Whole Lotta Love escrita por mlleariane


Capítulo 37
Reféns


Notas iniciais do capítulo

Ain, ta todo mundo triste, não? Me partiu o coração escrever aquela cena dela chorando no quarto das crianças, e dormindo com os brinquedos deles :'(
Mas esse sofrimento vai acabar, prometo. Kate ainda está muito fragilizada, mas aguardem, porque ainda veremos uma Kate furiosa.
Agora vamos ver como estão nossos babies ;)

Beijo, Ari ;)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/557386/chapter/37

Jake: Será que você não pode parar de chorar um minuto?

Johanna se assustou com os gritos e chorou mais alto ainda.

Paul: Eu disse que pegar criança não era uma boa ideia.

Jake: O que você quer pra parar de chorar?

Johanna: Eu quero a minha mamaaaaaae.

Jake: Você vai ter sua mãe logo.

Johanna parou um minuto e olhou para ele.

Jake: É só o seu pai liberar o dinheiro.

Alexander: O papai vai ter que pagar pela gente?

Jake: Garoto esperto! Gostei de você.

Alexander: Então por que você não liga pra ele?

Jake: Porque nós temos que dar um tempo para eles se desesperarem e pagarem mais.

Johanna: Por que você pegou a gente?

Jake: Já disse, por dinheiro. Seu pai é rico, sabia?

Johanna: O papai vai bater em você.

Jake: Não, ele não vai. Ele vai fazer tudo que nós mandarmos.

Alexander: A nossa mamãe é muito brava.

Jake: Hahaha. É mesmo? Estou morrendo de medo.

Jake puxou Paul para fora do quarto e trancou as duas crianças lá.

Paul: Eles vão ficar lá no escuro?

Jake: Não está tão escuro assim. E tem uma cama, ta bom demais.

Paul: Você viu a carinha deles?

Jake: Ei, pode parar com isso. Comoção não combina com você.

Paul: Sei lá, eles são crianças... por que a gente não liga logo e acaba com isso?

Jake: Porque nós precisamos de mais um tempo, você sabe. Quanto mais tempo, mais desesperados eles ficarão.

Paul: Eu acho que eles já devem estar desesperados o suficiente. Eu estaria.

Jake: Deixa de ser mole. Nós vamos ficar com eles pelo menos uns dois dias.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Johanna e Alexander sentaram na cama, de mãos dadas.

Johanna: Eu queria a mamãe.

Alexander: E o papai.

Johanna: Por que eles não acharam a gente?

Alexander: Porque nós estamos escondidos. Mas eles vão achar.

Johanna: A mamãe vai prender os dois, não vai?

Alexander: Vai. Ela vai ficar muito brava.

Johanna: E o papai também.

Alexander: Porque eles amam a gente.

Johanna: Eu também amo o papai e a mamãe. E a Lex. E a vovó, e os dois vovôs.

Alexander: E a tia Lanie, e o tio Javi, o Juan e o bebê.

Johanna: E a tia Jenny, o tio Kevin e a Sarah. E a tia Gates.

Alexander: E eu amo você.

Johanna: Eu também amo você, Alex.

Alexander: Você está com frio?

Johanna fez que sim. Ele a puxou e os dois deitaram juntos, abraçados.

Johanna: Eu queria o Fluffy.

Alexander: Amanhã nós vamos voltar pra casa.

Johanna sorriu para Alex, e os dois adormeceram assim, abraçados.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate nunca havia sentido os olhos tão pesados. Quando se olhou no espelho, entendeu. Eles estavam inchados e vermelhos de tanto chorar na noite anterior. Ela teve vontade de chorar de novo, seus filhos não estavam ali, e um vazio a dominava. Deixou algumas lágrimas escorrerem por seu rosto. Depois o lavou e saiu a procura de Castle. Encontrou-o na sala, com Jack e Martha. Assim que a viu, ele veio em sua direção, com expressão preocupada.

Castle: Bom dia meu amor – ele abraçou-a pela cintura e beijou seu rosto.

Kate: Será que vai ser mesmo um bom dia?

Jack: Geralmente o primeiro contato é no segundo dia. Aí começam as negociações.

Kate: Negociações... – Kate sentou-se no sofá – Agora eu preciso negociar para ter meus próprios filhos?

Castle sentou-se ao lado dela, repousando uma mão em sua perna.

Castle: Nós precisamos ser fortes.

Kate: Eu não consigo parar de pensar como eles estão, como passaram a noite sozinhos...

Castle: Eu sei, eu também pensei.

Kate repousou a cabeça no ombro de Castle, sendo amparada por ele. Martha e Jack podiam sentir a dor que os dois sentiam.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Jake: Mas o que você quer, sua pirralha?

Alexander: Não fala assim com a minha irmãzinha!

Johanna chorava soluçando.

Jake: Fala logo, o que você quer?

Johanna: Eu quero ir pra casa...

Jake: Lamento, vai ter que aguentar mais um pouco. E ai de você se não ficar quieta!

Alexander se irritou e chutou a canela de Jake.

Jake: Ai que merda, seu... – Jake levantou a mão, mas Paul o segurou.

Paul: Ei, se bater piora.

Johanna: Você falou palavra feia. Tem que ficar no cantinho.

Jake: Ficar onde?

Johanna: No cantinho, para pensar no que fez.

Jake: E o que eu fiz?

Johanna: Falou palavra feia.

Jake: Era só o que me faltava mesmo! Mulheres, irritantes desde cedo!

Johanna: Você é mau.

Jake: Igual o lobo mau? Haha.

Johanna: Você é pior.

Alexander: E feio.

Jake: Ah calem a boca vocês dois!

Jake saiu e trancou a porta de novo.

Alexander: Jo, você não pode chorar.

Johanna: Eu estou com medo...

Alexander: Eu também estou...

Johanna engoliu o choro e olhou para Alexander. Ele passou a mão no cabelo dela, tirando dos olhos.

Alexander: Eu prometi pro papai que ia cuidar de você.

Johanna: Ainda bem que eu tenho você – Johanna abraçou o irmão e repousou a cabeça em seu ombro.

Um tempo depois...

Paul: Eu trouxe café da manhã para vocês.

Paul sorriu para as crianças, que o encararam sérias.

Paul: Ei, eu sou amigo.

Alexander: Você não é meu amigo.

Johanna: Nem meu.

Paul: Ta, eu não sou amigo, mas eu não vou machucar vocês. Andem, comam alguma coisa.

Johanna e Alexander se olharam.

Paul: Que foi?

Alexander: O papai sempre diz que a gente não pode aceitar nada de estranhos.

Paul: Eu não sou estranho!

Johanna: Você é estranho.

Jake: Por que nós iríamos querer fazer algo contra vocês se vocês é que valem ouro para nós? – Jack disse entrando e encarando os dois.

Alexander: Porque você é do mal.

Jake: Haha “do mal”?

Alexander: Você deixou a gente preso no escuro.

Johanna: E eu fiquei com medo.

Paul: Coitadinha...

Jake encarou Paul, que se conteve.

Jake: Andem, comam e se comportem.

Os dois saíram e trancaram a porta de novo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Espo: Como é que ela ta? – Espo disse olhando Kate sentada encolhida no sofá.

Castle: Como você acha?

Ryan: Ela não merecia passar por isso.

Espo: Vocês acham que tem alguma coisa a ver com o senador?

Castle: Eu só espero que não.

Kate: Você não disse nada para Lanie, não é? – Kate disse se aproximando do trio, visivelmente abatida.

Espo: Não. Mas foi difícil não dizer. Você sabe o quanto ela iria querer estar aqui com você nesse momento.

Kate: Eu sei, Espo, mas foi melhor assim.

Kate fez menção de sair, mas Espo a chamou.

Espo: Kate, nós vamos pegá-los. E eu vou acabar com eles.

Kate fez que sim e voltou para um canto com Martha. Os detetives estavam agora em sua casa, prontos a qualquer sinal de contato, mas já era quase fim do dia e o telefone não havia tocado nenhuma vez.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Paul: Eu acabei de sair de lá e... eles não comeram nada.

Jake: Como assim não comeram?

Paul: Sei lá, eles são certinhos demais, dizem que não comem nada que estranhos oferecerem.

Jake: Crianças chatas. Que se danem.

Paul: Cara, eu acho melhor fazer alguma coisa. Já faz mais de 24 horas que estamos com eles, e se essas crianças morrerem?

Jake: Ninguém morre fácil assim.

Paul: Eu to falando sério. O cara tem dinheiro, liga logo que ele paga o que for.

Jake: Ta bom, busca lá os dois.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate deu um pulo do sofá quando o telefone tocou. Ela correu aflita, mas Castle a segurou, pegando o telefone e atendendo. Espo e Ryan começaram a rastrear a ligação.

Jake: Senhor Castle?

Castle: Sou eu.

Jake: Eu acho que o senhor já sabe porque eu estou ligando.

Castle: Onde estão meus filhos? Eu quero falar com eles.

Jake: Calma, muita calma. Primeiro nós vamos negociar uma quantia.

Castle: Eu não vou negociar nada até saber que eles estão bem.

Jake: Ok.

Jake fez sinal, e Paul se aproximou com os dois.

Jake: Digam olá para o papai.

Johanna e Alexander se olharam e pegaram o telefone com receio.

Alexander: Papai?

Kate quase perdeu o chão ao ouvir a voz do filho.

Castle: Alex? Filho, você está bem?

Johanna: Papai, você vai buscar a gente?

Castle: Eu vou princesa, eu vou. Vocês estão bem?

Alexander: Nós estamos, nós queremos vocês.

Os olhos de Kate encheram de lágrimas. Ela quis pegar o telefone, mas não deu tempo, os dois já haviam sido tirados da linha.

Jake: Já chega. Agora você já sabe.

Castle: O que você quer?

Jake: Em primeiro lugar, que você não envolva polícia nisso.

Castle: Ok, sem polícia. – ele lançou um olhar para Espo e Ryan.

Jake: Queremos um milhão.

Castle: Um milhão?

Jake: Cada. Um milhão cada.

Kate olhou para Castle. Onde eles arrumariam aquele dinheiro de uma hora para outra?

Jake: Você vai deixar o dinheiro no local que eu disser. Quando confirmar que peguei, libero os dois.

Castle: Não, eu deixo um milhão, mas o outro só quando tiver meus filhos comigo.

Jake: Você acha que eu sou tonto?

Castle: E você acha que eu sou?

Jake: Você sabe que eu posso acabar com os dois agora, não sabe?

Kate olhou desesperada para Castle, fazendo que não, que cedesse logo.

Castle: E perder a chance de ganhar 2 milhões fácil? Não, você não vai fazer isso. Eu quero meus filhos, e quero sem um arranhão sequer. Senão quem vai acabar com você sou eu.

Jake: Ah, você é corajoso, ham? Tudo bem, mas lembre-se: venha sozinho.

Castle: Eu irei.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

Kate: Conseguiram?

Espo: Sim, temos a área aproximada.

Castle: E o local do encontro é próximo a essa área?

Ryan: Sim. Bom, eles são pelo menos dois.

Espo: Não podemos descartar que talvez haja uma terceira pessoa.

Castle: Eu vou sozinho.

Espo: O que? Claro que você não vai sozinho.

Kate: Espo, eu quero meus filhos!

Espo: Sim, e você quer justiça também.

Kate: Não, eu só quero os dois.

Kate estava fragilizada, e só conseguia pensar nas suas crianças, na voz dos dois ao telefone, pedindo que eles fossem buscá-los.

Jack: Há uma maneira de se conseguir os dois.

Todos olharam para Jack.

Jack: É arriscado, mas talvez dê certo.

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

O plano de Jack consistia numa perseguição de carro. Ele sabia que era arriscado, que um tiroteio poderia acontecer e que de qualquer forma os sequestradores poderiam fugir. Mas também sabia que tinha à sua volta pessoas corajosas e dispostas a fazer de tudo pelos seus netos. Começou então a explicar.

Jack: Richard vai sozinho, sem você, Kate.

Kate fez um sinal de reprovação.

Jack: Todo mundo sabe que você é policial, e sua presença pode fazer algo dar errado. Richard vai sozinho, coloca o dinheiro, espera, pega os dois, entrega a outra parte do dinheiro.

Castle: Eu ainda preciso ver como levantar essa quantia de uma hora para outra.

Espo: A não ser que usemos algum truque.

Jack: Não, é arriscado. Precisa ser o dinheiro certo, a quantidade que eles pediram.

Castle: E o que te dá tanta confiança?

Jack: Eles é que terão confiança. Com o dinheiro nas mãos, e sabendo que você realmente foi sozinho, eles fugirão sem levantar suspeitas. É aí que nós entramos. Nós três estaremos algumas quadras dali, e perseguiremos os dois.

Martha: Mas e se algo der errado? E se... e se eles atirarem?

Jack: É um risco que corremos. O que vocês me dizem?

Kate e Castle se olharam. Aquilo não dependia deles. Eles queriam sim pegar os responsáveis, mas mais do que tudo, queriam seus filhos de volta.

Espo: Eu to dentro.

Ryan: Eu também.

Kate: Meninos... obrigada.

Espo: Você sabe que pode contar com a gente, Kate.

Ryan: Nós somos uma família, não?

Kate sorriu e abraçou os dois. O plano estava traçado, e o horário marcado, só faltava mesmo o dinheiro. Castle tinha propriedades de valor, mas não tinha todo esse dinheiro em mãos. Ligou, então, para um banco, e depois de algumas transações, conseguiu a quantia necessária. A operação resgate iria começar.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí, será que vai dar certo?