Eternamente, Juntos? escrita por Gustavo Heldo


Capítulo 2
Fim?




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Um sentimento que até aquele momento eu desconhecera dominou-me, aquela simples palavra pareceu tirar toda a essência de minha vida. –É, cara, não foi dessa vez. Mas não fica assim não, outras garotas irão aparecer. –Disse Eduardo enquanto colocava a mão sob meu ombro. –É talvez você tenha razão, respondi enquanto me dirigia à saída do Shopping. Enquanto caminhava sem rumo pensava em todos os momentos felizes que tivera ao lado de Ana, em todas as vezes que ela me fez feliz, cada sorriso, cada palavra de carinho e cada momento que tivemos parecia não ter nenhum significado naquele instante, eu apenas deixara de existir. Caminhei até uma praça que encontrava-se perto do Shopping e sentei-me em um dos bancos, tentando processar tudo que havia acontecido. Era quase 22 horas quando resolvi voltar para casa, minha mãe encontrava-se na porta apreensiva. –Filho, por onde você esteve? Eu estava começando a ficar preocupada, Eduardo me ligou apreensivo, aconteceu alguma coisa? –Não mãe, eu apenas precisava de um tempo sozinho, colocar as ideias no lugar, agora vou subir e descansar um pouco, meu dia foi muito cheio. Subi correndo para o quarto, tranquei a porta e deitei-me em minha cama enquanto lembranças do ocorrido passavam como um filme em minha cabeça ( um filme bem triste, digamos). Depois de alguns minutos finalmente consegui dormir, ainda com aquelas imagens tristes em mente. Acordei com a leve impressão de que tudo aquilo que aconteceu nada mais era de que um pesadelo, mas ao levantar e olhar a tela do celular havia uma mensagem do Eduardo perguntando como eu estava me sentindo após tudo aquilo, foi quando a ficha realmente caiu, não era apenas um pesadelo, mas sim a dura e cruel realidade. Suspirei fundo e voltei a deitar na cama, sentia-me péssimo, aquele sentimento horrível acabara de voltar. –Depois de todos esses anos, de tudo que passamos juntos, qual o motivo de ela não querer nada comigo? Como ela pôde me fazer pagar aquele mico na frente de todo mundo? Eu nunca irei perdoá-la-. Pensei enquanto uma lágrima escorria por meu rosto. –Filho, não vai à escola hoje? Já são quase 7 horas - pergunto minha mãe enquanto tentava abrir a porta. –Não mãe. Estou com uma forte dor no corpo e com febre, acho que estou adoecendo, vou ficar em casa hoje. –Tudo bem então, estou indo ao trabalho, se precisar de algo me ligue.

Depois de tudo o que aconteceu no dia anterior o que eu mais queria era manter distância da Ana e de todas as pessoas que me viram ser rejeitado em público, mas eu não poderia faltar aula durante o resto do ano, então teria que encontrar outra saída para o problema. Peguei uma foto dela e comecei a olhá-la fixamente enquanto a tristeza e as lágrimas tomavam conta de mim, eu definitivamente não tinha mais motivos para viver. Levantei-me rapidamente, corri até a cozinha e peguei o veneno que minha mãe havia comprado para matar ratos e voltei a me trancar em meu quarto, sentei-me na cama, em uma de minhas mãos havia a foto de Ana, na outra o veneno e a vontade de toma-lo para acabar com aquele sofrimento. Será que alguém sentirá minha falta? Será que vale a pena morrer por um amor não correspondido? Não importa. Aqui estou, amargurado, sozinho, esperando uma saída para meus problemas. Acho que nada mais me resta, acho que a morte é a única esperança de que algo possa melhorar. E se não existir uma vida após a morte? E se céu e inferno não passarem de meras crendices?

Não sei o que me aguarda após essa vida, mas sei que estou prestes a descobri – Pensei enquanto abria o veneno e tomava-o até a última gota. Nada mais importava, estava feito e não tinha como voltar atrás, havia encontrado uma saída para aquele sofrimento. Eu preferira morrer ao passar o resto de minha vida sem a pessoa que eu amo, preferira morrer ao invés de não poder amá-la durante todos os dias de minha vida, eu preferira morrer ao simplesmente sobreviver sem ela. Eu a amei da forma mais sincera e pura possível, dediquei anos de minha vida à fazê-la feliz. Aos poucos eu sentia o veneno tomando conta de meu corpo, minha visão estava turva, sentia-me fraco e cai sobre o chão, aos poucos eu sentia minha vida escorrer por minhas mãos, uma última lágrima desceu de meu rosto enquanto eu fechava os olhos e me entregava ao doce encanto da morte.


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