POV SOFI

Poxa, o meu irmão não precisa ter brigado daquele jeito comigo, eu sei que não foi certo eu brincar com as coisas dele, mas precisava ele dar aquele show todo?
Deixa eu me apresentar: Meu nome e Sofia Carter, tenho 8 anos e sou muda. E muitas pessoas tem preconceito comigo mas eu não me importo, afinal se eu sou assim foi Deus quem quis. Eu só me comunico com as pessoas através de gestos ou com a escrita.
Meu irmão Tony brigou comigo, e como eu estava chateada resolvi fugir, por isso agora estou aqui, caminhando sem saber para aonde ir, só sei que andei muito e estou longe de casa, mas nem sei como é que se volta pra casa e estou com medo de nunca mais poder ver meus pais e o Tony.

Estava tão nervosa que sai correndo e chorando que acabei dando de cara com uma arvore, não e uma arvore qualquer, e uma casa na arvore.
Tinha uma escadinha ai eu subi, porque já estava anoitecendo e minha mãe me disse que e muito perigoso criança ficar de noite na rua.
Bom, subi e encontrei uma mini casinha, tinha um sofá velho, uma mesinha de centro com algumas revistas em cima, umas bonecas, uns carrinhos e uma mini geladeira.
Como estava cansada me deitei no sofá e acabei apagando sem me importar com a poeira.

POV SAM

Depois de deixar o babaca lá com as piranhas, fui pra casa e encontrei o Gabe na sala de estar jogando vídeo game. E meu irmãozinho tinha chegado cedo da escola, ele tem sorte!.
– E aí Gabe?- Cumprimentei, e esse era nosso cumprimento.
– E ai ruiva, já chegou?- Perguntou o lesado.
– Não ainda to lá né anta?- Ironizei rindo.
– Muito engraçado. Mamãe ligou e falou que vai voltar tarde da floricultura e disse que o papai foi a um jantar de negócios.- Me avisou.
Assenti e fui pra cozinha, abri a geladeira e bebi água na minha garrafinha do Beckardigas, UE, que foi ninguém nunca teve infância não?
Fechei a geladeira e voltei pra sala, me deitei no outro sofá e fiquei mexendo no facebook pelo celular.

–Sam, sabe aonde tá aquele boneco do Max Steel da minha coleção? E que amanha cada garoto vai trazer a sua coleção de bonecos pra escola e só tá faltando um boneco do Max que eu não sei aonde e que tá- Perguntou Gabe.

– Qual foi a ultima vez que você viu ele?- Perguntei desligando o celular.
– Hum... foi na nossa casa da arvore- Pronto, o anta do meu irmão foi esquecer o bendito boneco logo na casa da arvore.
– Se você esqueceu lá já deve ter virado comida de rato- Inventei uma desculpa para não ter que ir lá com ele.
– Virou nada, e pode vir comigo se não conto para a mamãe que você usou a blusa nova dela e manchou de cloro- o pestinha me ameaçou e não vi outra saída a não ser aceitar.
– Ok vamos lá.- Disse e ele desligou o vídeo game. Peguei meu celular e tranquei a porta já que estava de noite.

Fomos caminhando até que avistamos a casa da arvore. Quanto tempo que não vinha aqui, desde meus 11 anos.
– Vai Gabe, sobe primeiro- Mandei e assim ele fez, subiu e logo depois foi a minha vez.
Acabei de subir e varri com os olhos tudo que agente tinha deixado na casinha.
Uma mini geladeira, a mesinha de centro que agente pegou lá em casa, os nossos brinquedos, um sofá, uma garota dormindo no sofá, um.... Peraí, a gente não deixou uma garota aqui!
– Quem é ela?- Perguntou Gabe apontando para a linda garotinha que estava dormindo levemente no sofá, parecia que tinha chorado?

– E eu que vou saber, não venho aqui desde meus 11 anos, e quando venho encontro uma garota estranha aqui?- perguntei meio confusa.
– Isso não importa, vou procurar meu boneco- Eu acho que esse garoto caiu de cabeça quando era pequeno.
E lá foi o meu irmão revirando tudo e fazendo o maior barulho, nem deu tempo de mandar ele parar com o barulho que a menina acordou.
Ela deu um pulo do sofá e deu dois passos para trás, acho que estava com medo.
– Calma agente não vai fazer mal a você- disse sorrindo e andando ate ela, mas ela recuou.
– Olha meu nome é Samantha, Sam, e esse e o meu irmão Gabe. Nós 2 somos os donos dessa casa da árvore, e o que uma menina tão bela faz aqui sozinha?- Perguntei brincalhona.
A menina de uma gargalhada e eu a acompanhei. Depois ela ficou me encarando e deu um sorriso.
– Qual seu nome?- Eu perguntei e ela não me respondeu, só deu de ombros.- Você é nova aqui?- Perguntei e a menina fez com sim com a cabeça.
– Você é da nova família que se mudou para cá?- Perguntei curiosa e a garota assentiu sorrindo.
– Hum, então acho que seremos vizinhas, porque moro ao lado da sua casa!- Disse e a menina abriu o maior sorriso.
– Bom, dá para vocês pararem com esse momento ''vizinhança'' agora e virem me ajudar a encontrar o meu boneco?- Perguntou o chato do meu irmão e nós duas rimos.
(...)

Depois da garotinha ter achado o boneco que faltava do meu irmão e ele ter pulado que nem uma pulga, voltamos para casa. O caminho todo foi eu perguntando coisas sobre a menina e ela só balançava a cabeça com sim ou não, achei estranho mais deixei pra lá.
Quando chegamos a nossa rua ela apontou para casa ao lado da minha, provavelmente seria a casa dela.
– Sua Casa?- Perguntei e a menina assentiu temerosa.
– Gabe vai andando que eu vou levar ela na casa dela- Disse e o meu irmão se despediu.
Me abaixei ate ficar na altura da menininha na minha frente, ela estava com os olhos lacrimejando.
– O que foi princesa, você discutiu com alguém da sua família?- Perguntei limpando as lagrimas que caiam dos olhinhos dela.
Ela somente assentiu. Me levantei e peguei na mão dela e caminhamos juntas até a porta, a qual eu apertei a campainha e uma senhora que deveria ter a idade da minha mãe abriu. Assim que viu a menina ao meu lado a abraçou e começou a chorar.
– Sofi, querida aonde você estava filha, quase me matou- provavelmente a mulher era a mãe da Sofi?
– Hã, oi eu sou a Samantha a vizinha de vocês e a encontrei de frente a minha casa.- Não gosto de mentir, mas para que complicar a vida da pobre garotinha?

– Há, obrigada querida de verdade, é que o irmão mais velho dela brigou com ela e ela fugiu, e a propósito Janete Carter- Eu não acredito que a Sofi só fugiu por causa desse idiota do irmão dela, nem o conheço mais já sei que ele é um idiota
– Entre querida- a dona Janete pediu e eu entrei pedindo licença.
– Agente estava procurando essa mocinha aqui por todo lugar, ela deu um susto e tanto- Dona Janete disse abraçando a filha.
– Imagino, mas eu tentei descobrir o nome dela e ela não me contou- disse e me arrependi porque a Sofi abaixou a cabeça.
–E que ela é muda- Janete disse
– Hey, você não precisa ficar assim Sofi, se orgulhe por isso, você não e igual a todos você e especial, não tem nenhuma diferença de você ser muda ou não- disse e Sofi levantou a cabeça e me abraçou.
– Ah, e dona Janete diga para o irmão dela que da próxima vez que ele brigar com a minha princesinha e ela fugir de casa, eu venho ate aqui e faço ele engolir as palavras dele ate ele se engasgar- Disse e Dona Janete riu.
– Ok querida, mas dona não, só Janete- Ela disse e eu assenti.
E nesse momento ouvi passos vindo na nossa direção e um garoto abraçando a Sofi.

–Sofi, me desculpa, eu não deveria ter brigado com você me desculpa e nunca mais faça isso- ele deve ser o irmão dela.
Sofi sorriu e Janete disse:
– A nossa vizinha que a encontrou- Ela disse e o garoto se virou pra mim, ótimo porque agora eu posso dar meu recado
– Obrigado e...- Ele parou assim que me viu e eu VI que era o Anthony, não acredito Deus, não disse que ele e meu carma?
– VOCE??- perguntamos nos dois ao mesmo tempo.

– Já se conhecem???- perguntou Janete.
– Sim mãe, ela é a minha guia na escola, e é da minha turma- disse o panaca.
– Ai que bom já são amigos- disse Janete e eu ri.
– Não poderíamos ser considerados amigos nem hoje, nem amanhã, nem nunca Janete- Disse e ela assim como Sofi me olhou confusa.
– Concordo com a ruiva- disse Anthony ai me lembrei que tinha um aviso para ele.
– Olha aqui, não sei como sua mãe e sua irmã podem ser tão legais e você tão... você, mas quero te avisar uma coisa, da próxima vez que você brigar com a Sofia, você vai se ver comigo e reze para eu ter piedade de você, porque ninguém maltrata minha princesinha- disse e deixei um Anthony com boca aberta, uma Janete pensativa e uma Sofia radiante.
– Bom, já vou indo e tchau Sofi, Janete, boa noite- desejei dando um beijo na bochecha de Sofi e abraçando a Janete.
– Boa noite querida e obrigado- Janete disse.
– Não foi nada, tchã disse mas antes de sair Anthony me chamou:
– Samantha, obrigado por ter cuidado da Sofi- disse e eu assenti.

Quando saí dei um sorriso e fui para casa, nem esperei meus pais, nem jantei só tomei um banho, coloquei meu moletom, coloquei meus fones e deixei ser levada pelo mundo do sono!