The Hero escrita por Neo Luxray


Capítulo 2
Despertar


Notas iniciais do capítulo

Olá, queridos °3°! Finalmente estou de volta!



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A última coisa de que me lembro antes de perder completamente a consciência não poderia ser melhor definida do que pela palavra “vago”, beirando o nada. E realmente, tudo o que consigo ver é a escuridão. Não em um sentido literal, é claro, mas melhor definindo, um vazio, um buraco sem fundo, uma queda infinita.

Subitamente acordo. Minhas pálpebras custam a levantar, como se recusassem meus comandos, gritando “Não queremos acordar!”. Após este esforço, me vejo cercado por paredes de um fundo buraco, com uma pequena luz no topo. Luto para me levantar, mas acabo caindo no chão logo após me por de pé. Afinal de contas, o que está acontecendo aqui?

Alguns esforços consideráveis mais tarde e consigo com muito pesar me manter sem cair, e logo após isso, me pergunto algo de importância muito maior: o que estou fazendo aqui? Quem sou eu? E mesmo me esforçando bastante, não parece que esse é o tipo de pergunta que vai ser respondida apenas refletindo... Por algum motivo, eu sei que não vai ser tão simples assim.

Observo a buraco em que me encontro, mais parecido com uma cratera, suas paredes altíssimas não parecem dar chance a qualquer um que pretenda escalar. Ao redor, uma mistura de cinzas e poeira recobre o chão, nesse momento me faço mais uma pergunta: Como diabos eu vim parar aqui? E como sempre, a resposta não virá até mim, nesse relacionamento, eu sou o cara que se esforça, e ela é a menina que não quer, de fato, nada comigo.

Eu poderia muito bem me deitar nas cinzas e começar a dormir aqui mesmo, afinal de contas, me sinto exausto, como se tivesse levado alguns belos pontapés enquanto dormia, mas ao mesmo passo, estou infinitamente curioso com minha situação, e é claro, não há chance de sobrevivência em uma cratera, sem água ou comida. Decido, por fim, explorar os  arredores em busca de alguma maneira de alcançar o topo.

Olho ao redor, e tudo parece igual, aquela mistura acinzentada cobre o chão por completo, tirando uma pequena parte, sendo essa, a parte em que eu caí. Aproximo-me da área da queda e vejo algo que não havia notado quando me levantei. Uma espada camuflada no chão, nada que realmente vá me ajudar, mas algo me chama muita atenção. Em seu pomo há uma gema incrustada, de uma tonalidade azul-brilhante, estranhamente atraente.

Sem pensar muito, levanto a espada do chão, impressionantemente, com a maior facilidade. Sinto seu peso ideal, em um tamanho agradável. Consigo me lembrar de ter segurado essa espada, ela me trás um sentimento nostálgico, e ao mesmo tempo, triste. Ignoro minha situação completamente para apreciar seus adornos, e de repente, a gema em seu pomo parece brilhar! Um brilho um pouco fraco e tênue, talvez uma obra dos raios de sol, mas ainda sim...

A sensação de nostalgia passa e algo muito mais forte percorre meu corpo. Sinto energia fluir por todo o meu ser, como se fosse explodir a qualquer momento. De começo fico sem reação, não entendendo muito bem a situação, mas logo mais, me sinto totalmente revigorado, com força total! Talvez até suficiente para escalar a cratera com minhas próprias mãos! Parece uma ideia insana, mas me sinto obrigado a tentar.

Seguro a espada com força e corro em direção à outra extremidade da caverna, como se estivesse me preparando para desferir um golpe fatal, conforme vou ganhando velocidade, consigo ver a gema da espada brilhar em um tom ligeiramente mais forte. Ao chegar bem próximo de colidir com a parede, me lanço no ar, atingindo mais ou menos a metade do topo. Antes que de entrar em queda livre, enfinco a espada na parede e me puxo para cima, dessa vez ultrapassando o topo e finalmente escapando da cratera.

Caio um pouco desajeitado numa tentativa de pouso suave, mas não sinto nenhuma dor de verdade. Dessa vez, vejo quilômetros de montanhas ao meu redor, numa espécie de desfiladeiro. O mistério sobre minha localização acaba de ganhar mais alguns metros de profundidade... Novamente me ponho a procurar uma forma de escapar, dessa vez do desfiladeiro, em busca de qualquer tipo de vida.

Rapidamente percebo a presença da espada, jogada ao meu lado. Afinal de contas, como ela chegou aqui se acabei de usa-la para me jogar pra fora do buraco? Isso sinceramente não importa por agora, além de que a espada com certeza vai ser de grande ajuda se eu quiser ir a algum lugar. Decido leva-la comigo e a guardo em um dos espaços da calça por onde se põe o cinto. Novamente, me sinto um tanto mais disposto e forte, disposto a encarar uma longa jornada.

Começo a correr na tentativa de subir algumas dessas montanhas, se eu conseguir chegar ao topo, poderei ter uma visão mais ampla do que há pela frente. Não demora muito até que eu alcance o topo de uma das montanhas e consigo ter uma visão boa do que está pela minha frente... Sinceramente... Não poderia ser mais estranho.

Ao longe, vejo florestas densas, que seguem até se transformar em enormes pastos, que por sua vez, dão em desertos, e por assim vai. Várias paisagens misturadas, como se alguém as tivesse recortado e colado, certamente, nem um pouco natural. Mas não apenas isso! Consigo enxergar também, alguns monumentos e construções não muito longe, e o que mais chama atenção, consigo ver uma enorme construção branca, semelhante a um palácio. Essa é provavelmente minha melhor chance de sobrevivência.

Sem mais delongas, opto por correr em direção ao palácio, não consigo mais esperar pra quebras essa tensão e desvendar de uma vez por todas esses mistérios. Se é que vou encontrar quaisquer respostas sobre isso... Mas de qualquer forma, ainda é minha melhor chance de sobrevivência, vencendo em disparada a opção de passar a noite em um desfiladeiro.  

Novamente, a espada me empresta seu poder, e minha corrida parece não demorar mais que algumas horas, sem nem me dar conta, chego a um ambiente mais agradável, agora me encontro em meio a uma floresta. Já é quase fim de tarde, e a luz do sol faz com que as folhas das árvores pareçam banhadas a ouro. Percebo uma pequena trilha de uma pedra branca brilhante, devo estar me aproximando do palácio...

Paro de correr e simplesmente sigo a trilha, não há mais o que temer. Não sei por que acho isso, afinal de contas, nem sei o que vai acontecer quando eu chegar lá, ou se vai ter alguém lá, mas as possibilidades não parecem me perturbar, sinceramente, eu tenho certeza de que vou encontrar algo lá. Talvez seja só um delírio. Parando pra pensar em tudo que aconteceu hoje, nada disso faz muito sentido... E essa perda de memória me incomoda um bocado, mas eu nunca vou saber se não tentar.

Aperto o passo e já consigo ver a grande construção de pouco tempo atrás, o palácio realmente é exuberante! Construído completamente pela mesma pedra brilhosa da trilha, fico perplexo em relação ao seu tamanho, sendo muito maior de perto do que parecia de longe. Adiante, vejo um portão, parecido com a entrada de uma fortaleza, e posso ouvir vozes vindas de dentro do palácio. Com toda certeza, há pessoas aqui!

Avanço em direção ao portão, ansioso para entrar no local, mas antes que eu possa atravessa-lo, uma menina sentada como se estivesse adormecida se levanta em um pulo.

— Alto!

A menina parece assustada, algo em sua expressão me faz sentir um tanto tenso.

— Quem é você?

A menina fala num tom raivoso

— Olá, estou um pouco confuso, não sei muito bem o que está acontecendo, você poderia me ajudar a compreender a...

— Ora! Não me venha com essa, você não é o primeiro a tentar abusar da nossa hospitalidade para nos saquear! Sugiro que saia daqui agora e nunca mais volte, se não quiser acabar pior do que já está!

Nesse momento, a menina saca sua espada.

— Por favor, se acalme! Eu não quero nada além de ajuda, acredite em mim...

Falo com medo no olhar, não me sinto em condições de lutar contra ninguém. Tento me aproximar do portão enquanto a menina segura a espada trêmula.

— N-não me obrigue a te machucar! Saia daqui agora!

— Eu não quero lhe fazer nenhum mal, só quero ajuda...

Antes que eu pudesse chegar mais perto, minha visão fica turva, como se todo o cansaço da corrida até aqui tivesse me acertado, e com um golpe em cheio. Não há mais nada que eu possa fazer. Já não me encontro consciente.


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Notas finais do capítulo

E então galeres, o que acharam? Contem pra mim :v



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