A Maravilhosa Peça de Orpheum Auditorium escrita por Bolinho


Capítulo 1
Bem Vindos


Notas iniciais do capítulo

Agradecimentos ao Unlucky que betou a história pra mim... e, é claro aos meus maravilhosos atores que vocês conhecerão à seguir!
P.S.: Para melhorar o clima da leitura sugiro que ouçam "Night of the Wolf" da banda Nox Arcana. É bem dark e combina com o clima do teatro! Boa leitura!~



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Todos os dias no Auditório Orpheum são apresentadas peças magníficas. Todos os dias atores usando trapos sobem ao palco cinzento e abandonado desse belo teatro, onde Musas e Anjos assistem uma plateia decadente, vestindo roupas de melhor classe e perucas finas. Seus olhos cheios de vazio e pele putrefata aplaudem atores que dançam com facas nas mãos já há muito mortas, criando rios de sangue sobre o palco e cachoeiras carmesim.

Sempre há mais um espaço entre as velhas cadeiras esverdeadas, mas apenas para os que conseguem assistir os horrores da mais nova peça montada pelos mortos que nunca descansarão. Se tiver coragem, interrompa a apresentação e se torne mais um dos atores que se dilaceram todas as noites por diversão, sempre enchendo mais e mais o amável rio que corre entre as cadeiras e mancha os vestidos das damas sem vida. Ouça a sinfonia de gritos desesperados e inumanos que enche o local, provocando o deleite e riso da plateia.

Se assistir ao espetáculo, lembre-se de não sair antes das cortinas caírem, por favor. Afinal é uma falta de respeito para com os atores, que perdem todos os dias braços, pernas, olhos, dentes e dedos. Não saia antes de a música parar e os espectadores se levantarem, sorrindo sorrisos desdentados e aplaudindo com mãos sem dedos. Fique pelo menos até notarem sua presença, fique até o medo tomar conta de você e travar suas pernas, até ouvir os gritos das Banshee clamando pelo seu fôlego e sentir uma mão esquelética e gelada segurar seu ombro, pedindo um preço simples pelo ingresso. Uma alma. Sua alma, para que ela fique para sempre costurada em eterno sofrimento junto com muitas outras, formando as cortinas do local, cantando o seu terror enquanto entrelaçado com colunas em tons reais de verde e dourado.

E enquanto te observam os olhos negros e vazios, sorrindo como se ainda estivessem vivos, passos pesados invadem seus ouvidos, uma respiração pesada atinge suas costas e a última coisa que verá antes do sofrimento eterno será o sorriso congelado dos atores, observando com expectativa o bilheteiro se apossar violentamente do coração quebrado e assustado da última vítima da maravilhosa peça de Orpheum Auditorium.

“Bem vindos à nossa maravilhosa peça! Esta noite iremos apresentar os seus piores pesadelos! Entrem, entrem! Não podem correr! Não vão mais correr se arrancarmos suas pernas, certo? Não poderão gritar se cortarmos sua garganta! Não poderá divulgar a nossa maravilhosa peça se nunca sair daqui! Beba o quanto quiser de nosso rio carmesim, delicie-se com os gritos horrorizados dos móveis e se delicie com as mutilações feitas por nossos atores! Aproveitem Orpheum Auditorium Horror... será com certeza uma peça de morrer!” Dizia o apresentador sem corpo enquanto entrava no teatro abandonado entre os espectadores. Não tenho o que temer, o preço da minha entrada já foi pago há muito tempo. Sorrio enquanto minhas mãos seguram com força uma pequena faca e subo ao palco antes de todos os outros, apresentando-me como a nova atriz.


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Notas finais do capítulo

500 palavras certinho... nunca senti tanto orgulho de mim mesma! Enfim, aproveitem... e lembrem que se vocês assistiram à nossa Maravilhosa Peça, o Bilheteiro fará o favor de ir buscar o meu pagamento... Afinal, não queremos crianças malvadas entrando no meu teatro sem pagar! ;9