Queria avisar que eu e fiz uma oneshot da Miyuki pequena com seu irmão. Quem quiser dar uma olhada e entender um pouco mais sobre essa personagem que muitos adoraram, o nome é "Damn You"

(...)

–Mariana! Mastigue antes de engolir... –Ela pareceu me ouvir durante alguns segundos, mas depois voltou a comer como se fosse sua última refeição.

–Quantos hamburguês você já comeu? Três? –Lysandre sorria com a cena, enquanto eu estou tentando desesperadamente arrumar o cabelo de Maria em um penteado descente. E deixo bem claro que não estou obtendo sucesso.

–Eu não tenho culpa se você é um ótimo... –Ana colocou o prato vazio de lado e deu um longo gole no refrigerante ao seu lado– Cozinheiro, Lysandre. O que mais sabe fazer de legal?

–Sei pentear cabelos. –Fuzilei Lys com olhar enquanto Mariana riu alto. Não agüentei durante muito tempo a cara de séria e sorri também.

–Não é tão fácil quanto parece... O cabelo dela é mais rebelde do que você e Miyuki aos quinze anos.

–Eu não era rebelde, apenas fazia o que eu queria. –Lysandre se levantou da mesa e começou a me ajudar a arrumar os cabelos ruivos de Maria. Alguns instantes depois, um rabo de cavalo bem feito estava finalizado. Parece simples, mas o esforço foi o mesmo do que fazer um penteado de casamento. –Já são 13h20min, eu iria te convidar para ir à praia comigo e com a Amélia, mas você comeu tanto que não deve conseguir nem andar.

–Não, espera! Podemos ir sim, meu metabolismo é rápido! –Maria se levantou da cadeira e subiu as escadas pulando em dois em dois degraus. –Não vão sem mim! Só vou trocar de roupa, me esperem.

Eu e Lysandre sorrimos enquanto tirávamos a mesa.

Faz seis meses que Mariana está vivendo aqui, e faz seis meses que eu e Lys estamos nos apaixonando cada vez mais pela essa pequena garota.

–Eu tenho duas surpresas para você quando chegarmos à praia.

–Tem algo haver com o casamento de Leigh semana que vem?

–Não, tem haver com uma lembrança de quanto tínhamos dez anos. Agora pare de ser curiosa e vá ajudar a Maria a se arrumar, você sabe o que acontece quando ela escolhe as roupas. –Uma súbita lembrança dela usando uma camiseta vermelha do Lysandre e uma leggin roxa de borboletas me veio à mente. O pior de tudo é que ela colocou boné amarelo.

Naquele dia, estávamos indo ao cinema.

–Acho melhor ajudar ela.

(...)

–Não vale espiar! –Fala Lysandre pela décima vez.

–Eu não tenho culpa se você e ela estão fazendo esse suspense todo. –Embora eu estivesse com uma fenda, pude sentir Lys sorrindo.

–Estamos quase chegando... –Maria segura minha mão delicadamente enquanto me guia animada. Consigo ouvir a onda do mar e os sons das gaivotas. –Chegamos! Pode tirar.

Retiro o tecido de qualquer jeito e demoro alguns segundos para me acostumar com a luz, mas quando minha visão finalmente volta ao normal, sinto minha boca seca.

Estamos um uma parte da praia a qual eu não vou há muito tempo, minha parte favorita... É um pequeno bairro secreto da costa, onde turistas raramente vão e apenas moradores de Cherry conhecem. Eu costumava fazer piquenique com Lys.

Eu me lembro que desde que eu era criança, sempre teve lindas casas, mas uma em particular me chamava a atenção. Era uma casa totalmente abandonada com uma linda vista... Todos queriam comprar, mas a dona nunca aceitou nenhuma oferta.

Mas agora, a casa está totalmente reformada e sem dúvida alguma, uma das mais bonitas por aqui.

–Gostou? Foi difícil reformar ela sem que nenhum vizinho abrisse a boca e te contasse, mas acho que valeu a pena. Castiel me ajudou muito e foi a Miyuki, Mariana e Serena que escolheram a decoração externa... Eu me lembro de quando éramos crianças, você sempre dizia que ia comprar essa casa. Foi difícil de comprá-la, mas essa sua cara de baiacu está fazendo valer cada centavo.

–Não estou fazendo cara de baiacu.

–Está sim. Você sempre diz que a nossa casa é grande demais, e eu estava pensando em comprar uma menor para vivermos quando me lembrei dessa, mas você não é obrigada a gostar daqui nem nada e... –E como uma criança de cinco anos, pulo no colo de Lysandre. Totalmente idiota? Claro, mas acho que ele entendeu o recado que estou extremamente feliz. É tão... Surreal. - Amor... Não sinto minhas costelas.

–Ninguém mandou você me fazer feliz. Sofra as conseqüências.

–Isso está sendo tão grudento que está me dando caries. –Maria revirou os olhos e foi em direção a porta da casa. –Vem, você tem que ver a casa por dentro!

(...)

–O que vocês estão fazendo? –Maria se sentou ao nosso lado na varanda em quanto eu e Lysandre olhamos o mar com suas ondas fracas e sua brisa suave.

–Você não devia estar dormindo?

–Essa casa é tão legal que é impossível dormir nela. Por que tantas conchas?

–Desde que eu e Lysandre tínhamos nove anos, vínhamos para cá uma vez ao ano para fazer esse pequeno ritual de jogar a concha no mar.

–Ritual?

–Em Cherry, há um ritual antigo que diz que caso alguém que goste morra, jogar uma concha no mar com força faz com que o espírito dele consiga achar o caminho para luz mais rápido.

–Vocês... Perderam alguém querido?

–Muitos... –Pego duas conchas e as jogo com força para longe no mar. –Nathaniel... Ambre...

Lysandre faz o mesmo movimento, mas com três conchas.

–Meus pais e minha irmã Nina.

–Haru, Rosalya, Anastasya, Kentin... Meus anjos que nunca tiveram uma chance no mundo.

A cada novo nome, uma concha ia para o mar. Até que por fim, acabaram, sobrando apenas uma estrela.

–A estrela é para outro ritual. Quando uma nova pessoa amada entra na sua vida, deve jogar uma estrela para que o amor nunca se quebre. –Lysandre e eu seguramos a estrela firmemente e jogamos ela com toda nossa força enquanto Maria encarava confusa. –Eu fiz isso quando Lysandre se mudou.

–E eu fiz isso quando conheci a Ponyo, Miyuki e Castiel.

–E essa é para quem?

–Para o mais novo membro da nossa família... Mariana Desire Petrovic.

Algum tempo depois, Lysandre teve que tentar “Socorrer” tanto Mariana que não conseguia parar de chorar de felicidade, enquanto eu não conseguia parar de chorar porque ela estava chorando.

Mas foi nesse momento que percebi que depois de tantas coisas, essa é a minha felicidade.

E eu não a troco por nada.