Sun Shy escrita por River Herondale


Capítulo 8
Never saw you so alive


Notas iniciais do capítulo

OI GENTE! Desculpa a demora de postar, sou uma lesma HAHHAHA. Enfim, semana passada comecei a projetar fic nova (tenho que parar de escrever tanta coisa ao mesmo tempo) e foi meu aniversário no fim de semana, então não deu pra escrever mesmo. Agora as aulas voltaram e blablabla BOA LEITURA



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Nico estava em um campo, um pôr do sol maravilhoso dizia adeus ao dia, os únicos sons eram da correnteza do rio e do vento batendo nas folhas das árvores.

Estava sozinho.

– Nico? – uma voz feminina sussurrou de lugar nenhum. Ele conhecia aquela voz, mas tinha algo de diferente nela. Ele poderia jurar que era...

– Bianca?

A garota saiu de trás de uma das árvores e seus olhos grandes o encararam. Era Bianca, mas estava diferente da última vez em que Nico vira ela. Estava mais alta, o cabelo mais longo preso em uma trança, a anatomia de uma jovem. E era linda.

– O que aconteceu com você? Pensei que caçadoras não envelhecessem.

– Não sou mais uma caçadora. Você nunca quis que eu fosse, então não sou. Posso ser quem você quiser.

– Não entendo... Como o que eu quiser?

– Isto é um sonho, Nico. E você quis me ver e aqui estou do jeito que você sempre me imaginou. Viva e envelhecendo naturalmente.

Era sua irmã mais velha ali. Parecia uma universitária estilosa e cheia de vida. Nico correu até ela e a abraçou.

– Bianca... – ele odiava chorar, mas lágrimas vazavam de seus olhos. – Você vai ficar comigo pra sempre?

– Eu estou pra sempre com você. Moro no seu coração.

Não era exatamente essa resposta que Nico queria, mas ter Bianca ali era o suficiente para ele ignorar qualquer coisa do tipo.

– Por que anda tão triste, irmão? Vejo que não come, que seus sorrisos não são verdadeiros e que Hazel sofre por isso. Ela só quer te ajudar, sabe?

– Eu odeio admitir, mas sinto muita falta de Will.

– E por que não vai atrás dele?

– Se ele me quisesse teria me procurado.

– Nico, não sei se você sabe, mas você está do outro lado dos Estados Unidos. Não é assim tão simples.

– Claro que é! Ele poderia ter vindo com as parcas ou coisa do tipo.

– Poderia. Mas ele está na faculdade, esqueceu? Provavelmente se matando de estudar para alguma prova muito complicada.

Nico não queria admitir que era verdade. Mesmo assim, não era o suficiente para seu coração em pedaços.

– O que eu devo fazer?

– O que seu coração manda. – Bianca deu passos para trás, indo até a árvore em que ela havia surgido.

– Ei, onde está indo?

– Está na hora de acordar, Nico. – ela sorriu e então sumiu.

Nico acordou subitamente e viu que seu coração batia descontrolado. Olhou para os lados e viu que estava sozinho no quarto que deveria ser de Jason no Acampamento Júpiter. Colocou uma camiseta qualquer que estava no chão e saiu procurar Hazel.

Nico encontrou sua irmã treinando arco e flecha com Frank. Eles sorriam apaixonados, o que foi uma pontada no coração machucado de Nico. Hazel quando o viu, saiu correndo até ele.

– Algum problema? Está estranho.

– Eu vou voltar para Nova York.

– Mas já? Certeza? Faz um pouco mais de um mês que está comigo.

– Preciso ir, Hazel. Não posso mais esperar.

O olhar que Hazel dirigiu ao irmão foi significativo o suficiente para dizer que entendia o que o irmão dizia.

Frank chegou atrás dela, e eles trocaram olhares. Frank entendeu imediatamente o recado.

– Quer que a gente vá com você? – Frank perguntou com o arco preso na sua mão esquerda.

– Não será preciso. Sei que vocês têm seus compromissos aqui.

– Na verdade não. E não sei se será uma boa ideia você ir sozinho. Quero dizer, no caminho você pode encontrar algum monstro ou deus maluco e seus pedidos. – Frank insistiu.

– Dizendo sim ou não vocês irão atrás de mim não é?

– É – Hazel confirmou, e Frank olhou feio para ela.

– Vou sair daqui meia hora. – Nico disse por fim e foi se aprontar para a viagem.

Hazel apareceu montada em seu grande cavalo, Frank comia apressadamente um quilo de salgadinhos e refrigerante. Nico perguntou:

– Pra que isso?

– Vamos de um modo mais rápido. Você vai cavalgando comigo e Frank vai voando como águia do nosso lado. Podemos chegar em Nova York em um tempo recorde.

Nico não pôde dizer que não. Ele gostava da ideia de uma viagem rápida e nem um pouco cansativa, na verdade. Desde que fora proibido de se movimentar pelas sombras, movimentar-se tornou-se mais complicado.

¨¨¨

– Está tudo bem, Will? – Kim, sua amiga coreana da faculdade perguntou enquanto ele anotava o que o professor de anatomia dizia.

– Essa é a pergunta que você mais me faz, Kim. – Will observou, e ela apenas olhou preocupada para ele.

– Há um motivo para eu perguntar tanto.

Will parou de escrever e olhou para ela.

– Não é nada. Bobeira minha.

– Bobeira relacionada ao coração? Porque se for, me desculpe, mas então não é bobeira. Como uma futura médica posso diagnosticar que coração partido é uma das doenças mais difíceis de curar. O único modo é contar aos amigos, chorar bastante comendo sorvete e cantando Adele. Posso te ajudar com isso. – ela forçou um sorriso otimista.

– Obrigado, Kim. Mas não sei se meus sentimentos mereçam toda essa atenção. – e então voltou a escrever. Nico era uma parte muito boa e verdadeira dele para ser contada. Muito boa para que os outros opinassem ou soubessem. O que é bom não se explica. O que é bom se sente.

¨¨¨

– Estamos aqui, Nico. Aqui é a grande New York University. Está preparado? – Hazel perguntou suavemente, tocando nos ombros do irmão protetoramente.

Nico não estava. Na verdade ele nunca se sentiu tão apavorado antes. Descer no Tártaro e passar umas férias lá pareciam mais convidativas do que entrar naquele imenso prédio e procurar Will.

– Preciso fazer isso sozinho. Obrigada por virem até aqui. – Nico disse e Hazel concordou.

– Vamos esperar no Acampamento Meio Sangue, tudo bem? – Frank disse, e Nico assentiu com a cabeça.

Era como se seu coração seguisse um caminho predestinado. Ele seguia por entre os bancos no jardim da grande universidade, pessoas no gramado estudando, outras se alimentando. Em algum lugar deveria estar Will. Ele sabia, ele tinha certeza.

Seu coração dizia.

Uma menina que corria apressada bateu nele.

– Ai, me desculpe! – disse uma garota de cabelo liso e preto. Era visivelmente mais velha, mas era menor que Nico.

Nico pegou dois cadernos da garota caídos no chão e entregou a ela. Os olhos da menina brilharam.

– É aluno novo?

– Não. Eu nem tenho idade para faculdade.

– Jura? Nunca desconfiaria! Quantos anos tem?

– 15.

– Entendi... Aliás, me chamo Kim. Kim Li.

– Nico. – ele apertou a mão estendida dela.

– Então, Nico, posso te ajudar? Parece estar procurando alguma coisa ou alguém.

Nico não queria dizer nada para a tal de Kim. Provavelmente ela nem saberia de Will. Mas algo dizia que ele podia confiar.

– Você conhece William Solace?

– Will? Claro que conheço! É um grande amigo! Você é algum tipo de primo ou amigo da cidade dele? Ele nunca me diz nada de sua vida...

Nico não ouviu mais nada depois de que ela disse “Claro que conheço”.

– Pode me levar a ele?

– Tipo agora?

– Agora!

Kim foi tagarelando sobre como Will era um aluno brilhante e como ele era um mistério para todos. Foi quando ela disse:

– Não sei muito detalhes, mas seu amigo vive saindo para festinhas da fraternidade e dizem que fica com uma garota diferente cada noite. Boatos de que até garotos, mas não diga que eu contei. Ele deve ser um desses g0ys, sei lá. Coisa nova, né?

– Will anda ficando?

– É o que ouvi, por quê? Ai meu Deus, não me diga que ele tem uma namorada na cidade dele!

– Ele não tem namorada. – Nico foi sincero. Não tinha mesmo. Tinha namorado. – Onde estamos indo?

– No jardim central. Ele provavelmente está estudando em uma das mesas.

E então ele viu. Não era como se desse para se confundir com a aparência singular de Will. Era ele. E Will também o viu.

Foi como se o mundo entrasse em câmera lenta. Will se levantou perplexo da mesa, o lápis de sua mão voando para longe. Nico corria, Will também. As pessoas olhavam, mas quem se importa? Nico sentia que estava no centro do universo.

Não houve troca de palavras. Não houve hesitação. Eles sabiam disso. Eles sabiam de tudo bem antes. Não precisava falar, o beijo já confirmava. Eles ainda se amavam, eles ainda sentiam o mesmo.

E o externo não importava. Nunca importou.

– Pensei que você fosse primo, amigo, mas namorado? Juro que nem passou pela minha cabeça. – Nico ouviu Kim exclamar.

As pessoas que estavam ao redor – e que era bastante gente – começaram a gritar e fazer alvoroço. Ouvia-se coisas como “lindos”, “beija de novo” e “o que está acontecendo aqui?”. Nico não sentiu vergonha. Pela primeira vez estava tudo bem.

A mão de Will deslizou para a dele e apertou. Era como se ele dissesse: “Vem. É nossa vez de sair daqui.”

Eles caminharam até o quarto em que Will passava maior parte do seu tempo. Will contava como tinham sido as aulas, os professores, os colegas de classe, as poucas novidades que sabia do mundo dos campistas. Na porta do quarto, ele parou.

– Agora sua vez de me contar.

Nico não queria. Não queria que Will soubesse de que se recusava a comer, de que chorava antes de dormir. Não. Will não merecia isso.

Então ele o beijou. O que as palavras não diziam por ele, os beijos faziam todo o trabalho.

¨¨¨

Will estava desesperado para saber mais. Mas estava ainda mais desesperado para os beijos.

O namoro entre os dois não era regado de beijos, demonstração afetiva exacerbada ou palavras apaixonadas. O namoro era feito de apoio mútuo, respeito, nada superficial.

Mas nesse momento eles se beijavam como nunca tinham se beijado antes. Will tivera a coragem de colocar a mão em lugares que nunca tivera a coragem de colocar antes. Eles confiavam plenamente um no outro para que tanto contato físico fosse natural.

Will arrancava a camiseta de Nico. Eles tinham escorregado do sofá e estavam no chão. Nico terminou de arrancar sua própria camiseta e começou a arrancar a de Will. Cada toque tinha significado, cada suspiro uma eternidade de poesia. Nem Eros poderia destruir aquele amor.

Estavam avançando. Era como se as horas tivessem parado. Do nada Will interrompeu o beijo intenso que dava em Nico e olhou nos olhos dele.

– Quer continuar com isso?

Parecia que tinham colocado fogo nos olhos de Nico. O filho de Hades não estava relaxado nem carinhoso. Estava pegando fogo.

– Cala a boca. Só deixa rolar. – Nico disse.

Will se espantou com toda a atitude que Nico passava, mas sabia que fazia o certo.

Quando viu só havia pele que separava eles. Quando viu, percebeu que seus corações nunca estiveram tão próximos antes.

Quando viu era tarde demais. Estava totalmente amando.

¨¨¨

Nico acordou depois de um tempo, e viu que era quase meia noite. Will ainda estava adormecido ao seu lado.

Nico pegou sua cueca jogada no chão e colocou. O peito de Will subia e descia calmamente. Ele dormia como um anjo.

Nico depositou um beijo suave na testa do namorado e sussurrou:

– Te amo.

Sussurrou baixo, como se fosse um segredo o amor. Talvez fosse. Coisas preciosas não se deve dizer a todo mundo. Coisas preciosas devem ser só suas.

¨¨¨

– Bom dia. – disse Will quando acordou e viu que Nico já estava acordado. O filho de Hades olhava para o nada.

– Bom dia.

– Está tudo bem?

– Sim.

– Não, não está.

Will abraçou Nico por trás, passando seus braços envolta do abdome do garoto. Nico suspirou.

– Como vai ser agora?

– Não entendi.

– Will... como vai ser? Entre nós, como vai ser?

Will não queria responder. Tinha medo. Não queria dizer que queria ficar na faculdade, mas queria ficar com Nico.

– Eu não quero que você saia da faculdade. – disse Nico depois de um tempo em silêncio. – Mas eu também não quero ficar longe de você.

– Fique em Nova York comigo.

– Sabe que não é possível.

Will ficou quieto. Ele sabia que não era.

– Nosso amor supera isso. – disse Nico por fim. – E poderemos nos ver sempre que possível.

– Poderemos.

– E eu acho que quero ir para a escola também. Sabe, experimentar como é ser um adolescente normal do século XXI.

Naquele dia eles foram para o Acampamento Meio-Sangue. Todos receberam os dois com carinho e sorrisos, como se sempre tivessem torcido pela volta deles. Hazel abraçou Nico com lágrimas nos olhos.

– Por que está chorando, Hazel?

– Você está feliz de novo. Nunca te vi tão vivo antes.

Nico e Will, Hazel e Frank passaram um dia comum e bom no Acampamento. Fizeram jogos, conversaram, contaram os planos. Era um simples encontro de casais, e era bom.


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Notas finais do capítulo

Quero reviews, bora conversar lá, pode ser ;)