POV Poppy

Dorian saiu me puxando e por algum milagre divino eu não cai no meio do caminho. Nós andávamos esbarrando em algumas pessoas que reclamavam, mas eu nem tinha chance de me desculpar, por que a garota a minha frente estava animada e eufórica demais para ser parada por qualquer outra coisa. Quando ela enfim parou de andar eu quase bati meu corpo com o dela por sua parada tão brusca e repentina. Ela soltou minha mão e foi até um cara que estava com um microfone e falou algo em seu ouvido sorrindo e fazendo o mesmo sorrir também. O que diabos aquela louca estava fazendo? Ela veio em minha direção sorrindo.

— O que você fez? – Perguntei receosa.

— Nada, só nos coloquei dentro da brincadeira. –  Ela disse indiferente olhando em volta do enorme salão.

— Tá, agora você pode me explicar por que tanta vontade de participar disso? Se quiser beijar alguém, simplesmente saia por ai e beije, mas não me envolva nisso! – Reclamei.

Ela finalmente me olhou e sorriu. – Mas essa é a graça da coisa, eu vou beijar alguém sem saber quem é. Isso é emocionante!

Revirei os olhos. – Nossa, bota emoção nisso, meu Deus!

Ela fez uma careta para mim. – Não seja chata, você também precisa beijar alguém, por que sei que não ficou com ninguém a noite toda! – Ela acusou.

— E como você sabe? Ficou me vigiando? – Falei irritada.

Ela me olhou e levantou uma sobrancelha e cruzou os braços. – Vai me dizer então, que ficou com alguém?

Eu a encarei e bufei. – Não!

Ela sorriu. – Eu sabia! Você só dançou e viemos aqui comemorar, não tem graça vir para um lugar desses e não beijar ninguém!

— Tá, tá! – Falei sem paciência, Discutir com ela não levaria a lugar nenhum.

 Ela ia abrir a boca para dizer algo quando o carinha que segurava o microfone começou a falar no mesmo instante e nós o encaramos prestando atenção, como todo o resto das pessoas naquele lugar.

— Bom Pessoal, chegou a hora que todos esperavam! Eu já marquei o rosto dos participantes e os meus amigos aqui vão venda-los ao mesmo tempo para que ninguém possa ver ninguém! – Explicou.

Eu olhei em volta e muitas pessoas estavam afastadas da pista de dança que antes estava mais do que lotada. Assustei-me quando senti um cara atrás de mim, mas logo me acalmei ao ver que ele era apenas um dos funcionários que me vendaria. Olhei para o lado e Dori já se encontrava com a venda preta nos olhos. A mesma sorria animada. Tentei olhar em volta mais não deu tempo, o homem me vendou e tudo ficou escuro. Tudo que ouvíamos era a voz do homem que apresentava a brincadeira.

— As regras são as seguintes. Não vala tirar a venda até você beijar alguém. Quem tirar sairá da brincadeira. Vocês terão vinte e cinco minutos para achar alguém e beijar. Se no fim, quiserem descobrir quem você beijou apenas tire a venda. A escolha é de vocês. Quando eu soltar a musica, vocês podem se movimentar e encontrar sua alma gêmea! – Ele falou a ultima parte rindo e com um pouco de deboche na voz.

Por que é obvio que aquilo era babaquice. Seria apenas um beijo em um estranho e nada mais. Eu ainda estava me perguntando por que aceitei participar disso tudo quando a musica começou a rolar.
Closer do Ne-yo, eu sorri, gostava dessa musica. Senti algumas pessoas esbarrando em mim, mas deixei passar, por conta de ninguém estar vendo nada. Resolvi sair do lugar e me mexer também, afinal, já estava li e ficar parada não dá. Andei um pouco ainda esbarrando em algumas pessoas. Até sentir um perfume  que me deixou meio perdida fazendo-me esbarrei em alguém. – Ai, me desculpe!

— Tudo bem. – O cara que eu não podia ver o rosto disse e pelo jeito como sua voz saiu eu poderia jurar que ele estava sorrindo.

— Está bem difícil de andar aqui. – Falei do nada.

— Pois é.

Foi à única coisa que eu disse, eu havia gostado da voz dele e do seu perfume, mas não falaria aquilo em voz alta nem ferrando. Em meio aquele silencio entre nós, eu resolvi sair dali, deixa-lo ir encontrar alguém e quem sabe achar alguém para mim também. Eu ia sair de fininho sem dizer nada, mas quando dei alguns passos e passei ao seu lado, foi como se ele pudesse me ver, pois ele segurou no meu braço e suas mãos frias em contato com minha pele quente, me fizeram arrepiar. Então ele falou e agora sua voz parecia mais próxima.

— Gostei da sua voz. E quero saber, se os lábios por onde saem esse som, são tão maravilhosos quanto à mesma.

Eu sorri e senti minha pele esquentar. Toma vergonha mulher, ele ao menos está de vendo! Revirei os olhos para mim mesma nesse momento, mas ai eu não sei o que me deu, simplesmente levei minha mão até seu rosto e passei a mesma ali. A pele dele era lisa, mas eu pude sentir bem de leve nos meus dedos, os pelos onde sua barba crescia. Antes que eu ao menos pudesse pensar, ele atacou meus lábios e no começo eu me assustei, mas ao sentir choque dos seus lábios frios com os meus, algo em mim acendeu e quando ele pediu passagem para aprofundar o beijo eu cedi sem pensar duas vezes. Nossas línguas se encontraram e um sentimento sem palavras me dominou. De repente tudo ao meu redor estava quente. Senti aqueles braços fortes me puxarem para mais perto e um deles envolver minha cintura, enquanto o outro ia para meu rosto o segurando para que eu não me afastasse. Como se isso sequer tivesse passado pela minha mente. Continuamos um a explorar a boca do outro e depois de um tempo, quando o ar se fez necessário, nos afastamos a contra gosto. Minhas pernas estavam moles e meu corpo todo pegava fogo. O carinha a minha frente, assim como eu, respirava com dificuldade e sem que eu esperasse ele colocou seu rosto no vão do meu pescoço aspirando meu perfume. Eu apertei seus braços, pois aquele ato me arrepiou inteira. A música continuava a tocar e já estava no fim, então começou a tocar Tunnel Vision, e senti um sorriso se formar no rosto do homem a minha frente e do nada ele mordeu meu pescoço e eu quase esqueci como é que respirava. Ele uniu nossos lábios novamente em um beijo que só ficava melhor. Eu mordi os lábios dele e ele mordeu o meu nós fazendo sorrir. Nesse momento eu agradeci muito a Dorian por me fazer participar disso.

POV Dorian

Eu estava ali, ventada e andando pelo salão, até que senti algo, como uma corrente que me puxou e eu segui andando como se fosse comandada por uma coisa mais forte que eu, até encontrar com alguém. Mas eu não sei o que me deu, eu não falei uma só palavra, simplesmente beijei o cara a minha frente e seus braços fortes me envolveram enquanto nos beijávamos intensa e selvagemente. Eu apertei os braços do mesmo que eram bem fortes e depois passei a unha por ali e o senti arfar e sorri por isso, ele deixou meus lábios por um segundo quando estávamos sem ar e beijou meu pescoço, depois mordeu minha orelha e eu fechei meus olhos jogando a cabeça para trás, o que era irônico já que eu estava vendada. Nós voltamos a nos beijar e depois de alguns minutos a musica que tocava no fundo parou, mas continuamos a nos beijar, nossas línguas se uniam, brincavam e se envolviam uma na outra me deixando meio fora do ar. O clima foi quebrado quando o veado do cara que comandava a brincadeira falou e nós nos separamos.

— Muito bem casais. O jogo acabou e está na hora de decidir se vão ou não tirar a venda e descobrir quem é seu respectivo parceiro!

Minhas mãos ficaram frias e eu fiquei tensa de repente. Voltei a prestar atenção na voz do apresentador. – No três, quem quiser, tire a venda.

Então ele começou a contagem. – Um, Dois, e Trêêês!

Eu tirei a minha venda e com um pouco de medo que eu não sei de onde veio, olhei para cima e quando encarei aqueles olhos, eu quase perdi o ar. Puta. Que. Pariu. To. Fodida!

POV Poppy

Continue a beijar aqueles lábios que pareciam feitos para combinar perfeitamente com os meus. Levei uma das mãos ao cabelo do carinha sentindo a maciez dos mesmos e com a outra eu fazia carinho em seu pescoço. Ele levantou um pouco meu corpo e fez com que eu ficasse com os pés em cima dos dele, o que era meio engraçado e nos fez sorrir. Estávamos naquele clima todo, quando ouvimos o apresentador do jogo falar que a brincadeira tinha acabado e com um pouco de relutância nos separamos, mas não antes de darmos vários selinhos um no outro, fazendo com que ríssemos juntos novamente. Eu estava me sentindo leve e bem alegre.

— Preciso ver seu rosto e saber como é a garota que acaba de me deixar louco.

Eu sorri e senti meu estomago se apertar. – Acho melhor não.

Eu disse ainda em seus braços, havíamos parado de nos beijar, mas não nos separamos completamente, ele ainda me abraçava e mesmo sendo dois estranhos, aquilo era agradável.

— Por que não? – Ele perguntou com algum tipo de emoção na voz, algo como desapontamento. Eu respirei fundo.

— Por que olha, por mais que meu corpo esteja pegando fogo por você. Eu sei no que isso vai dar e sinceramente não quero. Essa com certeza será uma das noites mais memoráveis da minha vida e eu sei que posso me arrepender mais tarde, mas o jogo nos dá esse direito, de escolha, e essa é a minha.

Ele ficou em silencio por alguns segundos e eu ouvi de fundo a voz do apresentador, mais não prestava atenção no que ele falava, meu foco era o homem a minha frente, que por mais que eu não pudesse ver, tomava toda minha atenção.

— Tudo bem! – Ele respondeu.

Eu sorri. – Sério?

— Sim, mas antes, tem uma condição. –  Ele disse e eu senti o sorriso em sua voz novamente.

— Qual? – Perguntei ansiosa e com um pouco de medo.

— Quero outro beijo!

E ele não precisou pedir duas vezes, uni nossos lábios em um beijo um pouco mais lento agora, mas nem um pouco menos maravilhoso do que os outros que demos. Chupei seus lábios e os mordi em seguida o fazendo sorrir e arfar, e eu sorri pela reação dele. Minhas mãos agarravam cada vez mais fortes os seus cabelos, desceram até o colarinho da sua camisa, adentrando na mesma e sentindo sua pele quente, passei minhas unhas por ali e o senti arrepiar. Quando o ar se fez necessário nos separamos, mas ele manteve nossas testas juntas e falou com a respiração entrecortada.

— Você está fazendo a ideia de te deixar ir, ser bem absurda para mim.

Eu sorri. – Obrigada, eu acho.

Minha atenção foi tomada pela voz do apresentador. – Bem pessoal, parece que tem um casal ali que está com dificuldade em se separar!

Ele falou e as pessoas riam, será que aquele casal éramos nós dois?

— Cara, você não pode ver, mas a garota tem belas pernas e um corpão, se eu fosse você também não a soltava.

Nós rimos juntos e o carinha me apertou mais em seus braços. – Viu só? Até o apresentar não quer que eu te largue!

Eu ri. – Mais é necessário.

Ele bufou e me soltou a contra gosto. – Tudo bem.

— Não tire a vendo até que eu me afaste totalmente ok?

— Ok.

Eu me soltei dele e antes de ir lhe dei mais um selinho mordendo seus lábios e o fazendo sorrir, depois me virei e tirei a venda saindo correndo dali sem olhar para trás. Pude sentir alguns olhares em mim e quando estava distante ouvi a voz do apresentador dizer. – Poxa cara, falei para não deixa-la ir!

Eu sorri mais com isso e continuei andando, agora eu precisava achar Dorian e dar o fora dali, por que a noite já tinha sido mais que perfeita para mim.