My imprinting escrita por L Chavez
— Então, ele não sabe? — as sobrancelhas de Alyssa tentavam se unir enquanto ela processava o que eu dizia.
— Ele desconfia — eu disse sinceramente.
— Tudo bem, eu já tinha perguntado isso mais cedo para o tio Ed — ela suspirou teatralmente — E se ele descobrir ? — seus olhos de repente saltavam das órbitas.
Eu a puxei para meu colo e acariciei seus cabelos.
— Isso não vai acontecer, querida. E não quero que se preocupe com esse tipo de coisa.
— Os Volturi — Aly estremeceu em meu colo, e eu a apertei um pouco tentando lhe passar algum tipo de conforto.
— Noah assumiu a guarda, ele é um amigo da família, duvido muito que faça mal a algum de nós. Agora, tente dormir, está bem ?
Dei um beijo no topo de sua cabeça e a aconcheguei na cama.
— Você vai me contar por que você e Matt não se falavam ? — ela perguntou de repente.
— Eu já disse que...
— Não, isso aconteceu bem antes de você ter virado uma vampira — Aly revirou os olhos quase da mesma maneira que Seth fazia quando estava irritado.
Eu sorri. Alyssa era esperta demais para a idade que tinha.
— Aly, você realmente deveria estar dormindo agora — eu ri — Mas como você é teimosa como sua mãe, acho que posso contar o que realmente aconteceu.
—Ótimo! Eu estou mesmo sem sono — ela deu uns tapinhas ao seu lado para que eu me sentasse e eu o fiz.
...
Com Matt por perto eu exagerava nas caçadas com medo de perder o controle, mas ninguém parecia questionar minhas ações, o que me deixava relaxada. Dessa vez, meu amigo favorito de caçada, Edward, estava me acompanhando sob a luz do luar.
— Ela finalmente dormiu. Acho que ter Matt aqui deixou ela empolgada — eu bufei.
— Isso era de se esperar, isso é, se você soubesse que eles se conheciam...
Suspirei.
Chutei o chão espalhando os galhos secos para todos os lados.
— Essa coisa ainda é nova pra mim. Eu me pergunto o motivo dos outros não terem evoluído com seus...poderes — fiz uma leve careta fazendo-o rir.
— Isso não é verdade — ele tocou seu cotovelo em minhas costelas de brincadeira — Eu te contei sobre como era antes de ler a mente de quem eu quisesse ? — os olhos dourados de Edward se destacavam no escuro junto com sua pele pálida iluminada apenas pela luz da lua.
— É eu tô sabendo, era confuso — concordei.
— Eu achei que morreria de loucura.
Nós gargalhamos.
— Isso não é nem humanamente possível! — disse entre risos
— Pra falar a verdade, é. — ele provocou — Bom, foi bem difícil aprender a me controlar e silenciar minha mente. Isso levou tempo. Bastante tempo até que eu exercesse o controle sobre mim mesmo e ouvisse somente o que eu quisesse ouvir.
Assenti levemente.
— Mas você continua somente lendo mentes, certo ? Renesmee e eu...
— Nenhum dom é igual ao outro, Ashley. Você conviveu conosco durante anos e conheceu outros tipos de... — ele suspirou. Edward a maior parte das vezes odiava dizer aquele termo.
— Vampiros! Sim, eu estive com outros! Só estou...FRUSTRADA! — eu joguei minhas mãos para o alto em sinal de rendição — Eu vi tudo o que eu não queria na mente de Matt Collins e simplesmente não sabia que ela era vizinho da minha filha enquanto Alice sabia de tudo! Aquela sabichona! — resmunguei e me virei para Edward batendo em seu peito — E você nem para me avisar! "Podemos conversar quando você chegar" — fiz uma péssima imitação da voz dele.
Edward prendeu a risada enquanto eu simplesmente surtava na sua frente.
— Eu não entendo o motivo do seu surto. Na verdade sua cabeça agora está mais confusa do que a de Emmett! E olha, a cabeça dele é bem louca.
Eu rosnei para ele, mas Edward não se abalou. Ele estava acostumado com minhas mudanças constantes de humor.
— Eu queria que estivéssemos em Forks para achar um puma — murmurei — É só que...
— Você agora tem que pensar em Alyssa também. — ele completou o meu raciocínio.
— Exatamente! Não sei o quanto ela era próxima de Matt mas pela empolgação dela hoje...eu tenho medo de magoá-la. Se eu soubesse eu não teria trazido Matt para cá em hipótese alguma.
Edward revirou os olhos.
— Você não vai magoar ninguém, está ajudando um amigo e Alyssa é uma criança esperta, ela vai compreender.
— Até quando ? Eu não quero ter que ficar privando minha filha de algo que parece tão simples.
— Você não precisa fazer isso, Ashley. Está exagerando, como sempre.
Fiz um biquinho.
— Mensagem de texto, ligações...São tantas tecnologias.
Eu ri em deboche.
— Você sabe que não é a mesma coisa.
— Bom, é um começo.
Dei as costas para seguir em frente em busca de algo que saciasse minha sede.
— Talvez eu deva conversar com Matt sobre o assunto.
— Talvez você deva fazer isso — ele concordou.
Quando voltamos da caçada já estava amanhecendo.
Matt estava acomodado no sofá da sala assistindo TV com Emmett.
— Vou ver onde estão minhas garotas — Edward saiu em disparada na minha frente.
Emmett virou seu pescoço em minha direção e me lançou um sorriso daqueles.
—Noite difícil, maninha ?
Eu caminhei lentamente até ele e me joguei ao seu lado no sofá.
—Já está de manhã, Emm — resmunguei.
Ele jogou um de seus braços enormes envolta do meu minúsculo corpo.
— Vamos para um lugar melhor em breve. — ele me apertou na tentativa de me animar.
— Vocês vão se mudar de novo ? — Matt se remexeu fazendo uma careta no sofá.
— Em breve — simplesmente disse.
— De novo — Emmett bufou.
— Mas não acabaram de chegar ? Pensei que ficassem mais tempo em uma cidade.
— Eu coloquei as coisas em risco para te tirar do hospital sem deixar rastros. Não podemos ficar aqui — murmurei — O que está fazendo acordado as cinco da manhã ? — perguntei.
— As costelas estão me incomodando — seus olhos esverdeados analisavam cada detalhe da minha expressão — Por quê não voltam para Forks, então ?
Emmett me olhou de rabo e olho e deu tapinhas em meu joelho.
— Eu vou subir e ver como está Aly.
Assenti enquanto ele nos deixava a sós na sala.
— Vou pegar a morfina — eu me levantei.
Matt esticou o braço protestando e tentando me impedir mas ele estava longe demais para me alcançar.
— Não vai! — ele sussurrou.
Passei a mão nos cabelos e olhei ao redor. Por sorte ou não, a maleta de Carlisle estava bem em cima do piano de Edward.
— Você precisa de mais morfina — eu caminhei em direção a maleta e peguei o que precisava voltando para o sofá onde Matt estava — Posso ?
Ele assentiu levemente.
Eu me aproximei e injetei a injeção em seu braço rapidamente.
— Nunca imaginei que você fosse praticar a medicia — ele se virou lentamente em minha direção. Nossos rostos a centímetros de distância. Sua respiração fazendo cócegas em meu rosto e seus olhos brilhantes e analíticos como sempre e eu me perdi por alguns segundos naquele verde esmeralda.
— Eu cogitei isso algumas vezes depois que minha mãe faleceu. E então conheci Carlisle e o que ele faz, a pessoa que ele é...Eu talvez nunca tenha mencionado isso mas foi ele quem cuidou da minha mãe quando ela estava hospitalizada.
— Você nunca me falou...E a música ?
— Isso tem muito tempo, Matt. Era um sonho comum de adolescente — eu me afastei bruscamente dele e descartei o material.
— Eu pensava que éramos mesmo amigos, mas você oculta tanta coisa de mim que sempre que conversamos acho que está mentindo.
— Tudo o que eu não mencionei foi porque não podia.
— Vai ser sempre assim então ? — ele perguntou quando me virei de frente para ele.
Massageei minhas têmporas como se estivesse com dor de cabeça.
— Eu não sei como vai ser, na verdade estou tão confusa quanto você — eu me sentei no sofá ao seu lado.
Ele ficou quieto durante um tempo enquanto parecia assimilar as coisas.
— Matt, sobre a Alyssa...
Seus olhos encontraram os meus em dois segundos e então ele sorriu docemente.
— Ela é maravilhosa, não é mesmo ?
Eu apenas concordei esperando que ele falasse mais alguma coisa.
— A avó da Aly bateu na nossa porta um dia com biscoitos para nos dar as boas vindas. Minha mãe estava assustada e achou que era...meu pai, então eu abri a porta e dei de cara com uma senhora e uma doce garotinha de olhos de jabuticaba. Eu não sei como aconteceu, mas eu estava trabalhando em uma lanchonete naquela época e Aly as vezes aparecia lá com a sua avó pela manhã, na verdade isso era quase constante.
— Então era só isso ?
Matt levantou o dedo indicador para que eu esperasse ele concluir.
— Aly acabou se tornando minha amiga. Aos finais de semana a gente saía para o parque e eu deixava que ela comece sorvete escondido da avó, era nosso segredo.
— Então, você sumiu sem se despedir dela ? — eu quis saber
— Não! — ele afirmou com convicção — Eu soube que meu pai estava me procurando na lanchonete onde eu estava trabalhando, era questão de tempo até ele nos achar então eu acabei contando a verdade para a avó de Aly e ela me prometeu segredo. — ele hesitou.
— Ela contou ? Matt, o que houve ? — eu estava ansiosa por mais, por saber mais já que não tinha conseguido absorver todas as suas lembranças como imaginei que tinha conseguido.
— Contar a Aly que eu ia embora foi tão difícil.Eu tive que mentir sobre ter conseguido entrar na faculdade quando sequer pisei em uma.
— Então ela acha que esse tempo todo você estava...
— Em Yale.
— Que merda, Matt!
Ele assentiu.
— Eu prometi para ela que voltaria. Pensei diversas vezes em procurá-la durante uma viagem ou outra fugindo do meu pai, mas ficava com medo de que ele infernizasse a vida dela. Nunca imaginei que fosse vê-la de novo ainda mais dessa forma.
— Você não foi para a faculdade ? — repeti aquilo como se fosse uma idiota.
Matt sorriu sem graça e balançou a cabeça e só então percebi que ele havia perdido tanto tempo fugindo do seu pai que não teve a chance de ter amigos e sequer ter se formado como tínhamos combinado anos atrás. A vida não tinha sido nem um pouco justa com Matt Collins.
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