Losing my Humanity escrita por Jae Renald


Capítulo 16
Cap. 15 -- The News


Notas iniciais do capítulo

Gente, um mes... nem demorei né?
Mas sério, mil perdões, milhares de coisas aconteceram que me impediam de escrever...
Primeiro eu me mudei, aí fiquei sem net um tempo, aí meu pc quebrou e eu perdi quase tudo.
Depois q meu curso tá pegado pesado nos trabalhos...
Inspiração tva zero tbm...
Aí eu reli a fic hj e Bam! a ideia pra esse cap veio, espero que gostem...
Novamente, desculpas...



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Dois dias se passaram desde que eu comi de verdade pela primeira vez. Sinto que finalmente abracei minha verdadeira natureza , e acho que finalmente aceitei quem eu sou.
Venho evitando Scott e todos os outros,quase que inconscientemente, porque quando olho pra eles uma parte de mim se sente culpada , e não quero continuar a me sentir assim.
Nesses dois dias, me empenhei completamente por atividades acadêmicas: dever de casa ,trabalhos do semestre. Percebi que ficar adiando minha vida pra ajudar os outros só tem me prejudicando.Não só minhas notas, ou minha reputação,mas todo o resto, incluindo minha relação com meus pais.
Os dois ainda estão fragilizados pelo meu sequestro, apesar de que,frequentemente eu venha lhes assegurando que estou bem, e que não preciso fazer terapia.Talvez minhas ações ultimamente não tenham inspirado confiança, mas estou determinada a me mostrar uma pessoa forte, e talvez eu acabe por me tornar uma.


Num finalzinho de tarde, estou em meu quarto, tentando cumprir minha meta de leitura do colégio,quando meu pais entram de mansinho, com expressões tristes e preocupantes no rosto.
Eu imediatamente percebo que estão prestes a me dizer algo muito ruim.Os dois nunca vem ao mesmo tempo ao meu quarto, a não ser pra termos uma conversa séria de família, ou quando eles tem boas noticias, o que tem sido muio raro nos últimos anos.
–- Querida? -- minha mãe chama desnecessariamente, já que estou sentada de frente à eles, me preparando pscicológicamente pra o que quer que eles tenham a me dizer.Por um momento, penso que eles possam de alguma forma ter descoberto meu segredo, e o pensamento só serve para acelerar meus batimentos cardíacos.
–-Está tudo bem? --pergunto,e me surpreendo em como minha voz sai esganiçada.
–-Vamos te dizer o que está acontecendo, e você tirará suas próprias conclusões --responde meu pai, tentando sorrir.
Mordo meu lábio inferior automaticamente, coisa que eu costumava fazer quando era criança.Minha mãe parece perceber o gesto, e se senta o meu lado na cama, passando as mãos em círculos nas minhas costas.
–-Recebemos a notícia ontem,mas não sabíamos se devíamos te contar ou não.Por isso talvez pareça um pouco em cima, e talvez você não tenha muito tempo pra processar tudo...
–-Podem falar logo, por favor ?-- suplico,detestando o suspense que ronda o cômodo.
–-O Xerife Stilinski nos ligou ontem e nos informou...-- meu pai começa a dizer, e toma uma respiração profunda,passando a mão pelos cabelos levemente grisalhos, como sempre faz quando está nervoso -- Ele nos informou que o rapaz que dividiu a cela com você... Foi liberado pra um enterro.A família dele vai fazer o funeral amanhã pela manhã.
Minha garganta queima.O momento pelo qual eu esperei tanto finalmente havia chegado.Minha última oportunidade de dar adeus a Carter adequadamente chegou.E , depois de todas as pesquisas que eu havia feito, após eu ter ido até a delegacia importunar Parrish, após descobrir o endereço dos pais dele,eu percebi que eu apenas não queria.
Eu não queria conhecer sua família, ir a seu funeral, ou dizer adeus.O que nós passamos juntos me mudou,mas significou o fim pra Carter.É algo que carregarei comigo pra sempre, e eu não tenho certeza de como devo lidar com isso.
Eu suspiro.Achei que quando esse momento chegasse eu ia chorar, reviver todo o momento em que encontrei seu corpo despedaçado,ficar de luto por dias.Mas a única vontade que eu tinha, era esquecer tudo, e seguir em frente.
–-Conversamos bastante sobre o assunto, e percebemos que você é quem deve tomar a decisão --minha mãe diz -- Você quer ir ao funeral desse rapaz Julie?
–-Eu...-- fecho o olhos por um momento, e me vejo naquela cela novamente,vendo o rosto de Carter pela primeira vez -- Eu não posso.Apenas... Acho que não consigo.
–-Estaríamos com você o tempo inteiro, naturalmente-- diz meu pai se sentando na ponta da minha cama,tocando meus pés gentilmente.
–-Não -- balanço minha cabeça negativamente -- Eu não quero ir.
–-Tudo bem -- minha mãe diz -- Não precisa se decidir agora. Se mudar de ideia, estamos do seu lado.Se quiser manter sua decisão, estamos do seu lado também.
–- Eu só espero que você saiba Julie -- meu pai diz ternamente -- Que nós te amamos muito.E que admiramos o quanto você consegue ser forte.
Eu rio involuntariamente.A última coisa da qual eu me chamaria é forte.Meus pais se entreolham, preocupados. Eu suspiro, e digo:
–-Posso ficar sozinha por favor?
Eles se surpreendem com o pedido.Desde que saí do cativeiro,eu sempre apreciei ter alguém por perto, porque ficar sozinha me atormentava.Eu nunca tinha recusado companhia até então.
–-Talvez não seja uma boa ideia querida-- minha mãe diz
–-Estou meio cansada -- minto -- Quero dormir logo.
Eles se entreolham,admirados novamente.Já havia ficado claro que eu desenvolvi insonia.Eles constantemente ouviam meus passos pela casa durante a noite, e me pegavam dormindo durante o dia.
–-Tudo bem -- diz meu pai, chamando minha mãe com o olhar --Mas se precisar de nós , pra qualquer coisa, nos chame imediatamente.
–-Eu vou -- minto -- Boa noite.Eu amo voces.
Eles beijam o topo da minha cabeça,e se vão.
.......................................................................................................................
Na manhã seguinte, eu mantenho minha decisão.Meus pais parecem especialmente preocupados, e eu tenho agir o mais normalmente que consigo, até mesmo forçando um café da manhã “normal” pra deixá-los mais tranquilos.
No colégio, Stiles vem me prestar condolências,mas abrevio a conversa e me mantenho afastada como nos últimos dias.Isaac conversa normalmente comigo na aula de química, e não parece estar ciente de nada.Agradeço mentalmente por isso.

No fim do dia, ao invés de ir para casa, me pego vagueando pela cidade,me aproximando do cemitério cada vez mais.
Finalmente eu o alcanço, e caminho por entre as dezenas de lápides,até o momento que encontro uma lápide com aspecto de nova, e terra remexida recentemente.Nela,está escrito:


“CARTER F. GOLD
1990-2014
AMADO FILHO, SOLDADO HONRADO”

Encaro as palavras e percebo que estou encarando o túmulo de uma pessoa praticamente estranha.Eu não sei nada sobre Carter.Nada sobre sua vida, ou sobre quem ele era, ou como ele agia.Então por que eu estou tão triste por sua morte?! Ou por que eu sinto tanto sua falta?!
Não poderíamos ter nos conhecido em uma situação pior.E mesmo assim,eu me afeiçoei a ele, e o considerei meu amigo.
Me sento perto da lápide , e observo os cravos dispostos em sua memória.Sinto minha garganta se fechar num nó, e me permito chorar.
Após se passar o que parece longos minutos, eu começo a falar:
–-Ei amigo, aqui estamos nós de novo,sozinhos.
Eu sabia que estava falando com um monte de cimento e terra,mas não me importei, e continuei a falar,deixando minhas lágrimas molhar a gola da minha camisa.
–-Eu sinto sua falta sabe? Você salvou minha vida.Sinto tanto por não ter retribuído o favor...
Meu peito estava apertado, e meu choro era baixo, constante.
–- Eu realmente queria ter te conhecido direito.Seriamos bons amigos.Ou talvez não, considerando como minha vida é complicada.
Me calo por alguns minutos, e considero a possibilidade de voltar pra casa.Mas percebo que havia algo que queria dizer.Algo que nunca disse em voz alta.
–-Eu...Eu descobri o que nos colocou naquela cela.Era um wendigo.Mas não se preocupe, eu o matei.
Emito um som que se parece com uma risada, e um engasgo ao mesmo tempo.
–-Eu sou um deles agora.Uma wendigo.
Noto que estava enfiando as mãos na terra.Começo a limpa-las na calça e me levanto, cambaleando um pouco, lembrando da mordida que uma vez recebi.Por um momento,me senti como no momento que acordei sozinha naquela cela.As lágrimas caíram mais rapidamente pelo meu rosto, e eu me senti completamente triste.Como se cada célula do meu corpo estivesse de luto.
Trocando de peso de uma perna pra outra, eu digo:
–-Bom falar com você também amigo.Descanse em paz.
........................................................
Me pego caminhando novamente pela cidade, e mais uma vez, meus pés não me conduzem pra casa.
Entro no prédio, e bato na grossa porta de correr,mas não é o Hale que eu esperava que abre a porta.
–- Argh -- Peter diz,ao notar meu rosto molhado e a sujeira na minha roupa -- Você foi sequestrada de novo, ou algo do tipo?
Encaro seus olhos azuis por um tempo, e chego a conclusão de que eu não sabia por que estava ali.
–-Eu vou fechar a porta nos próximos 10 segundos se você não se pronunciar -- ele diz impaciente.
–-Posso entrar? -- digo sem conseguir pensar em mais nada.

Eu sinto sua falta, oh eu sinto sua falta

Eu vou precisar de você mais e mais a cada dia

Eu sinto sua falta, mais do que palavras podem dizer

Mais do que palavras jamais poderão dizer


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Notas finais do capítulo

perdão pela falta do travessão, é q to com um notebook abençoado aqui e ele não me obedece...
espero que vcs não tenham me abandonando :(

o texto no final é o refrao dessa musica aqui:
http://www.vagalume.com.br/haddaway/i-miss-you-traducao.html



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