Acordei e percebi que dormia sobre o peito de Edward, que mantinha os braços ao meu redor. Fiquei alguns  minutos com o ouvido em seu peito, apenas escutando o som de seu coração. Um coração que eu queria ter realmente certeza que fosse meu, pois o meu, eu  não tinha dúvidas quanto ao fato de pertencer totalmente a ele.

Pensei na noite maravilhosa que tivemos, na suavidade do seu toque, no seu cheiro, no seu gosto. Definitivamente o meu pedaço do paraíso. Sentia meu coração inchar de tanta felicidade.

Ontem, mais uma vez ele disse que me amava, mas não foi como a primeira vez, na noite em que geramos nosso filho. Não era apenas desejo, vi em seus olhos que era algo mais. Será mesmo amor?

Tentei levantar, mas ele prendia ainda mais seus braços ao meu redor, quando eu procurava fazer o menor movimento.

- Fica aqui. - ele disse com a voz grogue de sono, apenas sorri e tentei manter o bom humor.

- Temos que levantar, amor.

Ele apenas afrouxou um pouco os braços e foi o suficiente para que eu deitasse novamente ao seu lado. Ele virou de frente pra mim, com  aquele sorriso torto que sempre me faz perder o fôlego.

- Repete o que você disse. - ele pediu, acariciando meu rosto.

- Que temos que levantar? - perguntei confusa.

- Não... quero ouvir a última palavra. Você me chamando de “amor”. É a primeira vez que me chama de amor. - ele ainda mantinha aquele sorriso torto.

Me aproximei ainda mais dele, também acariciando seu rosto e lembrando do conselho de minha mãe, não consegui reprimir o sorriso e nem tão pouco a vontade de dizer a ele tudo o que sentia e ainda sinto:

- Amor, amor e amor. É o que eu sinto por você. Pode parecer improvável, mas eu te amo e não é de hoje. Sempre amei você, desde quando você olhava para mim e me via apenas como a melhor amiga de sua irmã e sua amiga. Sempre te amei, mesmo com o rumo diferente que os nossos caminhos tomaram, mesmo com a distância. Sempre te amei, foi sempre você, e hoje a única coisa que sei é que continuo te amando. Hoje te amo mais do que ontem... é isso o que eu sinto e que não posso mais evitar.

Ele ficou sério, apenas me ouvindo. Quando terminei, ele voltou a sorrir e seus olhos mostravam um brilho imenso que nunca vi antes.

- Não sabe o quanto sonhei em ouvir isso de você. Não sabe o quanto sofri por achar que estava errado em querer você do meu lado. Há muito tempo esperei por esse momento, em tê-la comigo com a certeza de que me amava também. Sempre te amei Bella, mas tinha tanto medo do que eu sentia. Eu te amo demais!

Fiquei surpresa com o que ouvi, parecia que meu mundo finalmente estaria completo. Sentia minha alma finalmente completa, uma felicidade que nem saberia como descrever.

- Eu te amo, Edward.

Ele aproximou-se mais e senti seus lábios nos meus, em um beijo lento e cheio de carinho. Um beijo totalmente diferente de todos os outros, um beijo que demonstrava o nosso amor, como se ele fosse o marco dessa nova fase que estava apenas começando. Viveríamos o nosso amor e eu tinha certeza de que era verdadeiro. Meu coração pulava com a certeza de que ele realmente me amava.

O beijo foi se tornando mais intenso e notei que estava molhado. Era complementado por minhas lágrimas de alegria diante da constatação dessa verdade, do nosso amor. Ainda estávamos nus devido a noite de ontem e para recomeçarmos seria uma questão de pouco tempo. Já sentia meu corpo em chamas e ele também não estava diferente. Mas, infelizmente, teríamos que adiar essa comemoração, porque ouvimos batidas fracas na porta do quarto.

- Queridos,  vamos acordar! Bella! Estamos descendo para o café, não demore. - era a minha mãe, sempre preocupada em não abusar da hospitalidade dos pais de Edward.

Interrompemos nosso momento, estávamos ofegantes e tive dificuldade em responder pra ela.

- Vou... vou já, mãe. - falei ainda ofegante, enquanto Edward sorria e permanecia beijando meu pescoço, um desafio para meu autocontrole.

- Estamos esperando. - percebi que ela se afastava da porta e resolvi agir.

- Vamos ter que levantar, não dou dois minutos para ela voltar a bater na porta ou até mesmo entrar aqui.

Ele apenas sorria e agora beijava minha clavícula, eu já estava sem ar. Minha voz quase não saia.

- Edward...

Ele beijou novamente meus lábios e sentou-se na cama.

- Então vamos levantar. - levantou-se e puxou-me para seus braços, me colocou em seu colo e fomos para o banheiro. - Vamos tomar banho juntos.

Sorri com a idéia de mais um banho regado a carícias, mas quando ele colocou-me em pé, senti uma tontura e só não caí porque ele se mantinha perto de mim. Segurei com força seu braço. Ele ficou apavorado, eu deveria estar mais branca do que de costume.

- Bella, você está bem? - ele me apoiou e com sua ajuda sentei no vaso, com a tampa fechada. A tontura ainda permanecia.

- Só estou um pouco tonta, mas vai já passar. É só ficar quietinha um pouco que passa.

- É normal no primeiro trimestre, é uma resposta do corpo à gravidez. Quando voltarmos você começa a fazer o pré-natal direito. Nem marcou as consultas ainda, temos que ver como está nosso filho. - ele falava sério.

- Já tinha conversado com minha mãe, vamos juntas na semana que vem.

- Também pretendo te acompanhar, posso falar com a Dra. Laura, ela trabalha no hospital e é uma das melhores médicas obstetras. Posso marcar uma consulta para você e sua mãe.

- Não precisa, vamos procurar um obstetra.

- Nada disso, eu vou marcar com a Dra. Laura. Meu filho e você terão sempre o melhor. E sua mãe também vai concordar comigo, seu irmãozinho estará em boas mãos também.

Resolvi não discutir, ele estava certo em querer o melhor e ele entedia melhor do que eu quando o assunto era cuidar da saúde de alguém. Sentia que a tontura estava passando, fui levantando do vaso.

- Já estou bem melhor, vamos tomar nosso banho e logo estarei ótima.

- Tudo bem, mas agora o que eu pretendia fazer vai ficar para mais tarde, você ainda está pálida.

Tomamos nosso banho, não como eu queria, e nos vestimos com pressa. Logo descemos e todos já estavam sentados a mesa tomando café e conversando animadamente. Minha mãe, ao me ver, sorriu.

- Venham logo antes que Renée coma tudo. - meu pai falava sorrindo e minha mãe respondeu a brincadeira dando um tapa em seu braço.

     Sentamos a mesa, enquanto todos faziam brincadeiras sobre o apetite voraz de minha mãe, que devorava com uma cara de culpada, seu terceiro pedaço de bolo.Comecei a me servir e Edward levanta novamente da mesa.

- Vou pegar meu celular que esqueci no quarto.O pessoal do hospital ficou de ligar a respeito do quadro de um paciente que estou acompanhando.Volto logo.- falou sorrindo e saiu da sala.Voltamos a tomar nosso café, ou melhor, eu estava no habitual suco de laranja.

        Conversávamos alegremente, Esme estava radiante, fazendo planos acompanhar o meu pré-natal e falando na decoração que planejaria para o quarto do neto na casa deles.Logo Edward retornou e deu um sorriso, que pareceu  cúmplice, para Carliste  que retribuir e assentiu.Logo todos ficaram em silêncio apenas observando e então começou a falar.

- Vou aproveitar que todos estão reunidos e dizer tudo de uma vez só.- então ele virou-se para mim e sentou-se ao meu lado.- Como todos já sabem , Bella e eu estamos juntos, não somente pelo nosso filho, mas por nós dois, pelo nosso amor.- ele dizia retirando uma caixinha de veludo do bolso e segurando minha mão, sem perder o contato visual.

-  Sei que ela é a mulher que quero ao meu lado o resto de minha vida e essa certeza não vem dos últimos acontecimentos, mas meu amor por ela  vem desde o tempo, que éramos duas crianças,quando nos conhecemos.E hoje mais do que nunca quero te pedir para que seja a minha esposa, Isabella,  e se dizer sim, quero que Charlie nos dê sua benção.

    Fiquei sem palavras, ele então abriu a caixinha e eu já sentia lágrimas escorrendo pelo meu rosto, demonstrando a emoção que sentia.

- Claro que sim.- falei numa voz firme e sorrindo novamente para ele, que puxou-me para seus braços e cobriu-me de beijos.Todos começaram a aplaudir, levantamos da cadeira e ele deslizou o anel de noivado para o meu dedo anular da mão direita.Fiquei admirada com a beleza do anel, sem palavras para descrever aquele momento.Nesse momento minha mãe levantou-se e correu até nos em um abraço.

-Então temos que fazer um brinde!Carliste corre e pega aquele champanhe que estava reservada para esse momento.- Esme estava histérica.- Eu esperei tanto que Edward deixasse de ser cabeça dura e lutasse por vocês.Temos muito que comemorar.

     Soltei-me e percebi que meu pai permanecia parado com os braços cruzados e sorrindo.

- Vocês nem esperaram eu falar, já foram comemorando.- ele estendia seus braços para um abraço, para onde corri.- É claro que abençôo vocês, espero que sejam muito felizes.- meu pai dizia.

    Logo Carliste voltou com o champanhe e Maria trazia as taças, ela sorria.

- Somente numa ocasião como essa eu libero a bebida pela manhã, menos para Bella e Renée, é claro.Um brinde para os noivos.

-Ao amor!- todos brindaram, Edward ficou ao meu lado e nos beijamos.O ambiente exalava felicidade.

     O fim de semana foi maravilhoso, contamos para Alice e Emmett por telefone e, para variar, Alice teve um pití porque não estava presente na hora do anuncio e tagarelava que nem uma matraca sobre as idéias que tinha em produzir um casamento dos sonhos.Tentei , em vão, convencê-la que queríamos algo bem intimo e discreto, mas tenho certeza que ela nem fez questão de ouvir, apenas falava e falava.De repente ela fica em silencio e estranhei, sua voz parecia cansada quando continuou.

- Alice, você está bem?

- Sim, só uma tontura e fraqueza, mas logo passa.- ela tinha uma voz cansada.

- Alie, você não acha que pode estar...- falei , mas logo ela me cortou.

- Não, nada disso e não tem perigo de acontecer.Tomamos cuidado, ando sentindo essas tonturas antes mesmo de conhecer Jasper, só que agora vem se tornando mais freqüente.

- Edward sabe disso?Fez algum exame?Isso não é normal.

- Vou fazer um chek up assim que tiver uma folguinha, não preocupe-se.E quando vocês voltam?

- Hoje a noite, chegaremos cedinho.

    Conversamos mais alguns minutos e desliguei, o mal estar de Alice me deixou preocupada.Aproveitei o tempo que ainda tinha em Forks e curti com meus pais

      As semanas seguintes  foram bem agitada, depois que retornamos de Forks, Edward e Alice fizeram questão de anunciar o noivado e a gravidez a todos, acho que só não colocaram uma faixa em cada esquina da cidade por que não deixei.Todos nossos amigos ficaram eufóricos e já estavam animados em saber quem seriam os padrinhos , tanto do casamento quanto do bebê e tínhamos muitos candidatos aos cargos.

      Minha chefe ficou muito feliz e acabei ganhando dois livros: um sobre gravidez e outro de como cuidar de bebês, depois que confessei não ter experiência nenhuma com bebê.Comecei a fazer meu pré natal, Edward faltou uma aula na universidade para presenciar a ultra-som.

    Vimos uma massa uniforme do qual a enfermeira mostrava como era nosso filho e ouvimos os batimentos cardíacos, fiquei muito emocionada e não segurei as lágrimas, foi o som mais bonito que já ouvi. Terminado a consulta percebi que Alice não tinha ido, como prometera, ela ligou milhões de vezes antes para combinar o horário da consulta.

- Alice não veio por quê?

- Eu não sei, falei com ela antes de vir e ela confirmou que viria. - Edward falou quando entravamos no carro.

- Vou ligar para ela para saber. - falei já discando o numero, ouvi o telefone chamar a te cair na caixa postal. Tentei novamente mais três vezes.- Ela não atende o celular.

- Ela deve ter esquecido em algum lugar, ontem encontrei o celular dela debaixo do sofá.- ele falou tranqüilo, mas eu sentia que alguma coisa estava errada.

     Continuamos em silêncio até chegar no seu apartamento, entramos e deparamos com Alice deitada no sofá, dormindo profundamente.

- Você ficou tão preocupada e essa preguiçosa estava dormindo na sala e perdeu a hora.

    Corri e fui acordá-la, toquei seu braço para chamá-la e notei uma pequena mancha roxa próxima ao cotovelo.

-Alice acorda, já chegamos.

     Ela abria os olhos lentamente, parecia muito cansada.

- Bella, o que está fazendo aqui?Você não tinha a consulta e ver o bebê?

- O bebê está quase entrando para a faculdade e você ainda fala desse exame?Há tempos que foi feito.- Edward respondeu  no outro lado da sala, olhando a correspondência.

- Oh!Não acredito que perdi a hora, resolvi deitar um pouquinho e acabei dormindo.Desculpa Bella, eu não acredito que perdi conhecer o meu sobrinho!Senti um cansaço tão grande, acho que vou desmarcar a balada hoje, vou falar com Jasper que prefiro curtir um cineminha em casa mesmo.Eu prometo que vou a próxima e quero saber os detalhes, mas preciso de um banho para passar um pouco o sono.

- Tudo bem.- ajudei-a a levantar do sofá- Alice andou machucando-se ultimamente?Está com uma mancha roxa no braço.

     Ela olhou assustada para o braço.Parecia que não tinha notado o machucado antes, logo ela, que enxerga um ponto verde no canto de um canto da sala.

- Nossa, nem tinha notado, acho que devo ter batido em algum lugar e esqueci.Vou indo tomar um banho.Beijinhos e divirtam-se.

      Ela saiu devagar em direção ao seu quarto e fiquei observando, ela estava muito apática, não parecia a Alice sempre alto astral que conhecia.Algo estava errado.