Memórias mortas. escrita por Val-sensei


Capítulo 1
Pesadelo.




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Ele corria em um deserto extremamente quente, o sol com seus raios que pareciam estar mais próximos da Terra o castigando como se fosse todo o liquido do seu corpo. Sua pele já bem morena pelo mesmo, seu rosto suado e cansado, sua visão turva e desgastada. Foi quando ele olhou para trás e viu aquela pessoa correndo atrás dele sem a sua cabeça, a segurando em uma de suas mãos como se fosse um zumbi em busca de uma resposta de algo que ele não tinha.

Sentiu saudade da sua terra natal ao correr naquela imensidão de areia meio esbranquiçada, com alguns cactos espalhados bem distante um do outro, o calor latente castigando com junto com a sequidão do local. E sua cidade comparada ao local que estava era fria, tinha neblina sempre que os dias eram mais chuvosos. Já ali naquele deserto era demasiado quente, tanto que ele achava que estava com alucinações.

Ele continuava a correr, e quanto mais ele corria mais Máscara sentia calor, sentia sede e o suor escorria pelo seu rosto. Quanto mais Máscara da Morte corria sem a sua armadura é claro, mais ele era seguido por aquela pessoa.

Máscara vira e mexe olhava para trás e lá estava ela com a cabeça em uma de suas mãos e o corpo correndo sem a mesma, como se tivesse caçando o cavalheiro de câncer, como se quisesse o amedrontar de uma morte que ele causou há alguns anos.

A mente do assassino trabalhava de uma forma diferente agora, achando que a pessoa era apenas uma alucinação de sua mente cansada e castigada pelo sol daquele deserto.

Não sabia exatamente onde era, mas possivelmente estava no deserto do Saara ou próximo disso.

Então já cansado e com sede ele dá uma parada tentando recuperar o fôlego. O sol quente do deserto o deixando com a visão turva, quase tendo uma miragem. E quando ele olha para trás lá estava o individuo parado, o encarando com os olhos de peixe morto, os fios de cabelo preso em seus dedos finos e mostrando cada pedaço de osso e o pescoço com o sinal do golpe de mascara da morte, parecendo um zumbi que voltou apenas para atormentá-lo e de seus lábios saiu algumas palavras:

- Por que você me matou? Por quê? - os lábios esbranquiçados sem cor se moveram, a voz saiu entrecortada e apavorante, os olhos se moviam levemente e a sua cor era branca e sem vida.

– Eu nunca fiz mal a você, eu juro – e com essas palavras ele acorda ofegante, suado e olhando para todos os lados em sua casa.

Senta em sua cama e viu algumas cabeças em cima de uma cômoda, onde ele penteava os cabelos sedosos das mesmas.

Diante da sua cama está a sua armadura guardada dentro da caixa reluzente de ouro em um canto do quarto. A constelação de câncer sobre a sua cabeça dando certa luminosidade ao seu quarto.

Suspirou fundo ao ver que era mais um pesadelo, jogou as cobertas para o lado, se levantou e caminhou até o banheiro. Parou diante da pia, abriu a torneira, estendeu as mãos diante da mesma e jogou a água em seu rosto.

“Quantas mortes mesmo?” Ele pensou consigo mesmo.

Nem se lembrava mais, já que desde que foi acolhido pelo santuário, treinado para matar, esquartejar e gerenciar as portas do mundo e submundo, ele perdera a conta de quantas pessoas haviam morrido pelo seu golpe ficado apenas as suas cabeças e caído no buraco do inferno. Mas aquela pessoa, a aquela pessoa sempre lhe aparecia em pesadelos perguntando o motivo dele o ter matado.

Isso quando não tinha a sensação de vê-lo rondando pela a sua casa.

- Isso está parecendo pior – ele sussurra consigo mesmo.

Tentou buscar em sua mente o motivo do assassinado daquela pessoa, então sua memória voltou ao passado:

Ele odiava lembrar-se do passado, mas queria responder aquela pergunta que aquela pessoa fizera a ele.

"Por que eu quero responder a pergunta daquela pessoa?" Perguntou-se em pensamento.

Talvez fosse para se livrar daqueles pesadelos carregados de terror que tentavam o assustar.

Voltou a olhar-se no espelho e buscou em sua mente desde o inicio de sua jornada em sua cidade natal.

*****

"Bérgamo umacomunidade italianadaregião da Lombardia, capital daprovíncia homônima, onde Berdinard havia nascido.

Aquele menino de cabelos azuis e pequeno nasceu ali naquela humilde cidadela. Com o passar do tempo cresceu em meio às ruas carregadas de neblinas, cheias de grandes prédios no estilo europeu, desenhados pelos grandes arquitetos da época, sem falar que correr em dias de chuva era o dia preferido por aquele menino.

Ele sempre corria acompanhado de uma garota loira de olhos azuis, que era a sua companheira em suas brincadeiras e naquelas ruas estreitas, desenhadas por paralelepípedos da época, era onde os dois se divertiam fazendo as suas travessuras e criancices. Era sempre assim, até que um dia a sua cidade fora invadida por saqueadores perversos e sanguinários, que matavam para poder roubar.

Ele viu algumas casas pegando fogo, outras onde aqueles saqueadores retiravam as pessoas de dentro das casas e as matavam sem dó nem piedade, para depois jogar os corpos no mar e tirar todo o bem material que eles tinham e colocar em suas carroças.

Ele fechou o cenho e olhou com raiva àqueles ladrões perversos, mas sem que eles o notasse. Foi quando a garotinha veio correndo em sua direção e chorando o abraçou. Ele correspondeu e a olhou esperando que ela falasse:

- Berdinard temos que sair daqui - ela chorava e olhava assustada. Ele viu sangue em suas roupas.

- Não sem os meus pais - ele correu abraçado a ela até a sua casa, mas quando chegou lá, viu alguns homens atirarem a queima roupa nos seus pais.

Berdinard sentiu um poder envolver ele por completo e no seu dedo formar uma áurea branca e ele cego de raiva lançou em direção aos homens sem dó nem piedade, seus corpos sumiram e suas cabeças caíram no chão saindo sangue pelo pescoço cortado.

- AAAA!!! - a voz feminina gritou mais assustada ainda.

- Vamos Pietra, temos que fugir daqui! - o garoto agarrou a mão da garota e saiu correndo sem rumo e se escondendo dos saqueadores até parar em Veneza, que não era muito longe da cidade deles.

Pararam de trás de um exuberante prédio colocaram as mãos no joelho e buscaram o ar. Berdinard relembrou a cena e deixou algumas lágrimas escorrerem de seus olhos.

- O que você fez com aqueles caras, Bernard? - ela perguntou ainda suja de fuligem e sangue.

Berdinard estava pior que ela, suspirou fundo tentando se lembrar o que aconteceu, a olhou com o olhar perdido, mas ele não sabia.

- Eu não sei... - ele olhou para ela com os olhos marejados de água e colocou o rosto entre os braços e seus joelhos, ele chorou como um garoto de dez anos choraria com a morte dos seus pais e com o ocorrido naquela hora com os saqueadores.

A garota passou a mão no cabelo azul e espetado dele tentando acalmar e o confortar, mas nada ajudava, pois ela mesma sentia-se desamparada e também chorava, pois seus pais também haviam morrido pelas mãos daqueles homens sanguinários.

Depois de alguns minutos de consolo, o garoto se levanta, limpa as lágrimas de seus olhos e diz:

- Melhor partirmos ou seremos pegos pelas autoridades e mandados para o orfanato.

- Você tem razão! - ela segurou a mão dele e eles começaram a caminhar.

Mas logo encontraram um homem alto, de cabelos dourados e compridos até a sua cintura, com dois pontinhos que ficavam no lugar da sobrancelha, uma armadura dourada com uma espécie de dois chifres que se destacavam sobre os seus ombros, chamando a atenção deles e olhou para os garotos com um leve sorriso. .

Os garotos também olhavam boquiabertos para a figura adulta em frente a eles.

- Corre Pietra - Berdinard pegou a mão da garota e começou a correr, mas aquele homem se tele portou para frente deles e eles trombaram com ele.

- De quem era aquele cosmo?- perguntou para os garotos sentados no chão o olhando.

- Que cosmo? - perguntou Berdinard o encarando e se levantando.

Passou a mão no seu bumbum para limpar a poeira e Pietra fez o mesmo.

- Cosmo é uma energia que emana de sua áurea para você se defender de algo.

-Foi ele! - apontou a garota para o menino.

- DEIXA DE SER DEDO DURO PIETRA! - ele gritou com ela nervoso. - Eu já disse que eu não sei o que aconteceu... - as lágrimas voltaram em seus olhos.

- Então é você mesmo que eu estou procurando - Shion abaixa na altura do menino. - Você será o cavalheiro de ouro de câncer que servirá a deusa Atena com a sua vida.

- Que? - ele não entendia.

- Apenas venha comigo - ele olhou o rapaz com carinho.

- Ela pode vir? - apontou para a garota.

- Não, ela não tem o poder que precisamos.

- Então não vou - ele cruzou os bracinhos e fez uma cara séria e brava.

Shion sorriu, pois sabia que aquele garoto lembrava o seu sucessor, marrento e possivelmente um fugitivo de suas obrigações.

- Se ela vier não poderá ficar junto com você, terá que ficar no treinamento com ás amazonas.

- Com quem? - ela perguntou curiosa erguendo a sobrancelha direita.

- Com as amazonas - ela não entendeu, mas preferiu não perguntar de novo.

Shion os tele portou e assim que apareceu a ilha de Sicilia explicou tim tim por tim tim depois de ter se apresentando a eles.

Berdinard ficou boquiaberto e viu a sua amiga seguir com o cavaleiro.

- Ei Pietra, não vai se despedir? - ele perguntou a olhando.

Ela apenas sorriu e seguiu Shion sumindo logo em seguida com o tele transporte dele.

Berdinard ficou sozinho ali parado olhando para o nada, quando em sua frente ele viu os caras que ele matou em sua cidade natal.

Assustou-se e saiu correndo para onde tinha gente.

Viu alguns meninos treinando duramente com armaduras de ouro. Aqueles treinos eram assustadores, procurou alguém para fazer amizade, mas todos pareciam sérios de mais e fechados de mais para isso.

Seguiu por um corredor que dava acesso a varias portas e viu um dos quartos vários, entrou e deitou em um futtum meio velho, suspirou fundo e se sentiu sozinho.

- Pietra... - abraçou a si mesmo e adormeceu.

Ele olhou no espelho, suspirou fundo, se lembrar daquela infância era dura de mais para ele.

Saiu do banheiro e encontrou um homem de cabelos longos e azuis turquesas com uma pinta perto dos lábios.

- Também não consegue dormir Afrodite?

- Vi as luzes da sua casa acessa e me preocupei, tem algum problema Máscara da Morte?

- Estou vendo uma pessoa que eu matei...

- Isso não é novidade.

- Deixa de piadinhas idiotas - ele falou com certa raiva.

- Tá, ta, mas me conta como essa "assombração" aparece? - fez aspas com os dedos.

- Ela aparece em meus sonhos, na minha frente e me perguntando por que eu a matei - ele viu o seu companheiro sentar-se ao lado dele.

- Os fantasmas estão lhe assombrando mesmo em? - riu o pisciano.

- É sério Flô - ele o encarou.

- Não me dê esse apelido idiota.

Máscara da morte sorriu, mas depois voltou a ficar sério.

- Isso nunca havia acontecido antes, Afrodite, ninguém apareceu para mim assim - ele o olhou e seus olhos eram de medo, receio, culpa, nem o próprio canceriano entendia o que se passava dentro de si.

- Vá descansar meu amigo, amanhã vemos isso melhor.

Máscara suspirou fundo e viu o amigo sair e suas lembranças ainda queriam buscar a resposta para aquela pergunta.

"Por que me matou?"

- Por que eu a matei? - se perguntou em silêncio e encostou a cabeça na cabeceira da cama pensando em como buscar aquelas memórias.


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