Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 4
Capítulo 3 - Harper Moore


Notas iniciais do capítulo

Olha quem voltou õ/

Pessoas mil desculpas com a demora. Primeiramente, não, eu não abandonei a fic - não ouso desistir na última parte da saga - apenas tive alguns problemas quanto aos trabalhos da faculdade. Ainda tenho alguns para fazer, porém já adiantei esse capítulo. Segundo, tive um bloqueio extremo, então não reparem que o capítulo está um pouco parado. No próximo prometo melhorar.

E terceiro, viram o trailer e a capa linda? Espero que sim. Caso não, vejam!

Então, aqui está o capítulo. Aproveitem. Beijos.



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“Você poderia ter sido razoável com aquele cara.”, Mary me repreendeu terminando de desfazer a sua mala, já que eu a havia interrompido anteriormente. Joguei-me na cama, revirando os olhos e esperando que terminasse o seu discurso. “Não foi nada demais e eu poderia ter me defendido. Você deveria estar evitando problemas, Harper.”

Dei um sorriso de canto pela inocência de Mary e de suas palavras. Mal ela sabia o quão certa estava sobre eu não poder me meter em confusões. E não era por conta da reitoria da faculdade – por mais que esse fosse um motivo importante – mas por outro tipo de administração. Ela me encarou com os olhos verdes e eu balancei a mão simultaneamente em que massageava a ponte do meu nariz.

“Aquele cara era um idiota, Mary. Agradeça o favor que te fiz.”, eu disse escutando-a bufar. “Ok.”, levantei-me da cama indo em direção á porta. “Encontro-te mais tarde.”

Antes que ela dissesse algo, fechei a porta atrás de mim e desci as escadas. A verdade era que minha cabeça não estava focada no que acontecia naquele momento e nem na confusão que eu havia gerado no meu primeiro dia de aula. O que se repetia como um CD arranhado em minha mente era o momento em que encontrei o Quase Anjo. Parte de mim ficou curiosa com a sua natureza tão pacífica e apreciada pelos anjos. Fiquei até um pouco atraída.

Só que meu lado racional me alertou que aquilo não era um bom sinal, afinal eles tinham me mandado para a mesma escola em que um Quase Anjo estava. Não poderia ser uma simples coincidência. Contrariando minha boa vontade peguei o celular e disquei o número do Ex-Anjo. Suspirei. Desde quando tinha ficado tão dependente – e rodeada – por esses seres? A culpa era de Mellany e aquele coração bandido.

Sorri sozinha ao me lembrar das aventuras que tivemos quando éramos mais novas e ainda estávamos longe de nos preocupar com o que o futuro nos aguardava. Fui ingênua ao achar que poderia fugir de meu destino por tanto tempo. Minha família era realmente fadada ao fracasso.

“Anjo estúpido.”, reclamei no telefone ao cair na caixa postal. “Ligue-me quando quiser.”, imitei a voz dele – não cheguei minimamente perto de conseguir um bom resultado. “Deve estar se agarrando com Mellany. Ainda disse para confiar nele.”, bufei.

Coloquei o celular no bolso, mantendo minhas mãos ali e caminhando pelo campus. Ok, tinha que admitir que os anjos tivessem feito um ótimo trabalho ao conseguir uma matrícula para mim em uma das melhores universidades dos Estados Unidos. Eles ainda tinham coragem de se gabar por não mentirem. Hipócritas.

O vento frio soprou meus cabelos castanhos claros para longe de meus olhos e eu agradeci. Inconscientemente parei em frente ao dormitório masculino. Peguei o meu celular para verificar a hora e percebi que ainda tinha alguns minutos antes do toque de recolher. Se quisesse respostas teria que ter por mim mesma.

Bastou eu por o pé do lado de dentro para atrair demasiada atenção na minha direção. Revirei os olhos. Não importava a idade, os garotos não poderiam ver uma carne nova que já chamava atenção. Estava preparada para catar o quarto do Anjo quando meu celular começou a vibrar. Meu peito se aliviou imediatamente ao ver o nome de Adriel brilhando na tela.

“Porra, estou te ligando a horas.”, reclamei encostando na parede ao lado do corrimão.

“Seu palavreado de baixo calão me surpreende a cada ligação.”, ele murmurou. Queria que fosse uma vídeo-chamada para que ele pudesse ver o sinal educado que faria com o meu dedo. “Conte-me o que aconteceu.”, pediu em voz baixa.

Novamente perguntei-me onde tinha me enfiado.

“Tem um Quase-Anjo e um Guardião aqui.”, informei em voz baixa verificando se alguém prestava atenção. Dois garotos tinham pausado o vídeo-game para ficar me encarando. Coloquei a mão na cintura e estreitei meus olhos, desafiando-os á dizer algo. Eles retornaram ao jogo. “Eu poderia dizer que é uma puta coincidência, porém pelo que conheço de vocês, essa palavra está fora do meu dicionário.”

Adriel ficou em silêncio por um segundo e se não fosse por sua respiração do outro lado da linha teria imaginado que ele apenas tinha desligado na minha cara – o que geraria uma consequência muito grave, como eu pegando o ônibus até a Cornell. Só que conhecendo-o como o conhecia, ele estava apenas considerando as opções.

“Tem algo muito errado.”, declarou.

Massageei a ponte de meu nariz controlando minha explosão de raiva.

“Sério, Capitão Óbvio?”, debochei irritada. “Pensei que estava ligando atoa.”, bufei passando os dedos pelos nós de meu cabelo e fazendo uma careta por perceber o quão ralo ele estava. “Eu já tinha percebido que isso estava errado quando o seu pessoal me ofereceu esse acordo. Quando vi o Quase-Anjo e o Guardião, só tive certeza disso. Eu só liguei para saber o quão ferrada estou e se devo continuar.”

Ele nem hesitou.

“Harper, você precisa continuar aí.”, respirou fundo e escutei o barulho de porta se fechando. “Não gosto de me meter em assunto angelicais – não mais – só que isso muda tudo. Vou falar com Mellany e amanhã pego o ônibus para aí. Tenho que verificar essa situação pessoalmente e já que sou o único que ainda possuí asas...”

Não queria admitir, entretanto me senti aliviada com essas palavras. Não sabia ao certo com que estava lidando e a ideia de ter que enfrentar o que estivesse vindo sozinha, assustava-me um pouco. Assenti esquecendo-me por um instante que ele não poderia ver.

“Tudo bem, Anjinho.”, respondi indiferente. “Quando estiver chegando me ligue. Ah, e diga para Mellany que sinto falta dela.”

Ele riu.

“Eu direi.”, ele pausou por um momento, como se estivesse hesitando em dizer algo. “Harper, tenha cuidado. Não se meta em confusão e tente ser o mais discreta possível. Sei que sendo melhor amiga da Mellany essa é uma missão quase impossível, porém faça um esforço. É para o seu bem.”

Encostei-me a parede e despedi-me dele desligando o celular em seguida. Fiquei parada ali por um segundo apenas querendo entender a confusão que me rondava. Algo dentro de mim se agitou, como um mau pressentimento. Balancei a cabeça. Amanhã Adriel estaria aqui e poderíamos descobrir isso com calma. Mas, enquanto o amanhã não chegava, por que eu não poderia aproveitar o hoje?

Subi os degraus sem pressa nenhuma, detendo-me apenas para prender os meus cabelos e fiquei parada no corredor por alguns instantes movendo minha boca para direita em uma careta enquanto tentava descobrir qual era o quarto que eu deveria entrar. Minha mãe sempre me disse que por mais que só metade de mim fosse igual á ela, essa parte ainda funcionava. Estava mais que na hora de colocar essa teoria em prática.

Só tive a chance de fechar os meus olhos e recostar-me á parede antes que uma das portas fosse aberta e uma voz conhecida soasse pelo corredor. Ele cumprimentou todos os garotos, descontraído e quase passou por mim. Novamente, senti aquela estranha ligação palpitando entre nós. Como um imã que, por mais que tivesse o instinto de se atrair, tinha a essência para se afastar.

Assim que seus olhos castanhos pousaram em mim, desencostei-me da parede e dei um meio sorriso, caminhando lentamente na sua direção.

“Hey, Quase-Anjo.”, o cumprimentei. “Estava te esperando.”

Simon franziu o cenho confuso e seus ombros ficaram tensos enquanto ela olhava ao redor para ver se alguém mais tinha nos escutado. Percebendo que estávamos em um ponto afastado, ele sinalizou para o corredor escada a baixo. Revirei os olhos por ter vindo dessa direção á menos de cinco minutos.

“Você pode me chamar pelo nome, sabe?”, ele disse descendo os degraus. “Você gosta que te chamem apenas de Nephilim?”, perguntou retórico. Mesmo assim dei de ombros como resposta. Ele me encarou pelo canto dos olhos. “Bem, eu não gosto que me chame pelo o quê eu sou. Não tive escolha.”

Parei no último degrau pondo a mão na minha cintura. Ele sorriu ao perceber que estávamos na mesma altura. Perifericamente percebi que tínhamos platéia e isso não me agradou nem um pouco. Peguei a mão de Simon e o puxei para fora do dormitório masculino, ignorando aquela sensação que se originava por entre nossos dedos até agitar-me internamente. Assim que percebi que não tínhamos mais nenhuma testemunha, ergui o meu dedo, autoritária.

“Não fale comigo como se eu tivesse escolhido isso, porque eu não escolhi.”, o repreendi, vendo-o recuar com a força das minhas palavras. Andei em sua direção não dando brecha para que ele fugisse. “Garanto-te que a última coisa que eu gostaria de fazer depois de ter completado dezoito era me tornar babá de alguém.”

Simon levantou as mãos.

“Hey, calma.”, ele pediu arregalando os olhos castanhos. Parei de ir atrás dele e pressionei os lábios junto cruzando os braços. “Você veio atrás de mim por algum motivo. Eu adoraria descobrir qual é ele.”

Ergui uma sobrancelha.

“Você é bastante convencido.”

Ele bufou abaixando as mãos. Tinha um brilho divertido em seus olhos castanhos. Não queria admitir, porém o que tinha me chamado a atenção nele não foi a vibração estranha que parecia envolvê-lo e fazia minha pele se arrepiar inconscientemente, e sim como a luz do refeitório tinha moldava suas feições másculas e distintas das outras. Era como se o fato dele ser um Quase-Anjo auxiliasse em destacar sua beleza.

Parei para pensar no fato de que ele era a reencarnação de alguém e se tinha alguém esperando e procurando por ele igual Caliel fez com Nicolas. Seria uma coisa divertida de se descobrir. Talvez Daniel tivesse essa informação sobre o seu pupilo. Pelo tamanho da pasta que deram de Mary – e ela era só uma humana comum – aquilo deveria ser o mínimo que tinha que conter.

“O que vocês estão fazendo aqui?”, exigi.

Simon olhou-me como se eu fosse doida.

“Fazendo faculdade, como todos aqui.”, ele abriu os braços gesticulando para o campus ao seu redor. Senti meu rosto começar a queimar de irritação. O Quase-Anjo arfou. “Ah, você quer saber se estou envolvido com algum esquema com o pessoal de ?”, apontou para as nuvens. Sorri por ser um hábito comum entre os recém chegados dessa confusão. Assenti vendo os seus ombros relaxarem. Ele pôs as mãos nos bolsos da calça e balançou a cabeça negando. “David, ou Daniel, sei lá, só me contou recentemente sobre toda essa loucura.”

Bufei desacreditada.

“Duvido muito que ele tenha te contato tudo.”, explicitei os meus pensamentos. Simon encarou-me confuso. Nem parecia que ele era alguns anos mais velhos do que eu, porém lembrava-me vagamente de escutar Sarah comentando com Aliel sobre o irmão na faculdade. Ele deveria ter vinte e um anos, no mínimo. “Os anjos tem uma péssima mania de guardar segredos até o momento em que são pegos com a mão na massa. Se ele algo foi por pura obrigação, garanto.”

Um vento forte bateu em meu cabelo forçando-me a pausar minhas próximas palavras e tirá-los do meu rosto. Sem que eu percebesse, Simon tinha se aproximado e estava me ajudando tocando em algumas de minhas mechas. Não queria que ele me tocasse. Não gostava de ficar confusa com os meus sentimentos, por isso evitava usá-los. Raiva era algo habitual e comum para mim, poderia redirecioná-la para quem que fosse sem pesar depois.

Porém aquela sensação que se instalava no fundo do meu estômago, seguia por meus falhos pulmões e chegava ao meu coração inquieto era algo que não tinha experimentado antes. A breve ventania parou e minha boca ficou seca ao perceber o quão perto estávamos um do outro. Eu conseguia ver que seus olhos não eram meramente castanhos e tinha um mistura esmeraldina brincando em sua pupila. Algo discreto, porém marcante. Como se apenas quem tivesse permissão de chegar perto o suficiente pudesse ver.

Ele não deveria ter um olhar tão intenso... Pisquei com força e dei um passo para trás. Agarrei todo o meu cabelo e o prendi novamente. Simon engoliu a seco e passou as mãos pelas calças jeans, nervoso.

“Você parece ter bastante certeza das coisas que diz.”, ele destacou.

Demorei alguns segundos para perceber que ele estava retomando ao assunto anterior sobre a omissão de alguns assuntos. Percebi que não deveria descontar tanto em Simon por ele estar no mesmo barco que eu. Só sabíamos o bastante para não ficar no escuro e nem para tocar na ferida. A superfície da verdade. O que os anjos queriam que nós soubéssemos.

“E eu tenho.”, confirmei. “E amanhã começarei a investigar isso.”

Virei-me com a intenção de retornar ao dormitório – por mais que tivesse perdido o sono. Queria apenas me afastar de Simon e ter os meus pensamentos focados em outra coisa que não fosse o quanto suas mãos eram quentes e seus ombros eram largos, ou o quanto seu cabelo castanho acobreado era charmoso. Algo que fosse realmente importante para a situação além de uma atração idiota.

“Hey, Harper.”, ele me chamou ainda parado. Ignorei o arrepio em minha nuca ao escutar sua voz dizendo meu nome pela primeira vez e encarei-o por cima dos ombros. “Como posso ajudar?”

Dei um meio sorriso sarcástico.

“Fique longe do meu caminho.”

E afastei-me, sentindo seu olhar ainda queimando em minha pele.


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Notas finais do capítulo

E o que acharam?

Ah, uma pequena brincadeira para descontrair. Me respondam: Quem foi o único personagem a aparecer (não apenas ser citado) em todos os cincos volumes de Broken Wings?