Chamem os Bombeiros escrita por Juliana Rizzutinho


Capítulo 1
O começo de tudo


Notas iniciais do capítulo

Olá!Bem-vindo(a)à minha comédia original. Pois bem, acredito que você me conheça de outras histórias do fandom Hakushaku to Yousei. Agora é para valer! Essa é uma original! E quem disse mesmo que não escrevo originais? Hum... Agora escutou um cricri cricri?Bora para o primeiro capítulo?



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Ah, que tédio! Essa noite não rendeu nada! Fiquei acordado em busca de diversão e nada! Poxa, nada! Vasculhei cada canto desse lugar. E nada!

Minhas ‘iscas’ não deram as caras! Oh, vou confessar, bem que tentei. Aliás, como tentei! Outro dia, uma daquelas belezuras apareceu por aqui. Tinha os olhos miúdos, uma ginga toda faceira. Andava insinuante e todo com aquele jogo de cintura... Aliás, o corpo inteiro gingava! Uma coisa de louco! Procurei, fui atrás. Mas ela fugiu... Apavorada e assustada! Com um pouco de insistência até consegui tocá-la. E como era gelada. Mas, ela foi mais rápida. Fugiu, correu e se escondeu em um local escuro e tão estreito que não consegui alcançá-la.

Mas, já que hoje o movimento tá parado, o que me resta? Ir até a janela e observar a cidade.

Subo no sofá, bem na beirada, e inclino-me, olhando a janela, lá fora. Imagino que domino toda essa cidade! Onde tudo pode acontecer! Onde tudo é meu!

Um barulho alto. Mau sinal! Minha barriga roncou. Hum... E nossa que som incômodo. De novo, esse foi mais alto!

E cadê aquela estúpida que não acorda? Tenho necessidades também!

Conversar comigo e pedir conselhos ela sabe... Mas daí parar para atender as minhas necessidades? Ela nunca faz isso! Mas, chega de moleza! Vou até o quarto exigir que ela me atenda agora mesmo!

Desço do sofá, mas paro. Tem uma luz acesa no quarto dela? ‘Opa!’

Vou até lá.

Escuto sua voz... Ela está falando no celular. E como fala! E como faz perguntas! Aposto que já vai sair de novo...Oh, a porta vai abrir.”

— Bom-dia, meu amor! O que faz acordado tão cedo? - Digo para meu gato lindo de pelo malhado-acinzentado.

Ernesto joga a cabecinha de lado com graça, deixando-me ver seus adoráveis olhos, um verde e outro azul. Dá uma viradinha para que eu coce a barriga. Estendo meus dedos e faço carinho nele, mas o danado, do nada, me dá uma dentada na mão.

Tá certo! Ele está com fome!

Às vezes acho que esse gato me entende melhor do que imagino. É muito vingativo, até parece uma pessoa. Credo!

Tenho que alimentá-lo e me arrumar para o trabalho. Estou quase em cima da hora, é difícil escolher qual tarefa fazer primeiro. As duas parecem igualmente importantes.

“Ah, meus Deus! Anda logo, Giovanna Strambolli!” – Censuro-me pela indecisão das tarefas.

Não é à toa que aos 26 anos ainda fazem piadas comigo, me chamam de “destrambelhada” e desorganizada. E o destrambelhada não é pelo meu sobrenome esquisito. Como diria minha mãe, é uma característica! Já vem da minha personalidade!

Corro contra o tempo, tenho exatos 45 minutos para dar comida ao Ernesto, tomar um banho e me trocar. Caramba, será que dará tempo ao menos para passar uma maquiagem?

Ando até a cozinha e abro o armário procurando a latinha de comida. Quando acho, procuro logo um abridor. Aí percebo que a embalagem é daquelas de puxar. E olha, isso facilita nossa vida. Mas a tampa danada me corta. Levo o dedo até a boca para estancar o sangue. Mas lá está Ernesto, exigente, miando desesperadamente pelo alimento.

Vou até a área de serviço, lavo a tigelinha de comida e quando volto... Encontro o idiota com o focinho avançando para dentro da lata. Minha paciência está no limite. Nesse momento lembro-me que quando falaram: “ Tem certeza que quer ter um gato? Cachorros são mais gentis e dóceis”. Francamente, devia ter escutado! Mas aí depois que coloco a comida dentro da tigelinha, que felicidade! Ernesto come um bocadinho e mia. Será que ele está me agradecendo?

— Mamãe, vai tomar banho, viu? – aviso para Ernesto.

Você não é minha mãe! É minha ‘dona’! Aliás, humana, eu sou seu dono!”.

Vou para o quarto, dispo meu pijama, faço um coque nos meus cabelos castanhos com uma piranha. Pego a toalha, a touca de banho e parto para o chuveiro.

A água está fria. Caramba, devia ter deixado mais quente! Acontece que ontem à noite estava tão quente, e eu, cansada, me esqueci de virar a chave do chuveiro.

Pois bem, banho tomado, escovo os dentes pensando em que roupa vou colocar. Gostaria de ser como aquela Deusa indiana, Lakshmi! Ela tem mil braços! Daria para fazer mil coisas ao mesmo tempo. Mulher não pensa em mil coisas ao mesmo tempo? Então, qual seria o problema ter mais braços?

Volto o meu pensamento para roupa: precisa ser confortável, afinal vou cobrir uma manifestação, entre as avenidas São João e Ipiranga. Parece poético como  aquela música do Caetano, que no fundo já me falaram que é um plágio da música Ronda. E olha que meu pai sempre bate na mesma tecla: “Caetano não canta nada!”. Mas enfim...

Voltando à manifestação, pelo que meu chefe disse ao celular é uma reintegração de posse que deu errado, muito errado. Parece que os integrantes do MTST, do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto, revidaram quando a PM, responsável pela operação, chegou. E pelo jeito começaram a jogar todo tipo de objetos lá do alto do hotel que eles ocupavam.

“A coisa está tensa! Portanto, vou chamar o Júlio para ir com você”, ele disse. O Júlio... Pois é, o Júlio é aquele típico fotógrafo intrometido. E onde tem fumaça, lá está ele. A intenção do meu chefe é que o rapaz me proteja. Mas se bobear, vou ter que pedir que acendam uma vela para o meu anjo da guarda porque ele adora uma encrenca.

Pronto, figurino definido: calça jeans, tênis, uma blusa descolada e um colar para combinar. Amarro o cabelo em um rabo de cavalo. Penteado prático e facilita se precisar correr... Também se deixá-los soltos, eles armam de tal jeito que ainda irão me chamar de Bozzo. Preciso ser prática, afinal, sou uma repórter de rua! E prometo que ainda me rendo a essa tal de escova progressiva!

Tenho mais dez minutinhos, até que o carro da reportagem esteja lá na portaria do prédio. Dez minutos... Tempo para passar aquelas bases BB (que até agora não entendi o significado. Só sei que a uso só quando estou com pressa), um lápis, rímel, blush cor-de-rosa e um batom salmão. “Até que não ficou tão mal! Pelo menos não fico tão pálida”. Corro para cozinha, pego um suco de caixinha de soja sabor abacaxi e um muffin que minha mãe comprou quando veio me visitar.

— Tchau, meu amor! Mamãe vai trabalhar!

“Vá humana! E me traga mais atum! Daqueles de lata! Vamos!”

Dou um beijo no gato, apanho a minha mochila que contém meus instrumentos de trabalho: como gravador, caderninhos, celular e ipad, assim com carteira, nécessaires e outras necessidades básicas femininas, minha sacolinha com café da manhã “e não vou dar um teco para aquele fotógrafo esfomeado!”, juro a mim mesma.

Fecho a porta e dirijo-me ao elevador. E o sinal sonoro avisa-me, que ele já chegou.


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Notas finais do capítulo

Bem, essa história, diferente das outras que escrevo, ainda não tenho a mínima ideia do que irá ocorrer^^ Todos os capítulos serão calcados em fatos reais, em notícias que tem ocorrido no cotidiano. Aliás... quase todos... Isso porque irão entrar outros personagens. A história está em aberto, garotada o/ Fato inédito dessa autora!
Isso porque tenho costume de escrever tudo e depois postar. E eis que a May Clark me desafiou a trabalhar uma vertente muito legal que é a chick lit! Todo capítulo é um brain storm (oh, falei bonito agora^^)e em que tudo pode acontecer! É nosso estilo "vai de louca e vê o que dá".
E aí, gostou? Então, desde já começo a minha campanha: Faça uma autora feliz, deixe seu review ^^Beijos e até mais