Capítulo 1. Infância.

- Agosto de 1997.

Edward PDV.

- Edward Anthony Masen Cullen, onde você está? – Minha mãe estava gritando e eu escondido no sótão de casa. Não queria me mudar de Nova Iorque. Amava minha cidade. Tinha meus amigos. Minha escola. Minha professora de piano. Toda minha vida estava aqui. A voz dela ficava cada vez mais próxima.

- Vamos querido, apareça... – ela estava abrindo a porta do sótão. Quando me viu, veio me abraçar – Meu amor, não fica triste, você vai amar Forks. Lá é muito bonito, e você vai fazer muitos outros amigos.

- Eu não quero ir... – disse em meio a lágrimas – Eu não vou gostar de lá, me deixa ficar!

- Vamos fazer um acordo? – Disse secando minhas lágrimas.

- Que tipo de acordo?

- Ficamos seis meses lá, e se ninguém conseguir se adaptar eu prometo que nós voltamos para cá. O que você acha?

Pensei por um minuto, não ia adiantar nada não aceitar o acordo, tinha certeza que nos iríamos de qualquer jeito. Mas ela havia prometido, então...

- Tudo bem, mas se eu não gostar a gente volta né?

- Sim meu amor, mas você também tem que prometer que vai fazer um esforçinho... Acordo fechado?

- Acordo fechado.

 Ela me abraçou bem forte com aquele seu jeitinho carinhoso típico de situações em que nos sentíamos infelizes ou irritados com alguma coisa.

- Eu te amo.

- Também te amo querido, agora vamos que seu pai já está esperando por nós no carro.

Descemos as escadas do sótão em direção a porta. Dei uma ultima olhada para a sala de música onde por trás da porta de vidro via- se o piano que tantos momentos bons havia me trazido junto com a senhora Ruby.  Que mulher!  Pacientemente me ensinara os primeiros acordes e principalmente amar a música. Uma forte emoção tomou conta de mim e senti um frio no estômago e uma imensa vontade de chorar. Mas conti as lágrimas para não deixar meus pais chateados.

Chegamos ao carro (tempo que pareceu interminável) e meu irmão Emmett estava todo animado.

- Vamos Eddie, larga de ser chato, a gente vai se divertir muito lá em Forks. Lá é legal não é pai?

Meu pai deu um largo sorriso para mim e depois para Emmett.

-Lógico que lá é legal, vocês vão gostar tanto que nem vão mais se lembrar de Nova Iorque. Vocês vão ver!

- Sem contar que vocês vão conhecer os filhos de nossos amigos, vocês vão se divertir muito! – Acrescentou minha mãe.

E com essas promessas e muitas outras fomos para o aeroporto, e de lá para nossa nova casa na cidadezinha de Forks.

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Enquanto estávamos na estrada, indo para nossa casa nova, pude perceber que Forks era muito nublada e chuvosa, sem contar que tinha muito verde.  Tudo era coberto por uma camada grossa de musgo. Lembrava um cemitério de filme de terror.

- Cadê o sol?

- Querido aqui o tempo é sempre assim, mas vocês logo vão se acostumar, e olha que legal  nós podemos acampar sempre!

Meu irmão que adorava uma aventura logo ficou empolgado.

- Que legal mãe, aí nós podemos encontrar um urso ou um jacaré... Iria ser muuuuito legal!

Meu pai riu da grande imaginação de Emm.

- Filho nós só podemos encontrar jacarés em pântanos, e aqui tem lugares próprios para as pessoas acamparem, longe dos animas selvagens. Seria muito perigoso acampar em qualquer lugar.

- Ah, assim não vai ter graça, eu gosto de ursos. – Meu irmão fez cara de emburrado, fazendo minha mãe e meu pai rir.

- Nós já estamos chegando, nossa casa nova fica logo naquela pequena entrada, vocês vão amar a decoração que eu fiz no quarto de vocês. – Disse minha mãe.

Meu pai entrou com o carro na pequena estrada, e logo a frente havia uma bifurcação. Enquanto ele tomava o caminho da direita foi que eu a vi pela primeira vez. Era uma linda menina de cabelos castanhos avermelhados cheios de flores. Usava um vestido de renda branca  transparente e ao seu lado uma outra menina loira. Nem prestei atenção nela pois quando a morena olhou para mim, meu coração acelerou e me senti enrubescer . Seus olhos eram cor de chocolate e sua pele clara com as bochechas rosadas. A única coisa que me veio à cabeça é que ela  era um anjo. Fiquei tão envergonhado que abaixei a cabeça, escondendo o rubor e o riso de satisfação. O primeiro desde a notícia da mudança.

- Ed querido você está bem?

- Sim... Mãe, acho que vi um anjo!

- Um anjo meu amor?   

- Eu também vi Ed!!! – Disse meu irmão – Era um anjo de cabelos dourados!

- Não Emm era um anjo moreno, eu vi!

- Não era loiro tenho certeza! – Meu irmão bateu o pé.

A discussão ia começar, mas nós paramos ao vermos a casa a nossa frente.  Era muito grande e com um jardim na frente, era um pouco rústica e muito diferente da nossa casa em Nova Iorque.

- Olhem queridos não é linda? E tem muito espaço para vocês brincarem.  Vamos meninos, saiam do carro, quero que vocês vejam seus novos quartos. Ai, Meu Deus, a Renée caprichou não acha querido?

- Vocês duas fizeram um ótimo trabalho meu amor.

Até que a casa não era ruim. Estava um pouco mais confiante, talvez eu gostasse um pouco dessa nova cidade. Mas quem era Renée? Meu irmão fez a pergunta na minha frente.

- Mamãe quem é Renée?

- Uma grande amiga da mamãe querido, e olha que legal, ela é nossa vizinha! – Minha mãe estava muito entusiasmada, ela devia gostar muito desta moça.

- Ei rapazes vocês não querem conhecer o quarto de vocês, pelo que sua mãe falou devem ser muito legais!

Olhei para meu irmão e ele para mim, no segundo seguinte estávamos correndo em direção da casa. Nem prestei atenção aos outros cômodos, só queria conhecer meu novo quarto. Cheguei em frente a uma porta escrita “Edward” em azul, minha cor favorita.

Ao abrir a porta, fiquei sem palavras, era o melhor quarto de todos. As paredes eram azul claro, a cama ficava no centro da parede de frente para a porta e com duas grandes janelas. Em um canto, ficava uma estante de livros enorme e uma escrivaninha com um microscópio e um conjunto de química, havia um tapete bem macio e vários brinquedos.

- Gostou?

Corri para abraçar minha mãe.

- Este é o melhor quarto de todos mamãe, muito obrigado!

 Ela sorriu. Sentindo que ganhara o primeiro round.

- Que bom que você gostou meu querido!

Emmett apareceu todo alegre.

- Nossa mano seu quarto é bem legal, mas o meu é melhor!

- Duvido Emm!

- Vem ver então se não estou falando a verdade!

- Essa eu quero ver!

Minha mãe só dava risada. O quarto de meu irmão era do mesmo tamanho do meu, mas a decoração era diferente, pois apesar de sermos irmãos éramos totalmente diferentes. Tinha vários quadros com pôsteres de times de futebol, vários artigos de esporte como bolas. Eu gostava de esportes, mas me dava melhor com ciências.

- Edward, tenho outra surpresa para você! – Minha mãe colocou as mãos em meu rosto tampando minha visão e começou me a me guiar pela casa. Então paramos e quando ela tirou as mãos de meus olhos não pude acreditar no que via. Diante de meus olhos havia um lindo piano de cauda todo preto.  Ela havia ganhado o jogo.

- Não acredito mamãe!!!! – Fui correndo me sentar pra tocar nas teclas brancas.

- Que tal? Gostou?

- Está brincando?? Eu amei!! A melhor surpresa de todas!! – Ficamos um tempinho lá com Emm, com eles me ouvindo tocar.

- Vamos meninos, vocês têm que arrumar suas coisas ainda, e eu vou arrumar o jantar, amanha será um grande dia.

- Porque mãe?

- Amanhã nós iremos fazer uma visita para a amiga da mamãe, lembra que eu falei dela?

- Sim, a senhora Renée.

- Isso mesmo, e vocês vão conhecer os filhos dela, eles são adoráveis!

Olhei para Emmett e este apenas revirou os olhos, às vezes minha mãe era um pouco empolgada.

- Querida, quando irão chegar nossas outras coisas? – Meu pai apareceu.

- Acho que amanha, mas não precisa se preocupar as coisas de seu escritório foram muito bem empacotadas e praticamente ameacei os carregadores para que eles tomassem cuidado. – Ela disse em tom de brincadeira fazendo meu pai rir.

- Por isso que eu te amo! – Disse dando um beijo nela.

Eu e Emm fizemos caretas.

- Que nojo! – Dissemos juntos. Os dois apenas riram.

- Vamos rapazes, eu ajudo vocês com as malas.

- E eu vou preparar algo para comermos! Desejam algo  especial, amores da minha vida?

- Eu quero macarrão! – Eu era louco por comida italiana, minha avó materna era italiana.

- Todo mundo topa uma macarronada?

Todos concordaram.

- Vou tentar fazer igual a da vovó, mas não prometo! – Disse ela rindo.

Depois do jantar, minha mãe foi me colocar para dormir.

- A macarronada estava muito boa.

- Sei que não estava igual a da vovó, mas eu agradeço o elogio.

- Sabe mãe talvez eu goste um pouco daqui.

- Fico feliz com isso... – Deu um beijo na minha testa e ajeitou meu edredom. – Durma bem filhote, até amanha. Quando ela apagou a luz, logo cai na inconsciência e se bem me lembro sonhei com um anjo.

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No dia seguinte, meu pai me acordou. Logo desci para tomar café. Meus pais estavam bem animados para reverem seus antigos amigos de faculdade.

- Querido estou tão animada, faz tanto tempo que nós não vemos o Charlie e a Renée. Ela já me ligou hoje mais cedo nos convidando para almoçar, a irmã dela está passando as férias escolares dos filhos aqui em Forks. Lembra dela? A Lia!

- Claro que sim. Ela era irmã adotiva da Renée se não me engano.

- Isso mesmo, ela casou com um rapaz inglês e tiveram dois filhos. E eles estão aqui.

- Fica calma Esme, meu amor, daqui a pouco nós vamos até lá.

Depois de algum tempo estávamos indo para a casa da tão falada senhora Renée. Fomos a pé mesmo, pois nossas casas eram muito próximas, e devido à grande amizade entre elas, minha mãe estava cogitando a idéia de colocar um portão entres as cercas vivas. Ela ia falando sobre isso com meu pai. Foi quando eu vi a linda garota, o anjo que eu havia visto no dia anterior.

Ela corria atrás de uma garota um pouco baixinha, com cabelos pretos acima do ombro com uma fitinha rosa e olhos azuis. Ela parecia uma fadinha. O pequeno gritava o nome da fadinha.

- Alice eu te pego, vem cá! – Atrás dela vinha uma garotinha loira e um garoto loiro, os dois pareciam gêmeos. E rindo de tudo havia um garoto grande como meu irmão, com cabelos pretos como a fadinha.

Foi quando apareceu uma mulher, ela tinha a mesma altura de minha mãe, cabelos da mesma cor dos da menina anjo, olhos azuis e bondosos.

- Meninas parem de correr! Bella porque você está correndo atrás de sua irmã? – Então o nome do anjo era Bella? Achei muito apropriado.

- Mamãe ela puxou meu cabelo! – O anjo choramingou.

- Não fui eu Bellinha, já disse! – Choramingou também a fadinha.

Nisso a mulher olhou para o garoto que chorava de tanto rir. Quando percebeu o olhar da moça  parou de rir na hora.

- Jacob Swan, venha até aqui agora!

O garoto estremeceu e um pouco hesitante foi até sua mãe.

- Jake será que você poderia me explicar o que aconteceu?

Foi então que a menina loira falou.

- Foi ele titia, eu vi e colocou a culpa na Lice!

O menino chamado Jacob fez cara feia para a menina que havia lhe entregado. Ela apenas lhe mostrou a língua.

O menino loiro estava consolando a fadinha chamada Alice.

Foi então que minha mãe falou.

- Ora Renée , são coisas de criança!

Então a mulher chamada Renée olhou para onde nós estávamos com um sorriso enorme. Minha mãe parecia igualmente feliz.

- Esme Anne Masen Cullen, porque você demorou tanto para vir? – Disse indo abraçar minha mãe. – Minha querida amiga quantas saudades eu senti de todos vocês!

- Eu também minha amiga, eu também!

- Meu Deus, Carlisle!!! Quanto tempo!

- Como vai Renée, realmente faz bastante tempo mesmo. A última vez que nós vimos Edward tinha apenas um ano de idade.

- Verdade, e minha nossa, como eles estão grandes! – Renée disse se virando para mim e meu irmão.

- Diga olá meninos, está é a grande amiga da mamãe e do papai.

- Olá Senhora Renée. – Dissemos eu e meu irmão juntos. Ela riu.

- Olá Emmett... – Disse dando um abraço em Emm. – Olá Edward... – Disse vindo dar um abraço em mim, retribui um pouco sem jeito. – Me chamem de tia Renée, por favor! – Nós apenas assentimos.

Nisso apareceram mais três pessoas, um moço com cabelos pretos cacheados e olhos castanhos iguais ao do anjo Bella; uma linda mulher de cabelos compridos e loiros com olhos verdes de mãos dadas com outro moço igualmente loiro de cabelos também cacheados, porém de olhos azuis.

- Ora vejam quem está aqui, Esme e Carlisle. Até que enfim vocês apareceram! – Disse o homem moreno risonho.

- Charlie meu velho amigo! – Disse meu pai de encontro ao homem chamado Charlie, lhe dando um abraço. – Há quanto tempo!

- Verdade meu amigo, muito tempo, mas agora teremos tempo para colocar a conversa em dia. Meu Deus, estes são seus garotos? – Disse olhando surpreso para mim e meu irmão.

- Sim. Emmett e Edward.

Charlie foi até meu irmão.

- Como vai Emmett, você está enorme meu rapaz... – Emm lhe deu um enorme sorriso, ele gostava de ser chamado de grande.

- Olá senhor.

- E este deve ser o Edward... – Confirmei com a cabeça. – Você também cresceu bastante meu rapaz!

- Olá senhor.

- Me chamem de tio Charlie. – Ele parecia ser muito legal. Logo foi cumprimentar minha mãe com um abraça bem apertado.

- Esme, sempre deslumbrante! – Disse dando uma gargalhada, pois minha mãe ficou vermelha de vergonha.

- Pare com isso Charlie!

- Venha Esme, você se lembra de minha irmã Lia, e este é seu marido Henry.

Minha mãe e meu pai foram abraçados pelo casal, logo em seguida eu e meu irmão também, todos eram muito simpáticos.

- Venham quero que vocês vejam as crianças, a minha caçula vocês ainda não conhecem! – Renée foi em direção das outras crianças. – Este aqui é o Jacob... – Disse apontando para o menino mais alto, com cabelos pretos um pouco compridos caindo sobre seus olhos também pretos . Meu pai deu um aperto de mão, eu e Emm demos apenas um aceno de cabeça. – Esta é a do meio Mary Alice... – Disse apontando para a fadinha que, toda animada. veio saltitando até minha mãe e meu pai os abraçando.

- Olá tia Esme, olá tio Carlisle, é um prazer enorme conhecê-los. Todos os adultos deram risada. A menina Bella, revirou os olhos, ela ficava muito bonitinha fazendo isso.

- Alice querida você está muito bonita, a última vez que a vi você tinha apenas um aninho! – Minha mãe disse afagando a cabelo de Alice.

- Obrigada tia! – Veio em nossa direção para dar um abraço em mim e Emmett.

- Olá Edward, olá Emmett, muito legal conhecer vocês dois!

Apenas dissemos um oi meio tímido.

- E esta... – Continuou Renée. – É minha Isabella Marie... – Bella nesta hora se escondeu atrás da mãe com vergonha. – Venha querida, Diga olá para a tia Esme e o Tio Carlisle.

Bella  sussurrou um olá. Minha mãe se abaixou para ficar na mesma altura dela.

- Olá Isabella, é um enorme prazer conhecê- la, você é uma menininha muito bonita e adorável.

Isabella deu um pequeno sorriso.

- Obrigada tia Esme.

- Esme estes são Rosalie Lillian e Jasper, meus sobrinhos. – Disse apontando para o casal de loiros. A menina chamada Rosalie deu olá para nós e seu irmão apenas acenou com a cabeça.

- Muito lindos seus filhos Lia. – Disse meu pai, com minha mãe em concordância.

- Obrigada Carlisle, o seus também são adoráveis. – Disse Lia olhando para mim e meu irmão com um sorriso.

- Crianças porque vocês não vão brincar enquanto nós terminamos de preparar as coisas para o almoço, querido mostre a casa para Carlisle, e você Esme venha, nós temos muito o que conversar.  Então meus pais e o resto dos adultos entraram na enorme casa dos Swan.

Então um silêncio se apoderou do lugar. Segundos que pareceram uma eternidade na minha cabeça. Apenas olhava para Bella e gravava em minha mente cada detalhe de seu semblante. Percebi um breve olhar da parte dela para mim, mas logo o encanto do silêncio foi quebrado por uma Alice toda saltitante.

- Quantos anos vocês têm?

- Eu tenho doze e meu irmão Edward nove. E vocês?

- Eu e o Jazz temos nove também, minha prima Rose tem onze, meu irmão Jake tem doze e minha irmã Bellinha vai fazer sete, mês que vem. Vocês querem brincar de esconde- esconde?

- Vamos nessa! – Disse meu irmão. – Eu procuro! Um, dois, três,...

Nisso todos saíram correndo, eu não sabia muito bem para onde ir, então achei uma pequena estufa, e quando entrei fiquei surpreso, pois na minha frente encontrava- se Isabella.

- Olá. – Disse olhando para o chão.

- Olá.  – Você quer ajuda para se esconder?

Olhei para ela, hoje ela estava com os cabelos presos em uma trança e usava um macacão lilás com All Star branco. Ela realmente era muito bonita.

- Quero sim. – Respondi.

- Vem comigo. – Ela pegou em minha mão e começou a correr, para trás da estufa, onde havia detrás de um arbusto uma portinhola fixada no chão. Parecia um abrigo contra furacões, mas me surpreendi ao entrar. O lugar era iluminado e havia muitas coisas, como bonecas, roupas antigas e colares. Algumas plumas além de livros coloridos. Não pude ver direito os detalhes pois  Isabella me empurrou para o fundo da sala e saímos por outra porta que dava num corredor comprido iluminado por luzes de emergência que nos levou até  uma enorme sala com várias roupas de banho e toalhas.De lá avistávamos a piscina. Bella chutou a porta atrás de nós que, fechada, parecia mais a porta de um armário comum. Então ela me conduziu para dentro do armário das pias. A princípio parecia um lugar pequeno, mas as aparências enganam,  pois eles eram espaçosos e cheios de toalhas macias (muito confortável). Depois de nos ajeitarmos ela me disse:

- Aqui ninguém vai nos achar!

- Você é cheia de truques, heim, Isabella!

- Pode me chamar apenas de Bella, eu prefiro!

- Tudo bem, Bella.

- Bem melhor! É que eu conheço a casa muito bem, principalmente esta parte. Adoro a piscina. Eu sempre enganos os garotos, quando se fala em esconderijo.

Nós nos olhamos e rimos. Era bom ficar com ela. Sentia o cheiro do perfume de rosas dela. Bella, além de bonita parecia inteligente e gostava de pessoas assim.

Ficamos um bom tempo em silêncio só esperando por meu irmão, mas aparentemente Bella sabia muito bem como se esconder, pois Emmett não nos achou.

- Você é mesmo muito boa em esconderijos, B. – Não sei da onde tirei este apelido, saiu naturalmente, mas Bella pareceu gostar, pois sorriu.

- Obrigada, Ed! Estranhei o apelido e nunca gostei muito deles, mas ela me chamando assim, até que poderia me acostumar.

- Será que ele nunca vai nos encontrar?

- Acho que não, ele nem conhece aqui direito.

Rimos de novo.

- Seu cabelo é estranho. – Disse Bella depois de um tempo. Aquilo me magoou. Ela me achava estranho. Ao ver minha cara de mágoa, ela logo se explicou:

- A cor do seu cabelo  é diferente, mas eu gosto, é muito bonita. Adoro  laranja.

Fiquei um pouquinho feliz com a explicação. Mas ainda não estava convencido.

- Os seus cabelos também são bonitos, no sol eles ficam vermelhos, e eu gosto de vermelho.

- Obrigada.

Ficamos em silencio de novo. Que só foi quebrado quando ouvimos nossos nomes. Eram nossas mães chamando para o almoço.

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Fazia mais ou menos um mês que havíamos nos mudado para Forks, eu e Bella havíamos ficado muito amigos, quase inseparáveis. Os outros também eram muito legais, mas eu me dava melhor com a B. e com a Lice. Emmett logo se tornou grande amigo do Jacob e viviam aprontando juntos. Rosalie e Jasper também eram muito legais, meu irmão e Rose eram inseparáveis como eu e Bella.

Faltavam apenas dois dias para o aniversário da B. e nós estávamos no jardim brincando, Alice havia inventado que eu e Bella íamos nos casar e estava pegando flores pro buque de noiva. Ela era muito doida. Bellinha estava toda vermelha.

- Lice , para com isso, eu sou muito nova pra me casar, fala pra ela Ed!

- Lice, a B. tem razão, não dá pra esperar mais alguns anos?

- Tudo bem, mas vocês dois me prometem que vão deixar eu fazer o casamento de vocês?

Olhei para Bella e ela pra mim, ela me lançou o olhar “não tem jeito mesmo”, então falamos juntos.

- Prometemos!!

Alice saiu toda saltitante, gritando por tia Renée.

- MÃE, olha que legal eu vou fazer o casamento da Bellinha e do Ed!!!

- Minha irmã não tem jeito mesmo.

- Seria legal a gente se casar.

- E o que a gente faz quando se casa?

- E igual a quando você brinca de casinha eu acho.

- Então deve ser divertido.

- Não sei, deve ser. Eu não costumo brincar de casinha é coisa de menina.

- É mesmo.

- Me promete uma coisa?

- O que Ed?

- Quando a gente crescer, você se casa comigo?

- Sim, eu prometo.

- E agora nós somos noivos?

- Acho que sim.

Foi então que eu me lembrei que noivos tinham um anel de compromisso.

- Espera um pouco.

Puxei uma pequena linha da minha camiseta, e enrolei em volta do dedo de Bella.

- Acho que noivos usam anel de compromisso.

- É mesmo, espera que eu vou te dar um também.

Então Bella foi correndo para dentro de casa, quando voltou trazia uma linha como a minha. Pegou minha mão e enrolou a linha em meu dedo.

- E agora o que a gente faz?

Eu não sabia bem o que os noivos faziam, acho que nada demais.

- Eu não sei bem... acho que continua como antes, com nós dois sendo amigos.

- Então tá. Posso te mostrar uma coisa super secreta?

- Claro!

Minha curiosidade logo ficou atiçada, o que será que Bella queria me mostrar?

- Mas você não conta para ninguém?

- Eu prometo não contar para ninguém. – Fiz o típico sinal de juramento.

Bella se levantou me estendendo a mão, eu gostava de andar com ela assim. Ela me conduziu pelo mesmo  caminho do dia em que brincamos de esconde-esconde com os outros e entramos na mesma portinhola atrás dos arbustos, abrimos e entramos naquele lugar que havia me deixado tão surpreendido.

- Este é meu esconderijo, meu pai arrumou  para mim, só minha irmã e eu  sabemos o segredo deste lugar.

- Mas porque você me trouxe para cá aquele dia, então?

Bella abaixou a cabeça muito e disse algo que não consegui ouvir.

- O que você disse, eu não consegui escutar!

- Eu disse que eu gostei de você.

Não sei explicar porque, mas quando Bella disse aquilo meu coração se aqueceu.

- Também gosto de você B. Você vai ser minha amiga para sempre. E nós somos noivos agora.

- Vem, vou te mostrar tudo.

 Bella ascendeu as luzes da sala. Fiquei sem palavras ao perceber melhor os detalhes deixados para trás no dia da brincadeira.  As paredes  eram todas desenhadas e algumas tinham folhas também desenhadas.

- Quem fez todos estes desenhos?

- Porque você não gostou?

- Foi você B.?

- Sim.

- B. você é uma artista! – Ela desenhava muito bem, nunca tinha visto nada igual.

- Você acha mesmo Ed?

- Sim você devia ser artista quando crescer e fazer muitos desenhos, eu encheria as paredes da minha casa com seus desenhos.

Bella correu até mim e me abraçou. Fiquei surpreso no inicio, mas logo retribui.

- Obrigada Ed, você é meu melhor amigo, eu tenho uma coisa pra você!

Novamente fiquei curioso.

- O que é?

- Espera aqui, e fecha os olhos.

Obedeci, mas estava muito curioso.

- Pode abrir Ed!

Quando abri fiquei surpreso, B. segurava um desenho de nós dois de mãos dadas.

- B. que legal, somos nós dois?

- Sim, eu queria que você tivesse um desenho só nosso na sua casa, pra você se lembrar da nossa amizade.

- Eu nunca vou deixar de ser seu amigo B.! – Disse abraçando-a de novo. – Obrigado.

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13 de setembro de 1997.

Era o aniversário da Bellinha eu estava muito ansioso. Ficava andando de um lado pro outro.

- Querido para quieto um pouco, ainda é muito cedo para a festa da Bellinha.

- Ele tá assim por que agora ele é noivo dela, mãe!  Eu não devia ter contado nada pro meu irmão, pensei.

- Como assim, noivos Edward? – Perguntou minha mãe.

- Eles têm até anel de noivado mãe! – Disse isso pegando minha mão para mostrar meu anel. Depois saiu correndo, pois ouviu o Jake chamando.

Minha mãe pegou minha mão analisando meu anel, depois sorriu.

- Vocês não são muito jovens para serem noivos?

- Eu acho que não, a B. prometeu se casar comigo para sermos amigos para sempre.

- Mas falta muito ainda para vocês se casarem, meu amor.

- Eu sei, mas eu não quero que outro garoto seja amigo dela, então eu a pedi em noivado!

- Você gosta muito dela não é?

- Sim.

Minha mãe balançou a cabeça em concordância, como se soubesse de uma coisa que eu não sabia.

- Espero que isso dure para sempre, e que vocês nunca se esqueçam disso que vivenciaram.

- Eu nunca vou me esquecer da B. mãe.

- Eu também acho que não filho. – Disse  me dando um abraço bem apertado.

Finalmente fomos para a casa da minha melhor amiga, eu torcia para que ela gostasse do meu presente.

Quando chegamos,  Bella veio correndo até mim, me dando um abraço.

- Feliz aniversário B.!! – Disse lhe entregando meu presente. Bella me deu um lindo sorriso.

- Obrigada Ed!!

- Espero que você goste.

Eu havia pedido para minha mãe comprar um conjunto de aquarela e pincéis para Bella, pois ela sempre usava giz de cera ou lápis de cor.

Quando viu o que eu havia lhe dado seus olhos cor de chocolate brilharam e ela veio me abraçar novamente.

- Eu amei Ed, você é o melhor amigo de todos. – E novamente meu coração se aqueceu, e o mais estranho é que ele só ficava assim perto de Bella. Teria  que perguntar para minha mãe sobre isso.

Agora eu estava no quarto da B. onde ela fazia um desenho meu com a aquarela que eu havia dado para ela.

- Você vai ser a primeira coisa que eu vou desenhar com tinta. Nunca usei tinta antes, é muito divertido.

- Que bom que você gostou, eu espero um dia ir numa exposição de arte sua, você promete que me convida?

- Eu prometo, e este desenho vai estar logo na entrada!

- Mas ai eu vou ficar com vergonha.

- Mas você é meu noivo, então não pode ter vergonha.

- É verdade.

Bella ficou o tempo todo comigo, o que me deixou muito feliz. Meu irmão e Rose tinham sumido da festa e logo depois voltaram estranhos, eles estavam com cara de bobos e vermelhos de vergonha. Jake como sempre não parava um minuto e estava tirando sarro de Emm e Rose por alguma coisa que eu nem quis saber. Lice e Jazz também estavam brincando juntos, eles nunca se desgrudavam.

Então chegou a hora do parabéns, Bella quis que eu ficasse do seu lado. Ela estava muito feliz. Todos começaram a cantar.

- Parabéns pra você, nesta data querida...

Foi então que a pior coisa do mundo aconteceu, a coisa que mudaria minha vida para sempre. Jake que estava correndo de meu irmão por causa das gracinhas que ele estava fazendo esbarrou em mim, me fazendo perder o equilíbrio, então eu fui direto para cima de minha melhor amiga que acabou caindo com a cara  no bolo.

Seu rosto ficou todo sujo de glacê e todas as crianças começaram a rir dela. Quando Bella olhou pra mim, seu rosto transmitia dor, acusação, incredulidade, vergonha. Ela estava chorando. Eu não sabia o que fazer, eu não tinha culpa. Bella logo correu para o colo de sua mãe em lágrimas. Corri para me explicar.

- Me desculpa B. eu não tive culpa!

Bella olhou para mim com ódio, o que me fez recuar.

- EU TE ODEIO ED, VOCÊ NÃO É MAIS MEU AMIGO!!

Eu não podia acreditar nisso, na mesma hora comecei a chorar. O que tinha acontecido com nossas promessas? Ela tinha prometido ser minha amiga para sempre. Bella saiu do colo da mãe e subiu correndo as escadas. Tia Renée veio falar comigo.

- Não fique assim, Edward, você não teve culpa, todos nós vimos o que aconteceu. A Bella vai te desculpar.

Mas isso nunca aconteceu. A partir daquele dia eu nunca mais tive minha amiga de volta.

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20 de julho de 2002.

 Cinco anos desde aquele estúpido acidente. Há apenas um mês, havia completado 14 anos. O tempo que passou não foi nada bom para mim. Agora eu tinha um monte de espinhas, era magricela, usava óculos e aparelho. Mas isso não me impedia de levar uma vida muito legal em Forks, eu tinha me habituado com esta cidade, e feito não muitas amizades, mas verdadeiras. Alice tinha se tornado minha grande amiga, pois estudávamos na mesma sala. Rose e Jasper sempre vinham nas férias e nós nos divertíamos juntos. Jake agora era um grande amigo também. Ele e meu irmão terminariam o colegial este ano.

Depois do incidente com o bolo, Isabella e eu nunca mais conversamos, a não ser para nos xingar. Se o tempo que passou não foi bom para mim, para ela foi pior. Bella havia engordado muito, também usava aparelho e óculos e seu cabelo parecia uma espiga de milho seca.

Nós nunca podíamos ficar num mesmo lugar sem que brigássemos e depois de várias tentativas fracassadas de reconciliação entre nós dois, nossos pais e irmãos haviam desistido. Era impossível vivermos em paz.

Mas meus dias de verem a bruxa da Isabella estavam acabando. Um pouco antes das aulas acabarem, o diretor da escola havia me dado a grande notícia de que eu tinha ganhado uma bolsa de estudos em um renomado colégio na Inglaterra, pelos méritos de bom aluno. Meus pais no começo não queriam deixar, mas mudaram de idéia quando meus avós, pais de minha mãe, disseram que eu poderia morar com eles. Sem contar que estudaria na mesma escola que a Rose e o Jasper.

Eu sentiria falta de Forks. Com tempo, aprendi a amar esta cidade nublada como amara Nova Iorque um dia. Também sentiria falta de meus pais e de meu irmão, mas eu estava indo pelo meu sonho de me tornar um bom médico, estava indo pelo meu futuro. Haveria outras pessoas de quem eu sentiria muitas saudades. Os Swans, por exemplo, pois com o tempo eles se tornaram parte da família. Menos a bruxa, é claro, apesar de  meu irmão e meus pais amarem a pirralha gorducha.

Minha viagem estava marcada para o começo de setembro e Alice, como a força da natureza que era, tinha planejado uma festa de despedida. Estavam presentes todos os meus amigos e para minha infelicidade Lice havia arrastado junto com ela a Balofa dentuça.

Ocorreram coisas nesta festa que prefiro nem me lembrar, pelo menos é o que eu tento me convencer, vou tentar esquecer esta festa para sempre.

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No dia de minha partida.

No dia de minha partida, todos estavam presentes. Menos Isabella, é claro. Eu ainda pensava na minha festa de despedida, por algum motivo, que eu não sabia por que, eu tinha certeza que nunca conseguiria esquecer aqueles acontecimentos.

Minha mãe chorava muito, assim como tia Renée e Alice.

- Querido, não se esqueça de me ligar todos os dias, mandar cartas, emails, quero pelo menos um “Oi mãe, estou bem”, entendeu mocinho?

- Claro mãe, vou te manter bem informada. – Ela só me soltou para tia Renée vir me abraçar.

- Edward, não se esqueça de nós, venha sempre que puder nos fazer uma visita.

Depois foi a vez de Alice, a baixinha estava aos prantos.

- Ed, não se esqueça de mim!!! – Disse pendurada no meu pescoço. – Como vou viver sem meu melhor amigo???

- Calma anãzinha! Sempre serei seu melhor amigo, a gente sempre vai se falar.

Então vieram Jake, tio Charlie, meu pai, e meu irmão.

- Hei cara, não se esqueça de pegar todas as londrinas!!! – Meu irmão só pensava nisso.

- Emm, estou indo lá pra estudar!

- Ed você é muito CDF!

Entrei no carro para ir até o aeroporto, quando me virei para dar um último aceno para meus amigos, pude ver através do vidro do carro, em cima de uma árvore Bella me olhando. Nossos olhares se cruzaram e neste momento senti um vazio que não sabia explicar. Me senti triste e pelo olhar de Bella pude perceber que ela sentia o mesmo. Não consegui desviar meus olhos dos dela, até que o carro fez uma curva e não pude mais vê-la. Fiquei assustado ao perceber que sentia vontade de chorar, mas não consegui explicar por que.

Depois de mais um acesso de choro de minha mãe e um desejo de boa sorte de meu pai, embarquei no avião. Estava muito nervoso com esta nova fase de minha vida. Em minha poltrona, antes de cair no sono, me lembrei do olhar de Isabella Swan.

[...]

 

 

 

 

 

 

##AGRADECIMENTOS##

Tenho muito que agradecer todo o apoio e paciência que todas vocês tiveram!

Fiquei sem palavras com toda a ajuda que eu recebi.

Gica minha linda, madrinha da fic, se não fosse você ela não teria saído do papel, muito obrigada pelo apoio! *pressão na KK*, agora tem que postar seu capitulo, rsrsrsrsrsrs. Sempre pode contar comigo, você sabe disso!

Gra fiquei sem palavras, amei meus presentes de aniversário. As capas ficaram lindas, obrigada por me apoiar e me dar força!

Denize (Dê) obrigada pelos UPs me deram muita força. Obrigada por tudo!

Shell, amei te conhecer e conversar com você! Obrigada!

Também quero agradecer a todas as CORUJINHAS, nunca vou poder agradecer o suficiente por todo o apoio de vocês!

Beijos, espero que gostem!!!