Like Father, Like Son escrita por themuggleriddle


Capítulo 19
A casa de Gaunt




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 .Capítulo 18.
.A Casa de Gaunt.

 

 

 

                Ele planejara aquele momento durante todo o verão e só agora, quase no fim de Agosto, que ele tomara coragem de colocar em prática o seu plano.

 

 

                Tom Riddle conseguira sair de casa cedo, dando a desculpa de que iria dar uma volta antes do almoço, e agora estava parado na frente da infame casa dos Gaunts... Se é que aquilo podia ser chamado de casa. Era um tipo de chalé mal cuidado e sujo, o tipo de lugar que faria a sua avó ter um ataque histérico graças à sujeira e feiúra.

 

 

                - Não vai ser tão difícil – o rapaz murmurou para si mesmo enquanto atravessava o portão de madeira e se aproximava da porta.

 

 

                Desde que Emily lhe contara sobre o dom da ofidioglossia ser uma especialidade dos descendentes de Slytherin, o garoto começou a ir atrás de tudo o que pudesse lhe ajudar a ter certeza de que o tal Marvolo Gaunt de Little Hangleton era um herdeiro de Salazar e, mais importante, de que ele era da linhagem do famoso bruxo.

 

 

                Todas as pesquisas indicaram que ele e Emily estavam certos... Havia uma grande possibilidade dele ser um herdeiro de Slytherin, mas ele tinha que ter certeza de tudo aquilo... Precisava de mais provas.

 

 

                Suspirou pesadamente e olhou para a porta. Fazendo uma careta ao ver uma cobra morta pregada na madeira, Tom levantou a mão e bateu na porta. Esperou um pouco e, ao perceber que ninguém iria atender, levou a mão à maçaneta e a girou. Sorriu ao ver que estava destrancada.

 

 

                - Olá? – o jovem Riddle chamou e olhou em volta.

 

 

                Se o lado de fora do chalé era feio, o interior era muito pior. Tudo era empoeirado, cheio de teias de aranha e bagunçado.

 

 

                - Como alguém consegue morar...?

 

 

                - Você! VOCÊ!

 

 

                O rapaz se virou para encarar quem falara com ele. Era um homem de feições esquisitas, cabelos espessos, emaranhados e sujos, e olhos negros que olhavam para direções opostas. Riddle teve que se esquivar do outro, que avançou para cima dele com a varinha em punho.

 

 

                - Trouxa maldito, o que está fazendo aqui?!

 

 

                - Marvolo? – o jovem bruxo perguntou, lançando um olhar de desprezo para o homem.

 

 

                - Não, sou Morfin. Marvolo está morto – o outro balbuciou, aproximando-se do garoto – O que você quer com ele, trouxa?

 

                - Faz muito tempo que ele morreu?

 

                - Você é a cara daquele trouxa... – ele murmurou, seus olhinhos esquisitos analisavam o rosto do rapaz com cuidado e ignorando a pergunta deste - Aquele que mora na casa grande da colina...

 

 

                - Tom Riddle?

 

 

                - Sim, Riddle... Maldito Riddle – Morfin sibilou – Já amaldiçoei ele, sabe? Minha irmã estúpida gostava de ficar suspirando por ele... Eu disse que ele nunca iria olhar para ela... Idiota... Fugiu com o trouxa... Traiu a nossa família... Roubou a nossa família! Nosso medalhão!

 

 

                - Sua... sua irmã? – o bruxo mais novo perguntou, lutando para não deixar a ansiedade aparecer em sua voz.

 

 

                - Merope... Desonrou a gente... Fugiu com a ralé – o homem parecia estar falando mais com si mesmo do que com Tom – Ele deixou dela... Bem feito! Quem mandou se misturar com aqueles trouxas nojentos? Vadia... Roubou o medalhão...

 

 

                - Riddle largou ela?

 

 

                - É óbvio... Quem ficaria com ela? Nojenta como era – Morfin riu, deixando a mostra os poucos dentes cariados que ainda lhe restavam na boca – Mas por que você quer saber disso? Quem é você? Não pode ser o Riddle... Ele está mais velho agora, não está?

 

 

                Tom ficou quieto por um tempo. Tudo o que aquele bruxo havia lhe dito naquela rápida conversa ainda estava correndo por sua cabeça... Sua mãe fugira com o seu pai e, mais tarde, fora largada por ele por alguma razão desconhecida.

 

 

                - Vai  me responder ou não?

 

 

                - Não sou Riddle – ele murmurou – Não o Riddle que você conhece.

 

 

                - Outro Riddle? – Morfin perguntou com nojo – Outro daquela raça maldita?

 

 

                - Não é da sua conta, Gaunt – o rapaz respondeu rispidamente e deu as costas para o outro.

 

 

                - Não me ignore, trouxa imundo!

 

 

                O garoto ouviu o outro bruxo o seguir e, antes que ele pudesse alcançá-lo, Tom virou-se e apontou a varinha para o rosto de Morfin. Os olhos do homem se arregalaram enquanto ele encarava o pedaço de madeira apontado para si.

 

 

                - Não me chame de trouxa, Gaunt – Riddle sibilou, sabendo que não estava mais falando em inglês – Eu não sssou um trouxa, ouviu bem?

 

 

                Agora sim o mais velho parecia surpreso. Tom o encarou por mais alguns minutos, antes de finalmente lhe dar as costas e sair do chalé.

 

 

                - Você consssegue falar! Como? Me resssponda, trouxa!

 

 

                Ignorando as perguntas do bruxo, o jovem Tom Riddle apressou o passo em direção à grande casa da colina.

 

 

 

                ***

 

 

               

                - Você disse que conhece quem escreveu este artigo – a Sra. Riddle apontou para o texto do Profeta Diário – É verdade?

 

 

                - Sim, ela é madrinha de uma amiga do Tom – o homem sorriu.

 

 

                - Evelyn Shaw... Ela escreve bem – a mulher falou, enquanto corria os olhos pelo jornal – Você devia convidá-la para vir aqui em casa um dia desses... Para jantar...

 

 

                Tom Sr. ergueu os olhos e contraiu as sobrancelhas. Sua mãe estava dizendo para ele convidar uma bruxa para jantar?

 

 

                - Irei falar com ela quando a ver de novo.

 

 

                Os dois ouviram o barulho da porta da frente batendo e se viraram para olhar o batente da porta da sala. Viram Tom Jr. passar quase que correndo por ali, sem nem olhar para eles.

 

 

                - Tom? Querido, você está bem? – Mary chamou o neto.

 

 

                O garoto demorou um tempinho para aparecer novamente na porta. O rosto dele estava mais pálido do que o normal e ele parecia estar nervoso.

 

 

                - O que houve? – dessa vez fora o pai quem perguntara.

 

 

                - Nada.

 

 

                O homem estreitou os olhos enquanto olhava para o filho. Fazia tempo que o rapaz não usava aquele tom de voz com ele... Frio, irritado.

 

 

                - Ele deve ter ficado muito tempo no Sol forte, querido – a mulher falou, dando um tapinha carinhoso na mão do filho e depois voltando a olhar o neto – Vá trocar de roupa, Tom, depois desça para jantar.

 

 

                O garoto concordou com a cabeça e saiu andando rapidamente. Tom Sr. se levantou e foi atrás do filho.

 

 

                - Tom? Aonde você vai?

 

 

                - Preciso falar com ele, mãe.

 

 

                Em questão de minutos, Tom já se encontrava na porta do quarto do filho, tentando decidir se aquilo era a coisa certa a fazer. Suspirando, o homem abriu a porta e entrou.

 

 

                - Tom?

 

 

                - O que? – o rapaz estava parado em frente a janela, olhando para o jardim ensolarado do lado de fora.

 

 

                - O que houve com você?

 

 

                - Eu já disse que não aconteceu nada.

 

 

                - Não tente me enganar.

 

 

                Um silêncio terrivelmente desconfortável tomou lugar entre eles por um tempo.

 

 

                - Você sabia que Hogwarts foi fundada por duas bruxas e dois bruxos? Rowena Ravenclaw, Helga Hufflepuff, Godric Gryffindor e Salazar Slytherin...

 

 

                - E cada um deles fundou uma das casas do seu colégio... Você já me contou isso.

 

 

                - Salazar Slytherin fundou a Sonserina, a minha casa – Tom Jr. falou, ainda sem se virar para olhar o pai – Ele era um ofidioglota.

 

 

                - Um o que?

 

 

                - Ofidioglota... Conseguia falar a língua das cobras – o mais velho sentiu um pressentimento ruim ao perceber para onde a conversa estava indo – Como eu. E, você sabia que ofidioglossia é uma característica hereditária? Ou seja, eu só posso ser capaz de falar com cobras se alguém da minha família também puder...

 

 

                - Tom...

 

 

                - Mas só existe uma linhagem de bruxos no mundo inteiro que tem o dom da ofidioglossia - o jovem bruxo murmurou – A linhagem de Slytherin.

 

 

                - Me desculpe... Como?

 

 

                - Eu sou um descendente de Salazar Slytherin – Tom finalmente se virou e fixou os olhos azuis e frios nos do pai – E sabe quem mais descende dessa mesma linhagem? – o outro ficou em silêncio – Os Gaunts...

 

 

                - Como é que você sabe disso?

 

 

                - Muito tempo na biblioteca com o nariz enfiado em um monte de livros mofados – o garoto respondeu – E uma rápida conversa com Morfin Gaunt.

 

 

                - Não acredito que você fez isso, Tom! – o homem soltou um muxoxo e se aproximou do filho – Você sabe que aquele homem não é bem da cabeça e...

 

 

                - Aquele homem é meu tio! – Tom Jr. quase gritou na cara do pai – Irmão da minha mãe! Irmão da mulher com a qual você se casou e depois largou sem nada!

 

 

                - Tom... Por favor...

 

 

                - Você a deixou porque descobriu que ela era uma bruxa?! Então por que você não me jogou de novo naquele maldito orfanato quando descobriu o que eu era!? – o mais velho ficou quieto, apenas encarando o filho, que parecia ter perdido o controle sobre si mesmo.

 

 

                - Você não entende – ele tentou manter a calma – Ela era...

 

 

                - Era o que? Diferente? Estranha? “Gente dos Gaunts”? – Tom sibilou – Repito a pergunta: por que você não me abandonou também? Eu sou diferente... Sou estranho... Sou da “gente dos Gaunts”...

 

 

                - Você não é como eles, Tom...

 

 

                - Eu lembro do vô me chamando disso! Você acha que eu era surdo? Que eu nunca percebi vocês se referindo a mim como “parente daquela gente estranha”, “da mesma laia daqueles vagabundos”?

 

 

                - Pelo amor de Deus, Tom! – o homem gritou e agarrou o filho pelos ombros, fazendo-o se calar – Não fale sobre o que você não entende! Eu nunca havia conhecido a sua mãe direito e eu não sei o que ela fez para que eu me casasse com ela... O fato é que, um dia, eu acordei e descobri que estava em Londres... Longe da minha casa e morando com uma garota cuja a única coisa que eu sabia a respeito era o nome e a reputação da sua família.

 

 

                O mais novo continuou apenas encarando o pai enquanto este falava.

 

 

                - Eu não sabia como eu havia ido parar lá... Não sabia a razão de eu estar dormindo na mesma cama daquela mulher que eu nem conhecia... – Tom Sr. sacudiu a cabeça e voltou a olhar para o rapaz cujos ombros ele ainda estava segurando com força – Ela não me respondia nenhuma pergunta! Só ficava balbuciando que me amava, que havia feito tudo aquilo por amor! Eu estava assustado! Era a primeira vez que eu me via longe de casa! E com uma completa desconhecida que dizia ser minha esposa e dizia estar esperando um filho meu! Eu estava apavorado! Pelo amor de Deus, tente entender isso...

 

 

                - A única coisa que eu consegui fazer foi sair correndo de lá e arranjar um jeito de voltar o mais rápido possível para Little Hangleton... Ninguém sabia me explicar o que havia acontecido, só diziam que eu havia fugido com a filha de Marvolo Gaunt... Mas eu não lembrava de ter fugido com ela! Eu não me lembrava de ter falado com ela mais de uma vez na minha vida inteira! Eu não tive notícias dela por anos... Até Ellen e Charles me chamarem para visitá-los em Londres e me dizerem que eu tinha um filho perdido em um orfanato na cidade.

 

 

                Tom Jr. não falou nada. Aquele olhar frio que o garoto lançava para ele o estava deixando agoniado... Mas o homem podia ver que o filho estava assustado, ele podia ver o brilho das lágrimas que inundavam os olhos azuis do mais novo e que ele se segurava para não derramar.

 

 

                - Tom – o pai murmurou, soltando os ombros do jovem bruxo e levando uma mão até o rosto dele – Por favor, fale alguma coisa...

 

 

                - Eu gostaria de ficar sozinho para terminar umas tarefas que eu tenho que fazer para o colégio.

 

 

                Tom Riddle sentiu um aperto no coração ao ouvir o tom frio que o rapaz usara para falar com ele...

 

 

                “O que foi que eu fiz?”


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Notas finais do capítulo

N/A: Não tem muito o que dizer sobre sse capítulo... Só que me deu um aperto no coração de escrevê-lo. Não gosto de ver os dois brigando... O Tom Jr. assumiu novamente aquela personalidade fria que ele tinha quando ainda estava no orfanato... É, a única coisa que eu posso dizer sobre esse cap. é: não foi bom escrever ele.

1- O nome do capítulo é o mesmo nome do capítulo de HBP onde aparece os Gaunts e o Tom Sr. pela primeira vez. Pag. 155 de HBP. [esse capítulo meio que me marcou... sei lá porque, mas ele foi uma parte dos livros que realmente me marcou, acho que foi porque foi a primeira vez que eu pensei no fato de que Voldemort tinha um pai e uma mãe e tals...]

Ah, sim... Passamos dos 100 reviews E a fic tem 3 recomendações Que amor! Muito obrigada ju_vassallo, monirubi2009 e Fertina pelas recomendações

Espero que tenham gostado

Beijos ;*
Ari.