Sem perder a esperança escrita por Ester
Notas iniciais do capítulo
Quem estiver gostando pode dar uma olhada em outras fics que tenho. Espero que gostem.
POV. Katniss
Dentro da casa Peeta me leva até o seu quarto, coloca minha mala lá e pede pra que fique a vontade. Depois que me instalo desço e percebo o aroma que vem da cozinha, um cheiro maravilhoso de cozido me lembra que não almocei, estou só com o café da manhã. Comemos e vamos para a sala. Ele acende a lareira por causa do frio, ficamos um tempo nos beijando e nos aquecendo, mas logo nos levantamos para ir para a cama. Sei que há muito dormimos juntos mas depois dos beijos que trocamos e a forma que mexeram comigo descarto essa possibilidade.
_Eu vou dormir no outro quarto._ indico a porta do mesmo ainda na escada.
_Porque? Não quer que eu durma com você? _ fala demonstrando não estar entendendo nada.
_Depois da quantidade de beijos que trocamos? Não acho que seja uma boa ideia._ sei que estou vermelha de vergonha, ele fica em silencio, mas depois me beija de novo e me deseja boa noite. Insiste para ser ele a mudar de quarto, não acho justo já que estamos em sua casa, mesmo assim Peeta se instala no quarto ao lado e eu deito em sua cama. Acordo após algum tempo gritando como sempre, sinto toda a angustia que sempre me atormenta quando isso acontece. Logo penso em Peeta mas não sei se conseguirei resistir se voltar a me beijar como antes e talvez esteja dando um passo grande demais. Mesmo assim vou até seu quarto.
_Não consegue dormir?_ pergunta assim que me vê. Balanço a cabeça negativamente. Ele levanta chega perto de mim em silêncio me olha e sorri.
_Vamos? _ele pergunta estendendo a mão e indicando para voltarmos para o seu quarto, já que a cama em que estava deitado é de solteiro. Pego em sua mão e caminhamos calados, percebo que minhas mãos estão geladas e minha respiração está entrecortada. Ele parece perceber minha relutância, deita ao meu lado, me puxa para o seus braços, dá um beijo em minha cabeça e diz:
_Boa noite, Katniss.
_Boa noite_ É tudo que consigo dizer, fico imóvel por um tempo, ele não volta a me beijar e logo adormeço. Quando acordo vejo que já se passou boa parte da manhã, Peeta ainda dorme e aproveito para lhe preparar o café, ele me disse que havia feito uma quantidade enorme de comida então basicamente esquento algumas coisas, faço umas torradas com pães, ovos e bacon que achei na geladeira. Preparo tudo e subo para chamá-lo. No quarto fico o observando enquanto dorme, não resisto e começo a passar a mão no seu rosto, ele sorri e antes de abrir os olhos me agarra e começa a beijar meu pescoço, meu rosto, meu nariz, beija e diz bom dia ao mesmo tempo, como se quisesse saldar cada parte de mim.
_Anda, levanta, já fiz o café– digo quando me solta e ele volta a deitar.
_Você fez o café?_ está franzindo a sobrancelha com dúvida.
_Não sou tão inútil, sei fazer algumas coisas, poucas coisas, mas sei, e neste frio já devem ter esfriado, então, levanta que eu estou morrendo de fome.
_Vou em um minuto_ diz se livrando da coberta e sentando na cama. Nós comemos e ele me passa o número do telefone do homem que conserta o aquecedor que tem na agenda e ligo para ele. A moça que me atende informa que está com uma forte gripe e que não poderá sair de casa nos próximos dias. Digo isso a Peeta que só comenta entre sorrisos que assim teremos muito tempo juntos. Nos lembramos de Haymitch, e vamos até sua casa mesmo com o vento muito forte. Peeta leva pão, biscoitos e um pouco de sopa quente. Quando entramos na casa surpreendentemente está acordado e sóbrio.
_Olha só quem é que resolveu me visitar!-_o vejo praticamente todo o dia durante o trabalho, por isso quase não venho em sua casa. Quem sempre a frequenta é Peeta.
_Bom viemos só deixar alguma comida para você_ respondo rápido.
_”Viemos” desde quando vocês respondem como uma dupla?_ é impressionante a sagacidade que esse velho tem, nunca deixa passar nada, penso em responder mas Peeta se adianta e informa o que tem na cesta e pede pra Haymitch se cuidar pois estamos de saída.
_Vão pra algum lugar neste tempo?_ apontando para fora indicando a neve.
_Não só vamos para casa?_ Peeta fala com a maior paciência do mundo.
_E agora vocês moram numa casa só? _ ele grita quando já estamos de saída. Nem Peeta nem eu nos damos ao trabalho de responder simplesmente continuamos a andar e entramos na casa. No segundo dia em que estamos dividindo o mesmo teto, Peeta me mostra algumas coisas de sua casa, suas telas, seu caderno de desenho, fotos de sua família, de vários momentos da sua vida, quando pequeno, adolescente e fotos do casamento dos seus pais. Sei que se sente triste por tudo isso, e não tenho o que dizer, então simplesmente o abraço e ele fica quieto nos meus braços por um tempo. Depois retornamos a cozinha, fazemos nossa refeição, conversamos sobre várias coisas, mas não falamos sobre o fato de estarmos toda hora nos beijando e no que isso significará para o nosso relacionamento daqui para frente.
Acredito que nenhum dos dois quer discutir esse assunto, então simplesmente nos beijamos e muito. Em alguns momentos preciso realmente nos afastar pois os beijos ficam “quentes” demais e eu o freio. Ele sempre age nesses momentos do mesmo jeito, abre o maior sorriso, como se tivesse se divertindo com a situação. A noite nos juntamos sem cerimônia, apesar de durante o dia estar constantemente parando suas mãos e carícias, quando nos deitamos é extremamente polido e se limita a me dar um beijo leve e desejar boa noite. Dormimos rapidamente.
No terceiro dia que estamos trancados por causa da neve, Peeta é quem acorda mais cedo, mas nem tanto passa das dez quando vem me chamar para tomar café. O dia percorre sem muita diferença, conversamos, nos beijamos e assistimos TV bem cobertos devido ao frio. Enquanto me beija pergunto:
_Peeta o que nós estamos fazendo?
_Estamos nos beijando. _ responde como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.
_ E para onde esses beijos vão nos levar?- concordei com Prim em só aproveitar o momento mas isso está me consumindo. Gosto de saber onde estou pisando.
_Pode nos levar aonde nós quisermos ir_ fala me olhando com uma expressão séria.
_Esse é o problema, não sei para onde quero ir?_ o informo sendo sincera, ele se afasta devagar passando as mãos nos cabelos para se acalmar, depois de um tempo diz:
_ Acha que devemos esquecer tudo que vivemos nestes três dias?
_ Não, acho que devemos conversar e definir o que vivemos nesses dias? O que isso significa para nós? O que vai mudar ou não?
_Katniss, sinceramente não sei o que dizer. Você sabe que te amo, minha vida é você. Por mim mudaria tudo, sei lá, nos casaríamos, viveríamos para sempre juntos. Esses dias tem sido como um sonho para mim. É tudo que sempre quis. Então acho que a dúvida está em você.
_Tem razão, sou eu quem está indecisa, talvez insegura, não sei o que pensar e decidir. Meus sentimentos são sempre confusos e não tenho muita experiência nessa área da vida. Então tenho medo de te magoar, de não corresponder as suas expectativas.
_Por que a gente não deixa como está? Sem cobranças, sem expectativas. Vamos ver o que vai acontecer? Não quero te pressionar a nada, nunca quis isso. Eu te amo e estou disposto a te dar o tempo que você achar necessário para se definir.
_E o que faremos nesse tempo? –pergunto sem muita confiança.
_ Podemos fazer o que você quiser, voltarmos ao que éramos antes e sermos somente amigos, ficar como agora. Do jeito que você se sentir confortável nós vamos fazer.
Eu olho para Peeta, o jeito que ele tenta controlar suas emoções e sentimento para atender as minhas demandas, sempre preferindo a mim, em detrimento dele mesmo. Sei que não é justo prendê-lo, mas também não sei se quero abrir mão dele. Não estou pronta para assumir um relacionamento, disso tenho certeza. Mas talvez consigamos achar um meio termo.
_Sem cobranças? _ pergunto a ele.
_Sem nenhuma cobrança_ reponde com firmeza._ E como ficamos?– Pergunta querendo se situar saber se quero voltar a ser só sua amiga ou se quero ficar da forma que estamos agora. Apesar de não conseguir decidir o que temos não quero voltar a ficar sem seus beijos então digo a ele:
_ Ficamos como estamos agora, mas só quando estivermos sozinhos, não estou pronta pra responder nada a ninguém._ele suspira alto como se estivesse aliviado e me puxa para os seus braços, me dá um beijo longo e tão doce, me prende perto dele, beija minha cabeça, passa suas mãos pelas minhas costas e depois para me olhando.
_E até onde isso vai? – pergunta apontando para nós dois. Está querendo saber se estou pronta para mais do que beijos e abraços.
_ Não estou pronta para mais do que isso. _tento limitar o nosso “relacionamento” a somente ao que já vivemos. A verdade que isso já é um grande passo, nunca me imaginei em um relacionamento com ninguém.
_ Eu sei. Vou respeitar seu tempo, não vou avançar, até você querer. Tem minha palavra.
_ Esse não avançar implica em nunca mais dormir comigo né?_ alivio o clima que se instalou sobre nós com um sorriso.
_Você disse que não estava pronta para mais, não que precisávamos retroceder, não consigo ficar sem dormir com você e já me comprometi em não avançar, acredite em mim_ está fazendo bico, mas também está rindo. É a primeira vez que fala isso, sobre precisar de mim, ele sempre aceita tudo sem reclamar e me sinto feliz por saber que também não dorme sem mim.
_Tem razão, acho que vou abrir exceção na minha agenda e incluir mais algumas noites com você já que não consegue dormir sem mim._ ele fica rindo por um tempo e logo volta a me beijar, seu toque é um pouco mais contido agora que definimos os limites, mas igualmente doce. Encosto em seu peito e fico quieta por alguns minutos. Até ouvirmos batidas na porta. Peeta vai abrir e eu o informo que vou subir para tomar um banho enquanto ele cuida de sua visita. Ele concorda e sai.
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