— Você disse cidade fantasma? – perguntou Loki de repente, com os olhos brilhando de empolgação.

— Eu disse cidade antiga sem nenhum morador, mas acho que pode chama-la assim – respondeu a agente.

— Eu acho que eu sei onde ela esta – disse Loki

— Onde? – perguntou Cassandra com urgência.

— O que eu ganharei com isso? – perguntou Loki satisfeito, agora teria algo para barganhar e se livrar daquela situação – Que tal minha liberdade? – sugeriu.

— É claro que você vai tirar aproveita da situação – revirou os olhos. – Saiba Loki que você é livre para ir, mas é claro que os Vingadores irão atrás de você e isso eu não posso controlar, mas ainda assim, você esta livre.

— Eu posso deixa-la a qualquer momento, só terei que me preocupar com os Vingadores.

— E as autoridades de Asgard – lembrou Cass.

— Eu não estou livre! – estressou-se Loki.

— Você invadiu a Terra com um exercito e perdeu, enfrente as consequências! Nenhum humano confiará em você depois do que aconteceu em Nova York. Se quiser alcançar um pouco de liberdade nesse planeta me ajude a encontrar a 18. – disse Cass se levantando, e ficando de costas para o Jotun.

Loki se calou, sua mente pensava loucamente se deveria fazer ajudar aquela humana. O que ela dizia fazia sentido, nenhum midgardiano confiaria nele, e com total razão, não deveriam confiar mesmo.

— Não importa se eu ajuda-la, eu ainda ficarei em desvantagem em Midgard e Thor me entregará a Odin – disse Loki a Cass.

— Isso é o que preocupa não é? – perguntou Cass, sem esperar resposta – Não é o planeta e nem os humanos que lhe preocupa, talvez um pouco o Hulk, mas o que mais lhe preocupa seja o fato de Thor o levar de volta a Odin e o mesmo decida que seja perigoso demais para continuar vivo – disse voltando a encarar o Jotun, com um leve sorriso. Agora estavam iguais.

Loki sustentou seu olhar.

— Se eu ajuda-lo a se livrar do julgamento de Odin e ter um pouco mais de liberdade aqui na Terra, você me ajudaria em missões que necessitaria de seus conhecimentos e suas habilidades? – propôs a agente.

— Acha que pode conseguir o que me promete? – respondeu com outra pergunta.

— Eu consigo – respondeu Cass, estendendo sua mão para selar o acordo.

— Então você tem minha palavra que a ajudarei, se cumprir com sua palavra – disse Loki apertando a mão da agente, selando o acordo.

O computador começou a apitar informando do fim da busca.

— Finalmente!- disse a agente indo verificar o monitor em quanto o Jotun voltava para o seu assento – Droga! Ele esta morto.

— A alguém mais para procurar? – perguntou Loki

— Não – respondeu Cass suspirando.

— Ele esta morto mesmo? Já forjei minha morte antes – disse Loki.

— Tenho acesso a todos os testes que fizeram com o corpo que dizem ser dele – respondeu – Mas vou verificar com o laboratório e o necrotério para ter certeza.

Dez minutos se passaram até que Cassandra voltou ao seu assento, derrotada.

— Confirmei com o laboratório e o necrotério, ele realmente esta morto.

— Ela ainda pode ser achada – disse Loki tentando animar a agente.

— Mas antes terei que te livrar dos Vingadores de Odin, certo, vamos para a SHIELD!

***

A rota do jato foi alterada para a base secreta da SHIELD. Todo o percurso foi feito em silêncio, com Loki observando o céu pela janela do jato e Cassandra pensando no que diria ao Nick Fury quando chega-se na base. Já era noite quando chegaram ao seu destino.

— Se tentarem te prender não reaja, eu cuidarei de tudo – pediu Cass.

— Espero que sim – concordou Loki, receoso.

Assim que saíram foram cercados pelos agentes da SHIELD.

— Abaixem as armas, se quiséssemos atacar a base não teríamos avisado da nossa chegada – pediu Cassandra com as mãos levantadas.

Ambos foram levados para dentro da base, onde foram separados, Loki voltando para a sela do Hulk e Cassandra para sala de interrogatório.

 Cass sabia muito bem como aquilo funcionava, deixariam na sala por alguns minutos para observa-la, depois alguém viria para interroga-la usando alguma técnica que a faria dizer tudo o que eles queiram saber, então puxou a cadeira e esperou seu interrogador.

— O que pensa que esta fazendo? – perguntou Nick Fury entrando na sala.

— Então será estilo policial mal – constatou Cass.

— Isso não é brincadeira agente Thompson! – disse batendo na mesa, lançando um olhar assustador para a agente, que não se abalou nenhum pouco.

— Eu sei o que eu fiz é loucura e vou explicar – disse a agente.

— Espero que tenha um bom motivo, ou irei lhe prender!

— Esta tomando seus calmantes? – perguntou Cass com falsa preocupação.

— Eu estou avisando!

— Desculpas, não resisti – desculpou-se. – Uma Valquíria apareceu para mim – começou a explicar tudo o que aconteceu desde o aparecimento de Freya a busca da agente 18.

— Você fez um acordo com Loki! – gritou Fury – Onde você estava com a cabeça!

— Eu estou tentando achar uma agente que vocês não se preocuparam em saber seu paradeiro por cinco anos e farei Loki me ajudar e de bônus ele irá trabalhar para a SHIELD! – explodiu Cass.

Nick Fury deixou a sala para a agente se acalmar e pensar na ideia absurda que a agente Thompson deu.

Cass andava de um lado para outro impaciente, se odiava por ter explodido e acabado com as chances de recuperar sua amiga.

— O que esta fazendo é arriscado – disse uma voz vindo do outro lado da sala, assustando a agente que deu um pulo.

— Freya! – assustou-se

— Loki é como uma criança birrenta, não pode ser controlado – disse a Valquíria.

— Espera! Existem pessoas do outro lado me observando – disse apontando para o vidro.

— Eu sei, eles podem me ver também – disse acenando para o vidro. – Mas não se importe com isso. Voltando ao Loki, não conseguirá controla-lo.

— Essa nunca foi a minha intensão – disse a agente – Loki despreza os seres humanos e a única forma dele nos valorizar é vendo o que fazemos pelos outros e sua intensão assassina será focalizada, ele não será um risco.

— E como fará para livra-lo da fúria de Odin? – perguntou Freya.

— Loki precisa ser punido pelas suas ações, mas Odin nunca o executaria, não por piedade, mas porque Loki tem um papel a cumprir, mas ele não se importaria em prendê-lo de novo, então irei sugerir que ele cumpra sua sentença na Terra, ajudando os humanos que ele tanto despreza.

— Não poderia dizer se Odin concordaria com sua proposta, mas não custa tentar, mas seja rápida Thor esta voltando para Midgard e não estará sozinho.

Depois do aparecimento de Freya, Nick voltou à sala e encarou a agente a mesma não desviou o olhar.

— Não serei ingênuo a ponto de dizer que podemos nos despreocupar, Loki é ardiloso, irá manipula-la para conseguir o que quer e você nem estará desconfiando. Esta por sua conta e risco, agente Thompson. – disse Fury dando as costas para a agente – Thor chegou.

Depois que Fury deixou a sala Thompson respirou fundo, tomando coragem.

— E lá vamos nós.

Com passos firmes e coração a mil, deixou a sala e foi a encontro do vingador asgardiano e como Freya disse, ele não estava sozinho. Era acompanhado por outro asgardiano, pelo que pode notar, o estilo da roupa era parecido com a de Thor, sua longa capa verde deslizava em quanto andava, seus cabelos eram loiros e possuía uma barba que lhe lembrava muito ao Robin Hood, carregava uma espada no cinto de sua cintura. Ao seu lado estava outra guerreira, de cabelos negros, trajando uma armadura de metal feminina.

— Por favor, me sigam! – indicou a agente Thompson, sendo seguida pelos asgardianos.

Abriu espaço para passarem pela porta.

— Onde esta o Fury? – perguntou Thor

— Falaram comigo – respondeu Thompson fechando a porta - Eu sou a agente Thompson e vocês dois quem são? – perguntou

— Eu sou Fandral – apresentou o asgardiano de capa verde

— Sif – apresentou-se a mulher – Onde esta Loki? – perguntou.

— Loki esta em uma de nossas celas – respondeu Thompson – Tenho algo a lhe pedir, Thor. – disse se dirigindo ao deus do trovão.

— O que é? – perguntou Thor curioso.

— Quero sua permissão para que Loki cumpra sua sentença aqui, em Midgard – respondeu Thompson.

— Você quer o que? – exclamou Sif incrédula.

Os próximos trinta minutos passou com a agente Thompson tentando convencer os asgardianos da ideia, por fim, conseguiu convencer Thor a conversar com Odin a respeito.

— Será que podemos conversar com Thor, a sós? – pediu Sif para a agente.

— É claro! – concordou Thompson levantando da cadeira e saindo.

A agente se dirigiu até a sala atrás do espelho, onde encontrou Nick Fury.

— Acho que conseguiu convencê-lo – comentou Fury observando os asgardianos – Mas do jeito que a conversa deles esta indo, vai ter que convencer Odin também.

Thompson arregalou os olhos com a possibilidade, não que já não tivesse pensado na ideia, mas ainda era assustador ir para outro reino para tentar convencer a um deus a deixar seu filho na Terra.

***

Como Fury disse aconteceu, Thor pediu que Cassandra fosse junto para Asgard, conversar pessoalmente com seu pai, a agente ficou nervosa, com a decisão, mas se deseja-se a ajuda de Loki deveria ir até Odin para convencê-lo.

Partiriam da base em uma hora.

Deveria informar a Loki da partida, iriam junto dos asgardianos para Asgard. Sua mente estava confusa, teria que se preparar para convencer o asgardiano e rei Odin a dar a custódia de Loki para as forças da Terra.

— Já estou ficando tonto vendo você andando de um lado para o outro – comentou o deus da trapaça, Loki.

— Então não encare – respondeu Cassandra ao comentário de Loki, com as mãos em forma de oração encostada em frente aos seus lábios.

— Impossível, você transpira ansiedade.

— Você não entende a pressão que esta nos meus ombros, Loki – suspirou Cass, se jogando na cadeira de frente para a sela – Preciso convencer a um rei alienígena a deixar seu filho adotivo ser punido pelo planeta que ele invadiu, acha que vai ser uma tarefa fácil? Fora que eu sou uma agente de campo, não diplomata. – resmungou Cassandra.

Loki revirou os olhos com o comentário da agente.

— Batalhas não se resumem só em força, precisa de inteligência e astucia, a diplomacia é só mais um campo de batalha!

— É fácil você falar, você é considerado o deus da trapaça! – gritou Cassandra, seu rosto estava rosado pelo nervosismo e sua respiração acelerada.

Loki encarou a mortal e suspirou, estava confiando sua liberdade naquela mortal?

— Esta bem! – disse sinalizando um gesto de paz – Talvez eu possa te ensinar uns truques.

***

A sensação era desagradável, como ter todas as células de seu corpo esticadas. Quando chegaram na Bifrost achou que ia colocar seu lanche para fora, mas conseguiu mantê-lo em seu estomago.

— Agora eu sei como os elásticos se sentem – comentou a agente Thompson, sua face estava pálida.

— Você esta bem? – perguntou Thor preocupado.

— Já estive pior – respondeu Thompson se recompondo.

Loki revirou os olhos.

— Sejam bem vindos – desejou o guardião da Bifrost.

Os olhos de Cassandra brilharam de admiração e reconhecimento.

— Você deve ser o Heimdall! – disse Cassandra animada – Eu li histórias suas no meu livro de mitologia, que descobri não serem só histórias – comentou.

— É um prazer conhecê-la, agente Thompson – cumprimentou Heimdall, dando um sorriso.

— Como você sabe o meu nome? – perguntou a agente surpresa.

— Eu a observei – respondeu, trocando olhares com a agente e o príncipe Loki.

— Espero que não tenha feito isso em quanto eu tomava banho – comentou Thompson.

Thor riu com o comentário, já seu irmão revirou os olhos e comentou.

— Nunca senti tanta saudade da minha cela.

— Não se preocupe você voltará para ela – disse Sif, sorrindo debochada.

— Espera! – Cassandra se voltou para Loki, seus olhos estavam arregalados, sua expressão horrorizada – Então é verdade que você se transformou em uma égua e pariu um cavalo de oito patas?

Loki lançou um olhar gélido para a agente. Thor tentou conter uma gargalhada e os outros argardianos deram um sorriso contido.

Vendo a expressão do Jotun Cassandra lançou os braços para o alto e disse:

— Okay, não esta mais aqui quem falou.