Tess tinha levado Nana para um salão de beleza, longe de casa, ambas estavam sentadas nas cadeiras à procura de algo que realmente combinasse com o estado emocional atual. Tess queria parecer o mais apaixonada possível, Alex tinha feito bem para sua pele e os dias que passavam na praia lhe ajudou a colocar o bronzeado em dia. No caso de Nana, ela tentava escolhe algo que realçasse as mudanças que ela tinha passado nos dias últimos dias.

– Você prefere chocolate ou loiro caramelo? – ela perguntou para o seu cabeleireiro favorito, que olhou para ela com seus enormes olhos acinzentados diante ao espelho.

– O que você acha, Mariana?

– Gosto do tom natural – Ela não poderia ficar mais bonita que já era, Nana pensou.

– O que você acha, Creusa? – perguntou para atendente.

– Natural – respondeu digitando no computador e prestando atenção na clientela.

– Você já resolveu algo, Mariana? – ele perguntou, as longas madeixas douradas lhe fascinavam.

– Sim, eu quero cortá-lo – Apontou para seu cabelo. – Está grande demais.

– Tudo bem! – ele berrou. – Chame o Lu, a melhor pessoa que poderia cuidar desse cabelo é ele.

– Ah, e eu quero loiro caramelo! – ela disse, enquanto ele saía.

Olharam-se nos olhos, Nana não sabia o que ainda fazia ao lado de Tess, talvez estivesse com sede de vingança.

– Desculpe por tudo – Tess disse. – Esse é o tal do sentimento de posse.

Nana sorriu.

– Juro, eu não faço mais isso – ela repetia seu discurso. – Espero que você não fique brava comigo. Acho que o melhor modo de ter feito isso foi te trazendo aqui.

– Tudo bem! – Nana sentia uma vontade imensa de grudar no pescoço dela e fazer que ela admitisse que a sentiu como uma ameaça em seu terreno baldio.

– Você está bem mesmo? Eu posso fazer qualquer coisa, mas não quero clima chato entre nós.

Se você conhece alguém muito falso, esse alguém não chega nem aos níveis de Teresa Franco. Ela não pedia desculpas a Mariana verdadeiramente, seu tom de voz nem ao menos soava a estes níveis.

– Tudo ótimo. E, obrigada por me trazer neste salão maravilhoso.

– Ah, eu não sou egoísta ao ponto de gastar os vales que ganhei da minha mãe sozinha.

Mariana sorriu de modo em que enganou Tess. Quanto mais ela olhava para a expressão perfeita de Teresa e aqueles lindos olhos azuis, ela sentia nojo. Nana queria vingar-se, queria chacoalhar aqueles ombros ossudos e dizer: ‘ Você acha que ta tudo bem mesmo? Porque não ta! Você me expôs. Você sabe o que é ter uma foto sua de sutiã rodando pela internet? Não, então, vai tomar no cu.

– Ai que linda!

– Sou mesmo – Tess sorriu – você também.

– Obrigada.

Os cabeleireiros começaram a massagear suas cabeças, jogar água gelada, começaram com as mudanças necessárias. Em tempos, a menina tola caía no chão em forma de fios de cabelo, e a bad girl ganhava um ar mais meigo que o seu sorriso.

Quando se olharam no espelho, os papéis estavam invertidos. As mechas compridas de Nana não mais percorriam seu colo, estavam na altura dos seus ombros; e o castanho avermelhado de Tess estava desbotado no seu tom natural, loiro escuro.

– Obrigada – disseram juntas, acertaram as contas e saíram percorrendo as ruas.

Nana olhou para seus sapatos, faziam semanas que deixara de lado suas sapatilhas e optava por calçados esporte.

– Você quer ir de táxi? Ou comigo? – Tess lhe perguntou.

– Prefiro pegar um táxi, estou evitando encontrar com seu namorado. Não por um coração partido, mas acho que vocês deveriam passar mais tempo juntos antes que todo esse lindo romance acabe – Seria um aviso?

– Tudo bem.

Nana se sentou na calçada, enquanto Tess ligava o motor do seu carro. O próximo destino era casa de Bernardo, o seu mais novo amigo alternativo qual alimentava uma paixão platônica por ela.

Nana: vc vem me bsucar?

buscar*

Bê: estou do outro lado da rua.

Quando ela olhou, ele sorriu. Correu em sua direção, lhe deu um abraço apertado. Ele era o rapaz perfeito, alto, mas na medida; tinha lindos olhos azuis covinhas em sua pele pálida.

– Você não se atrasa – ela disse sorrindo, ele adorava vê-la assim.

– Não mesmo – Mas na verdade queria dizer: ‘Não para você.’

– A gente precisa arrumar as coisas para nossa vingança.

– Do estilo? – perguntou.

– Arrumar as coisas.

– Que coisas?

– Eu não posso falar aqui – sussurrou baixinho.

– O que você acha de ir para o meu apartamento?

– Ok.

– Ok.

– Pare de flertar comigo.