Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 7
Capítulo 6 - Simon Burke


Notas iniciais do capítulo

Oi, pessoal. Nynna Days falando. Aqui está o novo capítulo e sinto muito pela demora. Espero que curtam. Beijos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/556255/chapter/7

“Estou começando a achar que os boatos do campus são verdadeiros.”. Falei e arregalei os olhos ao perceber a merda que eu havia falado. Mas não tinha como evitar Daniel já estava me tirando do sério com essa pose de eu sou o fodão e sou bom demais pra essa garotas.

Porra! Mary tinha se mostrado uma garota tão dócil e fofa, deve ter se esforçado tanto pra reunir coragem e me dizer que queria marcar um encontro. Tudo bem que ela disse que era a Harper que queria remarcar, mas eu tenho certeza absoluta que aquela garota abusada não iria de jeito nenhum fazer algo assim, principalmente com Daniel, que era exatamente de quem ela estava fugindo.

Confesso que fiquei chateado com o furo no encontro, não que fosse algo demais, só que mexeu comigo, o que eu posso fazer? Ninguém nunca deu um bolo em Simon Burke. E é claro que eu tinha uma reputação a zelar, ou seja, esse “encontro” aconteceria por bem ou por mal. Por isso aceitei a ideia de Mary. Porque convidar Harper de novo seria demais para o meu ego.

“Que boatos, Simon?” Daniel me perguntou serio.

“Ah você sabe.” Me embolei com as palavras, porque eu estava irritado com ele mais isso não significa que tinha que despejar tudo nele assim. “Nunca te vi ficando com ninguém, e...”.

Não consegui terminar de falar graças a sua decisão de me interromper gritando. “Ta me perguntando se eu sou gay de novo?”

“Não que eu tenha algum preconceito de ter um amigo anjo-gay já te disse, mas...”. Mas ele teve a brilhante ideia de me interromper novamente.

“Eu não sou gay, Simon!”. Ele se levantou e coçou a cabeça. “Tudo isso porque eu não quero sair com aquela menina?”.

Dei de ombros, “Ela não é uma menina. Só tem o tamanho de uma.”. Abafei uma risada. “O nome dela é Mary e ela parece ser muito legal a propósito.”.

“Se eu for nisso você promete que vai começar o treinamento que eu estou te propondo desde que te falei que sou um anjo guardião?”

Merda! La vem ele com essa história de novo. Acontece que ele realmente vem me propondo um treinamento de quase-anjo. E eu sempre arrumo algo como desculpa, por que... Bom, eu não sou um quase-anjo merda. Sou só eu, Simon, sendo o Simon.

“Ok!”. Não sei se esse acordo entraria para lista de acordos concluídos, provavelmente não, mas eu precisava ir, não sei o porque, só precisava.

*********

E tudo poderia ter ocorrido maravilhosamente bem se eu não tivesse seguido os meus instintos e concordado com o “Não vai ser uma boa ideia.” que Daniel me disse. Claro, se Harper e Mary tivessem aparecido no encontro eu poderia me arrepender do mesmo jeito. Só que pelo menos elas teriam aparecido e eu não teria levado um bolo.

Levado um bolo pela segunda vez.

Levado um bolo pela segunda vez na minha vida.

Além de tudo quando eu achava que não tinha como piorar Daniel ficou lá, criando raízes e se sentindo orgulhoso enquanto eu andava de um lado para o outro procurando aquelas duas colecionadoras de decepção. Preciso mencionar que eu detesto ouvir um “Eu te avisei.”. Pois é, eu isso eu também tive que ouvir.

“Anda logo Simon, esvazie a mente.”. Daniel disse acordando-me dos devaneios.

E ai está o outro motivo da minha desgraça: ter feito uma promessa ao meu melhor amigo que ia treinar todos os dias pelo menos uma hora. Hora essa de tortura que dali a dois minutos contados acabaria.

“É difícil pedir isso á uma pessoa como eu, enquanto uma pessoa como você fica me olhando desse jeito assustador do jeito que pessoas assustadoras fazem.”. Disse á ele sem ter a menor ideia do sentido da frase apenas querendo gastar o tempo.

Ele me fitou por alguns segundos como se processasse o que eu havia dito e eu fitei o relógio pendurado na parede atrás dele o que pareceu a milésima vez durante essa uma hora.

“Não ouse me confundir para ganhar tempo, Burke.”. Como se tivesse lido meus pensamentos ele disse apontando o indicador quase no meu olho por estar sentado no banco a minha frente.

Coloquei um braço em seu ombro e esperei alguns segundo para dizer.

“Sabe qual o seu erro?”. Perguntei a ele que apenas continuou me olhando não entendendo o porquê da pergunta. “Não ouvir o que as garotas do campus falam sobre mim.”

“Não entendi como a conversa chegou ao assunto inapropriado para menores.”. Ele disse erguendo as sobrancelhas, confuso.

Esperei que ele racionasse o objetivo de tudo aquilo, mas para um anjo ele era definitivamente muito lerdo. E sequer se deu o trabalho de perceber o que eu estava fazendo.

“Bom. O comentário é que elas me acham um rapaz muito ousado.” Fiz uma pausa dramática esperando uma reação, mas nada ele apenas me fitava. Caralho que querubim idiota! “E é por ser esse cara ousado que eu já te confundi para ganhar tempo meu caro Guardião.” Falei enquanto pegava a minha mochila e ia em direção a porta, parando apenas para rir ao observar sua reação boquiaberta e revoltada quando terminei a frase.

Depois das incansáveis aulas da manhã que não ajudavam nem um pouco a me distanciar de pensamentos inoportunos tampei todos os meus materiais na mochila explodindo de raiva e fui até o gigante refeitório que abrigava um turbilhão de pessoas espalhafatosas.

Procurei discretamente pelo motivo da minha raiva em tamanho médio e cabelos castanhos claros, mas a única coisa que eu consegui enxergar foi Chelsey que estava estacionada na minha frente de braços cruzados enquanto suas sombras Scarlet e Julie se reprimiam atrás.

Segurei o riso ao comparar mentalmente Chelsey com garotas fúteis e maldosas de filmes adolescentes que adoram praticar um bullying com alguém que não faz parte de seu ciclo perfeito de amizades.

Ela mexia cautelosamente na bolsa deixando seu cabelo loiro quase branco a mostra.

“Oi Simon.”. Chelsey disse e as garotas atrás repetiram como se fossem um eco.

Cocei o queixo ao observar de cima abaixo a vista na minha frente.

“E ai Chel.”. Disse indiferente e ela corou no rosto pálido ao ser chamada pelo apelido que era apenas prioridade minha como ela já dissera.

Acontece que passar uma noite com Chelsey brutamente bêbado não foi algo que eu consegui esquecer. Não por preferência e sim por ter sido coagido por toda a faculdade e obrigado a lembrar detalhadamente de tudo por ela. Algo que ainda não havia acontecido, mas ela não precisava saber. Além de que, as outras vezes eu lembro, portando, literalmente desnecessário relembrar a primeira.

“Já está sabendo o que tem hoje?” Ela me perguntou com um sorriso, mostrando seus dentes brancos e perfeitos. Pelo visto o que teria era ela, mas eu fiz de bobo.

“Não exatamente, o que tem hoje?”.

“Casa do Jamie, oito horas, terceira festa de boas vindas, você precisa ir.”. Ela beijou um pequeno pedaço de papel deixando ali uma marca de batom e enfiou dentro do bolso da minha calça, e eu podia jurar que sua mão repousou ali por alguns segundos.

“Talvez eu vá, parece interessante.”. Dei de ombros e ela alargou mais ainda o sorriso.

“Vai ser divertido.”. Foi o que ela disse antes de me dar um beijo no rosto e sair da minha vista.

“Vê se leva aquele seu amigo, Daniel.” Scarlet disse meiga e vi a amiga Julie revirar os olhos antes de saírem atrás de Chelsey.

Novamente me peguei comparando-as com personagens de filme. Passei a mão por meus cabelos e rezei mentalmente para que minha irmã mais nova, Sarah, não se comportasse daquele jeito na faculdade. Ou que seu namorado Jason não fosse igual a mim. Pensei em passear ao redor do campus, para desviar os meus pensamentos dela, só que era quase impossível. Tudo em mim queimava de curiosidade. Queria saber o motivo de não ter aparecido pela segunda vez.

Era só isso o que eu queria saber. Ou pelo menos foi isso o que disse a mim mesmo enquanto batia na sua porta minutos depois. Cruzei os braços, impaciente, e bati meu pé no chão esperando que Harper abrisse a porta com a sua típica expressão de poucos amigos enquanto me olhava com desprezo. Essa garota iria me levar à loucura. Erámos o típico casal que se odiava e queria se pegar. Opa! Pensei na palavra casal?

Balancei a cabeça com força e bati novamente.

“Harper, abre essa porta.”, eu disse com a voz autoritária. “Sei que está aí e você me deve uma longa lista de explicações.”

Pressionei os lábios juntos, esperando. Cocei o cabelo e quando a preocupação estava começando a me tomar, a porta foi aberta e dei de cara com a inspetora do andar das meninas. Ela me estudou de cima a baixo com os olhos altivos antes de olhar em seu relógio e estalar a língua.

“O que está fazendo aqui, Senhor Burke?”

Era realmente conhecido na faculdade inteira. Seja de maneira boa ou nem tanto.

“Queria falar com a Harper.”, respondi sincero.

Seus olhos castanhos se aliviaram e ela tocou o meu ombro. A sua expressão de pesar fez meu peito se aperta e tive que reprimir a vontade de desvencilhar de suas mãos para poder invadir o quarto. Será que tinha acontecido alguma coisa com Harper e por isso ela não tinha aparecido? Seria um motivo aceitável.

Antes que pudesse fazer alguma loucura – o que eu realmente estava prestes a fazer – uma figura de meio metro passou por debaixo do braço da inspetora e parou na minha frente. Seus olhos verdes estavam vermelhos e inchados, além dos cabelos molhados e emaranhados. Parecia que ela tinha acabado de sair de uma briga. Foi isso! Harper tinha brigado com alguma garota no campus e estava na detenção. Ou pelo menos foi o que pensei antes de Mary pôr as pequenas mãos no rosto e começar a chorar.

“Senhorita Bogossian, acho que deveria entrar.”, a inspetora disse passando um braço ao redor dos ombros trêmulos de Mary. Ergueu seus olhos para mim. “Acho que deveria ir embora, Senhor Burke.”

A ignorei.

“Mary, onde está Harper?”

Não importava mais o que as tinham feito não ir àquele encontro. Só queria ter a certeza de que Harper estava bem. Minhas mãos começaram a formigar por conta do nervoso que o silêncio me fazia sentir. Alguns curiosos se amontoaram no corredor para terem conhecimento do que se passava. Isso me irritou. Não saber o que estava acontecendo me irritava. Não saber onde estava Harper me irritava. Mary chorando copiosamente e não conseguindo pronunciar nenhuma palavra estava me irritando.

“Mary, fale comigo.”, pedi segurando seus pulsos.

Ela ergueu os olhos marejados na minha direção e engoliu a seco.

“Eles a pegaram, Simon.”, ela soluçou. “A Harper foi sequestrada.”

E todo o meu ar saiu dos pulmões.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.