Little Tales escrita por Fiyeroooooooooooo


Capítulo 1
Peculiaridade


Notas iniciais do capítulo

Beeem,essa é a minha primeira história,então eu estou morrendo de vergonha de postar e talz...
Mas espero que gostem,não se esqueçam de comentar. ;)



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Há algum tempo, na Cidade de Londres,mais precisamente,num bairro rico da cidade,um casarão se destacava dos demais vizinhos. Mas,ao contrário do que você pensa ,ele não chamava atenção por sua construção imponente, ou por suas belas e ricas formas. Não.Apesar do casarão possuir tudo isso, o que as pessoas estranhavam nele não era isso.

Não,não era uma casa assombrada. A peculiaridade desse lugar estava em um de seus moradores.

Ou melhor,uma das.

Não havia um morador de FieldDaisies que não comentava sobre a filha adotiva do Sr. Matthews, a garota asiática que se destacava em meio a cabelos castanhos e loiros,olhos azuis,narizes arrebitados e outras características inglesas.

Nesse mesmo casarão, em uma sala repleta de caros móveis de madeira,tapetes,quadros e outros bibelôs altamente elegantes,a mesma garotinha estranha se afundava em meio as almofadas de uma grande poltrona,enquanto olhava fixamente para um ponto vazio. Seus olhos demonstrava claramente o tédio. Ela se virava de um lado para o outro,para a esquerda e para a direita,colocou os pés para cima de um dos braços da poltrona,se virou de ponta cabeça e ainda assim,seu tédio não passava. Não tinha nada que a pudesse distrair,a televisão só podia ser ligada durante a noite,e ainda eram 3 da tarde,tentou ler algumas revistas que estavam em cima do criado mudo,mas era pequena demais para entender coisas sobre alta costura inglesa.

Enquanto a pequena se revirava no marasmo imenso da sala,uma bela jovem descia as escadas, a medida que ia descendo,via uma pequenina garota sendo engolida pelas enormes e fofas almofadas da poltrona. A moça riu com o contraste que a menina e a poltrona faziam, a primeira era pequena e delicada,apenas 10 anos,enquanto a última era a poltrona de seu pai,a fazendo ser grande demais,e a moça se lembrava dessa poltrona desde que era pequena.

A medida que ia chegando ao final das escadas,a moça reparou que a menina estava entediada.E ela entendia o porquê,um de seus irmãos mais velhos,Henry,sempre estava lá para divertir a menina e inventar brincadeiras,mas hoje,ele havia saído para resolver algumas questões para a inscrição dele em Oxford. Logo a menina iria perder seu companheiro de brincadeiras preferido.

A jovem soltou um riso baixo pensando em como um rapaz de 20 anos poderia ser tão infantil e crianção.

A garotinha,percebendo a aproximação na escada, se virou na poltrona,de modo que ficou de ponta cabeça e cumprimentou a irmã mais velha.

- Olá Beatrice. – Disse sem a menor animação na voz.

- Boa tarde,maninha. – A mais velha sorriu para irmã,mas em troca só recebeu um par de olhinhos pretos,virados de ponta cabeça,a encarando com cara de sono.

- Ayano, quer ir comigo á livraria? – A mais velha chegou mais perto da poltrona,na esperança de que o convite a animasse um pouco.

- Claro que sim!! - A pequenina que estava no sofá se levantou com um pulo eufórico. Seus olhinhos estreitos e negros como a noite ,apresentaram um brilho de euforia. A garotinha não podia conter o entusiasmo com tal convite. Finalmente ela iria sair daquela sala tediosa.

- Ora, então vá calçar as sapatilhas e vamos. – A mais velha lhe diz com um sorriso afetuoso.

-Sim, Beatrice.– A criança se dirigiu ao corredor,onde pegou suas sapatilhas que estavam espalhadas pelo local, as calçou rapidamente,mal chegou a abotoa-las direito. E foi correndo em direção a porta, onde sua irmã a esperava. Antes de saírem uma senhora baixinha e gordinha,vestida com uma blusa florida,saia marrom e um avental,se aproximou das garotas.

- Onde vão,senhoritas? – A senhora disse em um tom muito respeitoso e afetuoso.

- Vou a livraria e levarei Ayano junto,voltaremos antes do jantar,Mirtes,não se preocupe.

- Tudo bem então, se o Sr. Matthews chegar eu o aviso.- A senhora fez um gesto com a cabeça as cumprimentando e seguiu seu caminho de volta a cozinha.

As garotas passaram para o lado de fora trancaram a porta e foram seguindo pelo jardim até o portão principal da casa,pediram ao senhor George,o porteiro da família, as chaves para destrancarem o portão,eles as entregou e pediu que ele ficasse as esperando até antes do anoitecer. Andando pela calçada branca,as irmãs seguiram seu caminho até o centro da cidade. As duas estavam totalmente caladas,só seguindo o caminho.

- Essas ruas são muito movimentadas, quase não se dá para andar. – Ayano quebrou o silêncio que estava presente.

- Realmente são mesmo. – A mais velha riu com a observação da irmã. – Você acha que onde você morava não haviam tantos carros?

- Acho que sim. – Respondeu. –Papai sempre diz que o lugar de onde eu vim é muito mais calmo do que Londres.

- Adoraria conhecer a sua antiga casa,Ayano.

-Eu também!! – A menininha respondeu alegremente. –Ahh,se um dia eu voltar para lá você quer ir comigo,Beatrice? – Ayano perguntou pensando nas enormes possibilidades de coisas para fazer com a irmã.

-É claro que sim! –Beatrice ficou feliz vendo que a menina lidava bem com o seu passado,mesmo ela não sabendo nada sobre seu país do origem,ela ficava feliz com a ideia de visitá-lo um dia.

Nesse momento passou a encarar a garotinha,percebendo o quão diferente ela era do resto da família, os seus irmão todos tinham um tom de pele diferente,cabelos ondulados que iam do castanho até o loiro e olhos intensamente azuis,sem exceção. Já Ayano, a sua pele era pouco mais pigmentada do que a deles,seus cabelos eram lisos e totalmente negros,assim como os seus olhos,que também eram um pouco mais estreitos do que os de seus familiares. Mesmo com todas as diferenças físicas, Ayano tinha se adaptado muito bem a nova vida,parecia que para ela as diferenças não dificultavam o convívio com a família,e sim,os deixavam mais ligados. Porém,Beatrice sabia que essas diferenças faziam com que alguns dos seus irmãos se afastassem dela,as vezes até parecia que somente ela,seu pai e Henry realmente a tinham como parte da família,os outros gostavam dela,mas era como se fosse apenas uma estranha invadindo o espaço,até alguns empregados pensavam assim. Se sentia mal pela menina,que por sorte não percebia a diferença, ela sabia muito bem o que era se sentir diferente.

- Beatrice,a livraria não é aqui? – A garotinha estava parada em frente a um prédio marrom enquanto sua irmã estava seguindo direto.

- É sim,querida! Obrigada, eu estava muito distraída. –Um sorriso sem graça foi solto junto com a frase.

Adentraram a loja,logo na entrada principal haviam duas mesas com materiais acadêmicos e escolares,dois globos terrestres em cada mesa,mais ao fundo,uma bancada em formato de meia lua,onde estavam a caixa registradora e vários papéis e canetas, nos outros espaços haviam várias estantes com centenas de livros organizados por categoria. Daria para se perder no imenso espaço ocupado pelas estantes. Bem mais ao fundo,havia uma porta que dava acesso ao depósito e uma escada em espiral que dava acesso ao segundo andar. Uma senhora de meia idade,com cabelos loiros e curtos,olhos castanhos e vestida com um vestido verde, com o estilo desses que circulavam por Londres naquela época,se aproximou para atender as garotas.

-Olá,senhoritas. No que posso ajuda-las?

-Vamos dar um olhada primeiro. Qualquer coisa eu te chamo. Obrigada.

-Então vou deixa –las a vontade. – A mulher sorriu e voltou para trás do balcão.

- Bem, maninha,eu vou procurar algo. Você pode olhar o que quiser, está bem? Só não faça bagunça. – Beatrice disse com as mão nos ombros da menininha.

- Pode deixar! – A menina sorriu e foi em direção as prateleiras infantis.

Durante alguns longos minutos,a garotinha olhou diversos livros,com os mais diferentes títulos,passou os dedos por entre os livros enfileirados, retirou vários da prateleiras até decidir quais iria levar. Ela se virou para trás e viu que a dona da loja a estivera observando o tempo todo. Achou estranho de início, mas logo ignorou,escolheu o livro que queria e o levou ao caixa.

- “Alice no País das Maravilhas” hmm... ótima escolha. – A vendedora comentou enquanto registrava alguma coisa em uma caderneta.

- Eu nunca tinha lido o livro, mas ano passado me levaram ao cinema e eu assisti ao filme.

- Você pode ter mais a ver com esse livro do que você imagina. – A mulher se escorou no balcão de forma que ficasse mais próxima da garota.

-Como assim? – A garotinha ficou confusa e um pouco assustada com a afirmação da mulher.

-Um dia entenderá. – A mulher deu uma resposta vaga,que não ajudou a menina a compreender o que ela havia falado antes.

-Já escolheu um livro,maninha? – Beatrice surgiu com dois livros em seus braços.

-Já sim!! Mal posso esperar para lê-lo!! – A garotinha sorriu.

- Que ótimo! Bom,vou levar esses aqui. Quanto ficam os três? – A jovem retirava sua pequena carteira amarela do bolso de sua blusa.

- 22 libras. – A mulher afirmou. Beatrice deu a ela o pagamento e pegou os livros.

- Obrigada,senhora! Voltaremos qualquer dia. – Beatrice agradeceu aos serviços da mulher enquanto abria a porta de vidro e madeira.

-Estarei esperando. – A mulher assentiu levemente com a cabeça.

Ao saírem da loja, Ayano pegou seu novo livro da sacola e começou a encara-lo,se lembrando do que a mulher da loja havia lhe dito.

- Beatrice,a moça da loja me disse que esse livro tem mais a ver comigo do que eu imagino. O que isso quer dizer? – A garotinha olhou confusa para a irmã.

-Bem... Talvez ela deve ter te dito que você irá se identificar com a história contada.

- Hmm... Talvez seja mesmo! – A menininha abraçou seu livro e seguiu com a sua irmã em direção a sua casa.

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Chegaram em casa,não deveria ser mais do que 5 horas, nem havia começado a escurecer ainda. Passaram pelo grande jardim da casa e foram até a entrada principal,abriram a porta tiveram uma grande surpresa ao encontrarem todos reunidos na sala:O pai,Briar,Henry,Dick,Peter e até mesmo seus primos Amber e John,que haviam ido passar algumas semanas com o tio.

- PAPAI!! –Ayano foi pulando em direção ao senhor que a abraçou fortemente.

- Olá,minha filha. –O senhor se desfez do abraço para cumprimentar a outra filha que chegava logo atrás.

-Pai,o que o senhor faz tão cedo aqui? – Beatrice pergunta o abraçando.

-É isso que estamos tentando descobrir. – Briar,uma jovem loira e elegante de 19 anos,respondeu a pergunta de irmã mais nova.

- É sobre isso que eu quero falar. Já que todos estão reunidos eu tenho uma notícia muito desagradável.

-É sobre a joalheria? – Peter,o filho mais velho perguntava com um misto de raiva e aflição.

O pai assentiu com uma tristeza aparente no olhar.

-Fale logo pai! É muito sério? – Dick pedia para o pai quebrar logo o mistério.

- Houve um desvio de dinheiro da empresa,filhos. E infelizmente, a joalheria está... Falida.

Todos ficaram paralisados e espantados com a notícia. Tudo o que se viam eram caras paralisadas e olhos arregalados. Um silêncio assustador tomou conta da sala.


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Notas finais do capítulo

E então? Posso continuar a história? ^^



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