Skinny Love escrita por Novaes


Capítulo 18
I found something, i want talk with you


Notas iniciais do capítulo

Primeiramente quero perguntar, cadê meus leitores?
E quero agradecer a Lariisilva, meu amor, obrigada por tudo de coração!
nem demorei gente! Capítulo longo pra vocês...



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P.O.V Lize

Chegamos rapidamente à delegacia, e Spencer ainda estava lá. Ele nem me olhou direito, mas sei que quando dei as costas ele havia olhado para mim.

Fiquei sentada olhando o caso mil vezes, e percebi Garcia ao meu lado, mas lembrei que ela não havia vindo com todos nós no jatinho e a olhei confusa. E de repente todos pararam de falar e olharam para mim que estava com aquela expressão confusa.

– Só pra me esclarecer uma coisa – Eu falei levantando o dedo como se estivesse fazendo uma pergunta enquanto estava na escola e Hotch me olhou e fez menção com a mão para eu ir em frente. – Garcia já estava aqui, tipo... Antes? – Perguntei pensando que talvez eu estivesse um pouco louca. Hotch percebeu minha expressão preocupada e tinha um ar de riso, e Garcia riu e segurou minha mão.

– Não, Lize. Cheguei agora para ajudar vocês – Ela falou e depois olhou para Spencer, eu iria comentar algo mas só iria transformar a situação ainda mais constrangedora. Spencer olhou para mim e também tinha um ar de riso, mas quando o olhei ele desviou o olhar. Babaca, pensei comigo mesma. Não tem algo mais chato do que uma pessoa ficar do nada assim comigo. Garcia percebia o clima pesado e falou para Hotch para eles irem para algum lugar daquela delegacia buscar alguma coisa, não me concentrei muito naquilo quando percebi de verdade estávamos apenas eu e Spencer que estava em pé montando ainda o quadro, eu continuei olhando a pasta porque na realidade esse caso estava ficando de mal à pior. Eu não conseguia entender quase nada, eu precisava pensar, precisava apenas pensar porque eu estava com aquela história toda, eu sei que estava na minha cabeça e sei que tinha esse caso, e precisava só pensar.

Não percebi de imediato mas tinha bufado, e consegui a atenção de Spencer que se sentou ao meu lado mas eu estava com as mãos na minha cabeça.

– Soube que conseguiu a informação daquela garotinha – Ele falou e foi aí que levantei meu olhar e o olhei. Não falei nada, apenas dei de ombros. - Geralmente ninguém iria tirar uma informação dessa tão fácil – Ele continuou, eu dei de ombros novamente e vi que ele queria que eu falasse qualquer coisa.

– Ela me parecia estar escondendo algo, só fui conversar com ela... Não aguentaria muito – Eu falei e ele sorriu para mim, e foi desde aquele maldito avião que ele não sorria para mim, estava agindo estranho. Era estranho eu me importar com aquilo, não que eu me importe igual uma louca, mas eu notei que ando pensando muito em Spencer e não posso deixar isso acontecer, simplesmente não posso. Eu olho para ele e vejo bondade, ele é realmente bom... Já eu? Sou uma bagunça interna e externa, não chegue perto demais de mim, não sou o tipo de pessoa com quem uma pessoa assim queira se relacionar ou eu não sei, eu sinceramente não sei o que diabos eu estava vendo de diferente, Spencer é apenas o Spencer, mas só de pensar que desde a primeira vez que eu vi ele, todo tímido para aquela maldita noite que dormimos abraçados, não foi proposital, eu nunca quero essas coisas, mas talvez JJ esteja certa, “ninguém quebra seu coração, certo?” ela disse, e eu concordo, ninguém de garotos ou homens assim quebraram meu coração, eu sempre quebrei os deles porque eu não sentia nada, simplesmente nada. Mas Spencer... Babaca, eu pensei comigo mesma, pare de ser babaca.

Percebi que estava tão distraída que Spencer me observava curioso.

– Não tente me analisar – Ameacei ele e ele sorriu.

– Parabéns, você está... – Ele falou mas não completou a frase, apenas sorriu depois e eu concordei com a cabeça e dei um meio sorriso de lado, e olhei para ele. Hotch logo chegou e disse que iria apenas acompanhar JJ pois ela estava sozinha, e ele disse para eu ficar até ele voltar, estava já me sentindo um cachorrinho que ele manda e eu obedeço, odeio isso, mas por pura preguiça de brigar eu digo que tanto faz. Me sentei na cadeira enquanto Spencer falava sobre o caso com Garcia, e provavelmente comigo, mas eu estava com a cabeça longe. – Lize? – Ele falava querendo pegar minha atenção mas eu apenas o olhei.

– O quê? – Perguntei desentendida. Ele começou a explicar de novo, e eu voltei a começar a pensar novamente, logo os outros chegaram, e eles falaram sobre a morte do garotinho. Emily disse que ele foi estrangulado, e ela estava explicando que havia sido com uma corda grossa por causa das marcas que ficaram no pescoço. – Algum sinal de abuso sexual? – Eu fui a única a perguntar e como sempre as atenções viam para mim, mas eu tinha que perguntar porque podia ser por puro prazer, ou ele era apenas um sádico.

– Não tinha nenhum sinal de abuso sexual – Morgan respondeu, e ele me mostrou a foto do corpo do garotinho novamente. Eu observei direito e tinha alguns cortes, mas era como se estivesse sido tratados.

– Aqui – Eu apontei para o corte. – Ele se arrependeu – Eu falei e eles notaram isso apenas agora.

– Ou ele pode ser apenas um sádico – Spencer retrucou, eu não sei, então dei de ombros sem saber o que dizer.

– JJ, conseguiu descobrir algo a mais? – Hotch perguntou se referindo ao fato dela ter ido visitar também as famílias e ela negou.

Estava tarde, Hotch nos dispensou para o hotel e seguimos para lá, quando chegamos Hotch saiu distribuindo uma chave para cada um e terminou que JJ e Garcia iriam ter que dormir juntas no mesmo quarto porque não havia quarto único para cada uma delas, elas fizeram brincadeiras daquilo e subiram.

Nem todos nós ficamos no mesmo corredor, eu por alguma ironia do destino ou alguma brincadeirinha de Hotch fiquei no mesmo andar que Spencer apenas dois quartos depois. E Rossi também ficou no nosso andar mas ele era uns 5 quarto depois de mim.

Subi com eles no mesmo elevador, estávamos calados e Rossi estava também cansado e quando chegamos lá ele me deu um abraço de leve, disse se cuida, olhou para Reid e saiu para o seu quarto.

Fiquei sem reação porque estava sozinha ali. Spencer ficou olhando para mim e eu para ele, que constrangedor essas coisas. Será que eu tinha que ser tão estúpida desse jeito? Não, se mexa Lize, faça algo. E então eu resolvi fazer.

– Boa noite, Reid – Eu falei e ele sorriu ao ouvir eu falar o sobrenome dele e entrou no quarto e eu entrei no meu, percebi que ele se certificou que eu entrei no quarto para ele entrar no dele, não sei o que dizer daquilo, era um território bastante perigoso no qual estou entrando.

Entrei, tomei meu banho e fiquei com roupa de dormir, era meio que um short bem curtinho e uma camisa solta, tentei dormir mas não consegui, então me levantei e comecei a fazer o meu próprio profiler do nosso suspeito.

Comecei a separar as fotos e comecei a conectar cada um com cada um.

Se o garotinho morreu e ele foi o único e apenas o único mesmo a ficar deve significar algo, eu tinha certeza de que as outras crianças estavam à salvo, mas esse garotinho que morreu em especial, era algo mais para o suspeito, era da família ou algo assim. Então decidi colocar aquilo no perfil.

Mas como... Como ele raptava as crianças? Pensei no bairro e nos parâmetros ali por perto, era um bairro de classe média, quieto, todas as crianças bastantes organizadas, não podiam sair de casa. Ele não podia ter pego uma criança qualquer, não, de modo algum... Ele observava o itinerários daquelas crianças, toda a rotina da criança, todas essas crianças eram bem educadas, cheia de horários e ordens, era assim que tinha que ser e ele escolheu as crianças perfeitas com horários perfeitos, mas como diabos ele conseguiu distrair tão bem uma criança à ponto da mãe não ver?

Pensei no que a menina disse, sobre o sorvete e o homem de boné. Oh meu Deus! Acho que eu acabei de pensar, apenas pense Lize e eu saí do meu quarto transtornada, mas antes peguei alguns papéis e fui bater na porta da pessoa que eu queria falar aquilo, queria testar essas teorias loucas, sei que ele me escutaria.

Spencer abriu a porta, tinha cara de sono mas não estava dormindo, ele me olhou de cima a baixo.

– Lize – Ele falou tentando segurar o fôlego. – O que faz aqui? – Ele perguntou, não foi uma pergunta malvada.

– Descobri algo, quero falar com você – Falei levantando o caso e ele ainda estava parado, como se estivesse hipnotizado olhando para mim. – Hãn... Posso entrar? – Perguntei e ele gaguejou e disse que sim abrindo a porta e eu entrei, vi que o quadro dele não estava preenchido o que era ótimo então saí pegando as fotos que ele tinha ali, e o marca texto e fiz o esquema igual ao meu, quando terminei ele estava olhando para mim ainda mas estava sentado de um jeito desjeitoso na cama.

– Spencer, presta atenção – Eu falei e ele me olhou se minha voz estivesse tirando ele de algum tipo de hipnose.

– Meio difícil – Ouvi ele sussurrar enquanto eu virava.

– O quê? – Me fingi de desentendida. Sei que não devia, mas ele me provoca tanto.

– Nada – Ele gaguejou e eu sorri, sei o efeito que eu estava causando nele.

– Então escute só, eu estava pensando enquanto montava esse quadro no meu quarto... Todas as crianças são devidamente educadas, com horários, rotinas, tudo igual – Eu falei. – Todas as crianças são impecáveis para falar a verdade – Eu falei e ele concordou. – Quando eu falei com a irmã do garoto ela me disse que viu um cara com um boné e picolé, mas daí eu pensei: Como um cara conseguiria pegar um filho de uma mulher que fica vigiando o filho praticamente toda hora? Daí eu pensei... Por que não um vendedor de sorvetes? – Eu perguntei e ele arqueou as sobrancelhas e pensou. – Me escute, eu não sei como ele atraia as crianças mas podia ser – Eu falei.

– Ele atraia as crianças para o lado de trás da casa onde ninguém vá escutar eles gritando – Spencer completou. Ele se levantou e pegou o piloto da minha mão e começou a fazer o quadro também, ele marcava umas coisas que eu sei que tinha deixado sem querer.

– E quando a garotinha disse que não viu mais o irmão e apenas o homem...

– O garotinho já estava dentro da van do sorvete – Completou Spencer e quando olhamos havíamos montado tudo ali mesmo, e eu sorri quando eu o olhei.

– Conseguimos – Eu falei do nada.

– Não, você conseguiu – Ele falou me passando o piloto.

– Sabe que não conseguiria se não tivesse vindo aqui – Eu admiti e ele sorriu de lado e fez café ali para gente.

– Café? – Me ofereceu e eu aceitei, eu sentei na calma e cruzei as pernas, não queria ser folgada mas estava de fato sem sono e precisava de alguém acordado comigo, minha mente está mil por hora. - Não consegue dormir? – Ele me perguntou e eu dei de ombros.

– Como sabe? – Eu perguntei e ele não teve muita reação. – Não consegue dormir também, não é? – Eu perguntei e ele sorriu de lado. – O que há?

– Casos com crianças sempre me deixam assim, odeio o fato de... – Ele de repente parou mas sei o que ele queria dizer e por algum reflexo ou qualquer coisa eu acabei pegando na mão dele, mas depois eu logo tirei. Lize, lize, o que diabos você está fazendo com esse cara?

– Vai tudo ficar bem – Assegurei para ele e ele ligou a TV que passava já Doctor Who e começamos à assistir. Só faltaria algumas horas para amanhecer o dia.


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Notas finais do capítulo

Amo vocês! CADÊ VOCÊS?!