Para Sempre escrita por Firgun


Capítulo 1
Capítulo Único - Dear, Natsu.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, essa é minha primeira oneshot. Fiz com carinho.
Durante o capítulo tem partes de uma música, caso queiram escutar junto, garanto que dá toda uma emoção, aqui está:

http://www.youtube.com/watch?v=PS5Sr-LLES4

Boa leitura. ♥
Mereço comentários, sim ou não?
Nos vemos depois, amores do meu coração.

K.



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Capítulo Único -- Querido, Natsu.

Estou despedaçado, completamente desolado.

Sinto-me vazio por dentro, é como se a solidão habitasse meu coração e o enchesse de amargura e tristeza, no fundo eu sei que ela não vai voltar, ela não vai retornar para me dar um abraço, não chorei até agora. Mas meu coração chora, meu interior está triste e amargurado.

Não existe ninguém capaz de curar isso, a não ser ela. Mas ela não está aqui para me aparar como sempre, ela se foi. Ela não pode curar essa dor crescente que sinto agora.

"O espaço entre nós. Começa a parecer que o mundo está se partindo. Como se eu estivesse enlouquecendo. E você diz que está chovendo no seu coração. Você está me dizendo que ninguém está lá. Para secar as poças. Oh, mas isso é loucura. Porque, querido, eu te disse, estou aqui pra sempre"

Ela prometeu que sempre estaria comigo, mas não cumpriu a promessa. E não cumprirá no futuro, queria tanto que estivesse aqui comigo para que eu pudesse dizer que, apesar de tudo que ela passou e passava, eu á amava.

Vivemos para quê? Porque nós sofremos ao longo da jornada da vida? Sofremos tanto... Magoamo-nos, e um dia todos vamos morrer.

Esmagados pelo destino que temos desde o nascimento, uns mais cedo, outros mais tarde. A vida é injusta.

Até agora não estou entendendo o porquê tudo aquilo aconteceu.

Lembro-me do primeiro dia dela na escola, era uma segunda-feira chuvosa. Lembro das batidas leves na porta e a menina mais linda que eu vi na minha vida entrar por ela.

"— Sou a aluna nova.

Senhorita Heartphlia? A professora sorriu. Seja bem vinda."

Ela parecia tão sorridente, tão... Viva.

Até o dia em que a vi chorando no pátio, ela estava escondida de todos, atrás de uma árvore, com a perna encolhida e a cabeça escondida entre os joelhos.

Lembro-me exatamente o porquê, sua mãe havia morrido. E então ela se fechou.

Havia boatos de quê o pai maltratava-a, então ela começou á vir com roupas compridas. Logo liguei os fatos, aquilo era verdade.

Sim, ela era maltratada pelo pai.

Eu não fui homem o suficiente para ajudá-la quando todos começaram a humilhá-la, eu tinha medo, e sabe de uma coisa? Fui inteiramente covarde.

Por pura covardia comecei a falar com ela em segredo, atrás da mesma árvore que a via chorando. Toda tarde, depois que meus amigos iam embora, nós ficávamos lá. Ela me contou toda a vida. Era realmente maltratada pelo pai, ele achava-a parecida com a mãe e para não se lembrar de sua esposa ele viajava e batia em Lucy.

Como se fosse culpa dela, ela ser tão parecida com a mãe.

Não sei em qual momento, ou em qual ocasião, eu comecei a gostar dela, não como amiga, algo mais parecido com amor.

Eu a admirava. Ela era forte, inteligente e linda. Mesmo com tudo que passava tinha capacidade de superar e sorrir. Mesmo depois do que passava com o pai, ela era capaz de amá-lo profundamente.

"Meu amor é como uma estrela, sim. Você pode não me ver sempre. Mas sabe que sempre estou lá. Quando você algo brilhando. Saiba que sou eu. E lembre-se que eu estou sempre perto. Se você ver um cometa. Querido, eu estou nele. Fazendo meu caminho de volta. Apenas siga o brilho, sim. Isso não vai demorar. Apenas saiba que você não está sozinho."

Cada vez que nos sentávamos embaixo daquela árvore, ela conseguia conquistar cada parte do meu coração, por mais de uma vez. Eu não conseguia me imaginar sem conversar com ela, vê-la sorrindo toda vez que falava da mãe e da irmã que morava no exterior.

Certa vez, ela me perguntou se eu já havia estado apaixonado por alguém.

“— Como se sabe que está apaixonado? Fiz careta confusa.

Néh, Natsu. Ela sorriu. Sabe quando sentimos nosso estômago revirar, borboletas na garganta e uma sensação de euforia toda vez que está com a pessoa. Logo, você não consegue se imaginar sem ela e não consegue mais viver num mundo sem ela. Entende?

Não. Ela sorriu novamente.

Oras, quando você está com fome... E quando finalmente come não se sente satisfeito? Assenti. Então, quando você está amando, cada momento longe da pessoa é como se estivesse com uma fome desoladora e quando finalmente se encontram, a sensação de satisfação é imensa.

Agora eu entendi. Ela tinha a habilidade de me explicar às coisas de uma maneira fácil, na qual eu entendia de imediato.

Então, já se sentiu apaixonado?

Acho que não. E você?

Já. Ela sorriu. Uma vez, e é maravilhoso.

Como assim "é"? Ela sorriu.

Quem sabe um dia você entenda"

Certo, eu entendi.

Mas é tarde demais.

Foram dois anos de amizade escondida, até que as coisas se complicaram.

Ela não queria mais contar nada, se fechou. Sempre foi sozinha, ela não se importava com as meninas fúteis do colégio, segundo ela "antes só do que mal acompanhada".

Eu entendia que ela se sentia melhor só. Mas ela sempre se mostrou frágil e eu não fui capaz de ver, não enxerguei o que estava na minha frente.

Ela continuou sendo humilhada por pessoas sem coração, mas eu achava que Lucy não se importava, ela era tão linda e auto-suficiente que eu achei que não se importava com nenhuma daquelas provocações. Até o dia que ela começou a chegar com cortes e com um olhar cansado na escola.

Natsu, me prometa que quando não estivermos juntos nem conversando, você vai se lembrar de mim para sempre, vai se proteger de todos e sempre me proteger em sua memória, nunca se esqueça de mim.

Que conversa é essa, Lucy? Somos amigos, não somos?

Sim, somos. Ela sorriu. Mas quero que você seja forte e seguro, entende? Assenti ainda meio confuso enquanto ela sorria, mas aquele sorriso estava diferente... Não era verdadeiro”

Essa foi nossa última conversa, não queria que fosse assim.

"Eu tentei construir as paredes. Para manter você seguro quando eu não estiver por perto. Mas assim que eu estou longe de você. Você diz que eles vêm caindo para baixo. Mas isso não é sobre o tempo. Que nós não conseguimos passar juntos. É sobre o quão forte o nosso amor é. Quando eu vou e isso parece uma eternidade."

Naquele dia, eu fiquei tão... Imerso nela. Nem ao menos prestei atenção na aula, estava preocupado. Toda vez que ela me olhava, sorria. E isso não era bom.

Há um dia, apenas um dia, meu coração se despedaçou.

Em pleno sábado, eu recebi a notícia que uma menina tinha se suicidado.

"Você diz que o tempo distante faz seu coração ficar fraco. Mas eu posso ficar só para provar que você está errado. Oh, apenas olhe o quão longe nós chegamos. Você não sabe, você não sabe que é o único?"

Eu fui hipócrita demais para perceber o quanto a amava. Não foi a tempo, não foi necessário para impedi-la de se matar. Não fui capaz de ver em seus olhos a tristeza que estava sentindo. Hoje foi seu enterro.

Posso afirmar que, junto com aquele caixão, meu coração se foi. Dentro da imensidão de terra na qual ela foi enterrada meu ser foi junto.

— Natsu. — Meu pai me chama porta. — Tem uma menina na sala, ela quer falar com você.

Desci as escadas confuso. Vi Michelle sentada no sofá. A irmã querida de Lucy, seus olhos azuis estavam vermelhos e seu nariz mais parecia um tomate, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo desleixado.

— Natsu, não é? — Assenti. — Bom, eu encontrei uma carta no quarto da minha irmã. Sei que você era o único amigo dela na escola. — Senti meu coração se apertar, não fui o suficiente. — Então, ontem eu estava revirando seu quarto e dentro da gaveta achei duas cartas, uma era para mim e no fim da minha carta ela pedia para eu te entregar a sua com uma tulipa vermelha, não entendi muito bem, mas... Eu quero muito cumprir o último desejo da minha irmã. — Com lágrimas nos olhos ela me entregou um envelope acompanhado por uma tulipa vermelha.

Ele estava meio estufado. Talvez por lágrimas, a letra estava meio borrada, mas eu poderia reconhecer aquela caligrafia perfeita em qualquer lugar. "Querido, Natsu" dizia no remetente. Mesmo com minhas mãos segurando o envelope á alguma distância do meu nariz, eu podia sentir o perfume da flor.

— Eu vou indo. — Michelle se dirigiu até a porta saindo em seguida. Sem dizer uma única palavra, corri até meu quarto.

Deitado na cama refleti se devia abrir ou não a carta, resolvi que deveria cumprir a última vontade dela.

"Querido, Natsu.

Vou ser breve, eu prometo.

Bom, não sei como começar. Lembra-se do meu segundo ou terceiro dia de aula quando você começou a falar comigo? Naquele dia, eu me senti especial.

Sabe, quando nos sentimos que somos parte do mundo? Sim, você fazia eu me sentir assim. Mas ainda era distante, nossa relação era diferente das amizades, entende? Você era distante demais, e eu podia sentir.

Atrás de toda aquela imagem que eu punha de frente a mim, eu era frágil, e você conseguiu pôr a parte frágil para fora. Mas não sei ao certo se isso foi bom.

Eu não me sinto mais parte do mundo como me sentia antes, a forma como me ignora perto dos seus amigos é... Espantosa.

Quero que, você entenda nada disso é culpa sua, está certo? Isso é culpa minha, eu que não sou forte o suficiente para aguentar tudo que eu sinto, são muitos sentimentos reprimidos. Portanto, quero que primeiro entenda o que sinto por você. Natsu, não é amizade.

Lembra da conversa que tivemos sobre apaixonado? Então, eu me sinto exatamente daquele jeito que descrevi para você; Desde aquele tempo eu já sabia, eu fui e sou completamente apaixonada por você.

Mesmo com toda essa carga que eu levo em cima dos ombros, eu consigo eliminar tudo se você sorri, e isso é bom.

.. Não o suficiente.

.. Eu não sou completa, faltam muitas partes. É como um quebra-cabeça que ninguém é capaz de completar. Por isso resolvi fazer isso. Eu sei que você é especial, quero que entenda, eu te amo.

Sim, eu te amo tanto que chega a doer te deixar nesse mundo sozinho.

Quero que você viva intensamente, está lendo isso? Sinta-se apaixonado por alguém, viva, ria se divirta e se sinta completo amando. Eu me sentia assim perto de você.

Lembra da história da Tulipa Vermelha? Por isso resolvi que, para representar o que sinto por você, mandar-te essa flor que é especial.

O verdadeiro amor é quando se deseja tudo de especial para o amado, e eu desejo para você. Sabe, eu queria ter coragem de te falar pessoalmente, mas eu sou covarde. Então, pode cumprir um desejo meu? Por favor?

Quero que todo dia 07/07 você leve flores no túmulo da mamãe, pode fazer isso? Meu pai não leva flores e ela se sente sozinha se eu não levar, apesar de que, eu estou do lado dela nesse momento, mas mesmo assim, quero que faça isso por mim, okay?

Estou certa que você deve estar me achando idiota e eu sou. Mas, eu sou plenamente feliz com tudo que decidi em minha vida, espero que você sinta algo lendo isso, porque, saiba que amei e ainda amo intensamente você. Sempre estaria ao seu lado, Natsu. Sou seu anjo da guarda. E vou manter minha promessa de ficar para sempre ao seu lado.

Como minha mãe dizia sempre, vou virar uma estrela a mais no céu, ser eterna. Natsu quero que, sempre que observar as estrelas e notar uma mais brilhante que todas, uma que chame realmente sua atenção, quero que lembre que sou eu olhando por você, como uma amiga, uma protetora, e te passando conforto, não fique triste por mim, estou num lugar melhor, apesar dele não ter você, eu estarei te esperando aqui.

Um dia você virá, e eu estarei esperando para que meu coração fique completo novamente, eu te amo.

Lucy H."

Minhas terminações nervosas estavam tremendo enquanto sentia meus olhos molhados, não havia chorado durante o dia por isso um soluço brotou do fundo da minha garganta. Mordi intensamente minha mão a ponto de sair sangue para conter um grito preso na garganta, é demais para mim.

— Porque você gosta tanto dessa flor, Lucy? — Ela estava segurando uma tulipa vermelha em suas mãos, quando me viu de pé em suas costas sorriu.

— Natsu, você sabe a lenda que envolve a tulipa vermelha? — Assenti negativamente. — É uma lenda turca, um príncipe chamado Farhad estava perdidamente apaixonado por uma mulher de sua região. A jovem era cobiçada por muitos homens e se chamava Shirin, a jovem também sentia algo forte em relação ao príncipe. Um dia, Farhad foi informado que a sua amada tinha sido morta. Não aguentando tanta tristeza e a dor, o jovem príncipe decidiu terminar com sua vida cavalgando em direção ao precipício. Segundo a lenda, cada gota de sangue que o príncipe derramava fez nascer uma tulipa resplandecente na cor vermelha. Sabe o que isso significou Natsu?

— Bem, não. — Minha expressão estava confusa.

— A tulipa vermelha, simboliza um amor verdadeiramente puro. As tulipas vermelhas simbolizam o amor verdadeiro, o amor perfeito, o amor irresistível, o amor eterno.

— Ainda não entendo. O príncipe se matou porque a mulher morreu? Não faz sentido.

— O amor não precisa fazer sentido para ser maravilhoso, Natsu. “

Agora eu entendo, eu não precisava de nada. Nada para fazer com que eu amasse-a, o amor é um sentimento invisível que toma conta de nossos corações sem que pudéssemos perceber... Ele nos deixa completo.

Mas agora que percebi isso, meu coração dói.

Com a mão ainda segurando as cartas com letras borradas devido ás minhas lágrimas e talvez lágrimas dela ao escrever. Eu me levanto da cadeira deixando tudo para trás e começo á andar de um lado para o outro. Lágrimas quentes e grossas tomam conta do meu rosto.

Mordo novamente minha mão fazendo-a sangrar, mesmo assim não me consigo sentir vivo.

É uma dor física e emocional tremenda.

— Lucy, eu não posso me apaixonar por ninguém, porque eu já sentia isso e não sabia. — Respiro fundo quando não há resposta. — Não posso amar ninguém a não ser você, nunca vou te esquecer, eu te amo. — Lágrimas molharam meu rosto, tais lágrimas estavam acompanhadas de uma angustia e tristeza tremenda. — Você só pode voltar para mim? — O silêncio ecoou pelo quarto e uma brisa passou pelo quarto, ela não vai voltar, nunca mais.

Meu rosto foi aquecido por uma intensa rajada de ar quente, e então eu senti... Não estaria sozinho. Teria o melhor anjo da guarda do mundo. E uma companheira. Sei que está aqui, Lucy. Não posso ver você, mas te sinto perto de mim, me protegendo.

Para sempre.

"Meu amor é como uma estrela, sim. Você pode não me ver sempre. Mas sabe que sempre estou lá. Quando você algo brilhando. Saiba que sou eu. E lembre-se que eu estou sempre perto. Se você ver um cometa. Querido, eu estou nele. Fazendo meu caminho de volta. Apenas siga o brilho, sim. Isso não vai demorar. Apenas saiba que você não está sozinho."

"... O fim? ..."


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Notas finais do capítulo

Mereço o que, galera?
Até mais, nos vemos por ai!

K. ♥