Whole Lotta Love escrita por mlleariane
Notas iniciais do capítulo
Ain, ta todo mundo triste, não? Me partiu o coração escrever aquela cena dela chorando no quarto das crianças, e dormindo com os brinquedos deles :'(
Mas esse sofrimento vai acabar, prometo. Kate ainda está muito fragilizada, mas aguardem, porque ainda veremos uma Kate furiosa.
Agora vamos ver como estão nossos babies ;)
Beijo, Ari ;)
Jake: Será que você não pode parar de chorar um minuto?
Johanna se assustou com os gritos e chorou mais alto ainda.
Paul: Eu disse que pegar criança não era uma boa ideia.
Jake: O que você quer pra parar de chorar?
Johanna: Eu quero a minha mamaaaaaae.
Jake: Você vai ter sua mãe logo.
Johanna parou um minuto e olhou para ele.
Jake: É só o seu pai liberar o dinheiro.
Alexander: O papai vai ter que pagar pela gente?
Jake: Garoto esperto! Gostei de você.
Alexander: Então por que você não liga pra ele?
Jake: Porque nós temos que dar um tempo para eles se desesperarem e pagarem mais.
Johanna: Por que você pegou a gente?
Jake: Já disse, por dinheiro. Seu pai é rico, sabia?
Johanna: O papai vai bater em você.
Jake: Não, ele não vai. Ele vai fazer tudo que nós mandarmos.
Alexander: A nossa mamãe é muito brava.
Jake: Hahaha. É mesmo? Estou morrendo de medo.
Jake puxou Paul para fora do quarto e trancou as duas crianças lá.
Paul: Eles vão ficar lá no escuro?
Jake: Não está tão escuro assim. E tem uma cama, ta bom demais.
Paul: Você viu a carinha deles?
Jake: Ei, pode parar com isso. Comoção não combina com você.
Paul: Sei lá, eles são crianças... por que a gente não liga logo e acaba com isso?
Jake: Porque nós precisamos de mais um tempo, você sabe. Quanto mais tempo, mais desesperados eles ficarão.
Paul: Eu acho que eles já devem estar desesperados o suficiente. Eu estaria.
Jake: Deixa de ser mole. Nós vamos ficar com eles pelo menos uns dois dias.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Johanna e Alexander sentaram na cama, de mãos dadas.
Johanna: Eu queria a mamãe.
Alexander: E o papai.
Johanna: Por que eles não acharam a gente?
Alexander: Porque nós estamos escondidos. Mas eles vão achar.
Johanna: A mamãe vai prender os dois, não vai?
Alexander: Vai. Ela vai ficar muito brava.
Johanna: E o papai também.
Alexander: Porque eles amam a gente.
Johanna: Eu também amo o papai e a mamãe. E a Lex. E a vovó, e os dois vovôs.
Alexander: E a tia Lanie, e o tio Javi, o Juan e o bebê.
Johanna: E a tia Jenny, o tio Kevin e a Sarah. E a tia Gates.
Alexander: E eu amo você.
Johanna: Eu também amo você, Alex.
Alexander: Você está com frio?
Johanna fez que sim. Ele a puxou e os dois deitaram juntos, abraçados.
Johanna: Eu queria o Fluffy.
Alexander: Amanhã nós vamos voltar pra casa.
Johanna sorriu para Alex, e os dois adormeceram assim, abraçados.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Kate nunca havia sentido os olhos tão pesados. Quando se olhou no espelho, entendeu. Eles estavam inchados e vermelhos de tanto chorar na noite anterior. Ela teve vontade de chorar de novo, seus filhos não estavam ali, e um vazio a dominava. Deixou algumas lágrimas escorrerem por seu rosto. Depois o lavou e saiu a procura de Castle. Encontrou-o na sala, com Jack e Martha. Assim que a viu, ele veio em sua direção, com expressão preocupada.
Castle: Bom dia meu amor – ele abraçou-a pela cintura e beijou seu rosto.
Kate: Será que vai ser mesmo um bom dia?
Jack: Geralmente o primeiro contato é no segundo dia. Aí começam as negociações.
Kate: Negociações... – Kate sentou-se no sofá – Agora eu preciso negociar para ter meus próprios filhos?
Castle sentou-se ao lado dela, repousando uma mão em sua perna.
Castle: Nós precisamos ser fortes.
Kate: Eu não consigo parar de pensar como eles estão, como passaram a noite sozinhos...
Castle: Eu sei, eu também pensei.
Kate repousou a cabeça no ombro de Castle, sendo amparada por ele. Martha e Jack podiam sentir a dor que os dois sentiam.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Jake: Mas o que você quer, sua pirralha?
Alexander: Não fala assim com a minha irmãzinha!
Johanna chorava soluçando.
Jake: Fala logo, o que você quer?
Johanna: Eu quero ir pra casa...
Jake: Lamento, vai ter que aguentar mais um pouco. E ai de você se não ficar quieta!
Alexander se irritou e chutou a canela de Jake.
Jake: Ai que merda, seu... – Jake levantou a mão, mas Paul o segurou.
Paul: Ei, se bater piora.
Johanna: Você falou palavra feia. Tem que ficar no cantinho.
Jake: Ficar onde?
Johanna: No cantinho, para pensar no que fez.
Jake: E o que eu fiz?
Johanna: Falou palavra feia.
Jake: Era só o que me faltava mesmo! Mulheres, irritantes desde cedo!
Johanna: Você é mau.
Jake: Igual o lobo mau? Haha.
Johanna: Você é pior.
Alexander: E feio.
Jake: Ah calem a boca vocês dois!
Jake saiu e trancou a porta de novo.
Alexander: Jo, você não pode chorar.
Johanna: Eu estou com medo...
Alexander: Eu também estou...
Johanna engoliu o choro e olhou para Alexander. Ele passou a mão no cabelo dela, tirando dos olhos.
Alexander: Eu prometi pro papai que ia cuidar de você.
Johanna: Ainda bem que eu tenho você – Johanna abraçou o irmão e repousou a cabeça em seu ombro.
Um tempo depois...
Paul: Eu trouxe café da manhã para vocês.
Paul sorriu para as crianças, que o encararam sérias.
Paul: Ei, eu sou amigo.
Alexander: Você não é meu amigo.
Johanna: Nem meu.
Paul: Ta, eu não sou amigo, mas eu não vou machucar vocês. Andem, comam alguma coisa.
Johanna e Alexander se olharam.
Paul: Que foi?
Alexander: O papai sempre diz que a gente não pode aceitar nada de estranhos.
Paul: Eu não sou estranho!
Johanna: Você é estranho.
Jake: Por que nós iríamos querer fazer algo contra vocês se vocês é que valem ouro para nós? – Jack disse entrando e encarando os dois.
Alexander: Porque você é do mal.
Jake: Haha “do mal”?
Alexander: Você deixou a gente preso no escuro.
Johanna: E eu fiquei com medo.
Paul: Coitadinha...
Jake encarou Paul, que se conteve.
Jake: Andem, comam e se comportem.
Os dois saíram e trancaram a porta de novo.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Espo: Como é que ela ta? – Espo disse olhando Kate sentada encolhida no sofá.
Castle: Como você acha?
Ryan: Ela não merecia passar por isso.
Espo: Vocês acham que tem alguma coisa a ver com o senador?
Castle: Eu só espero que não.
Kate: Você não disse nada para Lanie, não é? – Kate disse se aproximando do trio, visivelmente abatida.
Espo: Não. Mas foi difícil não dizer. Você sabe o quanto ela iria querer estar aqui com você nesse momento.
Kate: Eu sei, Espo, mas foi melhor assim.
Kate fez menção de sair, mas Espo a chamou.
Espo: Kate, nós vamos pegá-los. E eu vou acabar com eles.
Kate fez que sim e voltou para um canto com Martha. Os detetives estavam agora em sua casa, prontos a qualquer sinal de contato, mas já era quase fim do dia e o telefone não havia tocado nenhuma vez.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Paul: Eu acabei de sair de lá e... eles não comeram nada.
Jake: Como assim não comeram?
Paul: Sei lá, eles são certinhos demais, dizem que não comem nada que estranhos oferecerem.
Jake: Crianças chatas. Que se danem.
Paul: Cara, eu acho melhor fazer alguma coisa. Já faz mais de 24 horas que estamos com eles, e se essas crianças morrerem?
Jake: Ninguém morre fácil assim.
Paul: Eu to falando sério. O cara tem dinheiro, liga logo que ele paga o que for.
Jake: Ta bom, busca lá os dois.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Kate deu um pulo do sofá quando o telefone tocou. Ela correu aflita, mas Castle a segurou, pegando o telefone e atendendo. Espo e Ryan começaram a rastrear a ligação.
Jake: Senhor Castle?
Castle: Sou eu.
Jake: Eu acho que o senhor já sabe porque eu estou ligando.
Castle: Onde estão meus filhos? Eu quero falar com eles.
Jake: Calma, muita calma. Primeiro nós vamos negociar uma quantia.
Castle: Eu não vou negociar nada até saber que eles estão bem.
Jake: Ok.
Jake fez sinal, e Paul se aproximou com os dois.
Jake: Digam olá para o papai.
Johanna e Alexander se olharam e pegaram o telefone com receio.
Alexander: Papai?
Kate quase perdeu o chão ao ouvir a voz do filho.
Castle: Alex? Filho, você está bem?
Johanna: Papai, você vai buscar a gente?
Castle: Eu vou princesa, eu vou. Vocês estão bem?
Alexander: Nós estamos, nós queremos vocês.
Os olhos de Kate encheram de lágrimas. Ela quis pegar o telefone, mas não deu tempo, os dois já haviam sido tirados da linha.
Jake: Já chega. Agora você já sabe.
Castle: O que você quer?
Jake: Em primeiro lugar, que você não envolva polícia nisso.
Castle: Ok, sem polícia. – ele lançou um olhar para Espo e Ryan.
Jake: Queremos um milhão.
Castle: Um milhão?
Jake: Cada. Um milhão cada.
Kate olhou para Castle. Onde eles arrumariam aquele dinheiro de uma hora para outra?
Jake: Você vai deixar o dinheiro no local que eu disser. Quando confirmar que peguei, libero os dois.
Castle: Não, eu deixo um milhão, mas o outro só quando tiver meus filhos comigo.
Jake: Você acha que eu sou tonto?
Castle: E você acha que eu sou?
Jake: Você sabe que eu posso acabar com os dois agora, não sabe?
Kate olhou desesperada para Castle, fazendo que não, que cedesse logo.
Castle: E perder a chance de ganhar 2 milhões fácil? Não, você não vai fazer isso. Eu quero meus filhos, e quero sem um arranhão sequer. Senão quem vai acabar com você sou eu.
Jake: Ah, você é corajoso, ham? Tudo bem, mas lembre-se: venha sozinho.
Castle: Eu irei.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Kate: Conseguiram?
Espo: Sim, temos a área aproximada.
Castle: E o local do encontro é próximo a essa área?
Ryan: Sim. Bom, eles são pelo menos dois.
Espo: Não podemos descartar que talvez haja uma terceira pessoa.
Castle: Eu vou sozinho.
Espo: O que? Claro que você não vai sozinho.
Kate: Espo, eu quero meus filhos!
Espo: Sim, e você quer justiça também.
Kate: Não, eu só quero os dois.
Kate estava fragilizada, e só conseguia pensar nas suas crianças, na voz dos dois ao telefone, pedindo que eles fossem buscá-los.
Jack: Há uma maneira de se conseguir os dois.
Todos olharam para Jack.
Jack: É arriscado, mas talvez dê certo.
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
O plano de Jack consistia numa perseguição de carro. Ele sabia que era arriscado, que um tiroteio poderia acontecer e que de qualquer forma os sequestradores poderiam fugir. Mas também sabia que tinha à sua volta pessoas corajosas e dispostas a fazer de tudo pelos seus netos. Começou então a explicar.
Jack: Richard vai sozinho, sem você, Kate.
Kate fez um sinal de reprovação.
Jack: Todo mundo sabe que você é policial, e sua presença pode fazer algo dar errado. Richard vai sozinho, coloca o dinheiro, espera, pega os dois, entrega a outra parte do dinheiro.
Castle: Eu ainda preciso ver como levantar essa quantia de uma hora para outra.
Espo: A não ser que usemos algum truque.
Jack: Não, é arriscado. Precisa ser o dinheiro certo, a quantidade que eles pediram.
Castle: E o que te dá tanta confiança?
Jack: Eles é que terão confiança. Com o dinheiro nas mãos, e sabendo que você realmente foi sozinho, eles fugirão sem levantar suspeitas. É aí que nós entramos. Nós três estaremos algumas quadras dali, e perseguiremos os dois.
Martha: Mas e se algo der errado? E se... e se eles atirarem?
Jack: É um risco que corremos. O que vocês me dizem?
Kate e Castle se olharam. Aquilo não dependia deles. Eles queriam sim pegar os responsáveis, mas mais do que tudo, queriam seus filhos de volta.
Espo: Eu to dentro.
Ryan: Eu também.
Kate: Meninos... obrigada.
Espo: Você sabe que pode contar com a gente, Kate.
Ryan: Nós somos uma família, não?
Kate sorriu e abraçou os dois. O plano estava traçado, e o horário marcado, só faltava mesmo o dinheiro. Castle tinha propriedades de valor, mas não tinha todo esse dinheiro em mãos. Ligou, então, para um banco, e depois de algumas transações, conseguiu a quantia necessária. A operação resgate iria começar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
E aí, será que vai dar certo?