A luz dos meus olhos. escrita por Erin Noble Dracula
P.O.V. Annie.
Hoje os curativos serão retirados e eu espero que tenha dado certo.
Quando o doutor Carslile os tirou eu vi. Eu vi tudo!
—Nossa! Tudo é tão bonito, tão colorido!
Eu tinha que tocar nas coisas para reconhecê-las.
—Isso é uma poltrona.
—Muito bem.
—Uma mesa.
—Ótimo, está reconhecendo o mundo a sua volta.
Eu estava entretida olhando o quarto quando ouço a voz dele.
—Eu trouxe lírios, os seus preferidos.
Quando o vi, foi indescritível. Os olhos dele eram tão azuis que era fascinate, eu não conseguia acreditar, os cabelos pretos e a pele branca completavam o visual.
—Nossa! Você é lindo.
—Obrigado. Você já se viu no espelho?
—Ainda não.
—Olha.
Aquela era eu? Eu sou uma gata!
—Minha nossa! Essa sou eu?
—É sim.
—Eu sou linda!
—Claro que é, é minha filha.
—Mamãe, você é tão diferente de como eu pensava.
—E isso é bom?
—É ótimo.
Todos vieram me ver e eles eram lindos, as roupas deles eram tão diferentes.
Quando o médico me deu alta eles me levaram pra passear e eu vi os carros, os cãezinhos que passeavam no parque, as árvores, os passarinhos, as pessoas.
—É tudo tão bonito!
Eu fiz como minha mãe pediu e depois de experimentar muitas roupas eu mandei boa parte delas para uma instituição de caridade.
Fomos ao shopping e ele era cheio de coisas brilhantes, pessoas e lojas com lindas vitrines.
Quando saímos tivemos que apertar as coisas no porta malas que ficou lotado.
Minha mãe e minhas amigas me ensinaram truques de maquiagem, como fazer chapinha e baby-liss, a fazer as unhas penteados dos mais diversos tipos e formas.
Levou um tempo, mas consegui acertar e pegar o jeito.
—Viu como você ficou bonita?
—Vi, mamãe. Agora eu posso ver tudo.
Senti as lágrimas escorrendo.
—Oh, minha menininha. Você deve ter orgulho de si mesma, é uma guerreira, uma lutadora.
—Eu sei, mas nunca teria conseguido sem você. Eu te amo mamãe.
—Eu também te amo, mais do que tudo.
Nos abraçamos e ela me levou para a escola.
Todos foram muito bondosos comigo e eu os reconheci facilmente.
—Como nos reconheceu?
—Pela voz.
—Boo!
—Oi Luke.
—Mesmo não sendo cega consegue sentir a minha presença?
—Não, consigo sentir seu cheiro.
Todos rimos.
—Que droga!
Mais risadas.
—Pegou tudo o que eu sempre peguei pra você, não falta nada.
—Eu não via, mas sentia o cheiro.
Vi o rosto dos professores, mas não sabia escrever ainda. Minha mãe não tem tempo pra me ensinar, mas as minhas amigas e as freiras do convento lá perto de casa me ensinam bastante coisa. O alfabeto, a escrever meu nome, a fazer contas e tudo mais que eu não consegui aprender por causa da minha cegueira.
—Muito bem, está progredindo bastante. Mais do que eu imaginava.
—Obrigado irmã Marie.
—De nada filha.
A Irmã me levou ao berçário e eu me dispus a tomar conta das crianças todas as tardes, claro que as outras irmãs me ensinaram a trocar fraldas, a segurar os bebês entre outras coisas.
O mundo é um lugar maravilhoso! E as pessoas devem aprender a valorizar o dom que Deus deu a elas. O dom de ver essas coisas lindas.
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