Após o oitavo corpo, a equipe do BAU continuava sem nada, logo estariam de volta a D.C sem prender o assassino e odiavam pensar que voltariam para casa sem aquela sensação de trabalho feito, a frustração já começara a tomar conta de cada um deles, até o nono corpo chegar.

Pelos, foram encontrados pelos grudados no corpo dela. Parece que finalmente o assassino super confidente cometera o tão esperado erro. Agora era torcer para que ele tivesse ficha criminal e seu DNA estivesse no sistema.

Um nome apareceu, para espanto e alívio de todos, um nome havia aparecido na tela do computador, juntamente com uma foto. Parece que finalmente o assassino tinha sido pego.

– Hora de ligar para Garcia – falou Hotch já com o telefone na mão.

– Analista tecnológica Penélope Garcia do FBI falando – atendeu ela com o tom extrovertido de sempre.

– Garcia, preciso que você cheque um nome pra mim.

– Ok chefe, manda.

– Preciso que você rastreie tudo que poder sobre Richard Dawson e me mande o mais rápido possível.

– Sim senhor.

Agora era esperar pelo retorno da técnica, que não demoraria muito. Era incrível a facilidade e rapidez com ela vasculhava a vida de alguém, como todos da equipe costumavam brincar sobre “não crie caso com Garcia, você não sabe o que ela pode fazer com sua vida online”, Hotch tinha que concordar com isso.

– Emily esse nome lhe diz alguma coisa? – perguntou JJ.

– Não JJ, na verdade eu nunca o ouvi, também não tenho recordação do homem da foto, total desconhecido. – respondeu Emily.

Antes que JJ pudesse falar mais alguma coisa, o telefone tocou.

– Garcia, você está no viva voz – atendeu Hotch

– Bem, Richard Dawson trabalha em uma empresa de vidros, GoldGlass Corporation; ele é apenas um funcionário comum, encarregado de fazer entregas domiciliares. Seus pais morreram em um incêndio suspeito quando ele tinha 13 anos; depois disso, sua vida se baseou em pequenas prisões por furtos e deterioração a obras da cidade, foi mandado várias vezes a casas de auxilio mas fugiu de todas. Aos 19 anos foi preso por tentativa de estupro, aqui diz que ele deixou a vítima em terríveis condições, enfim, ele cumpriu pena e conseguiu esse emprego na empresa de vidros. Hoje está com 32 anos e não possui endereço fixo senhor.

– Ok Garcia, obrigada – Hotch desligou sem esperar resposta, precisava ir a essa empresa agora mesmo.

– Sem endereço fixo – falou Rossi balançando a cabeça.

– Mas sabemos onde trabalha – acrescentou Morgan.

– Emily e eu vamos dar uma olhada nessa empresa, o resto de vocês aguardem minha ligação – Hotch já saia apressadamente da sala, seguido por Emily.

Eles estacionaram em frente ao que parecia um galpão velho, sabiam que estavam no endereço certo apenas por que acima tinha uma placa “GoldGlass Corporation”.

– Uau, pensei que fosse mais bonitinho – falou Emily descendo do carro.

Hotch não respondeu, apresentou sua ID para um homem corpulento que se encontrava na porta, que após uma breve excitação deu espaço para passarem. O interior da empresa era o oposto do que viram lá fora, era limpo e bem conservado, com homens passando para lá e para cá com pacotes devidamente embrulhados.

– Com licença – pediu Hotch a uma senhor que passava – poderia me dizer onde posso encontrar Richard Dawson?

– Ele saiu para fazer as entregas matinais, estamos lotados hoje, desculpa – respondeu o senhor, andando apressado.

Hotch o deteve com pelo braço e apresentou sua ID do FBI.

– Eu preciso que me diga onde ele mora, se souber.

O homem riu.

– Agente, Richard não tem onde cair morto, ele dorme nos fundos dessa empresa. Agora se me der licença eu realmente preciso ir – e se afastou em passos apressados.

– Vamos avisar aos outros que vamos ficar por aqui até Richard chegar, poderíamos tentar conseguir a lista de pessoas às quais ele faz entregas, tenho certeza que ele escolhe suas vítimas com base nisso – Emily falou.

– Sim, você liga e eu vou procurar alguém que possa me dar a lista das entregas do mês.

Emily notou a maneira que Hotch a estava tratando, não seria fácil fazê-lo entender por que ela mentira para ele quando eles estavam entrando em um relacionamento que prometia ser sólido. Deus, ele odiava mentiras, e ela escondeu seu passado dele, mentiu pra ele sobre sua mudança para o BAU. Ela não viera por causa de um acidente onde trabalhara antes; viera por que a mãe a queria longe de São Francisco, viera por que fora obrigada e não tinha escolha, estava sendo perseguida. E em um milhão de anos, ela nunca pensaria que iria se apaixonar por alguém e ter que contar toda a verdade a ele, mas a vida é uma caixinha de surpresas.