Sweet Girl escrita por Tha Reis


Capítulo 21
Confiança e finalmente... Lar.


Notas iniciais do capítulo

Eu estou escrevendo esse capítulo antes do ano novo porque me deu uma inspiração incrível aqui do nada. E eu queria desejar um feliz ano novo pra todo mundo que ler essa fanfic,e que comenta. Que a vida de vocês seja tão linda como um filme,tão incrível como um livro, e tão feliz quanto esse capítulo.

Boa leitura. ❤



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556320/chapter/21

Austin

Um tempo atrás, fizeram uma brincadeira na aula de filosofia. O professor pediu para que olhassemos para a pessoa ao nosso lado,ou que sentava na carteira de trás, e disesse que sentia. A Ally olhou diretamente pra mim,como se esperasse algo. Eu não falei nada. Eu quase a não conhecia na época,ela ainda era apenas a garota que sentava na minha frente e sorria muito.

–Quando eu olho nos seus olhos...É tipo e eu consigo ver que você vem de longe,pra está aqui... -Ela disse olhando diretamente para mim.

–Agora. - O professor falou calmamente. - Façam uma pergunta. Sem desviar o olhar.

Foi naquela hora que eu realmente não conseguia falar nada. Ela me fez uma pergunta que ninguém no mundo faria pra alguém.
–Quantos anos tem a sua alma? -Eu que já estava me sentindo muito esquisito, sinceramente,eu daria o prêmio de estranheza pra ela depois dessa. E ela apenas sorria.

–Um conselho. - O professor falou.

–Rir de tudo é desespero. - Eu falei e o sorriso estampado no rosto da menina de olhos castanhos não era mais um sorriso. E naquela hora eu me senti muito mal,porque eu não quis fazer aquilo, mas sentia necessidade de falar. Eu não quis ser sarcástico como sempre,apenas parecia apropriado.

Mais tarde fui entender tudo aquilo. Ela era de fato uma menina muito feliz com tudo. Era dela,sabe? Ser meio positiva, com um jeito meio bobo. Mas isso me incomodava porque ela parecia ser assim sempre. Eu não sou especialista em felicidade. Mas eu sei que todo mundo tem seus momentos ruins. Ninguém é feliz demais toda hora,ou triste demais. existe um meio-termo. Uma hora,ou outra. Ou talvez isso seja apenas o pensamento de alguém negativo... E então eu fui entender que ela tinha os momentos dela, mas de um jeito diferente. Ela chorava sorrindo. Era só a pessoa conseguir decifrar isso.

Eu nunca respondi o que os olhos da Ally me faziam lembrar,ou sentir. Saber? Claro que eu sabia,sei e sempre soube.So não falei em voz alta. Eles me lembravam de casa. Nova York. E foi isso que eu pensei ao pisar no Central Park. Depois de três anos sem sentir o cheiro das folhas e neve. Ou sem sentir aquele frio que me fazia usar toca, luvas e vários casacos.
–Falando assim,até parece que você não gosta de Miami. - Ally se alertou um pouco no meu braço de frio,e eu a olhei.

–Deve ser, porque eu não gosto. - Falei como se fosse muito óbvio, porque era. -Praia,calor,aquele estilo meio surfista...

–Meu nariz ta muito gelado. - A menina disse do nada,e eu ri. Coloquei minha mão com a luva,no meio da cara dela,sorrindo sarcasticamente e ela revirou os olhos. -Uau,obrigado.

E então,eu olhei para uma das árvores. Coberta de neve,bem onde eu ficava lendo todos os dias. E lá tinha escrito "Feliz natal! -Moon's BOYS"
E aquilo me deu vontade de chorar. Eu lembrei de quando vinha aqui com meu pai no natal. E então me lembrei de um dos motivos pelo o qual eu não vinha para NY. Me lembravam minha infância, mas minha infância doía. Eu fui andando em direção a árvore e fiquei ali,parado.

–Meu irmão foi enterrado no cemitério de NY. É por isso que todos esses,mesmo com família eu nunca pisei aqui. - A Ally falou olhando diretamente para a árvore, com os olhos cheios de lágrimas, e era a primeira vez que eu há via chorar,e que ela começou a ser sincera comigo.

–A marca na minha testa... - Comecei a falar,e a olhei com seus grandes olhos castanhos e continuei - Foi porque meu me derrubou da escada quando estava bêbado. Ninguém sabe que eu lembro disso. Nem mesmo minha mãe. Acha que quando eu fiquei desmaiado esqueci. Mas não. Você é a primeira pessoa a saber.

E então, pela primeira vez eu consegui ter confiança total nela,do mesmo jeito que ela tinha comigo. Naquela hora entendi. Não importa quem você seja,como ou condição bancária. Temos probelmas.

Ally

Batemos na porta de uma casa no Brooklyn. Simples. Nós havíamos deixado nossas malas na casa da minha avó, que nem estava lá e fomos direto para a casa do alguém que o Austin queria tanto encontrar. Charlie. Ele me falava tanto desse melhor amigo que eu insisti que a primeira coisa que faríamos era ir em sua casa. Uma mulher que devia ter 40 anos abriu a porta. Ela era na verdade muito bonita. Tinha o cabelo cacheado que batia na cintura,e sua pele morena,e os olhos surpreendentemente eram verdes. A mesma arregalou os olhos na hora.

–O menino de lua! - A mesma sorriu abertamente e o Austin a abraçou forte.

–Tia,essa é a Ally. - O mesmo sorriu meio tímidoe e piscou o olho,e ela me abraçou do mesmo jeito.

–Essa é a menina do Lester? -A mesma pergunto supresa,e eu afirmei,e ela abriu o maior sorriso,nos convidando para entrar. - Não liguem para a bagunça, estou terminando de fazer umas marmitas que vendo para amanhã.

–Tia,cadê o Charlie? - o Austin perguntou meio ansioso,e eu sorri ao ver a simplicidade da casa,mas ao mesmo tempo era tão arrumado e bonita.

–Meu nome? - Então eu finalmente vi o menino tão famoso. E ele era na verdade muito bonito. Os seus olhos verdes eram destacados,seu cabelo cacheado solto e moreno.

–Esses dois...- A mãe dele,que o Austin o chamava de tia,tinha um nome. Era Edna. Ela falou rindo,e os dois logo se abraçaram.

–PORQUE VOCÊ NÃO ME DISSE QUE VINHA PRA NY?! CARAMBA ,TRÊS ANOS! - O Charlie gritou rindo abraçando novamente o Austin. Depois de provavelmente sete minutos disso,eu estava sorrindo, porque eles pareciam dois irmãos.
Ele olhou por trás do Austin para mim,e logo arregalou os olhos.

–Essa é a sua "Sweet Girl" ?! - Ele falou sorrindo chegando mais perto.

–Sweet Girl? - Perguntei confusa.

–É. Ele so fala de você assim pra mim. - Ele levantou uma sobrancelha para o Austin,que não sabia o que fazer,de tão vermelho.

Logo,uma menininha,que deveria ter uns 10 anos chegou na sala,falando comigo e com o Austin, e puxou o Austin para o quarto dela,querendo mostrar seu novo livro. E eu ri.

–Sério, é um muito bom conhecer você! - O Charlie disse me dando um abraço apertado, e eu entendi que eles realmente era uma família de abraço, e ele me deu um beijo na bochecha,e eu fiz o mesmo.

Ele me olhou por alguns segundos e começou a rir.
–Você é prima da Mackenzie, né?! - Ele disse virando de lado.

–Sou...Você e o Austin são amigos dela,não é?! - Perguntei me referindo que eu havia descobrido que ele era apaixonando pela minha prima desde que ele era pequeno.

–Não, eu meio que amo ela,sabe?! Mas ela não sabe. - Ele falou muito de boa,e eu ri,porque ele parecia ser muito parecido comigo.

–Você conhece meu tio? - Perguntei sentando no sofá, e ele fez uma careta,que eu já esperava.

–Você sabe...Seu tio já não gosta de mim,mas se ele odeia alguém é o Austin e o Mark. Se um dia tiver uma comunidade no facebook com o nome "Eu odeio os Moons desde que meu irmão virou amigo de um quando era pequeno" Seu tio seria o dono. - Ele falou calmamente e eu RI mais ainda.
Era um fato. Meu pai já havia me falado que meu tio não suportava ninguém da família do Mark,muito menos o Austin. Ele é meu tio. Mas é um baita preconceituoso,sinceramente não sei como a Mack não fugiu ainda pra Miami,desde que a minha tia morreu.

E então ele colocou música, meio valsa meio dançante. E beijou a bochecha da mãe e eu sorri.
E eu comecei a conversar com os dois,e então o Austin chegou na sala com a menininha,e ela dançava com ele em cima de seus pés. O Charlie dançou com sua mãe, que ria mas dizia que tinha que terminar o trabalho e logo foi pra cozinha. O menino me chamou pra dançar e na verdade era muito engraçado, porque ele era mais desajeitado do que eu dançando.

–Eu sabia que isso ia acontecer. Vocês são irmãos gêmeos de alma. - O Austin disse nos olhando,e nos dois rimos.

O Charlie começou a sapatear junto com sua irmã mais nova,e eu entendi de como uma festa podia ser apenas com cinco pessoas.

–Você sabe, eu sou muito melhor dançarino que você. - O Austin disse dançando comigo, me rodando o que me fez rir.

E então, eu entendi o conceito de Lar. Que no fim,eles basicamente não eram a família do Austin, muito menos a minha. Mas aquelas pessoas eram o Lar do Austin.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentem!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Sweet Girl" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.