicago, fui à empresa, e observei que está tudo correto, Glimmer manteve tudo organizado enquanto estive fora. Recados anotados, mesa arrumada, papeis para assinar no lugar certo e ainda evitou que Delly fizesse um barraco desnecessário por lá. Aliás, eu tenho de dar um aumento para ela, não sei a baderna que tudo teria virado sem Glimmer. Após ir à empresa, fui atrás dos meus pais, sabia que não poderia ficar de mal deles por muito mais tempo.

Minha mãe fez toda uma cena sobre ter ficado devastada e super preocupada comigo, e eu até me senti um pouco mal de não ter acreditado totalmente, mas o que eu poderia fazer além de perdoa-los? Eu os perdoei, simples assim, disse que não tenho nada a ver com isto, se eles acham que devem manter essa tal relação para a sociedade achar que são perfeitos, que mantenham, eu não me importo mais. Após conversarmos um pouco, eles imploraram para eu passar o natal com eles e eu o aceitei, avisando que levaria companhia. Eu tinha um plano, mudar as lembranças de Kat sobre o natal, faze-la perceber, que apesar de ter acontecido coisas horríveis no passado, o Natal pode ser um momento bom, divertido e cheio de amor. É hora de fazer novas lembranças, estas felizes.

A parte mais difícil de todo este plano, foi convencer Katniss de participar do ‘Natal em família’, os planos dela consistiam em comprar comida enlatada e passar a noite assistindo ‘House’. E apesar de ‘House’ ser a melhor serie que já inventaram, Natal é época de boas lembranças, de estar cercado de bons sentimentos. No fim, venci-a pelo cansaço.

Agora, estou aqui esperando por ela a mais de meia hora. Provavelmente, ela está querendo causar uma boa primeira impressão. Será que ela não sabe, que não importa como se vista, o que diga ou faça, sempre causará uma boa impressão? Basta apenas ela abrir aquele sorriso capaz de acender Las Vegas, e capaz de acender meu coração, que nada mais importa.

— Como estou? — questiona após, finalmente, sair do quarto. Ela está usando um vestido preto um pouco justo até a cintura e largo até as coxas, uma sandália de salto alto com alguns spikes e um zíper lateral, e uma jaqueta de couro. Cabelos livres e brilhantes, maquiagem básica.

— Você está linda. — garanto.

—Pensei que iria discordar, afinal, é Natal, esta não uma roupa muito ‘natalesca’.

— Primeiro, eu saí no lucro, afinal, nunca havia te visto de vestido. — comento e ela cora levemente. — Segundo, existe essa palavra ‘natalesca’? — questiono brincalhão, sem conseguir me conter.

— Ah, para, avestruz. Aliás, não era você que estava gritando algo sobre estarmos atrasados? — provoca com um sorriso brincando sob os lábios. Arregalo os olhos constatando nosso atraso.

— Você está certa. Vamos, vamos. — chamo-a e ela apenas revira os olhos murmurando algo sobre sempre estar certa.

Descemos para o estacionamento, tiro o carro da garagem e seguimos para casa de meus pais. As ruas estão lindas, muito bem enfeitadas, com sinos, laços e muitas luzes, posso notar desde gigantes árvores de natal até grandes renas e papais noéis em seus trenós. Katniss está com a cabeça inclinada na janela observando tudo. Sei que estou obrigando-a a comemorar o natal e não me importo, sei que isso é o melhor.

— Será que eles vão gostar de mim? — questionou tão baixo que quase não escutei.

— Você está brincando, certo? Claro que vão gostar de você, qualquer um gosta de você, você é Katniss Everdeen, a garota mais incrível do mundo. — respondi sutil e talvez um pouco bajulador, mas completamente sincero, fazendo-a sorrir.

Logo chegamos à casa de meus pais que está completamente decorada. Pisca-piscas brilhando, um boneco de neve na porta de casa e outros enfeites. Aparentemente, meus pais não perderam o costume de tentar competir com os vizinhos a melhor decoração, mas não adianta eles dizerem estar competindo se colocam os empregados para decorar a casa. Estaciono o carro, saio e dou a volta rapidamente, apenas para abrir a porta de Katniss.

— Você sabe, não precisa tentar ser romântico comigo. — ela murmura após sair do carro.

Não sei se me sinto bem ou mal com isso. É um sinal de que já a conquistei, ou de que não adianta tentar? Segundo Finnick, eu devo dar a ela o tempo que necessitar, mas não sei se devo escuta-lo, ele praticamente nasceu namorando Annie, não é como se ele tivesse lutado para conquista-la.

Bato na porta de casa. Depois de certas experiências incomodas, percebi que não importa possuir ou não a chave de determinado local, bater na porta evita imagens desnecessárias e indesejadas.

— Peeta, querido. — minha mãe exclama após abrir a porta. Seus cabelos loiros estão com elegantes cachos nas pontas, perfeitamente feitos com Babyliss, usa um vestido cor champanhe bordado e um sapato de salto da mesma cor. — Você está lindo, querido. — ela olha para Katniss dos pés à cabeça, ao típico e hipócrita modo de Sophia Mellark. Antes que ela possa dizer algo, meu pai aparece com um sorriso enorme no rosto.

— Filho, fico feliz que você tenha vindo, realmente. — ele sorriu de modo carinhoso. Olhou para Katniss, não como minha mãe olhou, mas de modo amigo. — E você é a...

— Katniss Everdeen, senhor. — ela respondeu simplesmente.

— Por favor, não me chame de senhor, me faz sentir velho e ambos de nós sabemos que não sou. — sorriu doce. — Me chame apenas de Ryan.

Não sei como nunca parei para observar a diferença entre meu pai e minha mãe. Trair não é algo digno e nunca será, mas conviver com minha mãe certamente não é fácil, ela é tão hipócrita, sempre foi, ela apenas se dava bem com Delly porque eram semelhantes. Duas dondocas metidas.

— Estávamos apenas esperando por vocês para jantarmos. — meu pai comenta enquanto jantamos, mas logo se vira para Kat. — Então, Katniss, fale mais sobre você, onde você e o meu filho se conheceram? — questiona dando um sorriso malicioso, até.

— Eu moro no mesmo prédio que ele, sen... Quer dizer, Ryan. — ela se confunde um pouco, fazendo-nos rir.

— Fale sobre você, estou realmente interessado.

— Hum... Tenho 23 anos, minha cor favorita é laranja pôr-do-sol, sou formada em psicologia, natural de Kentucky, amo viajar. E, não sei mais o que falar de mim.

— Interessante, e o que lhe traz a Chicago? — minha mãe questiona.

— Paixão. — respondeu simplesmente. Meu pai abriu um sorriso gigante e minha mãe fechou a cara, certamente, entenderam errado, pois paixão por mim não é.

Terminamos de jantar e comer a sobremesa, vamos para a sala. Apesar de termos uma arvore de natal, não somos de trocar presentes, nunca fomos. Eu sempre nos via como uma família incrível, mas no fim, sempre fomos três estranhos que compartilham o mesmo sangue.

— Acho que é a hora dos discursos. — comento sentado no sofá ao lado de Kat.

— Para que discurso, Peeta? Nós não somos de fazer isso. — minha mãe retrucou.

— Deixe o garoto, Sophia, um discurso seria bom. — meu pai discorda e eu me levanto sorrindo, apesar de tudo.

— Esse foi um ano e tanto, sequer sei o que dizer. Acredito que no Natal passado eu era um cara totalmente diferente, eu estava me enganando, estava sendo exatamente o contrário do gostaria de ser, e mesmo tendo tudo jogado em minha frente, me desviava da verdade. Eu passei muito tempo sendo quem não gostaria de ser, muito tempo pensando errado sobre a liberdade. Às vezes, acreditava que a liberdade é uma coisa complexa, mas ela é simples. Nós somos livres ao nos sentirmos felizes, somos livres ao sentir um raio de sol sob nós, somos livres ao andar de carro com o vento batendo em nossa face, ao cantarmos nossas músicas favoritas com a alma. É fácil ser livre, afinal, mesmo que nossos corpos sejam presos, nossa alma sempre será livre. — suspiro em meio as palavras. Fico em dúvida, olho para Kat, não olho para Kat. É difícil dizer coisas sentimentais a respeito de alguém, quando não se sabe se ela corresponde. — Eu não sabia disto até te conhecer, Katniss, foi de uma forma totalmente confusa, mas essa foi a melhor viagem da minha vida. Obrigado por tudo. Acredito que poderiam passar-se mil anos e eu nunca teria entendido tudo o que apenas você pôde me ensinar. Obrigado por ter aparecido naquele dia, por não ter me chutado para longe, por ter me escutado, por ter me feito divertir. Obrigado por ter feito deste ano um pouco mais brilhante. Espero que guardemos boas lembranças dele. Feliz Natal! - quando termino meu pai está com um sorriso radiante, minha mãe forçando uma falsa indiferença e Katniss levemente corada.

Sem conseguir me conter, puxo-a para cima, coloco minha mão delicadamente em sua nuca, trazendo-a para mais perto de mim, olho em seus olhos, azul no cinza. Ela está levemente sem jeito. Aproximo-a mais um pouco, e nossas bocas chegam a se colar e um beijo é começado com um longo selinho, passa a se tornar mais profundo. Sua língua entrelaçada a minha, sua boca com um leve sabor de vinho tinto. Posso sentir meu coração batendo loucamente em meu peito, mas estou quase me acostumando a isso, afinal, é assim que ele fica quando ela está por perto. Em meio ao beijo, posso sentir seu sorriso, aos poucos o ar vai se fazendo necessário, nossas línguas se desentrelaçando, logo o beijo é terminado com um suave selinho.

— Seus pais. — ela murmura de repente, envergonhada, o que me faz sorrir.

— Aparentemente são um pouco mais que amigos, não? — meu pai brinca, deixando Kat ainda mais corada.

— Pai! — intervenho, apesar de gostar de vê-la constrangida. Ele ergue as mãos em falso rendimento. Minha mãe se levanta levemente do sofá, aparentemente cansada da falsa indiferença. Olha-nos.

— Então foi você. — fixa o olhar em Katniss, que faz uma cara de "Eu, o que?". — Sumiu com o meu garoto, fez ele terminar com uma garota incrível, levou ele nessa viagem idiota, sem informar ninguém, e ainda se acha no direito de entrar na minha casa. Meu filho acha você incrível porque está hipnotizado, meu marido porque é tolo, mas eu posso ver o quão ridícula é. Oh, uma viagenzinha idiota.

— Mã... — começo a tentar retruca-la, sem acreditar que ela realmente disse o que ouvi, mas sou interrompido.

— Me desculpe, senhora Mellark, eu realmente agi terrivelmente, deveria ter deixado seu filho sofrer de cirrose. Beber sempre foi melhor que viajar, certo? Perdoe-me por invadir sua casa, e na realidade, tola sou eu de vir aqui. É difícil sobreviver à uma visita a um ninho de cobra. — Katniss retruca em tom firme e irritado antes de sair da sala com passos firmes seguindo para fora da casa.

— Se a senhora quer fazer o que for de sua vida, faça, mãe, beije quem quiser, aja como quiser, apenas não se intrometa na minha vida, tudo bem? É divertido ver seu filho feliz e atrapalhar? Parece que sim. O que Katniss fez de mal a senhora? A mim nada. Acredito que sou grande o bastante para decidir o que quero. E eu quero Katniss comigo. —desabafo irritado, chateado e cansado. — Feliz Natal, pai! — me despeço.

Enquanto sigo na mesma direção de Katniss, querendo encontra-la, ainda consigo ouvir meu pai conversar minha mãe, não parece ser uma conversa nada amigável, e pela primeira vez, eu não me importo. Quando chego do lado de fora da casa, Kat está sentada sob o capô do carro, olhando de forma melancólica e pensativa para o céu.

— Hey. — chamo-a e ela me olha atentamente. — Vamos fazer memorias de natal em outro local, aqui não está tão legal.

Entramos no carro de forma silenciosa e um pouco sem jeito, ligo-o e seguimos nosso caminho.

— Ignore o que ela disse. É tudo tolice, e você sabe disto. Se quiser focar em algo que teve por aqui, foque em meu discurso. — digo suavemente chamando sua atenção.

— Foi um bom discurso, um tanto inspirador, talvez, mas eu resolvi me atentar aos cookies, estavam realmente muito bons.

— Você é tão sem graça, faço um discurso lindo e você pensa na comida. Que absurdo! — exclamo brincando. — Já sei o que precisamos para melhorar o momento. Uma música.

— Por favor, nada natalino, por favor. — implora.

— Tudo bem, já sei o que ouvir. — ligo o som do carro e Smile do Mikky Ekko começa a soar.

Sorria, o pior ainda está para vir

Teremos sorte se alguma vez ver o sol

Ter para onde ir, nós podemos ficar aqui por um tempo

Mas o futuro está perdoando então sorria!

Estamos tentando tanto acertar tudo

Mas apenas sentimos solitários no fim da noite

Bem, eu quero estar em algum lugar

Longe daqui

Em algum lugar um pouco mais perto da graça

Então sorria, o pior ainda está por vir

Seremos sortudos se algum dia virmos o sol

Ter para onde ir, nós podemos ficar aqui por um tempo

Mas o futuro nos perdoa, então sorria!

Sorria!

Bem, me chame de perdedor

Me chame de ladrão

Diga que sou especial quando cuspir em mim

Pois não quero ficar sozinho

Eu quero ser amado

E quero que você me abrace como se eu fosse único

Ah, o sorria, o pior ainda está para vir

Teremos sorte se alguma vez ver o sol

Ter para onde ir, nós podemos ficar aqui por um tempo

Mas o futuro está perdoando então sorria!

Sorria!

Sim, então sorria!

— Você canta realmente mal. – ela critica no meio. — Essa música é realmente boa, mas com uma dupla como você, posso desistir. Não vou conseguir Grammy, posição na Billboard e muito menos uma boa lembrança.

— Nem vem, não adianta tentar me culpar, ainda temos memorias de natal para fazer, pode me criticar o resto do ano, eu não vou desistir.

– E como pretende fazer as supostas ‘memorias de natal’? - questiona tentando manter-se seria, mas um rastro de sorriso está em seu rosto.

Pego meu celular, que está conectado via bluetooth ao som do carro e telefono para Finnick.

— Fala oxigenado. — exclama ao atender.

— Odair, o que vocês estão aprontando, sei que seus pais foram viajar, então qual é a programação do dia? — questiono.

— Eu e Annie estamos aqui de boa esperando pelo desfile de Natal, estávamos sem programação, resolvemos improvisar.

— O desfile tá legal?

— Nem começou ainda, mas quem se importa? Vai passar um gordão vestido de Papai Noel por aqui, vão haver fogos, e as crianças acreditam em tudo que você disser. Esse lugar é ótimo. — ele retruca, e posso escutar Annie xingando-o ao fundo.

— Onde vocês estão?

— Na avenida Michigan, na frente do Nordstrom.

— Chegamos aí em dez minutos. — anuncio e desligo a ligação. — Já temos uma programação, ponto para mim. — informo Kat.

— Não chamaria de programação, mas tudo bem, isso está engraçado. Vamos lá!

Dirijo por mais um tempo, cantarolamos mais um pouco e rimos muito. Momentos simples, momentos felizes.

Estaciono o carro na avenida, descemos e vamos na direção em que Finnick diz estar. Há muitas pessoas em todos os lugares, casais, famílias, amigos. O desfile está para começar. Logo conseguimos avistar o Odair e a Cresta, seguimos até eles e nos posicionamos no pouco espaço ao lado. Trocamos alguns abraços, risadas, mas logo o desfile se inicia. No meio disso tudo, há uma arvore de natal enorme, um Papai Noel, crianças admiradas, sorrisos conquistados simplesmente e uma liberdade incalculável e não valorizada.

— Devo confessar, é uma memória legal de Natal. — Katniss sussurra no meu ouvido.

Puxo-a contra mim, suas costas encostadas em meu tórax, abraçados de forma leve, sua cabeça em meu peito e um sorriso simples no nosso rosto.

— Eu sei. — respondo apenas, porque eu realmente sei. Esse é o melhor natal que eu poderia querer, com meus amigos ao meu lado, Kat junto a mim. Isso é perfeito, eu apenas sei o quanto é.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Doce? Boas Lembranças? Espero a opinião de vocês, sim? Comentem vossas opiniões. Se acharem que a fanfic merece, favoritem ou recomendem.
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Beijos,
Manu Schreave