Entrada para o Submundo – Hollywood, Los Angeles

A escuridão aumentou ainda mais lá dentro, junto com um cheiro putrifico. Nico liderava o grupo pela depressão em que entraram, descendo cada vez mais. Vez ou outra alguém escorregava no chão íngreme e úmido.

– Estamos chegando – Nico disse.

O grupo pisou em uma parte rochosa plana. O barulho de água estava próximo. Annabeth sabia que era o rio Aqueronte, e que Caronte, o barqueiro de Hades, os esperava.

Logo, chegaram às margens do rio. Uma densa névoa cobria a água. Eles esperaram o barco de Caronte se aproximar. Primeiramente, o barqueiro os olhou com uma expressão ameaçadora, mas quando viu Nico, a expressão se suavizou. Annabeth sabia que Hades não queria a presença de heróis em seu reino, principalmente aqueles que estavam ali para acusar o deus de traidor. Mas, talvez com o filho do deus, Caronte pudesse os deixar passarem.

– Precisamos de algum dracma – Nico pediu, olhando para Annabeth.

Ela tirou a sua mochila das costas e a abriu. Afastou o mapa dos deuses e pegou uma das diversas moedas de ouro que levara por precaução. Entregou-a para Nico, que a jogou no barco. Caronte assentiu com sua expressão sombria e aproximou o barco da areia negra que se formara na margem.

– Ótimo. Vamos viajar por um dos lugares mais assustadores do mundo, em uma... Canoa – Leo disse, entrando no barco.

Nico o advertiu com o olhar. Não era uma boa ideia criticar o barco de Caronte quando ele estava os levando sem merecer. Todos entraram e começaram a entrar na névoa branca que saía da água.

Por um momento, Piper achou que tivesse visto formas na água, formas de pessoas mortas, almas. Observou o leito agitado do rio e percebeu que aquele rio não era nada normal: as almas realmente estavam presas ali.

Caronte seguiu com agilidade. Após um tempo, o barco parou em outra área de areia negra. Nico foi o primeiro a descer, e com uma formalidade agradeceu a ajuda do barqueiro, que sumiu novamente em meio à neblina.

– Onde vamos agora? – Leo perguntou, olhando assustado para o ambiente sombrio à sua volta.

– De acordo com o mapa – Annabeth respondeu, lembrando-se do mapa. – Temos que encontrar as Fúrias... Isso não é nada legal.

– Nada legal – Leo concordou.

– Por que temos que ir até elas? – Piper perguntou.

– Os deuses sabem que as Fúrias só seguem a um senhor: meu pai. Se elas não tiverem aqui, eles irão achar que estão no mundo mortal, o que seria uma deixa para acusa-lo – Nico respondeu, com um suspiro no final.

– Hum – Leo murmurou. – A ideia de encontrar as Fúrias ainda não é nada legal! Mas, supondo que elas estejam aqui, você poderia conversar com elas, né? Dizer que somos amigos...

– Isso não iria adiantar. Elas só servem a meu pai. Nunca contrariam a suas ordens. E, bem, se essas ordens envolverem matar os semideuses que querem acusa-lo, eu não vou poder fazer nada – Nico respondeu.

– Nada legal – Leo repetiu, olhando em sua volta. – Em qual direção temos que andar?

– Temos que ir para o castelo de meu pai. Geralmente, e se meu pai tiver alerta, elas ficam protegendo o castelo. Só que para isso, vamos ter que passar por Cérbero – Nico continuou.

– Cérbero... – Annabeth disse, lembrando-se de anos atrás quando teve que enfrentar o cão infernal de três cabeças, que deixava apenas as almas passarem pelos portões de entrada para os destinos a serem traçados. Naquela ocasião, ela e Percy brincaram e enganaram o cão, mas não sabia se ele seria tão facilmente enganado dessa vez. – Espero que isso dê certo!