Misery Business escrita por Sadie Gomez


Capítulo 18
Striving


Notas iniciais do capítulo

Desculpem se demorei...
Bom pessoal, eu achho que vou ficar sem a net uns dois dias, sei lá. Caso isso aconteça, eu vou tentar postar pela casa de um amigo ok? Mas casa eu não consiga, eu estou avisando a todos que leem avisem por favor...
Boa leitura a todos pessoal ;]



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POV Poppy

Tudo que iluminava o quarto era a luz da lua que passava pela janela. Eram quase quatro da manhã e eu não havia conseguido dormir ainda, me aconcheguei mais ao corpo quente ao meu lado e inspirei o perfume do homem que andava confundindo e habitando muito a minha mente naqueles últimos dias. Jayden puxou meu corpo para mais perto do dele, fazendo com que assim, seu peito me servisse de travesseiro.

Eu sei que vocês devem estar pensando, meu Deus, eles transaram! Mas eu sinto lhes desapontar e dizer que não, nós não transamos. O que aconteceu foi que quando saímos da minha ex-casa e Jayden me trouxe para o meu novo apartamento, eu entrei em estado de choque sabe? Isso acontece às vezes, quando eu passo por uma crise emocional grande demais eu travo. Não choro, não falo, eu fico parada tentando assimilar tudo que acontece. Foi dessa maneira que eu fiquei quando chegamos ao meu apartamento. As lembranças que eu tinha do meu pai pareceram cair sobre a minha cabeça e a aparente insensibilidade da minha mãe, não ajudou muito. Acho que Jayden percebeu meu estado automático. Ele falava comigo, eu o encarava, mas não conseguia respondê-lo. Nós trouxemos as minhas coisas para cá e tudo que eu consegui fazer foi pegar um peça de roupa e me trancar no banheiro por longos minutos, para chorar e tentar lavar a minha alma em baixo do chuveiro. Acho que todos nós sempre tentamos fazer isso quando estamos tristes demais, não é? Enfim, foi uma surpresa para mim sair do banho e encontrar Jayden ali. Ele estava sentado na minha cama com uma xícara de chá nas mãos, assim que eu me recuperei da surpresa, por que eu já tinha o agradecido e dito que ele podia ir, eu saí do banheiro e andei até a cama, ele me estendeu a xícara que eu peguei e dei um longo gole no chá. Sentei-me ao seu lado e ficamos em silencio, eu não queria falar. E eu não sei te explicar como, eu só sei que de um minuto para o outro, Jayden já estava sem o paletó e a gravata e nós estávamos deitados juntos naquela cama. Eu fechei meus olhos e aproveitei o cafuné que o mesmo fez em mim, mas ai ele dormiu e eu continuei aqui, acordada, perturbada, magoada e enrolada a ele pensando na minha desastrosa vida.

Eu ainda estava surpresa e em choque pela briga com a minha mãe, eu não esperava isso da mesma. Minha mente voltou ao momento em que saí de casa. E do nada, como uma louca eu comecei a rir sem parar, eu ri tanto que chorei e quando dei por mim eu estava chorando de verdade, estava chorando como uma criança. Eu senti quando Jayden me apertou em seus braços. Ele beijou o topo da minha cabeça e voltou a me fazer cafuné.

– Hey... Shiiiiih! ... Está tudo bem, não precisa chorar!

Eu levantei a cabeça para encara-lo.

– Eu não estou chorando!

Ele franziu a testa e me olhou como se eu fosse louca.

– Não?

Eu quase sorri pelo tom que o mesmo usará comigo.

– Não! Eu estou rindo.

– Rindo? Você tem certeza? E rindo de que?

– Não sei... Da minha vida!

– Você é louca!

Eu sorri.

– É talvez eu seja um pouco!

Essa foi a ultima coisa que eu disse, antes de enfim ser dominada pela inconsciência.

***

Quando eu acordei, Jayden não estava mais ali ao meu lado. Eu levantei e fui até o banheiro fazer minha higiene. Se ele estivesse no apartamento, eu com certeza iria vê-lo, não tinha necessidade de procurar. Assim que vi meu reflexo no espelho, levei um susto. Eu estava parecendo um zumbi. Cabelos bagunçados, pele excessivamente branca, eu parecia doente, o que eu certamente detestava, ainda mais quando eu tinha um cara lindo no meu apartamento, que me veria horrível assim, e para completar o meu pacote de beleza natural, eu estava com olheiras profundas. Que ótimo! Lavei o rosto, escovei os dentes e depois prendi o cabelo. Fui em direção à sala e enquanto chegava à mesma, pude ouvir Jayden falar aos sussurros com alguém. Ele parecia nervoso.

Como assim? ... Você não consegue controla-la?... Tudo bem, eu vou ver o que faço!

Bem, como eu tenho a incrível habilidade de ser discreta, acabei esbarrando em alguma coisa invisível no chão. Lamentável, eu sei. Fazendo assim um barulho e chamando a atenção dele. Assim que percebeu minha presença, Jayden se virou imediatamente para me encarar.

– Falo com você daqui a pouco!

Ele desligou o celular e me encarou.

– Bom Dia!

– Bom Dia.

Silencio, de novo, e super desconfortável se vocês querem saber.

– Hum... Você está melhor?

– Ah sim, estou ótima, obrigado por, você sabe!

Ele deu um pequeno e discreto sorriso e depois olhou para trás e quando eu acompanhei seu olhar, vi que o balcão da cozinha estava com um excelente e convidativo café da manhã. Jayden me encarou novamente antes de dizer.

– Eu achei que você ia precisar...

Eu sorri.

– Obrigada!

Eu andei até ele e ignorando a vergonha que eu estava sentindo agora, me aproximei e lhe dei um beijinho rápido. Quando me separei dele, o encarei e ele me olhava daquele jeito que eu não sabia decifrar.

– Você tomou café!

Eu acusei enquanto fazia uma careta e me afastava dele que sorriu e depois foi se sentar e me puxou para ficar ao seu lado.

– Você deve ter acordado bem cedo para comprar comida né? Não tinha nada aqui.

– Que nada, levantei poucas horas depois de você dormir.

– Hum...

Nós comemos em silencio por alguns minutos, até ele quebra-lo.

– O que você vai fazer hoje?

Eu o encarei.

– Por que, mas algum jantar que você queira me levar?

Ele sorriu.

– Não, ainda não. É que tenho que resolver umas coisas, mas não quero te deixar sozinha!

Não que me deixar sozinha? Essa é nova. Eu sorri docemente para ele, enquanto meu corpo era tomado por um sentimento estranho.

– Eu vou até a revista, meu primeiro ensaio é hoje as duas! Pode ficar tranquilo e ir resolver seus problemas... Obrigada por se importar!

Ele sorriu e segurou a minha mão. Nós terminamos de tomar o café e eu tirei a mesa enquanto Jayden se arrumava para sair. Era justo já que o mesmo havia feito o café. Eu estava juntando as louças na pia, quando senti aqueles braços quentes em volta de mim, me puxando para perto. Eu sorri, mas meu corpo foi tomado por uma onda de arrepios quando Jayden resolveu beijar meu pescoço. Eu fechei os olhos e aproveitei a sensação.

– O que você está fazendo?

– Me despedindo!

– Hum... Acho que você acabou de mudar a opinião negativa que eu tinha sobre despedidas.

Eu o senti sorrir sobre a minha pele e sorri também. Nós ficamos assim, por alguns segundos, eu apoiei meu corpo no dele e ficamos em silencio, eu queria que ele tivesse durado mais tempo, só que como se minha boca criasse vida, eu quebrei o silencio e acabei dizendo o que não queria e nem devia ter dito.

Eu acho que gosto de você... Mas eu não sei o que acontece, é só que, quando você se afasta, uma parte de mim entra em pânico e me diz que você vai bagunçar a minha vida inteira!

Quando eu me dei conta das minhas palavras eu fechei os olhos com força, eu queria muito poder sumir naquele momento. Eu senti o corpo de Jayden ficar tenso e isso só me deixou pior, por que eu sabia que não devia ter aberto a boca. Jayden virou meu corpo para ficar de frente para o seu, mas eu mantive meus olhos fechados com força, eu estava com medo de encara-lo.

– Poppy, olhe para mim.

Eu balancei a cabeça em negativa e fiquei assim. Até que eu ouvi Jayden respirar fundo e senti ele passar a mão delicadamente pelo meu rosto. Ele segurou minha cintura nos aproximando lentamente, da mesma forma que acariciava meu rosto. Então eu senti seus lábios nos meus, mas ele não me beijou, ele apenas mordiscou meus lábios com força, eu mantinha os olhos fechados, mas meus pensamentos estavam mais confusos agora. Depois de morder meu lábio, ele fez o mesmo com meu pescoço e então depositou um beijo delicado no mesmo, até voltar seus lábios para os meus e enfim me beijar. Eu não resisti e lhe concedi passagem quando me foi pedida e então eu senti, senti meu estomago se revirar e então aquela porcaria de metáfora de borboletas no estomago me pareceu ridícula, era ridícula, por que aquilo se parecia mais com um tiro do que com borboletas. E então eu soube que estava ferrada, muito ferrada. Mas o que eu podia fazer se esse maldito beijava bem para cacete e ainda por cima era desse jeito comigo, cuidava de mim assim? Ah que se dane, eu vou é aproveitar meu beijo isso sim.

Eu não sei sabe, eu estava perdida, eu estava sem controle sobre mim mesma. Eu beijei Jayden com mais intensidade agora, eu coloquei toda vontade que eu tinha dele naquele beijo e eu acho que ele percebeu a mudança em mim, por que ele mudou também, eu senti alguma coisa a mais naquele beijo. E eu sorri, sorri enquanto o beijava, por que eu estava alegre. Eu gostava dele e não tinha vergonha disso, por que naquele beijo eu senti que, ele também gostava de mim. Quando o ar se fez necessário, nós nos separamos e Jayden me abraçou, eu apoiei o rosto no vão do seu pescoço e depois de inspirar seu cheiro eu dei um beijo no local. Nós ficamos assim, enquanto tentávamos fazer nossas respirações se normalizarem. Depois de uns segundos, Jayden se afastou de mim e segurou meu rosto olhando bem nos meus olhos.

Pode parecer estranho, mas eu acho que também gosto de você... E é bem justo eu bagunçar toda sua vida, quando você já chegou e bagunçou a minha sem nem pedir permissão!

Eu fiquei o encarando sem saber o que dizer, então ele sorriu e eu sorri e ele me deu mais um beijo e depois se foi.

– Te vejo mais tarde!

Foi tudo que ele disse antes de sair e fechar a porta. Eu fiquei apenas assimilando as coisas e me peguei sorrindo feito uma idiota. Resolvi acordar para a vida e fui me arrumar, tinha trabalho a fazer e mesmo com duas semanas de trabalho garantidos na empresa, eu arrumaria outro emprego, por que agora eu precisava me manter e precisava urgentemente de um carro novo.

***

Eu fui para a revista e correu tudo bem, a primeira sessão foi com algumas modelos bem tranquilas e fáceis de lidar. Quando eu acabei sai cedo e fui a um lugar onde eu sabia que teria toda a ajuda possível. Assim que eu entrei no bar, avistei John conversando com um homem. Quando o mesmo me viu, pediu licença e veio ao meu encontro com um enorme sorriso no rosto.

– Ah que devo a hora dessa visita maravilhosa?

Ele perguntou enquanto me abraçava. E quando ele me soltou eu ainda mantinha o sorriso no rosto, eu adorava o John, sério, ele era incrível.

– Preciso da sua ajuda!

Quando ele percebeu meu tom sério, nos guiou até a sua sala no fundo do bar, onde podíamos conversar sem interrupções.

– Então querida, o que eu posso fazer por você?

– Eu preciso de um emprego John!

– Um emprego? E aqui?

– Sim, eu poderia fazer o turno da noite aqui ou qualquer outro que você pudesse me arrumar!

Ele respirou fundo e passou a mão no queixo antes de se levantar, para depois sentar na minha frente e me olhar nos olhos.

– Olha, você sabe que eu te adoro e que te ajudo no que precisar. Mas aqui... Com esses caras, não é lugar para você!

– Eu agradeço a preocupação, mas você sabe muito bem que posso me cuidar!

– Para que você precisa do emprego? Se for só pelo dinheiro eu posso te emprestar!

Eu sorri.

– Obrigada, eu sei que sim. Mas não é só por isso, eu tive uns problemas com a minha mãe, saí de casa e tenho que me virar por contra própria agora.

Ele ficou me encarando e eu podia ver a duvida nos olhos dele. Se eu insistisse mais um pouco, ele com certeza cederia.

Vaai John, por favooor! Só você pode me ajudar agora!

Eu uni as mãos em um sinal de suplica e fiz minha melhor cara de pidona. Ele ficou me olhando.

Por favooooor!

Ele suspirou.

– Tudo bem... Mas você ficará no bar e qualquer problema com alguém ira falar direto comigo em vez de sair brigando por ai ok?

– AAAAAAH! Sim, sim, eu prometo! Obrigada John!

Eu pulei em cima dele lhe dando um abraço apertado e enchendo seu rosto de beijos. Ele riu e me abraçou de volta.

– Tudo bem criança, eu não fiz nada!

– Você pode achar que não... Mas me salvou agora! Quando eu começo, hoje?

Ele riu.

– Está mesmo com pressa hein! Mas não, você começa amanhã no turno das seis às duas da manhã, tudo bem?

– Tudo ótimo!

Eu conversei um pouco mais com o John sobre o trabalho. Eu ficaria na perto do par, que era do lado oposto do restaurante. Chegaria às seis da tarde e sairia às duas da manhã, teria os finais de semana de folga. Ia dar para conciliar com a faculdade e as fotos. Ia ser corrido e cansativo, mas eu precisava lutar para conseguir o que queria. Sai de lá um pouco tarde e resolvi ir andando para casa. Eu estava poucos minutos de casa quando meu celular tocou, eu o atendi sem me importar em ver quem era.

– Alô.

– Alô nada, nós precisamos conversar e agora!

Eu bufei e respirei fundo depois de ouvir a voz determinada e irritada de Casey ao telefone.

POV Jayden

Eu não fazia ideia do que eu estava fazendo. Eu só sei que eu estava me envolvendo em algo que eu não conseguiria controlar no futuro. Eu pensei muito em tudo que houve. Eu menti para ela quando disse que gostava dela não menti? Por que, eu não gostava dela, não gostava mesmo. Eu só tinha um carinho ué, eu sou humano e é impossível ver uma pessoa sofrendo como ela estava e não se sensibilizar. E os beijos? Os beijos eram necessários, eu estava sendo pago para isso, mas tenho que confessar que não era nenhum sacrifício beija-la.

– Merda!

Eu bati no volante enquanto voltava para casa. Eu precisava me organizar e decidir o que fazer da minha vida, ela não podia mais ficar como estava. Mas porra, tudo seria fácil de controlar se ela não estivesse sempre na minha mente. Perturbando, confundindo, distraindo e acabando com meus nervos. Eu posso ter mentido em dizer que gostava dela, por que eu não gostava, não podia gostar! Mas não era mentira a parte de ela estar bagunçando a minha vida, por que mesmo que sem querer, ela estava.

POV Poppy

Eu cheguei em frente ao trabalho da Casey e a mesma apareceu com o carro, ela tinha acabo seu expediente agora. Ela estacionou e eu subi no carro. Então ela o colocou em movimento novamente mais sem falar comigo. Eu revirei os olhos e a encarei.

– Então, o que você quer falar comigo?

Ela continuou dirigindo sem falar nada, até que parou no farol e me encarou.

– Você vai voltar para casa... E vai voltar hoje Poppy!


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