Sem perder a esperança escrita por Ester


Capítulo 16
CAPÍTULO – 16 Retiro


Notas iniciais do capítulo

Quem estiver gostando pode dar uma olhada em outras fics que tenho. Espero que gostem.



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POV. Katniss

Dentro da casa Peeta me leva até o seu quarto, coloca minha mala lá e pede pra que fique a vontade. Depois que me instalo desço e percebo o aroma que vem da cozinha, um cheiro maravilhoso de cozido me lembra que não almocei, estou só com o café da manhã. Comemos e vamos para a sala. Ele acende a lareira por causa do frio, ficamos um tempo nos beijando e nos aquecendo, mas logo nos levantamos para ir para a cama. Sei que há muito dormimos juntos mas depois dos beijos que trocamos e a forma que mexeram comigo descarto essa possibilidade.

_Eu vou dormir no outro quarto._ indico a porta do mesmo ainda na escada.

_Porque? Não quer que eu durma com você? _ fala demonstrando não estar entendendo nada.

_Depois da quantidade de beijos que trocamos? Não acho que seja uma boa ideia._ sei que estou vermelha de vergonha, ele fica em silencio, mas depois me beija de novo e me deseja boa noite. Insiste para ser ele a mudar de quarto, não acho justo já que estamos em sua casa, mesmo assim Peeta se instala no quarto ao lado e eu deito em sua cama. Acordo após algum tempo gritando como sempre, sinto toda a angustia que sempre me atormenta quando isso acontece. Logo penso em Peeta mas não sei se conseguirei resistir se voltar a me beijar como antes e talvez esteja dando um passo grande demais. Mesmo assim vou até seu quarto.

_Não consegue dormir?_ pergunta assim que me vê. Balanço a cabeça negativamente. Ele levanta chega perto de mim em silêncio me olha e sorri.

_Vamos? _ele pergunta estendendo a mão e indicando para voltarmos para o seu quarto, já que a cama em que estava deitado é de solteiro. Pego em sua mão e caminhamos calados, percebo que minhas mãos estão geladas e minha respiração está entrecortada. Ele parece perceber minha relutância, deita ao meu lado, me puxa para o seus braços, dá um beijo em minha cabeça e diz:

_Boa noite, Katniss.

_Boa noite_ É tudo que consigo dizer, fico imóvel por um tempo, ele não volta a me beijar e logo adormeço. Quando acordo vejo que já se passou boa parte da manhã, Peeta ainda dorme e aproveito para lhe preparar o café, ele me disse que havia feito uma quantidade enorme de comida então basicamente esquento algumas coisas, faço umas torradas com pães, ovos e bacon que achei na geladeira. Preparo tudo e subo para chamá-lo. No quarto fico o observando enquanto dorme, não resisto e começo a passar a mão no seu rosto, ele sorri e antes de abrir os olhos me agarra e começa a beijar meu pescoço, meu rosto, meu nariz, beija e diz bom dia ao mesmo tempo, como se quisesse saldar cada parte de mim.

_Anda, levanta, já fiz o café– digo quando me solta e ele volta a deitar.

_Você fez o café?_ está franzindo a sobrancelha com dúvida.

_Não sou tão inútil, sei fazer algumas coisas, poucas coisas, mas sei, e neste frio já devem ter esfriado, então, levanta que eu estou morrendo de fome.

_Vou em um minuto_ diz se livrando da coberta e sentando na cama. Nós comemos e ele me passa o número do telefone do homem que conserta o aquecedor que tem na agenda e ligo para ele. A moça que me atende informa que está com uma forte gripe e que não poderá sair de casa nos próximos dias. Digo isso a Peeta que só comenta entre sorrisos que assim teremos muito tempo juntos. Nos lembramos de Haymitch, e vamos até sua casa mesmo com o vento muito forte. Peeta leva pão, biscoitos e um pouco de sopa quente. Quando entramos na casa surpreendentemente está acordado e sóbrio.

_Olha só quem é que resolveu me visitar!-_o vejo praticamente todo o dia durante o trabalho, por isso quase não venho em sua casa. Quem sempre a frequenta é Peeta.

_Bom viemos só deixar alguma comida para você_ respondo rápido.

_”Viemos” desde quando vocês respondem como uma dupla?_ é impressionante a sagacidade que esse velho tem, nunca deixa passar nada, penso em responder mas Peeta se adianta e informa o que tem na cesta e pede pra Haymitch se cuidar pois estamos de saída.

_Vão pra algum lugar neste tempo?_ apontando para fora indicando a neve.

_Não só vamos para casa?_ Peeta fala com a maior paciência do mundo.

_E agora vocês moram numa casa só? _ ele grita quando já estamos de saída. Nem Peeta nem eu nos damos ao trabalho de responder simplesmente continuamos a andar e entramos na casa. No segundo dia em que estamos dividindo o mesmo teto, Peeta me mostra algumas coisas de sua casa, suas telas, seu caderno de desenho, fotos de sua família, de vários momentos da sua vida, quando pequeno, adolescente e fotos do casamento dos seus pais. Sei que se sente triste por tudo isso, e não tenho o que dizer, então simplesmente o abraço e ele fica quieto nos meus braços por um tempo. Depois retornamos a cozinha, fazemos nossa refeição, conversamos sobre várias coisas, mas não falamos sobre o fato de estarmos toda hora nos beijando e no que isso significará para o nosso relacionamento daqui para frente.

Acredito que nenhum dos dois quer discutir esse assunto, então simplesmente nos beijamos e muito. Em alguns momentos preciso realmente nos afastar pois os beijos ficam “quentes” demais e eu o freio. Ele sempre age nesses momentos do mesmo jeito, abre o maior sorriso, como se tivesse se divertindo com a situação. A noite nos juntamos sem cerimônia, apesar de durante o dia estar constantemente parando suas mãos e carícias, quando nos deitamos é extremamente polido e se limita a me dar um beijo leve e desejar boa noite. Dormimos rapidamente.

No terceiro dia que estamos trancados por causa da neve, Peeta é quem acorda mais cedo, mas nem tanto passa das dez quando vem me chamar para tomar café. O dia percorre sem muita diferença, conversamos, nos beijamos e assistimos TV bem cobertos devido ao frio. Enquanto me beija pergunto:

_Peeta o que nós estamos fazendo?

_Estamos nos beijando. _ responde como se isso fosse a coisa mais óbvia do mundo.

_ E para onde esses beijos vão nos levar?- concordei com Prim em só aproveitar o momento mas isso está me consumindo. Gosto de saber onde estou pisando.

_Pode nos levar aonde nós quisermos ir_ fala me olhando com uma expressão séria.

_Esse é o problema, não sei para onde quero ir?_ o informo sendo sincera, ele se afasta devagar passando as mãos nos cabelos para se acalmar, depois de um tempo diz:

_ Acha que devemos esquecer tudo que vivemos nestes três dias?

_ Não, acho que devemos conversar e definir o que vivemos nesses dias? O que isso significa para nós? O que vai mudar ou não?

_Katniss, sinceramente não sei o que dizer. Você sabe que te amo, minha vida é você. Por mim mudaria tudo, sei lá, nos casaríamos, viveríamos para sempre juntos. Esses dias tem sido como um sonho para mim. É tudo que sempre quis. Então acho que a dúvida está em você.

_Tem razão, sou eu quem está indecisa, talvez insegura, não sei o que pensar e decidir. Meus sentimentos são sempre confusos e não tenho muita experiência nessa área da vida. Então tenho medo de te magoar, de não corresponder as suas expectativas.

_Por que a gente não deixa como está? Sem cobranças, sem expectativas. Vamos ver o que vai acontecer? Não quero te pressionar a nada, nunca quis isso. Eu te amo e estou disposto a te dar o tempo que você achar necessário para se definir.

_E o que faremos nesse tempo? –pergunto sem muita confiança.

_ Podemos fazer o que você quiser, voltarmos ao que éramos antes e sermos somente amigos, ficar como agora. Do jeito que você se sentir confortável nós vamos fazer.

Eu olho para Peeta, o jeito que ele tenta controlar suas emoções e sentimento para atender as minhas demandas, sempre preferindo a mim, em detrimento dele mesmo. Sei que não é justo prendê-lo, mas também não sei se quero abrir mão dele. Não estou pronta para assumir um relacionamento, disso tenho certeza. Mas talvez consigamos achar um meio termo.

_Sem cobranças? _ pergunto a ele.

_Sem nenhuma cobrança_ reponde com firmeza._ E como ficamos?– Pergunta querendo se situar saber se quero voltar a ser só sua amiga ou se quero ficar da forma que estamos agora. Apesar de não conseguir decidir o que temos não quero voltar a ficar sem seus beijos então digo a ele:

_ Ficamos como estamos agora, mas só quando estivermos sozinhos, não estou pronta pra responder nada a ninguém._ele suspira alto como se estivesse aliviado e me puxa para os seus braços, me dá um beijo longo e tão doce, me prende perto dele, beija minha cabeça, passa suas mãos pelas minhas costas e depois para me olhando.

_E até onde isso vai? – pergunta apontando para nós dois. Está querendo saber se estou pronta para mais do que beijos e abraços.

_ Não estou pronta para mais do que isso. _tento limitar o nosso “relacionamento” a somente ao que já vivemos. A verdade que isso já é um grande passo, nunca me imaginei em um relacionamento com ninguém.

_ Eu sei. Vou respeitar seu tempo, não vou avançar, até você querer. Tem minha palavra.

_ Esse não avançar implica em nunca mais dormir comigo né?_ alivio o clima que se instalou sobre nós com um sorriso.

_Você disse que não estava pronta para mais, não que precisávamos retroceder, não consigo ficar sem dormir com você e já me comprometi em não avançar, acredite em mim_ está fazendo bico, mas também está rindo. É a primeira vez que fala isso, sobre precisar de mim, ele sempre aceita tudo sem reclamar e me sinto feliz por saber que também não dorme sem mim.

_Tem razão, acho que vou abrir exceção na minha agenda e incluir mais algumas noites com você já que não consegue dormir sem mim._ ele fica rindo por um tempo e logo volta a me beijar, seu toque é um pouco mais contido agora que definimos os limites, mas igualmente doce. Encosto em seu peito e fico quieta por alguns minutos. Até ouvirmos batidas na porta. Peeta vai abrir e eu o informo que vou subir para tomar um banho enquanto ele cuida de sua visita. Ele concorda e sai.


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