That Woman escrita por Rafa


Capítulo 10
Capítulo 10 - Preludio do fim


Notas iniciais do capítulo

Oi o/
Voltei rápido, né?!
Espero que gostem
Boa leitura ^^



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Seus joelhos se moviam inquietos. Não conseguia relaxar enquanto se ajeitava uma segunda vez ao lado de Byakuya.

Sentiu um frio se instalar em sua barriga conforme o grande helicóptero cortava o escuro céu da noite.

Era a primeira vez que pudera adentrar uma daquelas maquinas e Rukia não conseguia esconder seu nervosismo. Quando ouvira do próprio Kuchiki que iriam a Ópera, não imaginou que seria em outro estado.

“Inspira e respira. Inspira e respira. Inspira e RESPIRA! ”

Repetia para si mesma como um mantra, fechando os olhos quando uma tontura ameaçou tomar conta de si.

Aquilo precisava acabar de uma vez.

Apertou com força o tecido azul da saia de seu vestido, quando uma mão forte se fechou sobre a sua.

Todo o pequeno corpo de Rukia estremeceu com aquele ato repentino. Não esperava nada dele e mesmo assim Byakuya conquistava sua confiança cada dia mais.

Surpresa e agradecida, ela procurou os olhos acinzentados do moreno, que se mantinha sereno olhando para frente, sem dar sinal alguma de que a observava.

— Passageiros, preparar para aterrisagem — ouviu o co-piloto avisar através do grande fone que levava nos ouvidos.

Um alivio poderoso se espalhou dentro de si com aquela frase.

Tudo estava indo tão bem, que tinha medo de acordar e ver que tudo aquilo não passava de um sonho.

— Rukia — chamou Byakuya observando-a pelo canto dos olhos. — Vamos. — Ainda segurando a mão da pequena, ele a ajudo descer da aeronave e juntos caminharam rumo a saída do heliporto.

— Pensei que fosse morrer lá em cima — confessou ela, rindo levemente.

— Não há com o que se preocupar. — Foi a resposta curta do moreno ao pararem em frente a limusine sofisticada que os esperava.

— Certo.

Já dentro do veículo, Rukia passou a observar o Kuchiki discretamente. Ele estava perfeito com aquele terno preto feito sob medida e os cabelos negros penteados para traz, o que a fez se perguntar se realmente era digna de estar ao lado de um homem com Kuchiki Byakuya.

— Tenho algo para lhe dar. — Demorou alguns segundos para entender que Byakuya falava com ela.

— Ah, sim — murmurou vendo-o soltar sua mão lentamente, enquanto ele pegava uma caixa de veludo em um compartimento bem posicionado na limusine.

— É para combinar com seus olhos — declarou ao abrir a caixa, revelando uma magnifica gargantilha incrustrada com diamantes de um exótico tom violeta, que realmente lembravam os olhos da morena.

Tremula, ela tocou o colar de leve. Havia perdido a voz!

Como poderia não se apaixonar por alguém como ele?

— Posso? — indagou ele vendo-a assentir, virando-se de costas para Byakuya colocar a peça ao afastar os finos cabelos de Rukia de seu pescoço.

— Obrigada.

Não havia mais nada que precisasse ser dito então, mais uma vez, o moreno tomou a mão dela junto da sua e logo se viram parando em frente ao elegante anfiteatro onde apreciariam o grande espetáculo, o qual Rukia nem sabia qual era.

Passando a mão livro sobre a saia do vestido, a pequena alisou a peça ao adentrarem o ambiente e dar de cara com várias mulheres bem vestidas. Sabia que não estava menos elegante do que nenhuma delas, mas tinha medo de dar alguma bola fora e fazer o Kuchiki passar vergonha.

Não podia envergonha-lo de maneira nenhuma!

Com isso em mente, ela manteve-se calada e atenta o espetáculo inteiro apenas absorvendo a melodia da orquestra acompanhada pela esplêndida voz dos cantores.

Descobriu que a história se tratava de um famoso conto de fadas oriental, onde a mocinha era maltratada pela madrasta e pelas meias-irmãs, mas no fim era salva pelo maravilhoso príncipe encantado.

Riu da ironia daquela história, pois sabia que aquilo nunca aconteceria na vida real, salve mínimas exceções.

Contos de fadas não eram reais e sabia disso.

— O que achou da ópera? — perguntou Byakuya, surpreendendo-a ao puxar assunto enquanto seguiam de volta para o hotel.

— Adorei, apesar de achar a história totalmente ingênua.

— Ingênua? — Sorriu minimamente erguendo uma sobrancelha de maneira extremamente sexy.

— Sim. Contos de fadas não existem, são apenas para nos fazer acreditar que a vida pode ser um pouquinho mais colorida do que ela realmente é. Que ela pode ser mágica! E isso é mentira. — falou expondo tudo em que andara pensado durando aquele longo caminho de volta.

— Interessante. Então se você não acredita, não espera viver um conto de fadas?

Surpresa pela pergunta inesperada de Byakuya, Rukia parou para refletir.

Talvez já houvesse desejado uma vez em toda sua vida, mas sabia que hoje isso era algo um tanto quanto distante de si.

— Acho que não — sussurrou.

— Nem mesmo com Ichigo? — arriscou o Kuchiki, recebendo um silencio tenso como resposta. — Você sabe que ainda me deve aquela conversa.

Mais uma vez ela se manteve em silencio, sabia que não tinha para onde correr, principalmente quando se viu a sós com ele na suíte onde já dormira por vários dias e que também logo diria adeus.

Vendo o olhar curioso tomar a face neutra de Byakuya, Rukia logo se encolheu sobre a cama, sentando-se sobre seus pés descalços.

— Já percebi que não tenho para onde fugir — resmungou, observando-o se sentar aos pés da cama.

— Hmm.

— Como já lhe disse: Ichigo foi o único homem que já amei — começou apertando as mãos com força, ignorando o fato de que suas unhas já marcavam de vermelho sua pele pálida. — Ele era meu motivo para seguir em frente. Meu motivo para viver, mas parece que eu não era o dele...

— E aonde ele está agora? — perguntou Byakuya, cerrando os punhos com força. Sentia-se extremamente desconfortável ouvindo-a falar de seus sentimentos por outro homem.

Deixando uma risada amarga escapar por sua garganta, Rukia sussurrou:

— Ele está morto!

O Kuchiki paralisou. Mesmo não conhecendo, ele odiava Ichigo e saber que ele estava morto o assustou e aliviou ao mesmo tempo.

Sabia que era repulsivo se sentir assim, ainda mais notando o sofrimento de Rukia ao lhe contar sobre suas dores, mas não conseguia controlar sua grande satisfação egoísta.

— Me conte mais, por favor — pediu se aproximando dela por sobre a cama.

— Não é uma história bonita — avisou Rukia, deixando-se envolver pelos braços fortes do moreno.

— Eu não busco um conto de fadas de você.

Aquilo foi como um tapa da cara para Rukia, que escondeu o quanto o sentido daquelas palavras lhe causou e então começou apressada:

— Morávamos no mesmo orfanato desde sempre. Crescemos juntos como bons amigos, mas eu sempre soube que existia algo a mais entre nós e ele também. Cuidávamos um do outro. Tínhamos planos, mas ele mudou. — Soluços fortes chacoalhavam o corpo magro dela de encontro ao peitoral forte de Byakuya. — Passou a ficar mais distante e aquilo me magoava, porém, decidi relevar tudo. Logo completaríamos nossa maior idade e sairíamos dali para fazer nossa vida juntos. Pensei que fosse isso que o deixasse inquieto, pois ele jurava que ainda me amava acima de tudo, então finalmente nos mudamos. Tínhamos um ao outro e um novo lar. Aquele era nosso começo... — Riu sem humor. — Grande engano, aquele na verdade era o preludio do fim e eu só percebi isso ao encontra-lo ensanguentado no chão da sala de nosso novo lar. Ichigo sofria de uma doença rara, que o fazia ter alucinações tamanha era a dor que o assolava. Ele preferiu se matar ao me contar a verdade e eu o odeio por isso...

O som do choro abafado de Rukia era tudo o que se ouvia pelo grande quarto. Byakuya não sabia o que fazer a não ser abraça-la com mais força.

— Desculpe — foi tudo o que ele conseguiu dizer por faze-la relembrar tamanha dor. — Não era minha intenção faze-la sofrer.

— Não. Eu...

As palavras fracas da morena ficaram presas em sua garganta quando a boca macia do Kuchiki encontrou a sua pela primeira vez desde que se conheceram, ignorando tudo o que aquele ato significaria para ela, que acreditava que o beijo era algo pessoal de mais para alguém com a sua profissão.

Não entendia o porquê de estar fazendo aquilo, mas sentiu uma necessidade gigantes de toca-la e sugar toda aquela triste de uma vez. E era isso que sua boca exigente fazia ao tomar os lábios da pequena com os seus em uma caricia leve e gentil.

Não havia mais barreiras entre eles!

Todos os conceitos e preconceitos foram quebrados e atirados para longe naquele momento.

O beijo gentil e com o gosto salvado das lagrimas de Rukia logo deu lugar a um beijo selvagem e carregado da mais pura luxuria, que tomou os dois de uma forma arrebatadora. O vestido de seda azul já se encontrava sobre o chão acarpetado ao lado da camisa branca de Byakuya.

Um sentimento incontrolável crescia dentro deles.

Olho no olho. Pele contra pele.

Aquela parecia ser a primeira vez que realmente se encontravam de corpo e alma. E Byakuya queria prolongar cada vez mais aquele momento. Queria sentir mais e mais daquela sensação explosiva que queimava dentro de si, assim como Rukia, que se apertava cada vez mais junto de si, sussurrando seu nome.

Suspiros e caricias.

Finalmente as duas almas estavam entregues sem lembrar que seus dias juntos estavam contados.

Aquele era o verdadeiro preludio do Fim!


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Comentem, pf
Bjus



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