If she is your only then why you lonedy? escrita por Avia


Capítulo 23
Capitulo 17: Isso é impossível!


Notas iniciais do capítulo

A autora talvez tenha chorado levemente escrevendo esse cap...
Espero que gostem e comentem.
Boa leitura!



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(Pov Reo)

Ela estava deitada ao meu lado, aninhada ao meu corpo e tinha a mão sobre meu peito nu.

Eu amava quando acordava mais cedo que ela e podia observa-la. Era tão linda quando dormia, tão em paz, com os cabelos ondulados, mais bagunçados que o normal, soltos pelo corpo.

Acariciei o ombro nu dela e a ouvi suspirar.

Queria toma-la em meus braços e repetir o que havíamos feito na noite anterior.

– Bom dia... – ela sussurrou contra meu ombro e o beijou.

– Bom dia.

Alice se aninhou mais em meu corpo e eu tirei a mão de seu ombro e levei à sua cintura.

Estendi minha mão livre até a escrivaninha e olhei a hora.

Faltavam mais ou menos 1 hora para termos que pegar o ônibus e voltar para Ollen.

– Temos quando tempo? - ela perguntou, um pouco esperançosa para termos bastante.

– 1 hora até termos que sair daqui...

– Droga – ela murmurou. – Por que não mais?

– Se quiser podemos ir pra casa, ficamos um pouco lá...

– Não posso Reo. Eu liguei pra minha mãe, ela deve estar louca pra me ver...

– Também tenho que ir falar com minha mãe...

– Vai me ligar assim que estiver chegando e saindo de lá, não é?

– Ligo assim que tiver noticias, prometo.

Alice fechou os olhos como se pudesse se acalmar. Ela encostou o queixo em meu ombro e tentou adormecer novamente.

– Alice... – a chamei – Resolveu se vai na viagem?

– Não... – ela se afastou um pouco, o que me fez com que me arrependesse de ter dito algo.

– Já dei mina opinião...

– Reo é um mês!

– E eu vou morrer de saudade, mas vai se bom pra você. Não quero ser motivo para você não se divertir...

– Vou te ligar todos os dias.

– Promete?

– Sim

Ela me beijou e se distanciou por completo, saindo da cama e começando a se vestir.

– Daqui a meia hora no saguão? – perguntei, enquanto apreciava ela fechando o vestido.

– Vou pegar minhas coisas e trocar de roupa. Quando terminar desço.

Ela pegou os saltos, para leva-los nas mãos e jogou um beijo para o ar. Quando abriu a porta do quarto eu a chamei.

– Alice! – ela se virou e me encarou – Eu te amo...

– Eu também te amo... – ela sorriu, algo que me fez até perder um pouco o ar.

Ela se virou e saiu do quarto, encostando a porta atrás de si.

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(Pov Alice)

– Da pra vocês se acalmarem! – gritei para minhas amigas, assim que entrei em nosso quarto.

Elas me abarrotavam de perguntas e eu não consegui responder.

– Resumindo tudo que nós falamos: Conte tudo querida! – Vick disse de imediato.

Fui até a minha cama, intacta, por ninguém ter passado a noite ali.

Fiz um pequeno resumo de tudo, o jantar, nossa conversa, a noite e o que acabara de acontecer.

– Tá quando vocês se casam? – Vick perguntou.

– Vick! – protestei – Olivia está noiva, não eu.

– Estou, mas vocês dois já parecem casados... Acho perfeito!

– Mas vocês pegaram essa intimidade toda, do dia pra noite... – Ene questionou.

– Ene, só você mesmo... – Vick riu.

– O que foi? Não entendi.

– Nem eu Vick – disse confusa.

– Nós já sabemos – Olivia disse – Não foi tão difícil assim perceber o motivo do seu bom humor na semana passada.

Corei, por ter sido tão burra.

Claro que elas sabiam, me conheciam mais que ninguém.

– Ta legal! – Admiti – Nós estávamos juntos, mas não namorando...

– E agora estão? – Ene perguntou.

– Bom... – não havia me ocorrido isso, eu e Reo estávamos namorando, ficando, enrolando, ou qualquer outro “ando” que poderia existir.

– Nada oficial... – Vick completou para mim.

– Isso!

Começou-se um onda de comentários sobre aquilo, que eu não havia prestado atenção.

– Eu vou arrumar minhas coisas... – me levantei da cama e fui para o banheiro, peguei minhas coisas e as levei para a mala que havia comprado, com todas as roupas que eu havia comprado, para não mostrar meu corpo.

Me troquei e coloquei tudo dentro de uma mala só e peguei meus óculos, tirando as lentes.

– Eu vou descer... – disse por final.

– Alice estamos discutindo a sua relação! – Olivia disse –Não pode sair assim...

– Desculpa gente, mas eu vou fazer isso agora, lá em baixo...

Me virei e sai do quarto, levando minha mala e a colocando no elevador.

Apertei o térreo e peguei o celular. Faltavam 5 minutos para a hora que combinei com Reo, mas tinha certeza de que ele estaria lá.

O elevador chegou e eu sai no saguão, vendo alguns colegas, que provavelmente não veria depois de hoje, pessoas que iam se hospedar no hotel e um homem com cabelos louros prateados.

– Está adiantada... – ele disse quando me aproximei.

– Acontece. - sorri de leve e ele acariciou meu rosto.

– O que foi? – ele perguntou. Ele sabia exatamente quando estava chateada, o que facilitava muito as coisas.

– O que exatamente nós somos? – perguntei, indo direto ao ponto.

Reo me olhou, sempre com a mesma expressão, pensando no que iria dizer.

– Boa pergunta... – ele disse por fim, sem ter encontrado uma resposta boa o suficiente.

– Temos que resolver isso...

– Estamos juntos... – ele disse

– Sim.

– Queremos estar...

– Eu quero, não sei você... – eu o olhei e ele sorriu sarcástico.

– Estamos namorando...

– Talvez

– Assim que você voltar de viajem eu vou te dar o anel e fazer o pedido, tudo bem?

– Tenho escolha?

– Tem...

Uni nossos lábios e coloquei a mala em suas mãos.

– Faça uma boa ação, para a sua namorada!

Ele sorriu e foi até o ônibus, deixar a bagagem, eu então comecei a fantasiar tudo que vinha a seguir.

Era namorada de Reo agora, e era a pessoa mais feliz que podia conhecer...

–---------------------

Estávamos no ônibus.

Reo estava sentado no banco da janela e a olhava intensamente.

Eu estava ao seu lado, encostada em seu ombro, e sendo abraçada por ele.

Era bom saber que poderíamos ficar juntos, nos abraçar, nos beijar, sem a preocupação de alguém ver.

Estávamos quase chegando em Ollen e eu me sentia apreensiva. Reo sairia dali direto para Oir, falar com sua família e com Ada. Sentia medo do que ela poderia dizer, do que pudesse acontecer, e talvez de Reo me deixar.

Estava com a horrível sensação de que aquela poderia ser a ultima vez que eu estaria perto dele, que eu ficaria com ele, e isso me amedrontava.

O ônibus estacionou na porta da escola e eu comecei a me distanciar de Reo que manteve o braço firme, não me deixando sair.

– Vou te ligar assim que chegar lá, tudo bem?

– Sim...

– Ta! O que foi agora?

– Mal pressentimento...

– Está tudo bem Alice, e vai ficar eu prometo.

Eu assenti e ele me beijou rapidamente.

– Se ela tocar em você eu mato os dois, entendeu? –eu disse sorrindo

– Alice! – ele disse rindo também.

– Boa viagem...

Me levantei e sai do ônibus,relutante, mas indo ao encontro de minhas amigas. Elas pegavam as malas e eu fiz o mesmo

– Então resolveram? – Ene perguntou assim que viu.

– Sim, estamos “namorando”, ele disse que prepararia o pedido assim que nós voltarmos de viajem...

– Ownt... – Vick e Olivia disseram juntas.

Dei o braço para elas e começamos a andar, até que avistei Jane.

Ela tinha uma expressão seria e olhava para mim. Não sabia se deveria ir em sua direção ou continuar seguindo ao carro de Vick.

Ela então tomou a decisão por mim.

Começou a se aproximar, mas olhava incessantemente para baixo.

– Alice, preciso falar com você... – Ela disse quando estava próxima o suficiente para ouvi-la.

– Tudo bem. - me distanciei de leve de minhas amigas e elas continuaram indo até o carro de Vick.

Fomos até um canto, bem perto da entrada da escola, consegui ver Reo subindo a rua, em direção ao seu apartamento e o aperto no meu coração retornou.

– Eu vim me desculpar pelo que aconteceu! – ela disse, sem me encarar.

– Você não tem culpa...

– Mas sou irmã de Gilbert, ele fez isso.

– Jane, eu adoro você, como uma irmã, não precise achar que eu estou chateada. Gilbert nuca deveria ter feito isso, mas eu tenho certeza que há uma explicação.

– Alice, nada pode explicar uma pessoa fazer isso... – ela tocou em um dos corte, uma cicatriz singela, mas que ficaria por um longo tempo.

– E eu tenho outra saída além de perdoar...

Ela se calou e um lagrima escorreu por seus olhos. Eu a abracei e ela começou a chorar em meus braços.

– Gilbert não está mais preso... – Ela disse após um tempo. – Eles o internarram, o psiquiatra disse que ele estava começando um transtorno na personalidade e precisa de tratamento. Nossa mãe está destruída...

– Sinto muito...

– não tem que sentir, também não é sua culpa... – ela se distanciou de mim – Eu tenho que ir, minha mãe quer que nós passemos lá na clinica.

– Boa sorte! – disse me despedindo e a deixando ir.

–--------------------

(Pov Reo)

O transito era algo que realmente me irritava.

Estava a 1 hora em um trajeto de 30 minutos.

Finalmente me aproximava de meu destino, entrando na rua da casa de meus pais.

Estacionei na garagem, como sempre fazia e liguei para Alice. Ela não atendia o telefone em nenhuma das 3 tentativas, então resolvi que mandaria uma mensagem, avisando que eu já estava lá.

Entrei na casa e vi minha mãe na cozinha, conversando algo com meu pai. Seus cabelos recentemente pintados estavam presos e ela não parecia nenhum pouco feliz.

– Bom cheguei... – disse entrando.

– Ainda bem que você veio! – ela disse e me abraçou.

– Como você está filho? – meu pai disse me cumprimentando também.

– Tudo bem – olhei para os lados – Onde estão Percy e Jake?

– Pedi para que eles fossem sair, você precisa conversar com Ada.

– Ela está aqui, ainda? – perguntei

– Sim, no seu quarto, vá até lá...

Respirei fundo e fui até meu antigo quarto. Bati na porta e a abri. Ada estava sentada em minha cama, desarrumada e com os cobertores jogados.

– Reo... – ela disse como se não me esperasse ali.

– O que você pensou vindo aqui?

– Eu preciso te contar uma coisa – ela disse, esperando que eu me acalmasse.

– E o que é? – perguntei ainda ríspido.

– Da pra você se sentar e não agir assim! – ela tinha lagrimas nos olhos.

Me sentei na cadeira que usava antigamente para a escrivaninha.

– O que foi, Ada?

– Eu estou grávida...

Aquela informação me atingiu como um tiro.

– Mas... Nós estamos separados e quase 3 meses!

– E eu estou tentando te contar isso a duas semanas! – a primeira lagrima escorreu – Eu descobri com 2 meses e meio de gravidez, não tive enjoos, mas o medico disse que era normal algumas mulheres não terem. Quando ia te contar você resolveu ficar com Alice e me deixar...

Eu estava tentando absorver as informações, Ada estava grávida, eu teria um filho e não seria com Alice, a mulher que eu desejava que fosse.

– Ada eu não posso...

– Abandonar ela? – ela me completou – Ela esta grávida?Ela também foi expulsa da casa dos pais por estar grávida sem ter se casado?

– Você foi expulsa de casa?

–Sim...

Fiquei um minuto em silencio, tentando assimilar tudo, e pensar no que fazer.

Meu celular tocou dentro do meu bolso e eu sabia, sem mesmo olhar, que era Alice respondendo minha mensagem.

– Não vai responde-la? – Ada tentou limpar as lagrimas, mas elas continuavam escorrendo.

– Acho que precisamos resolver isso primeiro...

– Achei que já estava resolvido! Você não vai me abandonar, ou vai? – ela desistiu de limpar as lagrimas e me olhou esperançosa.

– Só tenho que conversar com Alice...

Encarei o chão, pensando em quão ruim seria essa conversa com Alice. O quanto eu não queria tê-la.

– Imagino que vai ser doloroso pra você terminar com a pequena e inocente Alice... – ela chorava mais do que nunca – Mas espero que eu não tenha que implorar por isso...

– Não vai ter... – sussurrei, tentando convencer a mim mesmo que aquilo era o certo.

Me levantei, indo em direção a porta e Ada disse:

– Obrigada... – me virei e vi que ela me olhava exatamente como fez no dia em que terminamos. – Sei que isso vai ser difícil pra você, mas vamos conseguir.

Assenti, tentando sorrir. Sai do quarto e fui até a cozinha, me despedindo rápido de meus pais. Pedi a eles que ficassem com Ada, por uns 2 dias, pois ia resolver a situação.

Eles concordaram e eu agradeci. Descendo para o carro peguei meu celular.

Assim como previ a mensagem era de Alice e dizia:

“Que bom que chegou bem... Boa sorte ai! Algumas coisas aconteceram e quando chegar te dou mais detalhes.Com saudade e te amando. Alice”

Bloqueie o celular e tentei não chorar.

Perderia Alice, a mulher que mais desejei ficar ao meu lado em toda minha vida. Em troca ganharia uma noiva e um filho que um dia pensei em querer, mas nunca quis de verdade.

Abri o carro e entrei. Liguei o radio e coloquei um cd do Imagine Dragons, a banda favorita de Alice, e comecei a pensar no que ela havia dito mais cedo.

Seu mal pressentimento estava certo. Nós iríamos terminar e eu seria infeliz para o resto da minha vida. Pensando em tudo que aconteceria se tivesse ficado com Alice.

–------------------------

(Pov Alice)

– Como você está, meu amor? – minha mãe disse, me dando um abraço de urso.

– Estou bem, mãe, juro...

– Ficamos preocupados... – meu pai disse, sem se aproximar muito.

– Eu imaginei – ainda não havia me acostumado com meu pai agindo daquela forma e ficava um pouco envergonhada.

– Você tem certeza que vai amanha? – minha mãe me suplicava para ficar.

– As passagens já estão comigo, mas acredite, se pudesse não iria. – sorri, pensando em Reo, em passar o mês com ele, mas se desfez quando lembrei que não aconteceria.

– Tudo bem então... – minha mãe parecia desapontada.

– Vou refazer as malas... – Beijei a bochecha dela e subi as escadas.

Entrei no quarto e deixei as malas. Peguei uma roupa no cabide e fui tomar um banho.

Após ter terminado me joguei na cama e só então percebi o quão cansada estava.

Peguei o celular e vi chamadas perdidas de Reo.

“Ele deve estar com Ada agora...” – pensei.

Respondi sua mensagem e comecei a preparar minha mala. Tirei algumas coisas e coloquei outras. Em 10 minutos já estava pronta novamente.

Desci as escadas e vi meus pais na sala, vendo Tv.

– Eu já estou indo! – disse, fazendo-os olhar para mim.

Após um breve despedida peguei o carro.

Havia dito aos meus pais que iria para a casa de Vick, mas me dirigi ao centro da cidade, para o apartamento de Reo.

Cheguei lá em poucos minutos e comecei a procurar as chaves que Reo havia me dado.

Abri o apartamento e deixei minha mala na sala. Comecei a colocar um filme e preparar tudo para quando Reo chegasse.

Esperei uma ligação ou mensagem, mas nada aconteceu. Mandei uma mensagem para Reo, perguntando onde estava. Ele respondeu com um rápido “Já estou chegando”.

O mal pressentimento me invadiu novamente, mas eu tentei ignorar.

Coloquei em um canal qualquer e deitei no sofá, adormecendo.

–-------------------

– Alice... – ouvi a voz de Reo me chamar, mas seu tom não era convidativo como sempre.

Abri os olhos de leve e vi seu rosto, que não me olhava, mas encarava o chão. Ele estava ajoelhado ao meu lado e parecia tão triste, que podia partir meu coração, só pela infelicidade.

– Oi... – murmurei e toquei seus lábios, não sendo impedida, mas sem resposta. – O que aconteceu?

Ele não havia olhado em meus olhos esse tempo todo, o que me preocupava, pois ele sempre encarava meus olhos.

– Você promete que vai tentar entender... – ele disse antes qualquer coisa.

– Você está me assustando... – disse, sorrindo hesitante, me sentando e o fazendo me olhar, mas desviou o olhar rapidamente.

– Eu te amo, Alice – ele disse meu nome daquela maneira, sabendo que me faria ficar arrepiada. – Mas nós vamos ter que terminar.

– O que?

– Ada está grávida.

As noticias me atingiam como tapas em meio ao meu rosto. Doíam mais que os cortes provocados por Gilbert.

Reo iria ter um filho, uma família e eu não faria parte de nada...

– Reo! – não sabia o que fazer para protestar contra aquilo. Meus olhos estavam cheios de lagrimas.

– Por favor – ele tocou meu rosto e olhou em meus olhos, haviam lagrimas em seu rosto, mas sua expressão era dura.

– Você não precisa estar com ela...

– Não posso a deixar sozinha, sem um lugar pra ficar, com meu filho em sua barriga.

– Ela pode alugar uma casa! Ela trabalha, sei lá, mas...

Lagrimas escorreram dos meus olhos e vi que ele lutava para conter as dele.

Eu desabei, o abracei e ele me envolveu em seus braços. Percebi que Reo também chorava enquanto me abraçava e eu não queria sair nunca mais daquele aperto.

Não conseguia parar de chorar, minha cabeça estava apoiada em seu ombro direito e eu encarava a parede, tentando não pensar na falta que sentiria daquilo.

Após alguns minutos ele começou a acariciar minhas costas, percorrendo minha coluna com suas mãos.

– Eu cometi um erro... Vou ter que pagar por ele!

Eu me distanciei, assim que ele terminou de dizer.

– E vai me sacrificar junto... – disse, como uma reflexão, mas ele ouviu. – Vai sacrificar nós dois e tudo que sentimos...

Ele não me olhava mais e eu não consegui mais ficar ali. Me levantei, enxugando as lagrimas do rosto.

– Me perdoa!

Peguei minha mala e o olhei.

Ele parecia mais distante do que nunca, me lembrava o Reo que eu via pelos corredores da escola, muito antes de trocarmos meia dúzia de palavras.

Coloquei a mão na maçaneta e abri relutante.

Não estava mais com Reo, e agora era a pessoa mais infeliz do mundo.

–------------------------

Estávamos preparadas para entrar no avião, quando uma voz avisou que o voo Brasil-França estava dentro do horário e os passageiros deveriam embarcar em 10 minutos.

Ene apertou forte minha mão, um pouco apreensiva. Vick pulava de alegria e ansiedade. Olivia parecia normal, mas sabia que no fundo também ansiava muito essa viajem.

Eu?

Bom... As palavras de Reo não saiam de minha cabeça. Então não havia reações sobre a viajem, apenas a vontade de ficar em casa e chorar.

Havia saído do apartamento dele e ido para a casa de Vick.

Todas as meninas estavam lá para passar a noite e me acolheram sem disser nada. Dei apenas um resumo da historia e pedi que elas não comentassem mais nada.

Elas respeitaram minha condição e passaram a noite tentando me distrair.

Não deu muito certo, mas fui grata por tentarem, afinal tudo era melhor do que pensar na nova “família feliz”.

Saímos uma hora antes do horário do voo, fizemos todos os procedimentos necessários e agora esperávamos pelo avião.

– Isso não é demais!? – Vick disse pegando sua mala gigante e começando a leva-la pelas rodinhas. – Finalmente vou por em pratica meu curso de francês.

– Vou amar essa viajem... – Olivia disse.

– Acho que vou ligar para Lion de novo... – Ene sussurrou e pegou seu celular.

Comecei a pensar no quanto queria que Reo estivesse ali, o quanto iria sentir sua falta e na dor que iria sentir nos próximos meses, vendo-o casado e com um filho.

– Eu acho que vou pegar algo pra comer... – disse por fim.

– Alice! – Vick exclamou – Só faltam 8 minutos!

– Eu volto em 5, prometo.

Me levantei e fui até a parte de restaurantes e lanchonetes. A fila não estava grande então peguei rapidamente um suco e batatas fritas.

Comecei a andar até o embarque, sabendo que Vick já teria levado todas elas para dentro do avião, e não acreditei no que via.

Reo estava parado perto do embarque e acenava para minhas amigas, com um sorriso forçado.

Ele olhou na minha direção e congelou. Eu não sabia o que fazer, queria correr até ele, abraça-lo, beija-lo, mas não era uma possibilidade.

Comecei a andar novamente, na direção que seguia anteriormente e ele irrompeu na minha frente.

– Com licença, por favor! – disse ríspida.

– Vai mesmo tentar que eu me arrependa de ter vindo até aqui? – ele era duro, sem sentimentos na voz.

– Quero que você se arrependa do maldito dia em que me conheceu! – o olhei com raiva, como jamais pensei em olhar para ele.

– E você se arrepende? – ele parecia querer chorar, e eu queria me desculpar por ter falado aquilo e tê-lo magoado.

– O que você quer? – disse ao invés de lhe responder.

– Vim me despedir de você... – ele disse de novo sem sentimentos.

– E por que? Pra tornar tudo mais difícil?

– Só queria te ver, Alice... – estremeci ao ouvi-lo e ele olhou para o chão.

– Só pare! – disse tentando recuperar o controle. – Você sabe exatamente o que causa em mim... – sussurrei - Quer mesmo me fazer sofrer?

– Queria poder te encontrar... – ele estendeu a mão para meu rosto e acariciou minha bochecha – te tocar e dizer a você o quanto te amo.

Fechei os olhos e apreciei aquele ultimo contado, aquela ação, que me faria chorar ao lembrar, pois não teria mais.

Senti o halito doce de Reo bem próximo de minha boca e me inclinei um pouco para frente.

Nossas bocas se encostaram e um choque percorreu minha espinha, como se aquele fosse nosso primeiro beijo, mas parecia com o ultimo.

Ele abriu levemente a boca e pediu passagem com a língua, entre meus lábios, tentando evoluir o beijo. Eu cometi o erro de ceder espaço e ele me beijou com calma, mas explorando cada canto da minha boca.

Reo se distanciou e nós dois estávamos sem fôlego. Ele me abraçou de um jeito que só ele conseguia, encostando cada parte de nossos corpos.

A voz disse que faltavam apenas 3 minutos para o embarque e que os passageiros do voo deveriam se apressar.

Me distanciei de Reo e vi em seus olhos a mesma dor que senti desde o dia anterior.

– Do que adianta dizer que me ama, se simplesmente me deixou... – disse pegando a mala, que havia soltado sem querer.

– Vai me esquecer? – ele perguntou tentando sorrir sarcástico.

– Bem que eu queria... – comecei a andar até a porta que separava a área de espera da área de embarque.

Olhei para traz e vi Reo.

Ele tinha um olhar triste, mas seu corpo estava tenso e rígido, como se eu fosse somente mais uma aluna, deixando sua sala, após levar apenas mais problemas a ele.

Virei o rosto e comecei a caminhar até o avião, tentando esquecer tudo que havia acontecido, mas o toque de Reo em minha pele ainda ardia, como se suas mãos estivessem ali.


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Notas finais do capítulo

Então gente? Rice se separou... Chorei :'(
Comentem, please.
Beijos e fui
—Avia