Whole Lotta Love escrita por mlleariane


Capítulo 46
Um bocado de amor


Notas iniciais do capítulo

Eu não vou fazer uma despedida porque não quero que isso aconteça. Espero vocês no Especial de Natal, que postarei depois do dia 22. Não sei se vocês participam no grupo de fanfics do facebook, mas eu deixarei um recadinho lá ;)
Mas claaaaro que eu tenho que agradecer. Quando comecei essa fic, fiz o maior discurso que talvez não postasse com frequência, mas não teve jeito: os comentários diários, as risadas e as emoções de vocês me fizeram sempre querer continuar.
Conclusão: Foram 46 capítulos em 40 dias (os surtos inspiratórios de fim de semana ajudaram).
Essa foi minha fic mais longa, e talvez por isso, os números foram maiores: 34 pessoas favoritaram, 5 lindas recomendações (BruFreitas, Ana Beckett, Grazi, MM e Marina Joycianne), 20.049 visualizações e 634 comentários até agora.

Obrigada gente, de coração :)

Acho que nunca me diverti tanto com os comentários de vocês! Tem gente torcendo pra JoHenry, mandando Castle se conformar com Jo namorando o cowboy haha e todas acham a mesma coisa: Alex vai dar trabalho! Também né, herdando o charme do pai, não poderia ser diferente!
Tatiana disse que o capítulo anterior foi o de longe o preferido dela. E vocês, têm algum capítulo preferido? :)
Acredito que a maioria aqui leu a fic do desafio que fiz, mas se alguém não leu, tem dois capítulos lá que são focados nas crianças (Cap. 6 – Pra sonhar, Cap. 30 – Whole Lotta Love).

Então é isso, até o Natal, com presente emocionante das crianças pra o pai, e presente surpresa de Rick para Kate.

Beijo, Ari ;)



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Era quase meia-noite quando, depois de uma semana viajando a trabalho, Castle abriu a porta de casa e encontrou a família o esperando ansiosamente. As crianças tinham se recusado a dormir, embora estivessem quase cochilando no colo da mãe. Johanna e Alexander correram assim que viram o pai, quase o derrubando no chão. Kate sorriu ao ver o amor dos filhos pelo pai, tão grande quanto o dela. Foi Castle quem contou a história para eles dormirem aquela noite, e disse a Kate que no dia seguinte não a acompanharia na delegacia. Queria tirar o dia para as crianças, matar a saudade. Na verdade ele precisava dos filhos para algo, mas Kate não poderia saber. Ainda.

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Castle: Shiii. Em silêncio, como nós combinamos, ok?

Johanna e Alexander fizeram que sim. Alex abriu a porta do quarto devagar, entrando na ponta dos pés, assim com Jo. Castle veio atrás com uma grande bandeja nas mãos.

Kate sentiu um leve mexer na cama, mas apenas se virou para o outro lado. Só acordou quando sentiu uma mãozinha deslizando em seus cabelos, enquanto ganhava pequenos beijos no rosto.

Alexander: Acorda, mamãe.

Johanna: Hoje é seu aniversário!

Kate sorriu antes mesmo de abrir os olhos. Se aquilo fosse um sonho, era o sonho mais lindo que já havia tido. Ficou mais feliz ainda quando percebeu que não era. Johanna e Alexander estavam quase em cima dela, a acordando com beijos.

Kate: Bom dia, meus amores!

“Feliz Aniversário, mamãe!” – os dois falaram juntos, arrancando um sorriso imenso da mãe.

Kate: Obrigada, meus amores – ela puxou os dois para si, num abraço único. Foi quando conseguiu lançar um olhar para Castle, que havia se sentado na beirada da cama, e observava a cena sorrindo. Ela sorriu de volta, esperando que ele se aproximasse, mas ainda não havia espaço.

Alexander: Nós fizemos seu café, mamãe!

Johanna: Está numa bandeja ali, eu fiz panquecas com o papai!

Kate sorriu olhando para os filhos ainda de pijama, respingados de farinha e calda de chocolate.

Kate: Vocês são incríveis!

Johanna: Tem café e suco de laranja.

Alexander: E nós fizemos cookies também.

Kate: Meu Deus, que hora vocês acordaram?

Castle: Os cookies nós fizemos ontem – Castle disse ainda na beirada da cama.

Kate: Eu amo vocês, meus amores. Muito, muito! – ela beijou os dois.

Alexander: Vamos mamãe, levanta!

Kate: Mas vocês estão em cima de mim! – ela riu. As crianças levantaram e se sentaram na cama. Kate fez o mesmo. Castle colocou a bandeja de café entre os filhos, e conseguiu chegar perto da amada.

Kate: Você me ama mesmo, não é?

Castle: É, acho que sim.

Eles sorriram um para o outro.

Castle: Feliz Aniversário, meu amor.

Kate: Com certeza é muito mais feliz com você na minha vida – ela o puxou para um beijo.

Castle: Só estou retribuindo o amor que recebo.

Kate: Então eu acho que te amo muito. – eles riram e se beijaram de novo – Pensei que nossa comemoração tivesse sido ontem à noite... – ela sussurrou no ouvido dele.

Castle: Você já devia saber que nossas comemorações não acabam nunca – ele sussurrou de volta, e finalizou com uma mordida na orelha dela.

Johanna: Ei, vocês não vão comer? – ela disse já mordendo uma panqueca.

Kate: Vamos, princesa.

Os quatro se sentaram em volta da bandeja, que foi colocada no centro da cama.

Alexander: Olha mamãe, eu que fiz esse. – ele mostrou um cookie decorado com calda de chocolate.

Kate: É o escudo do Capitão América!

Alexander: Não ficou lindo? – Kate olhou o desenho torto e sorriu.

Johanna: E eu fiz esses daqui – Jo mostrou os corações em cima das panquecas.

Kate: Vocês dois são meus artistas!

As crianças sorriram felizes, fazendo a mãe experimentar suas obras de arte. Castle serviu suco para os filhos, enquanto Kate se serviu com o café preparado por ele, exatamente do jeito que ela gosta. Os quatro comeram e se divertiram.

Johanna: Nós podíamos fazer isso sempre!

Kate e Castle riram.

Castle: Talvez nos fins de semana...

Alexander: Papai, e o presente? – ele tentou sussurrar, em vão.

Castle: Depois... – ele fez sinal.

Quando acabaram de comer, Castle tirou a bandeja da cama. Pegou então duas caixinhas e entregou uma a cada filho. Ele se sentou ao lado de Kate, e as crianças subiram nas pernas da mãe.

Johanna: Esse é o meu presente, mamãe.

Alexander: E esse é o meu. Abre o meu primeiro, mamãe.

Johanna: Não, abre o meu!

Alexander: O meu!

Kate: Vamos fazer assim, vocês abrem e mostram juntos, o que acham?

As crianças adoraram. Quem é que não gosta de abrir presente?

Johanna e Alexander desembrulharam as caixinhas e abriram, mostrando juntos para a mãe.

Kate: Uau.

Ela lançou um olhar para Castle, que sorriu.

Alexander: Você gostou, mamãe?

Kate: São lindos! Eu amei.

Alexander: Nós que escolhemos.

Kate: É mesmo?

Johanna: O papai levou a gente numa loja que tinha um monte de coisa linda.

Alexander: Mas eu gostei desse porque é da cor dos seus olhos, mamãe.

Kate: Dos nossos, você quer dizer? – ela sorriu e beijou o filho, e também Jo.

Johanna: Eles são par, mamãe. – Jo disse tirando uma fina corrente com uma pedra da caixa e entregando para a mãe. Alex fez o mesmo com os brincos, e Kate os colocou.

Kate: E aí, ficou bonito?

Johanna: Ficou lindo, mamãe.

Alexander: Lindo como você, mamãe.

Kate: Vocês têm muito bom gosto!

Castle: Acho que agora nós podemos tomar banho e nos aprontar, não é? Daqui a pouco todos começam a chegar.

As crianças correram na frente.

Kate: Esmeraldas, ham?

Castle: Você gostou? – ele perguntou beijando o pescoço dela.

Kate: São perfeitas! Mas devem ter custado uma fortuna.

Castle: Eu não tenho culpa se você me deixa mais rico a cada ano.

Kate sabia que Castle tinha razão. O 12º livro de Nikki Heat havia acabado de ser lançado, e a série não parava de fazer sucesso.

Kate: Achei fofo você deixar os dois escolherem.

Castle: Eles têm bom gosto, não acha?

Kate: Muito. E sabe quem tem bom gosto também? – ela se virou e os dois ficaram frente a frente – Eu. Por ter escolhido você.

Castle: Que sorte a minha! – os dois riram e se beijaram mais uma vez. Depois se levantaram e foram atrás dos filhos. Silêncio demais não era um bom sinal.

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Castle: Os dois já estão devidamente trocados e comportados na sala. Quer dizer, a última parte talvez não seja muito verdade – ele entrou falando e parou – Uau!

Kate: Como estou?

Castle: Você não está, você é linda. Eu não me canso de dizer.

Kate sorriu para ele, terminando de pentear os cabelos. Castle ficou feliz por ela ter colocado uma roupa que mostrava a cicatriz. Tudo bem que só a família e os amigos passariam por ali, e todos já a conheciam exatamente assim. Mas depois da conversa que tiveram dias atrás, Castle sentiu que Kate estava mais segura quanto a isso, e era realmente um grande passo.

Kate: Vamos?

Castle: Vamos.

Os dois se dirigiram à sala com os filhos. A família e os amigos haviam sido convidados para um almoço, e todos passaram um dia muito agradável, na companhia dos que realmente amavam.

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No final do dia...

As crianças ainda estavam agitadas, e o sono não vinha.

Castle: Acho que a história dessa noite vai ter que ser longa – ele brincou.

Johanna: Mamãe, você conta aquela?

Alexander: É mamãe, aquela.

Castle: Que aquela?

Johanna: A melhor de todas.

Alexander e Johanna se sentaram na cama, empolgados.

Kate: Tudo bem, eu conto aquela.

Castle estava curioso. Por que ninguém respondia qual era a história? Ele e Kate se apertaram e os quatro couberam na cama de Alex. Kate então começou.

Kate: Era uma vez uma policial muito linda.

Alexander: Que é a mamãe! – o garoto interrompeu.

Kate: Sim, que sou eu.

Johanna: E um dia ela conheceu o papai.

Kate: E onde é que eu conheci?

Johanna: Numa festa dos livros dele.

Alexander: E o papai se apaixonou pela mamãe desde o primeiro momento.

Johanna: Mas a mamãe não.

Castle: Não? – ele encarou Kate, que riu.

Johanna: Não. Ela se apaixonou 5 minutos depois.

Kate: É, mas as coisas não foram assim tão fáceis.

Alexander: Porque a mamãe era muito brava.

Johanna: E o papai não obedecia.

Castle: Ei, eu quero dar a minha versão da história também!

As crianças olharam para o pai.

Castle: Não era sempre que eu não obedecia. Só algumas vezes...

Kate: É, e nessas vezes ele sempre nos colocava em confusão.

Castle: E sempre tirava também.

Kate: E assim foi passando o tempo...

Johanna: Um, dois, três anos. – Jo contou nos dedos de um jeito fofo, e Castle sorriu. Kate havia mesmo detalhado a história deles para os filhos.

Alexander: E aí aconteceu.

Castle: Aconteceu o que?

Alexander: A mamãe levou um tiro.

Johanna: Bem aqui – ela colocou a mão em cima da cicatriz da mãe.

Castle olhou para Kate muito surpreso. Ela tinha mesmo contado para os filhos? Castle ficou com medo de como as crianças teriam reagido, e não soube se Kate tinha feito o certo.

Castle: Kate...

Kate: E por que eu levei um tiro? – ela continuou olhando para Castle, esperando a resposta das crianças.

Johanna: Porque você sempre quer justiça, mamãe.

Alexander: E as pessoas más não querem. E eles tentaram te machucar.

Kate: Mas eles não conseguiram, não é?

Johanna: Não, porque o papai apareceu e te salvou!

Alexander: O papai é um super herói!

As crianças olharam para o pai e sorriram, e Castle já não tinha tanta certeza se Kate tinha contado a verdade ou inventado tudo aquilo. Os dois sabiam muito bem que não era isso que tinha acontecido.

Kate: É, o papai me salvou...

Castle fez que não levemente, ainda tentando entender.

Johanna: E o papai falou que te amava, não é?

Kate: Aham.

Johanna: E vocês viveram felizes para sempre.

Alexander: Não! Teve o tigre primeiro.

Castle: Até o tigre? – ele olhou atônito para Kate.

Alexander: Papai, foi dahora, não foi?

Castle: Nem tanto.

Johanna: O papai e a mamãe foram muito corajosos.

Kate: É, mas ainda demorou um pouco pra gente começar a namorar...

Castle: Vocês ouviram isso? Demorou. É por isso que vocês vão demorar também para namorar.

Kate: Castle, foco.

Castle: Mas um dia finalmente a mamãe disse que me amava.

Johanna: Ela já te amava, papai. Ela só não dizia.

Castle: É verdade. Sabe por que? Porque amor demora. A gente não pode sair amando qualquer pessoa. Entenderam?

Kate: Castle...

Castle: Ta, parei.

Kate: E depois disso tudo?

Alexander: Vocês se casaram.

Johanna: E viveram felizes para sempre.

Kate: Não, não. Faltava uma coisa muito importante acontecer.

Os gêmeos se olharam e sorriram.

Kate: O que é que faltava?

Johanna: Faltava a gente!

Alexander: Nós somos a melhor parte dessa história.

Kate e Castle riram.

Castle: Eu não tenho dúvida disso.

Kate: Nem eu.

Castle: Vocês nos deram os melhores dias das nossas vidas.

Kate: E trouxeram um bocado de amor para nossa família.

Johanna: A nossa família é linda, não é mamãe?

Kate: É sim. Agora eu acho que está na hora de dormir, não é?

As crianças não gostaram muito da ideia, mas os pais insistiram. Kate deitou-se na cama com Alex, e Castle com Jo. Ainda havia murmurinhos de conversas, até que o quarto foi tomado por um silêncio. Castle se levantou primeiro, e esperou na porta. Quando Kate tentou se levantar, Alex a segurou.

Alexander: Mamãe, a gente podia ter um tigre, não é?

Kate: Meu amor, eu acho que não caberia um tigre aqui em casa.

Alexander: Pode ser um filhote... – ele disse bem ensonado.

Kate: Nós vamos pensar, está bem?

Mais uns minutinhos de carinho e Alex também adormeceu.

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Castle: Quando é que você disse a eles sobre o tiro?

Castle perguntou assim que os dois entraram no quarto.

Kate: Quando você estava viajando.

Castle: Por que?

Kate: Lembra que você disse que um dia não seria mais difícil para mim? Então, não é mais.

Castle: Não?

Kate: Você tinha razão, meu amor. Essa cicatriz é a marca da minha força. Não importa o que tentaram me fazer, eu sobrevivi, e estou aqui, sendo feliz.

Castle sorriu e a abraçou.

Castle: Eles não ficaram assustados quando você contou?

Kate: Um pouco. Mas eu disse que eles não precisavam ter medo, pois nós temos você para nos proteger.

Castle: Amor, eu fico muito feliz que você tenha superado isso. Só que...

Kate: O que?

Castle: Você não devia ter mentido para as crianças.

Kate: E quando foi que eu menti?

Castle: Kate, você disse que eu te salvei, e nós dois sabemos que isso não é verdade.

Kate: Você pode até achar que não, mas eu tenho certeza que, sim, você me salvou. Eu estava morrendo, Rick, e você disse que me amava. Por que você acha que eu lutei tanto para sobreviver?

Castle: Por que você é teimosa? – um sorriso se formou nos lábios dele.

Kate: Você acha mesmo que eu ia morrer bem na hora que Richard Castle disse que me amava? Eu tinha que voltar e descobrir se era verdade.

Castle: Você consegue transformar tudo, não é?

Kate: Você também. Você transformou meus traumas em força. Eu não vou me esconder mais.

Castle: Eu não quero mesmo que você se esconda.

Kate: E quando me perguntaram, eu direi: “sim, eu levei um tiro e sobrevivi”.

Os dois ficaram presos num sorriso sincero, que resumia tudo que haviam passado.

Kate: Eu sobrevivi porque pela primeira vez fui amada.

Castle: Sobreviveu para que eu continuasse te amando.

Kate: Always.

Castle: Always.


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Notas finais do capítulo

Obrigada por fazerem parte dos meus dias, amo vocês :))