Are we Human or are we Dancer? escrita por AdrewLDDD


Capítulo 1
I Did my Best to Notice


Notas iniciais do capítulo

Are we Human or are we Dancer? :3



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Um misto de emoções. Incontáveis sensações. Sua cabeça dava voltas e mais voltas e sua mente simplesmente não conseguia ajustar-se a sua limitada imaginação. E do que podia lembrar-se já não era certo. Não podia lembrar nada. Estava desesperado e o mundo era uma eterna angústia. Era tudo errado, ilógico. Onde havia, ele, errado? Como as coisas haviam chego a esse ponto? Em uma avenida baixa qualquer. Não era qualquer pequena coisa que não estava certa; eram todas. Tão pouco seu senso de direção ou sistema de adaptação. Era algo diferente. Porque agora sua identidade resumia-se a um estranho qualquer jogado na rua 13 da 52a avenida. Gostaria apenas de poder ter ficado e que a chuva pudesse parar. Que esse transe eterno não existisse. Que pudesse ser visto da Plataforma Central. Que a sorte lhe sorrisse. Ou o Destino. Ou mesmo qualquer Glória. Estaria fadado ao esquecimento?

– Você está bem? - O tempo que demorou para perceber que a voz aveludada havia dirigido-se a si não poderia ser registrado em um relógio comum. - Você parece transtornado. Venha comigo. - Havia parado de chover?

{...}

Era um daqueles típicos bares que nunca fechavam. Não enquanto o sol não aparecesse no horizonte. Uma musica alta inundava o ambiente, abafando conversas, embora não chegasse a ser desagradável. As luzes piscavam, de resto era escuro. E era vermelho e amarelo e rosa-choque e roxo pra logo ser azul e verde e branco. Isso fazia com que seus olhos castanhos, tão cansados, tão confusos não conseguissem manterem-se totalmente abertos. Sentia como se tivesse bebido intermináveis garrafas de alguma bebida completamente alcoólica. Estaria simplesmente bêbado? As coisas voltariam ao normal na manhã seguinte? Alias, quanto tempo faltava para amanhecer?

– Quer beber alguma coisa? - Negou perante a ironia, embora sem saber ao certo o que fazia.

Acomodaram-se em uma mesa redonda, pequena. Vermelha, em um dos cantos superiores do salão. As cortinas encontravam-se todas fechadas e o ar, pesado. Algo misturado com tabaco e perfumes exóticos. Não conseguia processar. Estava vazio. Nenhuma formação era recebida 100% ou lida com sucesso. Poucas pessoas dançavam. Quase ninguém. E não sabiam dançar.

– O que tanto o incomoda, uh?

– O mundo esta vazio. - Sua voz saiu, pela primeira vez desde que podia se lembrar: Era rouca e mal-usada, pouco mais alta que um sussurro. Essa era sua voz? - Não: O mundo sempre foi vazio. Sorte dos que não conseguem pensar ou ver. Que não sentem a tensão de uma Era prestes a acabar. Não somos mais humanos, sequer alma temos. Simplesmente vagamos. - Falava com cautela. Não por medo, apenas por precisar de tempo para transformar conclusões mentais em dados explícitos. - Tenho vontade de acabar com tudo isso. Mas e o que vem depois? Vou acabar perdido em algum mundo mais avançado, mil vezes pior, sozinho. Mas... - Obrigou-se a fazer uma pausa, para recuperar o folego. As pupilas mal eram visíveis e seu coração estava disparado. Desesperado. Já tremulo, tudo que conseguia entender era que estava quase entrando em pânico. - Foi isso que eu fiz...? - Completamente aterrorizado.

– Você não lembra? - O outro - e quem seria, afinal? - seguia calmo, tranquilo. Negou. Recebeu em troca um aceno negativo e um aperto de mão. Um garçom, ou ao menos imaginou que fosse, serviu-lhe um copo. O conteúdo quase rosado, liquido que o belo copo de vidro trazia chegava a lembrar-lhe Campari. Campari? O acompanhante indicou para que bebesse. Não pensou duas vezes antes de fazê-lo. - Sou Romance.

– Esse é o seu nome ou tem algum significado além disso? - Sentia-se um pouco mais vivo e mesmo um pouco de cor voltará a tingir-lhe a pele. Foi com um sorriso largo que Romance questionou o motivo da pergunta. - Eu não sei. - Deu de ombros. - Eu já vi tantas coisas inacreditáveis desde que cheguei aqui que essa não seria a maior surpresa.

– Então você é um turista.

– Um viajante. - Corrigiu, seguro.

– E está aqui há quanto tempo?

– Doze horas. - Lembrou do majestoso e chamativo relógio fixado a sua frente durante todo o tempo em que ficou paralisado naquela chuvosa Avenida, presente apenas de corpo. Agora podia pensar. Processar todas as informações que lhe eram fornecidas, questioná-las com confiança. Sentia uma estranha coragem percorrer suas veias. Uma ousadia incontida. Como se tivesse acordado de um sonho. Estava vivo! Embora não conseguisse lembrar de nada que transcendesse as ultimas doze horas. Havia algo na bebida que acabara o encorajando? Algum tipo de energético? - Doze horas, o relógio correu, e ainda não amanheceu.

– Nem vai, tão cedo.

– Por que?

– Você não sabe?

– Eu não sei.

– O tempo passa diferente nesses meses. De onde você é mesmo?

– Eu não sei. Eu não sei de nada. Sei apenas que estou vivo, vivendo uma noite há 12 horas, que esse bar tem um cheiro forte de tabaco. Que você se chama Romance, tem um guarda-chuva, sapatos legais e está sendo gentil comigo. Por que?

– Está chovendo e tenho estilo, obrigado. Eu gostei de você. Você enxerga o mundo, está vivo, não é qualquer pessoa. E eu estava sozinho. Me dê um desconto. - Romance riu. - O que você é, Desmond? Está vivo, foi trazido. Por que?

– Desmond? Eu sou Desmond?

– Não o imagino sendo outra pessoa. Então, o que você é?

– Eu sou um humano. Não... Eu sou um dançarino e você uma especie de deus romano. O que tinha na bebida?

– Uma pitada de coragem.


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Notas finais do capítulo

Obrigado por ter lido até aqui ^^



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