Sweet Girl escrita por Tha Reis


Capítulo 26
My Sweet girl,love you forever.


Notas iniciais do capítulo

último capítulo. Obrigado a todos que leram,a todos que riram,ou choraram. Essa foi a minha melhor história. Eu espero ter feito vocês sentirem algo,pois é por isso que escrevo. Muito obrigado. A todos que recomendaram,favoritaram. Obrigado,eu amo vocês. ♥



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                                                 Austin

Olhei para as fotos em cima da mesa com várias caixas. Eu gostava de fazer aqui,eu organizava as fotos como uma linha do tempo. A primeira foto era minha e da Ally com 17. Foi no seu aniversário,no dia em que eu descobri que ela era filha do melhor amigo do meu pai. A Rachel,sua avó havia tirado. Estávamos os dois conversando perto da mesa,enquanto bebíamos refrigerante. A Ally saiu com um sorriso radiante,um daqueles sorrisos depois de uma gargalhada,com o copo na mão. Eu coloquei minha mão em sua cintura,e encostei minha cabeça na dela sorrindo de lado. Ela estava linda com aquele cabelo que no dia estava cacheado e eu com minha jaqueta azul jeans de sempre. A segunda foi quando viemos juntos para NY,fazer faculdade,com 18. Estávamos na frente do nosso apartamento,que pintamos de azul. Meu cabelo estava para trás e eu ria como fazia um tempo que não ria feliz daquele jeito,escorado na mesa da sala,enquanto a Ally estava sentada no chão escrevendo algumas coisas da faculdade. A próxima já era com 21. Nosso casamento. Já íamos acabar a faculdade no próximo ano,então casamos em Miami. A foto era nossa no altar,se beijando.

A outra foi com 22. Ally estava grávida. Lembro que não me preocupei com dinheiro,e sim com o orgulho. Meus avós por parte de pai haviam deixado grande parte da herança para mim. Eu já sabia desde que eles faleceram,quando eu completei vinte. Mas eu não usava,mas então,eu estava em alguns meses de acabar a faculdade,e a Ally já havia terminado. Ela tinha feito alguns meses já,ensinando música a crianças,que foi o que ela decidiu fazer sendo formada em música. Foi quando eu decidi usar aquele dinheiro. E eu posso te dizer que era uma boa quantia. Dava para acrescentar em meu salário que eu já ganhava com o estágio. Foi então quando eu entendi o peso da palavra "Talvez você não consiga sustentar seu filho"  E o alívio de puder.

Terminando minha faculdade,alguns meses depois meu filho nasceu. Era a próxima foto. Acho que nunca chorei tanto em minha vida como naquele dia. Principalmente pelo o fato de que meu pai estava lá. Eu havia me acertado com ele. Agora ele dava aulas de psicologia,como ele quis. Ele tinha tratamento de todos os problemas que já pode ter tido. Eu me lembro quando o Lester conversou comigo sobre isso.

—Nunca diga que só porque uma pessoa tem dinheiro ela tem tudo. -Ele disse calmamente e eu o olhei.

—Não,mas tantos quanto quem não tem dinheiro. -Disse firme e ele me olhou profundamente.

—Seu pai era rico. Muito. Quero dizer,os pais deles. Eu...Meu pai havia morrido alguns anos com problema no fígado,batia na mãe. Ela trabalhava como empregada na casa do seu pai. -Ele disse sentando e parei chocado.Não havia escutado essa parte a história. -Eu cresci com seu pai,Austin. Ele tinha problemas de raiva e atenção,mas os pais deles eram ignorantes ao ponto de chamar isso de burrice e falta de surra. Eles alienavam ele até o fim. O seu pai...Amava a sua mãe e engravidou ela muito cedo. Ele chorava muito,antes mesmo de conhece-la. Se drogava,quase não falava com os pais deles,ou com quase ninguém.- Ele falou com lágrimas nos olhos. -Eu era pobre. Mas ao menos tinha comida na mesa e uma mãe que me amava. Estudei invés de ir as festas malucas que seu pai ia pra tentar preencher o vazio,e consegui uma faculdade,casei e tenho uma família. Na verdade,tinha dois. E por minha culpa só tenho uma a meu lado agora. Porque eu tive tanto medo,tanto trauma,que eu não quis que meu filho vivesse no mundo real da pobreza.  Fiz ele nascer rico. Respirar dinheiro,estudar apenas para ter dinheiro. Briguei. Eu amava meu filho como sei que ele me amava,mas hoje em dia ele está morto,e nem mesmo viveu direito.

—Eu...-Eu tentei dizer alguma coisa.

—Eu sei. Eu vivi o preconceito Austin. Eu sei as drogas,eu sei a raiva,o ódio. Eu sei o que é andar em algum lugar e as pessoas terem medo de você assalta-las. Eu sei. Mas todo mundo tem problemas,não só você.

 

Olhei a outra foto. Dia dos pais quando o Lukas tinha quatro aninhos.

—Austin,me ajuda a pegar essa caixa aqui. -Ouvi a doce voz da Ally vindo do quarto e vi a menina...Na verdade,o termo certo hoje é mulher. Mas eu sou acostumado a chama-la de menina,então... Ela tinha o cabelo preso e me olhou.

—Você tá linda. -Sorri e ela me deu a caixa rindo.

—Aus...Você quer mesmo ir para o Havaí,morar lá,porque... -Ela repetiu de novo e eu afirmei que sim.

—Morar em Oahu sempre foi seu sonho. Você vai poder ensinar música as crianças de lá,o Lukas vai estudar perto de casa,ele vai poder fazer aulas de nado que ajuda a asma. Meu emprego de turismo já está confirmado lá. E o NY Times estava a procura de uma pessoa para enviar notícias sobre o Havaí mesmo,então... -Disse sorrindo a última parte e a menina arregalou os olhos. -Sim,me chamaram. Eu vou ser colunista na NY Times.

Ela me deu um abraço apertado e eu ri.

—Ally,obrigado. -Disse baixo segurando seu rosto e ela me olhou confusa.

—Pelo o que? -Ela disse alisando meu cabelo.

—Por ter falado comigo no primeiro dia de aula,mesmo eu sendo o novato sarcástico. -Disse e ela riu.

..........

A casa era bonita,e de primeiro andar. Ficava em frente ao mar por isso era alta. Perto da escola e do hospital. A sala de jantar ficava perto de uma grande varanda no cento da casa. Estávamos perto de terminar o quarto do Lukas,que era decorado com algumas coisas de Star Wars e Flash.

 

Eu tive uma vida horrível. Meu pai me empurrou a escada bêbado. Minha mãe morreu aos meus dezessete. Parei de falar com mu melhor amigo. Mas hoje,meu Deus,eu entendo tanto coisa. Eu ainda sorrio de lado. Minhas mãos tremem de vez em quando. Eu ainda sou tímido. Ainda tenho o mesmo melhor amigo desde que nasci.

Eu não sei pra quem estou escrevendo isso,ou se um dia eu serei lembrado daqui a cinquenta anos. Mas eu tive problemas e amei alguém com todo o meu coração. Eu fui para tantas festas com tantos barulhos tentando preencher meu silêncio. Eu vi tanta coisa. Eu fui criado pelo mundo. Eu fui criado pelos sorrisos,o sol quente da manhã e as lágrimas da noite. Fui criado na cidade que nunca dorme,das luzes,do cigarro aceso a qualquer hora. Por tantos gritos e choros se misturando,agoniando meu coração. Tanto sofrimento,mas ao mesmo tempo,quantos sorrisos. Mesmo sendo falsos. Ou até mesmo desesperados. Eu fui criado no mundo dos sonhos esmagados. No mundo dos rótulos. Mas eu também sou tão feliz agora. E me pergunto se ser tão feliz em um mundo tão ruim é pecado. Ou talvez o mundo não seja tão ruim assim. Tudo que precisamos é uma Sweet Girl. Ela não precisa ser uma garota. Ou nem mesmo uma pessoa. Pode estar dentro de você. Algo que te diga que a esperança. Que diante de tanta dor e tantos vazios a tanta alegria e tantas formas de transbordar. Meu conselho de vida hoje,e o que eu aprendi é simples e talvez até confuso.

Tome muito cuidado.Espero que você tenha um monte de coisas bonitas para vestir,porém muitas coisas bonitas se tornam ruins lá fora. É um mundo selvagem e é difícil sobreviver apenas com um sorriso. Sempre se lembre de você como uma criança.É um mundo selvagem.

—Austin Moon.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

É um mundo selvagem.



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