Yin e Yang escrita por Park Sunhee


Capítulo 7
Ela não é minha irmã.


Notas iniciais do capítulo

Ei meus amores! Então, aqui está mais um e em breve posto o próximo que já está quase pronto!! Uhul! Aproveitem e espero que gostem. Beijão!



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Dias se passaram desde a iniciativa para a cura do Mirakuru e lá estava ela pronta em dose tripla para minha irmã, caso a única dose não desse certo e, por algum motivo, a perdêssemos teríamos duas extras, Caitlin e Cisco não queriam correr o risco de maneira algum e todo este preventivo era bom de certo modo.

Os três frascos da cura ficariam divididos entre os três que fossem ao encontro de Mia e, apenas para variar, eu seria a isca. Durante estes dias tivemos uma pequena pista de onde ela poderia estar se escondendo, mas nada certo ainda. Depois de me afogar pela segunda vez ela estava desaparecida, não havia causado o caos em nenhum outro lugar em Central City ou fora, e talvez eu soubesse realmente o porque.

Sabia que ela, mesmo fora de controle, sentiu-se mais uma vez culpada por ter me afogado da maneira que afogou. Em meus pensamentos eu apenas a via como minha antiga irmã e tinha que lembrar que ela não era mais daquela maneira, assim como ela poderia estar mesmo se culpando ela também poderia estar tramando algo tão grandioso que tinha medo de como nó lidaríamos na dada situação.

Pelo que Felicity adiantou e Oliver terminou no dia seguinte, o ser humano que estivesse com Mirakuru no sangue não pensava, era extremamente forte e não agia com a razão. Slade Wilson, o antigo amigo de Oliver - e o causador da minha irmã ter agora Mirakuru no sangue – agiu todo este tempo com a emoção, procurando um modo de se vingar de Oliver por ter escolhido Sara ao invés de Shado. Não entendo qual a ligação deles com ambas, muito menos a de Slade com Shado a não ser o amor, mas era notável que eles passaram por inúmeras coisas e saber disso fazia com que eu admirasse a nova pessoa que Oliver Queen havia se tornado.

Os assistia montar a estratégia há três dias e a cada dia surgia um novo modo de precaução. Já que Mia não aparecia eu teria que ser a isca e mesmo não me sentido bem com isso estava tranquila já que a casca continuava em mim e eu poderia neutralizá-la se necessário. E eu esperava de todo coração que não fosse.

Jeff não me telefonou mais. Tentou algumas vezes após desligar o telefone, mas por fim desistiu. Não podia coloca-lo no meio de tudo aquilo ou ele enlouqueceria como Mia e, por pouco, como eu não o fiz. Estava prestes a enlouquecer com aquele sumiço repentino de Mia embaralhando as coisas em minha cabeça, pensando que ela pudesse estar em apuros, pudesse estar com as pessoas erradas, com a consciência pesada ou até mesmo... Morta. Mas evitava ao extremo pensar na última opção.

Sabia que Oliver tinha seu jeito de prender as pessoas, às vezes machucando-as, porém, havia implorado para que ele a poupasse. Sabia que ele não a mataria, pois, após ter uma breve conversa sobre como ele não queria ser um assassino novamente, ele me prometeu que não a mataria, mas que faria todo o necessário para que ela fosse curada e ficasse bem... Mas não ao meu lado. E eu compreendia, ela era perigosa, mesmo ainda sendo minha irmã. Ou não. Minha cabeça estava confusa demais para associá-la a minha melhor amiga e espelho desde a infância.

Balancei a cabeça deixando os pensamentos irem embora enquanto fitava o branco teto do quarto onde eu estava há quase um mês. Não era tão ruim ficar no Laboratório S.T.A.R., mas confesso que sentia tanta falta da minha casa que às vezes me dava vontade de fugir deles por algumas horas e ir para minha casa sentar no sofá e assistir algum programa inútil. Mas não podia, colocaria não só minha vida em risco, mas também todo o nosso plano para curar minha irmã.

A esperança que tinha em que ela voltaria ao normal após a cura do Mirakuru era o que me mantinha de pé. Desejava imensamente que minha irmã voltasse ao normal, mesmo sabendo que ela jamais poderia ficar em liberdade. Oliver havia dito as “condições” da situação e me avisando sobre como nem sempre a cura é a solução para quem a pessoa se tornou. Elas não voltam a ser o que um dia conhecemos, mas eu ainda tinha esperança.

Aceitei a situação de que ela iria embora para a prisão do Arqueiro em uma ilha, ilha esta que Oliver conhecia de cima embaixo, pois havia passado muito tempo lá. Ele me disse que Slade estava preso lá e que ainda havia celas vazias demais para seu gosto. Aquilo me fez rir, de certo modo, algo que não fazia há dias.

Naquele momento escutava Felicity falar sobre o plano traçado. Onde eu teria que ficar, onde Barry ficaria, Diggle e Oliver, repassávamos suas posições e a minha no centro de tudo. Parecia um plano tão banal pelo fato de simplesmente irmos para o último local em que Mia fora vista e arrumar um jeito de chamar sua atenção. Jeito este onde eu seria a isca e nós ainda não sabíamos como trazê-la até mim.

De fato contávamos com a preparação de uma armadilha sentimental. Eu choraria, imploraria para falar com ela, tudo isso gritando para o nada na esperança de que ela simplesmente aparecesse no local para que pudessem aplicar o antídoto nela. E qualquer um de nós poderia fazer isto, afinal, não iriamos desperdiçar chances. Eu esperava, honestamente, que ela voltasse a ser minha irmã e desistisse da loucura de destruir não só a cidade, mas também os heróis que tentavam salvá-la.

Felicity esperou que eu descesse após o café da manhã – muito bem feito para quem passava horas auxiliando o Flash – que Cisco havia “improvisado” e por mais que não estivesse com fome fui obrigada a comer algo por Caitlin quem insistia em dizer que eu precisava me alimentar e estar bem para que eles pudessem concluir meus exames e dizer se a “casca” estaria ou não presente em mim permanentemente.

Desci para o andar da sala central e logo encontrei Barry ao lado de Felicity sorrindo enquanto ela lhe mostrava algo, Oliver não estava presente e Diggle estava de costas para a porta arrumando algo em sua arma. Caitlin e Cisco eu sabia que estavam no refeitório esperando Dr. Wells e, como fui chamada, estava ali esperando para escutar o que Felicity tinha a dizer.

– Oh, ai está você! – ela sorriu.

Sorri de volta – Oi, você me chamou?

– Bom dia, Deb – Barry sorriu virando-se para me olhar.

– Bom dia, Barry. Bom dia à todos – sorri simpática.

– Bom dia – Diggle virou rapidamente para trás sendo educado e logo voltou a arrumar sua arma.

– Bem – Felicity ficou de pé – deve estar se perguntando por que te chamei aqui, mas eu tenho noticias da sua irmã. Achei que tivesse que saber.

– Você a encontrou?

– Não ainda – ela digitou algo no computador que eu tinha visto apenas Caitlin e Cisco utilizarem até então – mas temos uma pista.

– Uma pista muito boa – Barry dizia sorridente – que pode nos levar até ela.

– Certo – balancei a cabeça me sentindo animada e, ao mesmo tempo, amedrontada – o que é?

– Eu tive a liberdade de procurar um pouco mais sobre sua irmã, espero que não se importe – ela me fitou acanhada e apenas balancei a cabeça negativamente – e descobri que ela esta envolvida com uma gangue pequena e sem fama daqui de Central City. Este grupo conta com vários homens e ela... Ela foi a primeira a entrar e, como eu suspeitava, ela... – ela me fitava pensando no que falar – está, tipo... Namorando o chefe da gangue.

A fitava atenta.

– Eles tem um cassino – ela deu uma fraca risada fazendo uma observação – nada tão óbvio, han? Enfim... Embaixo do Cassino há o porão onde dizem ser inutilizado, mas... Acredite em mim, cassinos e baladas são quase a mesma coisa para esconder um lugar secreto.

Barry riu e ela sorriu o fitando. Não entendi a comparação, mas queria saber mais sobre minha irmã, então, não importei e ela logo prosseguiu mostrando fotos do local.

– Aqui é onde ela está – apontou para a televisão onde as fotos estavam sendo passadas.

Umas fotos do local vazio, outras com um homem entrando, várias com centenas de pessoas na fila para entrarem no cassino, algumas com carros chiques esperando seus donos saírem de lá. E lá estava ela. Na ultima de todas as fotos, minha irmã estava saindo do cassino, parecia já estar de manhã e ela estava com um vestido longo e azul, o cabelo bagunçado e um homem com um braço em volta de seus ombros, ele ria, mas ela mantinha o rosto sério e com a aparência de cansada.

– Devíamos ir para lá agora! – falei séria notando a calma de Barry.

– Não se preocupe – Diggle virou-se para me fitar – Oliver está observando o local desde a última noite.

– Por que não me disseram nada? – perguntei fitando Barry em especial.

– Eram três da manhã e você precisava descansar.

– Olha, eu entendo... Ok? – falei mudando meu olhar para Felicity – gostaria muito mesmo de saber rápido da outra vez. Sei que não posso fazer nada a respeito, mas só de saber que... – olhei para a foto dela na tela – que ela está viva é um alívio para mim e eu não podia mais aguentar a dúvida.

Barry veio andando em minha direção e segurou meus ombros – Deb. Ela está bem, Oliver está observando o local para nos dizer quando ela entrará ou sairá de lá.

– As câmeras não fazem isso?

Felicity respondeu – Foram danificadas no dia em que ela voltou a atacar a cidade.

– Ela e esperta – Barry completou ainda em minha frente – ela sabia que haveria riscos se achássemos ela lá. Teremos sorte se encontrarmos ela lá.

Olhamos na direção da porta automática que se abria e Barry me soltou olhando para Oliver quem chegava com um arco fechado em mãos. Felicity foi até ele perguntando se estava tudo bem e ele logo a tranquilizou com um aceno de cabeça e um pequeno sorriso. Diggle virou seu banco para nos olhar já que não era nem um pouco previsto que Oliver voltasse assim tão cedo.

Barry foi até ele e logo atrás eu estava querendo saber se minha irmã estava por lá, mas Diggle quem fez a pergunta se ele tinha achado algo ou visto-a e ele negou explicando:

– Ela não iria aparecer. Ela é esperta. Peguei informações.

Barry me fitou quando dei um passo á frente enquanto Oliver deixava seu arco fechado em cima da mesa.

– Quais informações?

– Sua irmã está em Central City – ele me fitou – ela está fazendo o trabalho sujo com o chefe da gangue.

– Ela...

– Ela está matando pessoas – Oliver disse me fitando – ela é uma assassina. Sinto muito.

Balancei a cabeça – Não sinta. Ela quase me matou duas vezes. Obrigada Oliver, mesmo.

Ele deu um fraco sorriso e fitei Barry e os outros dizendo que tinha que ficar sozinha por um tempo. Não sabia porque aquela situação de saber que minha irmã era uma assassina me machucava, ela não era a mesma há tempos e tentou me matar duas vezes. Não devia me sentir mal por isso, e muito menos triste. Mas era como se alguém tivesse dado um soco em meu estômago e eu estava enjoada com a verdade, não tinha como esconder.

Como ela podia matar pessoas a sangue frio? Lembro de nós duas assistindo aos noticiários e tendo nojo dos assassinos e psicopatas e agora... Agora ela era uma deles. Uma psicopata. Isso que ela estava se tornando matando as pessoas a sangue frio sabe-se lá o porquê. Talvez porque ela não fosse mais a minha irmã e por mais que fosse difícil de aceitar, eu tinha. Não conseguiria aceita-la de volta em minha vida e aquilo estava tão claro, ali, naquele momento no telhado dos Laboratórios S.T.A.R. que começava a me quebrar por dentro.

Tinha perdido a minha irmã no dia em que aquele acelerador de partículas explodiu. E queria culpar Dr. Wells, gritar com ele, dizer que ele era o culpado, mas não podia, pois assim estaria mentindo não só para ele, mas também para mim mesma. Dr. Wells não era culpado de quem minha irmã tinha se tornado, isto era culpa dela e somente dela. Foi um acidente e isso mostra mais uma vez que a culpa jamais seria do Dr. Wells.

Flash, eu e aposto que ainda muitos irão se revelar como heróis, nós usamos nossos poderes para o bem. Não que eu tenha o usado para algo realmente relevante a não ser para mim mesma, porém, não sair destruindo a cidade e não matando pessoas inocentes, já era um ótimo começo. Talvez ficar na minha não me fizesse uma heroína, mas não me fazia uma vilã no fim das contas.

E ai que eu estava errada: em ficar parada. Tenho poderes, posso controla-los e sei discernir o que é certo e errado, por que então ficar parada? Podia impedir Mia de matar mais alguém de alguma outra gangue e tinha que descobrir isso e, agora, eu estava longe de estar sozinha, tinha um time comigo. Mais que um time: tinha amigos e pessoas que, de olhos fechados, poderia confiar.

Mia não era minha irmã e, de uma vez por todas, eu teria que aceitar isso. Ou jamais poderia viver minha vida ajudando as pessoas à minha volta.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Não se esqueçam de comentar, viu? Espero mesmo que tenham gostado e aguardem o próximo! Beijão!



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