Destiny, Um Quase-Anjo Apaixonado escrita por Nynna Days, Goddess


Capítulo 13
Capítulo 12 - Simon Burke


Notas iniciais do capítulo

Heyyy, gente!
VOLTAMOSSSSS! Depois de 4 meses de peleja, aqui estamos nós com o capítulo maravilhoso que a Nynna escreveu. Perdoem a demora, pessoal. A grande parcela de culpa foi minha que fiquei com um bloqueio terrível e não consegui terminar o capítulo. A sorte é ter essa outra autora linda que terminou e arrasou com esse capítulo que eu aposto que vocês vão adorar!
Enfim, só isso mesmo.
Kisses.



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Horas antes...

Eu estava beirando a loucura. Ninguém tinha uma ideia sólida de um local onde Harper e Daniel poderiam estar sendo mantidos presos. Andei de um lado para o outro no quarto, querendo que minha mente me desse uma dica, por menor que fosse de algo que nos ajudasse.

Dei um olhar de canto para Mary que permanecia no canto, quieta e presa em seus próprios pensamentos. Deveria ser horrível ficar no mesmo cômodo com a garota que ficou com o garoto por quem era apaixonada. Ela dava olhares ocasionais na direção de Aliel - e por mais que a morena estivesse concentrada em resgatar os outros, ela percebia e abaixava os olhos escuros.

“Então…”, ouvi o sussurro de Mellany ao meu lado, tentando puxar assunto.

Eu sabia que isso viria a acontecer em um momento ou outro, porque, desde o momento em que me viu dando um escândalo com Adriel, não saiu da minha cola. E, até aquele momento em silêncio, permanecia do meu lado, me observando de soslaio e examinando todas as minhas reações de modo curioso. Havia tanta coisa passando pela minha cabeça que eu nem encontrava espaço para me incomodar.

Olhei para ela, parando de visualizar a monotonia que pairava no meu quarto. Ela pressionava os lábios juntos e me fitava por baixo dos olhos semicessados.

“O que é que rola entre você e a Harper, afinal?”, questionou, franzindo ainda mais o cenho como se para absorver tudo o que minha expressão delatasse.

“Nada.”, disse dando de ombros e desviando o olhar para frente de novo.

Era verdade, a única coisa que aconteceu entre nós até seus sumiços foram uma série de desentendimentos e desencontros. Porém, pensar nisso assim, me doeu. Sentia muito mais por Harper em poucos dias do que havia sentido em muitas semanas por outra. Um clique me impediu de devagar por mais tempo. Levantamos-nos de supetão quando a porta se abriu e mais duas pessoas desconhecidas entraram.

A garota parecia não ter mais de quinze anos, com um grande óculos dourado ornamentando o seu rosto redondo, combinando com seus olhos âmbar e as mechas loiras de seu cabelo escuro. O garoto era alto e esguio, sério, com os olhos e cabelos escuros - os fios desciam por seus ombros. A garota tinha um sorriso enorme no rosto enquanto se aproximava e dava um breve abraço em Adriel e Caliel.

        “Esses são Lael e Ariel.”, Mellany sussurrou para mim. “Eles são os Guardiões de Jeremy e Aliel, respectivamente. Eu os chamo de Zangado e Feliz.”

        Se não tivéssemos em uma situação séria, teria rido da piada dela. Mantive meu olhar rígido e suspirei, torcendo internamente para que o clima de reencontro acabasse e eles focassem em nos dar novidades.

“Então, descobriram algo?”, Caliel perguntou.

Lael assentiu levemente.

“Alguns anjos perceberam que havia uma movimentação estranha na terra.”, ele começou. “Não sabiam que tinham a ver com ele”, gesticulou na minha direção com o olhar ainda sério. “Mas deveríamos desconfiar disso.”

Ariel colocou a pequena mão no ombro dele.

“Não teve nenhuma notícia com os Anjos Caídos?”, ela questionou Adriel.

Naquele tempo em que tivemos parados no quarto, Adriel tinha estado no telefone, conversando com o máximo de Anjos Caídos que conhecia. Era possível reparar que ele não estava nenhum pouco a vontade, porém não deixaria de ajudar a melhor amiga de sua namorada.

Ele balançou a cabeça em negativa com pesar e eu bufei, passando a mão pelos cabelos. Era estranho o aperto que sentia no peito. Eu nunca o tive antes.

Eles não aparentavam estar tão desesperados, apesar da aparência cansada. Não sabia se isso tinha alguma coisa haver com a áurea angelical deles que, como Daniel mantinham-se sempre pensando positivo, ou se era porque realmente não se preocupavam. De qualquer modo, eu não conseguia ter toda aquela paciência e, ver toda aquela sessão de abraços e sorrisos enquanto eu quase entrava em combustão de ansiedade, estava me irritando.

Percebi Ariel e Lael trocando olhares suspeitos, o que chamou a minha atenção. Como anjos não eram as criaturas mais discretas do mundo, em segundos Mellany estava parada com o rosto a centímetro dos deles e praticamente berrando.

“Se vocês sabem de alguma coisa que pode nos ajudar, falem agora.”

Lael pigarreou.

“Tivemos um ideia no caminho, mas não temos certeza que pode nos ajudar.”, ele esclareceu. Todos continuaram em silêncio, sem se opor para que ele prosseguisse. “Pelo o que Adriel disse no telefone, esse anjos estão atrás do humano que está com a Pedra do Silêncio que o Quase-Anjo roubou na outra vida.”, ele pausou para me observar. “Então eu e Ariel fomos atrás da única peça que falta nesse momento.”

Aliel arfou, pondo as mãos em sua boca ao mesmo tempo em que Mellany deu um meio sorriso. Percebi que estava de costas para a porta e que todos encaravam por cima dos meus ombros. Quando me virei um homem alto com olhos e cabelos escuros parado na porta. Sua postura tensa evidenciava que ele sabia muito bem em que tipo de ambiente estava e por quais criaturas estava sendo rondado. E eu tive a confirmação com um sussurro em meus pensamentos: Carter.

                                           **********

        O plano formado a seguir foi cuidadosamente arquitetado, uma troca simples. Ariel e Lael eram os únicos com os devidos contatos superiores, por isso pedimos para que mandassem uma mensagem: Daríamos a Pedra do Silêncio em troca da localização e da ajuda em recuperar Harper. A resposta veio quase imediatamente.

        Os Guardiões estavam se levantando de sua reza, quase eu comecei a sentir um frio por meu corpo e uma sensação de acolhimento interna. Era como se meu corpo e minha alma brigassem pelo comando, e pelo o que tinha descoberto nesses dias, talvez não estivesse errado. Senti uma mão em meu ombro e encarei Adriel.

        “Melhor você e todos que são humanos saírem da sala.”, ele avisou.

        Mellany cruzou os braços, teimosa.

        “Não vou sair.”, ela me encarou pondo um braço ao redor dos ombros de Mary. “Podemos apenas virar de costas, mas nunca olhem diretamente. Vocês vão ter uma dor de cabeça infernal. Digo por experiência própria.”

        Todos seguimos os seus conselhos. Carter ficou do meu lado e me deu um olhar confuso, como quando encontramos alguém na rua que se parecia muito com um conhecido, mas não tínhamos a certeza se era ele. Balancei a cabeça em um aceno que foi retribuído e voltamos a nos proteger. Em seguida, o quarto foi enchido por uma luz caleidoscópica. Um sentimento de calma e paz me invadiu e eu relaxei os ombros - depois de muitas horas. A vontade de me virar foi quase incontrolável, mas plantei os pés no chão e respirei fundo.

“O que vocês disseram é verdade, Guardiões?”, uma voz suave, porém autoritária perguntou como de um pai cobrando uma promessa. Presumi que eles tivessem assentido, pois o Arcanjo soltou o ar em um suspiro. “Que seja feito.”

********

        Novamente tivemos que nos separar para merecer a ajuda necessária. Mellany e Mary ficaram no meu dormitório, pois não queriam atrapalhar. Mas eu conseguia ver nos olhos verdes de Mary que ela estava com medo do que poderia acontecer com sua melhor amiga, por isso que Mel se pronunciou para ficar do lado dela. E, surpreendendo a todos, Aliel preferiu ficar com elas. Ela e Mary trocaram um curto olhar e acenaram uma para outra como um voto de trégua provisória. Ariel, por ser a Guardiã de Aliel também teve que ficar.

        Caliel tinha que voltar para casa por causa do seu filho, mas garantiu que se precisássemos de ajuda, ela pegaria o primeiro avião de volta. Lael teve que voltar com ele porque era Guardião de Jeremy e não poderia permanecer longe por mais tempo que o necessário. Isso me deu um pouco de raiva. Ele indiferente ao que não tinha a ver com seu trabalho e apostava que só tinha vindo por insistência de Ariel.

Adriel queria que eu e Carter ficássemos com as meninas, já que teríamos ajuda o suficiente. Mas era como pedir para parar o tempo: impossível. Eu precisava ver Harper e precisava ajudar Daniel. Então, para garantir nossa segurança, ficamos na retaguarda esperando que o Arcanjo fizesse o seu papel.

Fomos para o armazém que Mary indicou e esperamos até que a luz forte dominasse o local. Adriel foi o primeiro a entrar e sinalizou para que o seguíssemos. Alguns dos anjos ficaram escondidos, o que não foi surpresa. A raiva dentro de mim explodiu e quando percebi meu punho tinha encontrado o rosto de um deles. Quando vi o anjo me encarando como se nada tivesse acontecido dei um passo para trás, temendo. Ele estreitou os olhos e apontou na minha direção.

“Você...”, seu indicador quase roçou em meu nariz. “Você é o Quase Anjo.”

Revirei os olhos.

“E você é o líder pela esperteza aparente.”, debochei. Então estreitei os olhos em reconhecimento. “Eu me lembro de você. Estava conversando com Harper nos primeiros dias em que ela chegou aqui...”, a revelação veio em seguida. “Você que é o Sub Arcanjo que a colocou nessa bagunça!”

Ele sorriu forçado, como uma máquina.

“Pelo menos você não perder a sua inteligência, Sebastian.”, avançou na minha direção segurando a gola de minha camisa. “Agora onde está a Pedra do Silêncio?”, levantou-me com uma mão, expondo sua força surpreendente. “Você não deveria ter nascido, Quase Anjo. Todos como você são aberrações, prova de que os humanos conseguem corromper até a mais pura das criaturas e levá-las para o pecado. Deveríamos fazer um favor e eliminá-los do mundo.”

Eu pensei que morreria, estava até aceitando esse fato. Lamentei por nunca ter tido a chance de fazer as pazes com minha mãe ou ter dado mais atenção a Sarah. Fechei os olhos, apenas esperando. Uma forte luz queimou ao meu lado e o Sub Arcanjo me soltou. Caí sentado no chão e levantei os olhos o suficiente para vê-lo recuar com os olhos arregalados.

“Por favor, Arcanjo Miguel, não faça isso.”

Pus a mão por cima do meu rosto impedindo que a luz me cegasse. Alguns gritos preencheram a sala e me encolhi, esperando minha vez de punição. Mas tão instantaneamente que a luz apareceu, sumiu. Meu coração batia disparado acompanhando o suor que descia por meu rosto. Por isso nem reparei quando Carter estendeu a mão na minha direção.

“Hey, Simon.”, ele chamou.

Pisquei algumas vezes antes de aceitar sua ajuda e levantar. Adriel caminhou até nós dois cambaleante, talvez por ter sido pego com a guarda baixa e olhado o Arcanjo. Nós três nos encaramos como se quiséssemos ter certeza que estávamos bem para prosseguir e assentimos, vasculhando o local em busca do esconderijo de Harper e Daniel. Meus olhos captaram uma coisa estranha atrás de uma das cortina. Afinal, porque teria uma cortina em uma parede?

Quando puxei o pano vi uma pesada porta de madeira ornamentada com dizeres em línguas arcaicas. Minha mente pareceu se clarear até que dizeres Acima do céu, apenas o perdão. Os sinais adquiriram um brilho estranho, como se me reconhecesse como um deles e a porta se abriu em um clique.

A primeira coisa que reparei foi com Harper parada em uma pose protetora na frente de Daniel. Meu coração se aliviou ao ter a certeza de que ambos estavam bem, por mais que ligeiramente suja de poeira. A próxima coisa que me dei conta foi dos meus pés indo em direção a Harper e a abraçando com força. Ela descansou a cabeça em meu ombro e suspirou, mostrando que eu não era o único aliviado com aquele reencontro.

Segurei seu rosto para poder analisá-lo e me perdi em seus olhos azuis escuros. Ela sorriu para mim e tocou em uma mecha do meu cabelo.

“Vocês demoraram.”

“Eu sei. Desculpe.”

“Não precisa se desculpar. O importante é que a cavalaria chegou. Se soubesse o quanto eu estava ficando entediada aqui e...”

Interrompi a sua próxima frase pressionando os meus lábios no dela. Ela arfou surpresa, mas não tardou em corresponder, segurando meus cabelos com força para que não nos separássemos. Meu coração batia como asas de colibri em uma corrida de alta velocidade. Meu sangue pulsava em minhas veias com a adrenalina do momento e eu respirei como a muito tempo não fazia.

 Um pigarrear nos interrompeu e eu me preparei para dizer a Daniel que não havia me esquecido de sua presença. Porém quando me virei – mantendo os braços ao redor de Harper – foram olhos escuros e autoritários que encontrei.  


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