Até o momento era um dia comum como qualquer outro, Emanuelle Lintz que acabará de sair do trabalho já avistava a B-CAKE, anunciando o final da sua caminhada. O tilintar do sino avisa a sua entrada na cafeteria.

-Boa noite dona Bea, o lugar está até cheio para um fim de tarde, não? – Ela cumprimenta alegremente pelo balcão Beatrice sua amiga e proprietária da loja.

Emanuelle vai todos os dias aquela cafeteria, ela já é praticamente da família, e inclusive ajudou atendendo mesas nos tempos de dificuldades. Todos os dias ela leva uma porção de cupcakes de chocolate, hoje não seria diferente.

-Boa noite Manu, hoje está como sempre, só faltava você, pensei que viria na hora do almoço, está com muito trabalho?- Bea responde já trazendo o habitual café

-Na verdade eu tive uma reunião de manhã, e fiquei o resto do dia fazendo um projeto, vida de designer não é fácil- um suspiro de cansaço- eu quero ir logo para casa tomar um banho bem demorado e terminar esses esboços.

-Ai amiga você tem mais é que descansar isso sim, vai ficar com rugas, onde já se viu tem 23 anos e já fala como uma velha, pensa que eu esqueci que você ignora todos os meus convites no fim de semana?

-Ai para Beatrice não vai começar de novo, hoje eu quero o dobro de sempre, melhor o dobro e mais um pouco, ai quero quatro cafés pra levar, por favorzinho amore- nossa protagonista pede.

-Gente, serio onde vai parar tudo isso? Você come metade da cota de cupcakes que eu faço e não tem nem um pouquinho de barriga, que absurdo – Bea brinca – Ainda não entendo como você tem uma saúde perfeita, sua alimentação pode ser comparada a de uma criança de cinco anos.

-Não me enche Beatrice, vai arruma meu pedido, vai dar o exemplo e ir trabalhar.

Beatrice faz o pedido, passa no caixa e apesar de pagar elas continuam conversando, quando um cliente interrompe.

-Com licença, eu queria mais dois cupcakes de chocolate, por favor. – O homem pede educadamente

-Me desculpe senhor, mas os de chocolate já acabaram. –Enquanto Bea responde dá uma olha sugestiva a Manu.

-A certo, então eu gostaria da conta, por favor.

-Claro, pode voltar á mesa enquanto eu fecho, já levo sua conta- Bea responde e enquanto o homem retorna a mesa ela alfineta para Manu- Viu gorda, você tirou o cupcake do lindo papai e de um pobre menininho, gorda.

Enquanto calcula a conta do “lindo papai” Beatrice não percebe a ideia no olhar de Manu.

-Ei Bea, pega um pratinho pra mim, por favor, e me empresta sua caneta.

-Pra que o pratinho?- Beatrice pergunta, mas é ignorada, nossa protagonista escreve algo em dois guardanapos. Vendo que não adianta ela pega o prato. – Aqui

Manu abre sua encomenda tira três cupcakes, coloca no pratinho junto com os dois guardanapos e se vira para Bea.

-Aqui, entrega para aquele cara quando for entregar a conta.

Beatrice lê os guardanapos se vira para a amiga que já se direciona a porta, acenando antes de sair.

-Cada uma que ela faz viu.

Ela se direciona com o pratinho e a conta a mesa. O moço se prepara para falar algo, mas Beatrice se apressa, entrega a conta e volta ao balcão ainda rindo da amiga. Na mesa a criança comemora.

-Papai você disse que não tinha mais, mas tem.

-A garçonete me disse que não tinha, realmente não entendi- a criança o interrompe mostrando os guardanapos.

-Pai tem alguma coisa desenhada aqui, o que diz em?

O Homem pega os guardanapos e lê para o filho. O primeiro onde está desenhado um príncipe e três bolinhos diz o seguinte:

“Pequeno príncipe, eu sequestrei todos os cupcakes, porem estes se mantem fiel a você, então faça jus a eles e aproveite.”

-Eu sou o pequeno príncipe papai? – O homem confirma então a criança sorri, e devora um cupcake. – E o outro papai?

O homem olha o outro guardanapo, este guardanapo tem uma menina desenhada meio que pedindo desculpa e está escrito o seguinte:

“Sorry eu comprei todos os cupcakes, mas não foi por mal. Então para me redimir eu mando estes.

PS: Por minha conta.”

Os dois estão assinados simplesmente com uma letra: M. O homem sorri lendo o bilhete. E Beatrice que observa tudo se pega pensando, será que eu estou vendo o começo de uma historia com uma simples boa ação de brincadeira? Quem sabe...