—Esse cara só pode estar brincando!-Reclamei, chutando o chão. O agente Coulson se afastou um pouco, e Loki reprimiu uma risada por causa dessa minha explosão. -Tá rindo do que?

—Nada. -Ele murmurou, cruzando os braços.

—Phil, digo, agente Coulson, pode, por favor, entrar em contato com o diretor?

—Não. -O agente respondeu. -Ele pediu para não ser incomodado.

—Ele vai ver o incomodo!

Era o seguinte: nenhum Vingador estava por perto. Apenas Loki e eu ficamos para trás, enquanto os outros foram com o porta-aviões, e metade da SHIELD, para missões sei lá aonde.

Enquanto isso, na base terrestre, eu estava quase voando no pescoço de alguém, e se o agente na minha frente não tomasse cuidado, ia ser o pescoço dele em jogo.

—Liga pra ele, agora. -Pedi, porém, pareceu uma ordem. -Agora.

—O diretor Fury...

—Dane-se o que ele disse! Ele está escondendo alguma coisa, e se eu descobrir, e souber que tem a ver comigo, cabeças vão rolar.

—Tudo bem, você está exagerando. -Loki disse. -Mas se precisar de ajuda, eu posso matar alguém novamente. -E sorriu de um jeito maldoso, para Coulson.

—Não, eu posso cuidar disso sozinha. O que é que está acontecendo, afinal? Tem algum ataque? Alguma... Tentativa de dominação mundial? Não tem sentido, pois toda dominação mundial começa por Nova York.

—Não se trata disso. -Coulson disse.

—Então se trata de que?

—Não estou autorizado...

—Ah, saco! Tudo bem, tudo bem. Mas Fury vai ter que falar, assim que colocar os pés nessa base. Com licença. -Me virei e saí, seguida por Loki. -O que acha que estão aprontando?

—Não é coisa boa. -Ele disse. -É algo grande.

—Mas grande de que tipo?

Loki e eu chegamos ao estacionamento coberto. Eu estava mais calma, e perguntava pra ele sobre esse lance de porque Nova York, quando um som alto nos fez parar. Não gritos, mas explosões.

Os pilares começaram a explodir, o teto começou a cair. Vários andares acima de nós iriam nos esmagar.

Eu abri a boca para gritar, Loki me puxou pra perto dele, foi a última coisa que eu vi.

***

—Avery?

Abri os olhos, Loki empurrou alguns escombros, então levantou, me puxando junto. Uma parte da base estava no chão. Escombros por toda parte. Helicópteros sobrevoavam acima de nós, e alguns agentes passavam chamando possíveis sobreviventes.

—O que... A base... Caiu. Simplesmente ruiu!-Gritei. -Como...?

—Explosivos. -Loki virou meu rosto. -Sua cabeça está machucada.

—Não importa. Tentaram explodir a base!-Olhei em volta, Fury estava reunido com os Vingadores, longe de nós. Passei por cima dos escombros, levando Loki comigo. O grupo se assustou ao nos ver naquele estado. -Quem. Foi?

—Quem foi o que, Dhenings?-Fury perguntou.

—Quem foi que fez isso! Está vendo!-Apontei pros escombros. -Alguém fez aquilo, e eu quero saber quem.

—Por quê?-Cruzou os braços, o olhar atento.

—Por quê? A SHIELD pode ser meio duvidosa, na maior parte do tempo, mas ainda assim... Faz parte do que eu sou. Estou crescendo aqui. Cercada por eles, - Apontei para a equipe. -e por tudo isso. -Fiz um gesto mostrando em volta. -Se alguém se meter com a SHIELD, se mete comigo também.

—Bom saber. Precisamos de toda ajuda possível.

—Mas o que aconteceu, exatamente? Quero vingança, e quero agora.

—Wou. -Tony fez, chocado. -Sangue vingador nas suas veias, Vidradinha.

—Com toda certeza. Eu podia ter morrido esmagada!

—Resistiu bem, só com uns arranhões e esse corte na testa.

—É, eu sei. Então, Fury, quando começamos o contra ataque?

—Assim que nos organizarmos. -Ele respondeu.

***

—Tudo bem, começa de novo. -Pedi. -É o que?

Estávamos no ar. Base nenhuma parecia segura agora. A imprensa esta em cima da Torre Stark, onde nem meu pai estava mais. Algo estava errado. Estavam nos atacando por todos os lados. Mas quem?

Bem, eu estava descobrindo, só que eu não conseguia processar tanta informação, e Fury não queria compartilhar nada comigo.

—Me deixa ver se eu entendi. -Murmurei. -Eles querem mandar na parada, tipo Loki.

—Sim. -Natasha respondeu. Estava com ela, Clint e Steve, na sala de reunião.

—E odeiam a SHIELD?

—É.

—E querem ferrar com tudo?

—Digamos que sim.

—Bando de filho da mãe! Como disse que se chamam?

—H. Y. D. R. A.

—Ah... Que nome. -Dei de ombros. Tony entrou, olhando em volta. -Novidades?

—Não. -Respondeu. - Estou apenas procurando Banner. Nossa rena de estimação não está aqui. Já verificaram se ele não matou ninguém?-Olhei feio na direção dele. -Que é?

—Estou tentando aprender sobre a... -Comecei. -... Como se chama mesmo?

—H. Y. D. R. A. -Nath, Steve e Clint responderam ao mesmo tempo.

—Isso aí, essa coisa aí mesmo. Então, Stark, suma. -Franzi o cenho. -Por que eles são tão maus?

—Pergunta pra eles. -Tony zombou, sorrindo ironicamente.

—Idiota!

—Eu tive uma ideia. Mas Fury não deve ficar sabendo.

—Lá vêm ideias absurdas. -Steve murmurou, suspirando.

—Acho que sei como atacar a H. Y. D. R. A., bem onde dói.

—Nos líderes?-Perguntei, erguendo a mão.

—Não. Nas bases.

—E a SHIELD tem a localização delas?

—Não. Mas eu sei onde tem uma. E então...

—Estou com o Enlatado.

—É absurdo!-Steve disse. -Eu avisei.

—E daí? Eu não vou sentar e esperar, ainda mais se Fury ficar escondendo as coisas. Eu vou com Tony.

—Eu também. -Clint disse. Natasha fez que sim com a cabeça.

—E então, Picolé? Vai ficar para trás?

—Se morrermos, - Ele começou. -a culpa é de vocês.

***

Fury ficaria completamente irado mais tarde. Os Vingadores, mais Loki e eu (também somos da equipe, eu devia nos incluir no “Vingadores”, mas ok), saímos discretamente... Quer dizer... Não tão discretamente, pois até um idiota perceberia que aquela falha no sistema era coisa de Tony, que o fez para encobrir nossa saída repentina.

O objetivo era por abaixo uma base inteira da H. Y. D. R. A., como vingança. Alguns de nós acharam justo, já Steve ficou dizendo que a resposta do grupinho maligno seria pior do que bases destruídas.

—Se está com medo, vovô, -Tony começou, entre o deboche e a irritação. -pode desistir. Não precisamos de você.

—Precisamos sim. -Murmurei. -Ele é o líder.

—Eu sou o líder!

—Não, é o Steve. Um líder não pensa em ideias suicidas, como você. –Me olhou feio. Mais parecia uma criança birrenta.

—Então por que veio?

—Porque quero acabar com esses desgraçados!

—Crianças. -Bruce chamou. -Já deu de briga.

—Ele começou!

—Eu?-Tony perguntou. -Você que...

—Fale com meu vidro, Lata de Sardinha Bilionária.

—Ouviram isso?

—Sim. -Natasha respondeu, carregando uma das armas que trouxe. -Agora cale a boca.

—Se ferrou. -Murmurei, rindo. Loki revirou os olhos, reprimindo um sorriso.

—Tudo bem, chega. -Bruce pediu. -Estamos prestes a fazer algo que pode acabar nos matando.

—Achei que o Hulk não morri...

—Vamos nos dividir?-Clint desconversou, cobrindo minha boca com a mão, me lançando um olhar sério. O que eu falei de errado?

—Vamos. -Tony respondeu. -É assim...

Loki e eu ficamos juntos na divisão. Eu tinha acabado numa dupla com Natasha, mas Loki pediu para trocar (ele havia acabado com Clint).

A coisa ia ficar muito feia pros nossos inimigos. Muito feia.

Não demorou até a destruição começar. Cada parte daquela base ia cair, e virar escombro assim como aconteceu antes. Nada ia ficar de pé.

Podia parecer infantil, devolver o ataque na mesma moeda, mas era a única coisa que podíamos fazer. Além de que Fury mandaria alguém atrás de nós, quando soubesse onde estávamos.

Loki estava me dando cobertura. Nós entramos por um dos lados. Eu ia fazendo os vidros se soltarem, e criarem um monstro que supostamente, tinha vida própria. Era um triturador de agentes do mau. Meio nojento, e horrível, mas tudo bem.

Conseguia ouviu Hulk, e Mjolnir se chocando com paredes. Loki, eu, Steve e Hulk íamos atacar por baixo, enquanto os outros iam por cima. Era mais fácil desse jeito.

Tiros eram disparados contra Loki e eu, mas nenhum nos feria. Eu estava na forma de vidro, e o Asgardiano não seria facilmente atingido.

—Temos que dar o fora. -Natasha disse, pelo fone. -Stark encheu a base de bombas. Todos saindo, agora.

Olhei para Loki, e comecei a correr, com ele ao meu lado. O tempo corria. JARVIS e Tony estavam fazendo uma irritante contagem regressiva, que estava me deixando maluca. Se não saíssemos em vinte segundos, iríamos virar... Pequenos pedacinhos.

Assim que pisei do lado de fora, a contagem chegou em cinco segundos. Loki me puxou, tirando-me do chão e correndo mais rápido. A explosão nos jogou no chão. A base já era.

—Nós conseguimos!-Stark gritou. O deus e eu nos levantamos. Voltei a forma humana. -Ih, olhem pra cima.

Ergui o olhar, ao mesmo tempo que os outros. O porta-aviões estava acima de nós. Eu sabia que Fury estava olhando para nós, completamente bravo. É, teríamos sorte de levar apenas uma bronca.

—Eu disse que haveria problemas. -Steve disse, apontando para cima. -Eu disse.

—Calado, Picolé. -Tony mandou. -Vamos apenas comemorar. Nós acabamos com eles.

—Apenas uma base, existem várias outras. -Tony deu de ombros, algo engraçado de ver, eu achei, já que ele estava com a armadura.

—Vamos por partes. Como Jack Estripador. -Suspirei.

Não escapamos de um sermão de Fury. Os únicos que pareciam ligar pra isso foram Bruce e Steve. Thor estava quase dormindo; Natasha olhava por um ponto fixo, Clint encarava a ruiva; Loki revirava os olhos e bufava de cinco em cinco minutos; Tony imitava Fury quando este não via, e eu reprimia gargalhadas.

—Olha, -Stark interrompeu, ganhando um olhar fuzilante de Fury. -sem ofensas, mas o que está dizendo é idiota. Somos uma equipe independente. Os únicos que são da sua conta, são Romanoff, Barton, e Rogers. Temos dois deuses Asgardianos, um cientista, um bilionário, dois assassinos e uma adolescente irritada. Não manda em nós.

—O que fazem ou não é sim da minha conta. -Fury discordou, ainda mais irritado. Hill parecia apreensiva, enquanto Coulson fingia não escutar nada. -Vocês fizeram besteira, e sabem disso.

—Fury tem razão. -Steve disse. -Nós não devíamos...

—Ninguém te obrigou. -Tony interrompeu. -Poderia ter ficado, não faria falta. Aproveite e deixe a equipe, se não concorda com a gente.

—Tony!-Repreendi, chocada. -O que está dizendo?

—É o que ouviu, Avery. Somos adultos, e estamos resolvendo isso do jeito certo. Se Rogers não concorda com a gente... Pode se sentir livre para deixar a equipe. Com licença. -Se levantou e saiu.

Isso não era bom.

***

—Nós somos todos amigos, Loki. -Comentei quase revoltada. -E eles simplesmente brigam desse jeito? Somos uma equipe.

—Avery, as coisas são assim. Adultos resolvem as coisas... Dessa forma.

—Está me chamando de criança?

—Comparada comigo e os outros... Sim.

—Ei!-O deus riu. -Vou falar com meu pai, tudo bem? Nos vemos depois. -Dei um beijo rápido nele e saí correndo. Meu pai estava no laboratório, junto com Bruce, que parecia muito distraído.

—Avery. -Papai murmurou, me abraçando com força. -Você está bem? Que ideia foi aquela de vingança?

—Desculpa, eu devia ter vindo antes te ver .Eu estou bem, e aquilo... Precisávamos fazer. -Dei de ombros.

—Foi loucura.

—Eu sei. Desculpe.

—Acho que nunca vou me acostumar em você ser... Uma... Vingadora.

—Pode tentar, porque eu só vou parar quando morrer.

—O que eu espero que aconteça só daqui a muitos anos.

***

—Então, vai me dizer como conquistou Asgard, com minha suposta “ajuda”?-Perguntei, sentando ao lado de Loki, na minha cama.

—Não.

—Não é justo! Eu quero saber. Não faço ideia de como fez isso. Sei que trago as pessoas da morte, que viro de vidro e todas aquelas coisas... Mas como conquistar Asgard desse jeito?

—Depende do jeito que ele é usado, Avery.

—E como você o usou?-Ele suspirou e olhou pra mim.

—Não vou dizer.

—Não tem graça.

—Não era para ter, querida.

—Idiota.

—Senhorita Dhenings, senhor Loki, -JARVIS começou. -... É hora do jantar.

—Estamos indo. -Me levantei, puxando Loki comigo. Quase todos estavam na cozinha, faltava apenas Tony, que chegou segundos depois.

—O Picolé resolveu ficar?-Provocou. Suspirei. Sabia que daria alguma briga. Estava prevendo isso. -Achei que o espírito patriota dele não permitiria que ficasse em uma equipe que não segue ordens.

—Stark, cale-se. -Steve mandou, olhando feio na direção dele. Todos pararam de comer, apenas esperando a confusão.

—Olha, o vovô ficou irritado. Vai começar com aqueles discursos chatos? Só de pensar eu fiquei com sono. -Steve levantou, Tony fez o mesmo. Ficaram frente a frente. Eu sentia o cheiro de confusão, estava no ar.

—Você se acha, não é mesmo?

—Eu tenho certeza, Rogers.

—Ah, parem!-Gritei, levantando também. -Vocês são adultos, e não crianças! Parem com essas provocações idiotas.

—Não se meta, Avery.

—Ah, vou me meter, sim. Que palhaçada é essa? São amigos, estão do mesmo lado.

—Será mesmo? Acho que não.

—O que? Vão brigar agora? Isso é ridículo. Não estão no colegial. A Terra depende da nossa união. Acham que vamos defender alguma coisa com a equipe desestruturada? Sei que vocês têm opiniões diferentes, mas... Precisam chegar num ponto certo.

—Avery, você devia deixar os adultos conversarem.

—Mas ela tem razão. -Natasha interferiu. -Parecem duas crianças discutindo. Façam as pazes, agora.

—Não. -Tony disse, cruzando os braços. Natasha o encarou mortalmente. -Ele primeiro.

—Tudo bem. -Steve murmurou. -Desculpe, Tony. Mas, não vou mudar meu jeito de pensar por sua causa. -Todos olhamos para Stark.

—Tá. Foi mal. - Deu de ombros. -Pronto.

—Se abracem. -Nath mandou.

—Nem vem.

—Se. Abracem. Agora.

—Loki, tem aquele cetro aí?-Perguntei. -Será bem útil. Olhem, donzelas, eu posso trancar vocês dois numa jaula de vidro, bem apertada. Se abracem, ou vou confinar vocês.

Bufando, Stark se virou para Rogers. O abraço durou poucos segundos, e então eles se sentaram, ignorando um ao outro.

Isso ainda não tinha acabado.