A Promessa (Hiatus) escrita por Natsume


Capítulo 4
Capítulo 03 – Unleash


Notas iniciais do capítulo

Hello lovely ghosts ^^
Daqui pra frente começam os capítulos 'maiores', tem mais coisa aí gente o/ espero que gostem de ler tanto quando eu gostei de escrever *-----*
Só para constar que... essa capa está me dando nojo ¬¬' mas aguentem ela mais um pouco até eu ter um pico de inspiração em relação a design de imagens ok?

Enfim, boa leitura!



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Capítulo 03 – Unleash

Trust I seek and I find in you

Nothing Else Matters | Metallica



A atmosfera no reino era pesada.

Jude andava em círculos enquanto esperava a chegada dos seus três generais. “Imperdoável” era a palavra que ecoava em sua mente cada vez que pensava em sua filha sendo arrastada por um qualquer só os Deuses sabiam para onde.

Não que a amasse. Não era isso, mas com o casamento com o Conde de Crocus as coisas tendiam a melhorar ainda mais e agora, seus planos estavam condenados.

Quando as figuras imponentes entraram e se ajoelharam perante a si, não tinha muito que quisesse dizer.

– Laxus, Erza, Mystgun encontrem a minha filha ou mando decapitar vocês três.

– Sim, Majestade – a caçada iria começar.


{...}



Natsu já a estava observando há algum tempo. Aos seus olhos ela parecia muito convidativa, chegava a questionar a si mesmo se era mesmo capaz de não fazer nada com aquela menina. Acompanhava seus movimentos com precisão e sentiu o sangue esquentar quando ela se encolheu na cama deixando a coxa completamente exposta.

Três coisas motivavam sua raça mais do que qualquer coisa. Violência, raiva e sexo.

E para o azar dela ele podia facilmente praticar as três juntas.

Mas para a sua sorte ele estava proibido de fazê-lo.

Era inevitável pensar o quanto aquela princesa era preguiçosa, já era tarde e o sol praticamente estava se despedindo, se escondendo atrás das montanhas que faziam divisa com Magnólia.

Devo acordá-la?” pensou tombando a cabeça para frente e sentindo uma pontada no ombro direito. Aquilo estava incomodando demais, se tivesse prestado mais atenção podia ter desviado da flechada com facilidade.

Foi tirado de seus pensamentos pelo barulho da cama.

Chegava a ser irritante a graciosidade com que ela esfregava as mãos no rosto tentando acordar.

Não demorou a perceber a presença de alguém no quarto, alguém que lhe olhava intensamente. E que a propósito, estava sem camisa, algo que não era comum de se ver no palácio real.

–Está com fome? – ele quebrou o silêncio apontando com a cabeça uma travessa com frutas do lado da cama.

– Onde eu estou? – ignorou a oferta, estava enjoada.

– Na minha casa, na minha cama precisamente.

Lucy levou as mãos ao rosto sentindo o calor emanando das bochechas que tinha certeza que estavam rosadas.

– O que você quer de mim?

– Nada.

– Então por que...

– Por um acordo – ele disse prevendo a pergunta – Que eu não posso quebrar – disse mais para si mesmo.

Das várias coisas que ela podia observar nele a que mais lhe chamou a atenção foram as cicatrizes, muitas, espalhadas pelas partes visíveis do corpo, e uma marca em um dos braços um pouco abaixo do ombro. Qualquer um que a visse pela primeira vez poderia pensar que fosse algo como uma tatuagem, mas ela sabia bem o que era. Uma marca a ferro feita pelo reino para sinalizar os prisioneiros. O que não era bom, analisando a sua situação.

– Você poderia me soltar?

– Huum – ele pareceu pensar por alguns instantes, mas logo em seguida aproximou-se e sem nenhum esforço arrebentou as partes do bracelete libertando-a. Ele era forte, não a admirava que tivesse destruído o castelo com facilidade.

Os olhos castanhos pousaram na marca com curiosidade mais uma vez e não foi difícil identificar o que estava simbolicamente gravado ali.

– Fairy Tail.

Natsu foi rápido puxando seus pulsos e a prendendo na parede ao lado da cama, aquelas palavras o deixavam enfurecido. As memorias o inundavam amargamente.

– O que você sabe sobre isso?

Lucy estava surpresa com tal ação e com a raiva que ele exalava, até onde sabia as crianças daquela época tinham sido libertadas sem nenhuma punição, apenas três tinham sido escolhidas para reintegração, aquelas que hoje eram seus generais mais preciosos. Os adultos que foram capturados estavam mortos e apenas um havia conseguido escapar. Julgando a aparência jovem, era impossível ser ele.

– Eu te fiz uma pergunta – apertou a pele machucada fazendo-a arfar.

– Sei de tudo, eu era criança, me lembro de todos os dias do expurgo. Tentei ajudar...

– Chega, já é o suficiente – “Será que sabe mesmo de tudo?” pensou irritado.

– Eu mandava meus criados levar água e comida para os calabouços, odiei tudo aquilo, eu até mesmo...

– Calada! – gritou - Nada disso me interessa, já sei o que queria saber – afrouxou as mãos disposto a soltá-la, mas ainda sem fazê-lo.

– Eu sei o peso que o chicote do meu pai tem – revelou apreensiva – Não desejo isso para ninguém.

Ele riu.

– Você não sabe de nada – estavam tão próximos que podia sentir o coração dela disparado contra seu corpo – Não passa de uma princesinha.

Ele dissera a última palavra com tanto desprezo que a única coisa que Lucy pôde pensar era em mostrar o que lutava tanto para esconder, para provar que não era tratada como uma boneca de cristal como todos pensavam.

– Se não acredita em mim veja por si mesmo.

Natsu pensou em algo para dizer, mas logo desistiu. Ela não podia estar falando que conhecia literalmente o peso do chicote do pai dela. Princesas não apanham certo?

Quando ele se deixou afastar, Lucy virou de costas e puxou os cabelos para frente.

– Abra – disse confiante.

O vestido era completamente trançado com fitas grossas, se ele fosse tirar uma a uma demoraria minutos que não estava disposto a esperar. A solução mais fácil foi rasgar tudo de uma vez.

Sua expressão era de completo espanto.

Era difícil encontrar um lugar onde não tivesse cicatrizes. Para sua maior surpresa algumas marcas eram recentes. Diferente dele, apenas onde pudesse esconder.

Lucy esperou que ele dissesse algo, mas a única coisa que escutou foram seus passos se distanciando e a porta sendo fechada novamente.


{...}


Em comemoração ao ataque bem-sucedido ao castelo de Magnólia, as mulheres do vilarejo fizeram questão de preparar um delicioso jantar para deixar seus bravos homens satisfeitos. Várias mesas foram juntadas para formar uma única mesa enorme onde todos jantariam juntos, como uma grande família.

Natsu não conseguia parar de pensar na situação anterior e o silêncio dele não passou despercebido por Gray. Desde o início tudo aquilo parecia meio insano para o moreno, se tivesse a oportunidade de mostrar ao outro como isso era errado, o faria.

– Hey Natsu, cadê a princesa?

– Trancada.

– Não vai trazê-la para jantar?

– Não. Já levei comida pra ela.

– Sério? Aquela bandeja nojenta de frutas é comida? – cruzou os braços no peito sorrindo sarcástico – Coitada então.

– Pelo menos é natural – o amigo sorriu de volta, mas ainda estava tenso.

– Naturalmente nojento.

Natsu suspirou sentindo-se cansado.

– O que você quer Gray? – olhou o moreno pela primeira vez.

– Talvez que você seja um pouco mais humano com aquela garota.

– Eu não sou humano. Sou draconiano.

– Idiota você entendeu.

– Eu não acho que seja uma boa ideia, sabe, ela se relacionar com as pessoas daqui – franziu o cenho – Ela vai embora logo.

– Ooh entendi – puxou uma caneca transparente com um líquido escuro e tomou um gole generoso – Está com medo de se apegar.

– Claro que não, não seja estúpido. Talvez, de vocês se apegarem.

– Então prove, vá busca-la. Mostre um pouco de solidariedade para com a mulher que vai morrer por algo que você quer.

– Assim você faz parecer que eu sou mau. Simplesmente se eu não tivesse sequestrado ela seria outro, não tenho culpa se aquele cara a quer.

– Sim, sim. Como se qualquer um pudesse entrar no reino, matar metade dos soldados e arrastar a princesa pelo portão da frente como se não fosse nada.

Gray arqueou uma sobrancelha analisando a expressão pensativa do amigo. Quando ele se levantou bufando sabia que seu argumento tinha sido bom o suficiente para vencer a teimosia de Natsu.

– Cadê a sua mulher? – perguntou sério.

– Pra quê?

– Preciso de um vestido pra princesa.

– E o dela?

– Acabei rasgando.


{...}


Quando a porta foi aberta Lucy estava sentada na cama segurando a parte de cima do vestido no busto. Sentiu-se aliviada ao ver que ele tinha em suas mãos uma peça azul claro, que presumiu, fosse uma roupa para ela.

E mais uma vez aquele silêncio devastador.

Ele pensou que talvez pudesse realmente ser menos estúpido com ela. Afinal uma noite não mudaria nada, certo? E ela ainda era uma princesa. Quem sabe amanhã mesmo Ultear poderia vir busca-la e tudo isso acabaria de uma vez.

– Oi – disse por fim. Ela o encarou apreensiva – Eu acho que comecei errado com você. Meu nome é Natsu Dragneel, sinto muito pelo seu vestido e... Bem, todo o resto – passou a mão na nuca nervosamente, seria pedir muito que ela dissesse algo? Os olhos castanhos estreitaram-se um pouco, como em uma análise cética e logo em seguida voltaram ao normal. Ela sorriu.

– Isso é para mim? – apontou o tecido azul que ele apertava disperso. Só então Natsu percebeu que estava amassando a roupa em suas mãos.

– Sim, eu trouxe para você usar no jantar. Acho que não é bem o que você está acostumada, mas...

– É o suficiente – interrompeu serena – Eu não e importo com esse tipo de coisa, na verdade parece ser bem mais leve que as armaduras de pano que sou obrigada a usar.

– Então – ele pousou o vestido na cama ao lado dela – Leve o tempo que precisar.

– Natsu – chamou quando ele estava saindo, fazendo-o parar com a mão na porta – Obrigada.


{...}


Ultear estava exausta.

Preparar aquele ritual exigia muito de sua magia ancestral, além de ter que se preocupar com os ritos em geral, ainda tinha o problema que estava tendo com o corpo provisório de Zeref. Aproximou-se dele mais uma vez para constatar que o nariz ainda sangrava muito e a respiração não se suavizava por nenhum momento.

Não era incomum o que estava acontecendo, o espírito de um Deus é muito para um simples corpo humano, ela temia que ele não conseguisse nem chegar à metade da cerimônia daquele jeito, o que o deixaria muito irritado. Afastou os cabelos negros da testa dele e tocou medindo a temperatura, mais um ponto negativo, estava queimando em febre.

– Zeref-sama – chamou com a voz aveludada – Não estou conseguindo estabilizar esse corpo.

– Percebi – frio como gelo – encontre outro então.

– Mas acho que o resultado seria o mesmo, infelizmente.

– Ache uma maneira de isso dar certo, Ultear. Não me interessa como.

– Sim – saiu do quarto mordendo o lábio inferior, aquilo seria um desastre, qualquer pessoa que servisse de receptáculo para o Deus iria morrer, era um fato.

Pegou um livro enorme da prateleira rústica e começou a folhear apressadamente em busca de algo que lhe fosse útil, foi quando seus olhos pousaram em um monumento fantástico do passado. Uma estrutura gigantesca que foi destruída pelos humanos há mais ou menos um século atrás, um lugar místico onde os Dragões concebiam seus filhos para que nascessem extremamente poderosos.

–Torre de Dráconis – murmurou virando a página, onde por ironia do destino um grande Dragão vermelho ilustrava uma página inteira. Foi então que teve uma ideia insana – Como eu não pensei nisso antes? Além de ser de uma raça mais resistente aquele moleque é imortal – sorriu – Melhor que isso impossível.


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