América -

Acordei com as batidas da minha mãe na porta do quarto, hoje as cartas de A Seleção seriam entregues, e eu já podia até imaginar porque minha mãe estava gritando feito uma louca tão cedo.
- América acorde, a carta chegou e você precisa se inscrever logo. - Disse ela, puxando meu cobertor.
- Mas mãe... - Tentei protestar, mas ela já tinha saído do quarto cantarolando, não conseguia entender porque ela estava tão feliz, eu nunca seria escolhida.

Assim que desci do quarto, minha mãe me puxou até a cozinha, e eu a ajudei a pôr a mesa. Eu era a única filha e isso foi um verdadeiro milagre, nós somos uma família de classe baixa e na maioria das vezes as famílias de classe baixa tem muitos filhos. Faço de tudo pra conseguir um pouco de dinheiro, mas não é sempre que temos comida, e quando temos não é muita coisa. Papai desceu as escadas e se juntou a nós na mesa, terminamos de comer e comecei a tirar os pratos da mesa, mamãe foi até o quarto, e ficamos eu e meu pai, ele ainda estava sobre a mesa, lendo o jornal.
- Não está animada querida? - Ele perguntou e me assustei.
- Porque eu estaria? - Perguntei lavando a louça.
- Você é apaixonada pelo Príncipe, talvez seja sua chance. - Ele disse ainda olhando o jornal.
- Não vou ser escolhida. - Falei amargamente.
- Não custa tentar - Ele levantou da mesa e deu um beijo na minha testa, depois saiu. Pensei um pouco no que meu pai disse, talvez eu tivesse chance. Minha mãe voltou do quarto, trazendo um papel nas mãos, ela colocou-o sobre a mesa e me chamou, fui até lá e vi que era a carta da Corte, sentei-me sobre a mesa e vi pelo canto dos olhos minha mãe sorrir. Comecei a escrever tudo sobre mim no papel.

Alguns dias se passaram e qualquer um poderia perceber que todas as garotas da minha idade estavam mais arrumadas que no próprio aniversário, bom, todas, menos eu. Ontem foi o dia da foto, e nunca vi tanta garota maquiada em toda minha vida. Hoje o jornal oficial da Corte anunciaria as garotas escolhidas, eu estava nervosa, minhas mãos suavam e minha pele estava mais pálida que o normal. Assim que a musiquinha do jornal começou, eu e meus pais corremos pra frente da pequena tv, a família real apareceu na tela, mas eu só tinha olhos pra Maxon, ele estava tão lindo. O repórter começou a anunciar os nomes, e meu coração batia tão forte que eu achei que fosse infartar.
- América Singer - O repórter falou e em seguida minha foto apareceu na tela. De repente não conseguia sentir meu coração batendo, oh meu Deus, acho que morri.