Raphael procurou Emily mais rápido do que ela pensava, mal passara-se uma semana depois do encontro deles e ela recebe uma mensagem:

“Venha até minha casa, acho que sei quem é esse assassino. Raphael.”

Ela não precisava pensar duas vezes, não é? Ia ser uma viagem rápida e logo ela estaria de volta com o suposto assassino nas mãos. Podia ser uma armadilha? Claro que podia. Mas ela era uma agente federal, saberia lidar com a situação.

Duas horas depois, Emily estava a caminho do aeroporto com uma passagem reservada para Filadélfia.

–Emily? – Hotch atendeu ao telefone.

– Hey Aaron. Eu estou ligando pra dizer que sinto muito.

– O que? Sente muito?

– Eu talvez tenha a chance de descobrir quem é o assassino.

– E por quê você sente muito por isso? Isso é bom, não é?

– Aaron, apenas mantenha você e a equipe a salvos, eu volto logo.

– Emily onde diabos você está? – Ele perguntou, nervoso.

– Eu estou no aeroporto e antes que você venha até aqui, não dá tempo, meu voo acaba de ser chamado e eu estou caminhando para o avião enquanto conversamos.

– Por quê isso? Por quê não me contou?

– É uma longa história, eu decidi de última hora, tive sorte de ter um voo para Filadélfia com vaga agora.

– Filadélfia? Você está indo encontrar Raphael sozinha?

– Faz uma semana desde a nossa viagem, eles não iam deixar você viajar novamente nesse curto período, a equipe precisa de seu supervisor presente e você sabe disso.

– Sozinha Emily?

– Eu volto amanhã, Raphael pode saber quem está por trás disso Aaron, é minha chance de pegar esse cara, talvez minha única chance antes de mais coisas acontecerem.

– Você lembra da última visita que fizemos? Emily ele falou que iria nos procurar quando estivesse pronto.

– Ele me mandou uma mensagem.

– Pra você? Mas eu dei o meu número a ele, não o seu.

– Eu dei Aaron, quando fui à cozinha com ele, desculpe mas eu tinha que dar, os assuntos dele eram comigo.

– Eu poderia mandar alguém da equipe no próximo voo.

– Não dá tempo, quero estar de volta já amanhã. Confia em mim, eu vou ficar bem, prometo. Agora eu preciso desligar.

– Fique segura, é só o que eu peço.

– Eu vou, prometo. E Aaron? Eu amo você, mais que tudo.

– Eu amo você também Emily, muito.

Emily desembarcara já a noite, estava cansada e ansiando por um banho quente, mas não iria conseguir dormir até falar com Raphael; e foi por isso que ela entrou em um táxi e falou o endereço de seu meio irmão ao motorista.

– O senhor poderia aumentar o ar condicionado, por favor? – ela perguntou.

– Claro senhora – o motorista respondeu – desculpe a curiosidade, mas você não é daqui, é?

– Na verdade não, sou de Virgínia. Por quê?

– Alguém daqui não pediria para eu aumentar o ar condicionado, eles não se incomodam com o frio.

– Sério? Mas está congelando, como eles podem não se incomodar com esse frio?

– Senhora, as noites em Filadélfia são sempre congelantes.

O táxi parou em frente à casa de Raphael, ela desceu e subiu as escadas, parando um instante antes de bater na porta. Respirou fundo e deu uma batida que não soltou som algum, mas empurrou a porta aberta. Emily puxou sua arma e empurrou mais, entrando silenciosamente com a arma em punho. A casa estava escura. Sua mão foi tateando a parede até achar o que pensava ser um interruptor, Emily ligou a luz da sala e ali estava, coberto de sangue, o corpo de Raphael Williams.

– Meus Deus – Emily correu para o lado do corpo e checou o pulso, não havia sinal de vida – Meu Deus – era a única coisa que conseguia balbuciar.

Ela vasculhou a casa inteira, cômodo por cômodo e não encontrou nada. Voltou para a sala e ligou para a polícia local.

Enquanto esperava, uma rajada de vento entrou pela porta que estava entreaberta.

– As noites são realmente congelantes na Filadélfia – Emily murmurou para o corpo que jazia morto no chão.