Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 21
Epílogo




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Epílogo

Quando Annabeth voltou seus olhos acinzentados para o centro daquele salão inexplicavelmente mudo e silencioso, não encontrou mais aqueles que por anos foram sua família. “Eles ainda são minha família” pensou com raiva daquele pensamento depressivo. “Só não vou vê-los por um tempo”. Seus olhos encheram-se de lágrimas pensando no Romeu e sua Julieta nascidos no século 21 com sangue divino. Perseu estava no mesmo estado que ela, as Caçadoras, Grover, até Nico que tinha mais chances de vê-la.

Então a ruiva prestou mais atenção para o lugar onde antes estivaram os três. Rachel franziu o cenho e em passos lentos, surpreendendo a todos, chegou ao centro do salão. Ajoelhando-se ela encontrou o que procurava: aquele medalhão que antes guardara as cinco partes da fragmentada alma estava ali. Quando ela pegou em suas mãos claras, o objeto esquentou e ela conseguiu compreender o que eram aqueles desenhos, aquelas runas: eram juras de amor, promessas e palavras de carinho, amizade, eram as preces por aquela alma que se partira.

Então o mundo parou. Tudo e todos congelaram no mesmo lugar incluindo os doze olimpianos. Mas Rachel não. Ainda com o colar, com o medalhão em mãos observou as cinco Thalias tomarem forma em um círculo ao seu redor. Todas sorriam... Então vagarosamente uniram-se, fundindo-se em uma só até restar apenas aquela moça que Rachel vira segundos atrás desaparecer junto ao seu amado.

–Você está mesmo morta? – perguntou melancólica, os olhos marejados. Thalia apenas sorriu e tentou acariciar o rosto da amiga, mas sua mão a transpassou; a ruiva sentiu apenas uma suave e quente brisa.

–Estou, mas não se preocupe comigo. Estou bem. Estou feliz.

–Mas o que nós fizemos... Sua alma...

–Minha alma está inteira graças aos sacrifícios de todos vocês que me ajudaram a vencer meus demônios. Era obrigação minha vencê-los e ao invés disso me permiti despedaçar. A filha de Zeus não pode ser fraca assim.

–Você não é fraca! – Rachel disso quase revoltada – É a semideusa mais forte que jamais conhecemos. – ela chorou então; ali na frente da Filha de Zeus que não podia consolá-la. – Você apenas despedaçou-se...

–Minha alma despedaçou-se por amor. – a calma e a ternura na voz dela acalmaram a ruiva – Não me envergonho disso; é o que mais tenho orgulho. Mas os meus demônios os feriram tanto! – lamentou Thalia.

–Não precisa se preocupar – Rachel então percebeu – Agora percebo o porquê de tudo! Nós nos esquecemos nossas próprias lutas e esquecemos o valor que uma paixão tem em nossas almas. Só posso pedir seu perdão e agradecê-la pela lição que sua vida nos deu.

O sorriso de Thalia encheu a ruiva de alegria.

–Guarde o amuleto. Ele é a prova do que passaram. Não deixe o mundo esquecer o que todos nós vivemos.

–Não vou permitir que sua história de amor seja esquecida.

–Viver vale à pena, Rachel. Mas, as vezes, morrer também vale.

Então como se nada daquilo tivesse acontecido, a imagem de Thalia sumiu e todos voltaram as suas posições normais. Os únicos que perceberam que acontecera algo foram Hades e Nico. O menino sorrira para Rachel confortando-a.

Ártemis e Apolo instigaram a festa a continuar, pois o casal estava finalmente e completamente feliz, juntos. No meio daquela festa tão alegre e melancólica, Nico prendia o medalhão no pescoço de Rachel.

[...]

No Mundo Inferior as almas sentiram os eventos com intensidade e grande alívio. Mesmo as almas penadas dos Campos da Punição sentiram a agonia diminuir, deixando suas punições até mais leves. Cronos fora ainda mais despedaçado e Éris estava novamente aprisionada na mitológica maçã dourada. O mundo inteiro estava voltando ao normal, voltava aos eixos.

–Charles – chamou Silena com a voz suave olhando para longe – Luke sumiu sem nos dar explicações, o que acha que aconteceu?

–Não tenho certeza – respondeu intrigado com o que via ao longe no início dos Campos Elíseos, nos portões onde as flores começavam a brotar. Então inexplicavelmente sorriu – Sil, se lembra do que perguntou ao Luke antes de toda essa confusão?

–Por quem o coração dele já tinha disparado, não foi?

–Já encontrei sua resposta.

Silena virou-se com rapidez e interesse aproximando-se de onde o namorado estava, ele abraçou-a e juntos sorriram. De mãos dadas, em lindos e chiques trajes, dando passos lentos vinham Luke Castellan e Thalia Grace.

–Quer saber? – ela disse olhando apaixonada para Charles – Eu acho que eles têm uma história para nos contar.

–Ah é?

–Sim – disse de forma manhosa observando aquele lindo casal se aproximar; ela suspirou, pois sabia estar vendo um conto de fadas real – Uma história talvez já conhecida, atemporal. – Charles observava com interesse a romântica incurável.

–E sobre o que seria essa história?

Afinal, ela sabia que existia a reencarnação, o nascer de novo. Eles não eram outros se não Julieta e seu Romeu. Talvez, dentro de alguns anos, viessem a renascer de novo para relembrar o mundo que o amor é uma forma imortal.

Sim.

Eles dois sempre foram imortais.

Silena tinha na face um sorriso lindo, brilhante e sereno. Charles envolveu-a com os braços trazendo-a para perto, para um possível beijo então repetiu a pergunta. A resposta era óbvia, mas ele ainda sim queria ouvir.

–Perda... Lutas... Sacrifícios... Amor.


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Notas finais do capítulo

Preciso agradecer cada comentário, cada recomendação, cada um que acompanhou e favoritou e aqueles que apreciaram em silêncio. Muito obrigada por darem uma chance a minha fanfic =')