Despedaçada escrita por GiGihh


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

E depois de um mês eu volto para dizer oi!



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Capítulo treze –

–Eu queria te dar todo o carinho que você merece ter – estavam sentados nos balanços de um parquinho abandonado pela ameaça de uma tempestade. O menino nunca teve nada contra a chuva, mas agora a amava por fazer tão bem a menina ao seu lado. Thalia esboçou um sorriso tímido e virou o rosto tentando esconder as bochechas ruborizadas.

Eles já haviam se beijado mais algumas vezes desde a primeira vez no lago em Montana, mas para ela tudo ainda era muito novo e diferente. Por mais que amasse quando ele a olhava, se intimidava por aquela pressão.

–Eu também queria te dar, Luke – sussurrou em resposta. Um raio cortou o céu. As folhas das árvores balançavam tão rápido que pareciam desesperadas para fugir. Para os dois jovens, elas apenas dançavam. – Te daria tudo. – o som do trovão quase abafou sua voz.

Seus cabelos voam de um modo hipnotizante – parecia coisa de filme – Luke pensou. Estava nervoso e ansioso. O peito não conseguia conter os batimentos de seu agitado coração. Ela olhava-o com sua expressão mais serena – mesmo assim ainda tão misteriosa – que chegou a pensar perder o chão. De fato ele havia tirado os pés do chão e não notara.

–Lia, eu... – levantou-se e se ajoelhou na frente da menina tão surpresa quanto ansiosa. Ele tirou do bolso um anel de prata simples e que refletiu o raio seguinte. Para qualquer adulto que observasse a cena – infelizmente, não havia nenhum – reconheceria o anel como um anel de compromisso. Luke havia roubado da mãe que por sua vez herdara o par dos avôs do garoto – Eram dois, mas eu vendi um e... – ele estava intimidado; se Thalia se achava desconfortável quanto ele olhava para ela, o inverso era ainda mais surpreendente. Luke quase não conseguia falar. O trovão seguinte foi um estrondo forte e longo, como se o próprio Zeus o repreendesse pelo o que planejava fazer. Colocou o circulo de prato no dedo anelar direito da moça – Queria que isso representasse, que mostrasse que o que temos é...

Ele fechou os olhos; constrangido.

–Eu te amo, Castellan. – ela sussurrou fazendo com que ele abrisse os olhos – Seja lá o que amor signifique, eu te amo. – ela pulou do balanço e Luke ergueu-a nos braços enquanto sua namorada e, quem sabe num futuro nem tão distante, sua noiva o envolvia pelo pescoço e lhe beijava toda a extensão de seu rosto. – Eu te amo. Te amo, te amo, te amo...

As primeiras gotas de chuva caíram pesadas e gordas como nunca se viu como se o pai chorasse a perda filha que nunca chegara a realmente conhecer.

–O anel... – ele tentou se explicar mais uma vez.

–Ele representa tudo. – ela sorria de uma maneira tão doce que o encantava. Seus cabelos tornavam-se um véu negro que lhe grudavam nas costas e no rosto. Os dele se derretiam e lhe cobriam a testa – Eu prometo que nunca vou tirá-lo enquanto eu amar você.

–Eu prometo te amar, Thalia, até que o infinito se torne finito.

E beijou-a.

A mensagem de Iris mostrava o corpo de sua Thalia. Luke olhava quase sem piscar para o pequeno e quase insignificante anel. A lembrança o invadia e o preenchi o fazendo sorrir por entre lágrimas. Devia ter percebido muito antes que ela nunca o tirara.

A mensagem foi se diluindo e com ela o sorriso de Luke. Seu pulso se encontrava rasgado, rubro, escarlate, entretanto ele mal sentia que perdia algo de importância vital. Não tinha consciência de que ia manchando a grama em seu caminho... E não sabia para onde ir.

Queria desesperadamente poder dormir, mas sabia que se fechasse os olhos não iria querer acordar. Tinha quase cem por cento de certeza de que, ao adormecer, ele a veria e isso apenas o iludiria. Mas não resistiu. Os cortes foram fundos, seus ferimentos não estavam cicatrizados e o cansaço o consumia; adormeceu na relva verde e macia, lentamente manchada de vermelho...

Ele sabia que aquilo não era simplesmente um sonho. Reconhecia o lugar, reconhecia muito bem. Era um ferro-velho. Ele se lembrava de “lutar” com Thalia ali. Subiam nos carros, escalavam algumas vigas sempre treinando para quando os monstros resolvessem chegar. Sobre um mustang ela estava lá, com o mesmo short jeans curto e a mesma regata justa do Green Day que ele lembrava ter visto no motel. Seus cabelos escuros voavam e seu sorriso era mistério e sedução ao qual Luke quase não pode resistir. Ele aproximou-se com cautela e olhou para cima. De pé sobre o teto do carro velho ela parecia ainda mais linda e cada vez mais inalcançável.

–Lia... – seu sussurro era sofrido e quase se perdeu no vento. Ela desceu para o capô, ainda de pé. Continuava alta, mas agora estava bem mais próxima.

–Por que continua com isso? – ela olhava para o pulso do menino, apenas avermelhado no sonho sendo que o corpo real sangrava bastante sobre a grama. – Isso dói mais em mim do que em você.

–Eu não quero que sinta dor. – falou angustiado. Devagar, Thalia se jogou nos braços dele, agarrando-se ao pescoço do loiro e envolvendo uma de suas pernas na cintura do mesmo. Castellan delicadamente a pôs no chão, mas sem afastá-la. Sua mão subiu pela cintura dela, contornando a lateral do corpo chagando a roçar na curva do seio; Thalia fechou os olhos e suspirou enquanto o homem em Luke queria desesperadamente remover aquele pedaço de pano agarrado aquele corpo com perfeição. – Quero que sinta prazer. E apenas prazer... – ela beijou-o. Um beijo com muito pouca inocência. Havia muito Luke queria terminar aquele sonho que ele próprio parou no motel.

A moça guiou a mão do nosso herói para a barra de sua blusa e deixou que ele assumisse dali; pegando bem a dica, Luke não perdeu tempo: sua mão grossa marcada por calos, quase áspera pressionava a pele macia, fina e morna de Thalia e ia subindo até encontrar o seio ainda coberto pelo sutiã. Pressionou a mão quase com força sem se importar com a peça que impedia o verdadeiro toque. Thalia gemeu e mordeu-lhe o lábio.

Luke abriu a porta do carro e colocou Thalia deitada sobre o banco, se colocando sobre ela tirou-lhe a blusa de uma forma rápida demais para que os olhos percebessem. Dessa vez, desceu os beijos por todo o colo da menina que entrelaçava seus dedos nos cabelos cor de areia, chamando o pelo nome em gemidos baixinhos e sedutores que envolviam Castellan e o prendiam a ela.

Sem que notasse, ele também estava sem camisa. As mãos de Thalia passeavam por suas costas, arranhando-o, pressionando-o contra ela.

–Luke... – sua voz era toda paixão e desejo; envolvente, porém tristonha – Luke, eu preciso que você... Preciso... – puxando-o para que olhasse em seus olhos elétricos e apaixonados – Você tem que acordar.

–Mas, Lia...

–Eu não tenho muito tempo, Luke! Nem como lembrança. – ele pode ver o medo nos olhos dela por meio segundo – Eu te quero, quero muito, muito mais do que deveria. – apertou-o contra si, enquanto ele lhe mordia o pescoço; Thalia gemeu em prazer.

–Onde eu posso encontrá-la? Sua última parte?

–Você ainda não percebeu? – suspirando, ela acariciou o rosto acima do seu – Você sabe. Só está cego perante sua dor. Você sabe o que fazer para me encontrar... Traga-me de volta, Luke. Da próxima vez serei inteira e minha pele será quente.

Quando piscou viu, não sua Thalia, mas Leoni, a cigana que lhe ajudara tanto. Os cabelos longos, grossos e pesados, loiros como a juba de um leão, os olhos incrivelmente ferozes. A saia colorida voava, assim como as tiras de sua blusa. Estavam ambos de pé no topo de um monte.

–Você esqueceu o que lhe disse, senhor Castellan.

–Não...

–Não foi uma pergunta. Cinco partes como o pentagrama. Você encontrou quatro dos cinco elementos, quatro das cinco partes dela. E o último?

–O espírito.

–Contei-lhe sobre os amantes, sobre a diferença entre os termos paixão e amor, contei ainda a essência da vela roxa. Não posso falar tudo. Você tem que descobrir e relembrar sozinho.

–O que? Diga-me...

Abriu os olhos, espantado, suando, tremendo e ofegando. Sabia estar realmente acordado, mas não estava na grama, tão pouco no ferro-velho. Estava no interior de uma van, a cabeça apoiada no colo de Annabeth enquanto Rachel, com um pano molhado, limpava o ferimento do pulso.

–Seu estúpido! Acha que assim vai conseguir ajudar Thalia? – Annabeth só não batia nele, pois doeria mais nela própria.

–Onde estamos indo? – perguntou Castellan ignorando a fúria na pergunta anterior.

–NY.

–Por que lá?

–O esquife de Thalia está lá.

–Quem disse isso?

–A última guardiã de Thalia.

Luke sentou-se ereto, o peito disparando como nunca antes. Sentia medo no peito e certeza no coração.

–Não. Thalia não está em NY. – falou com convicção.

–Luke, olhe...

–Não, Amber. Escute. Ela está perto, mas não está na cidade.

–Você está ouvindo o que está dizendo? – Dália balançava a cabeça.

–O garoto está certo. – a voz assustou a todos, fazendo inclusive Priscila e Rachel soltarem o mais abafado dos gritos. Grover pisou bruscamente no frio e virou-se para trás – Continue o caminho, bravo sátiro. Não temos tempo.

–O-oooo O que você...?

A figura prateada de Thanatos estremeceu, depois se tornou sólida.

–Fui mandado. A deusa esconde o corpo da filha de Zeus bem próximo a cidade, mas um pequeno bosque. Não percam tempo com perguntas tolas; vocês precisam da última Thalia.

[...]

Eles andavam penosamente por uma densa mata, seguidos de perto pelo “anjo prateado” como Rachel veio a apelidá-lo depois em seus pensamentos. Estavam próximos de acordo com as instruções secas do deus.

–Não encontramos a última parte dela. De que adianta encontrar o corpo? – Nico perguntou afastando um inseto com a mão.

–Luke, quais eram as partes do pentagrama? – Annabeth falou enquanto franzia o cenho; estava tendo uma ideia, um pensamento adorável.

–São os cinco elementos.

–Água, terra, fogo, ar e espírito – a loira parou de andar – Inocência, coragem, raiva, ternura e amor.

–É isso. – Luke olhava-a cansado. Doía nele não saber o que fazer com aquelas informações.

–Nós demos a volta no país passando pelos quatro pontos cardeais. Sobraram apenas o Espírito e o Amor para serem encontrados e... – a filha de Atena parou estática; o rosto adquirindo a expressão do mais puro choque. Revia os momentos de sua infância, sua infância com Luke e Thalia, mas os revia com cuidado e atenção, revendo também os dramas atuais a menina ofegou – Seu imprestável! Imbecil! – ela xingava o antigo traidor ao mesmo tempo em que lhe desferia diversos tapas.

–Ai... Annabeth... Annie, isso dói! – o homem se encolhia enquanto Perseu tentava acalmar sua namorada raivosa.

–Annie?

–Ela esteve conosco o tempo todo. O tempo todo! E Luke não fez nada! – os olhos cinzentos estavam úmidos de lágrimas de alívio e de raiva.

–Do que diabos você está falando? – Dália expressou todo o seu descontentamento na fala.

–De Thalia!

–Annabeth, você tomou sol de mais, perdeu sangue demais e...

–Por que a alma dela se partiu? Já se perguntaram? – a loira gesticulava muito enquanto falava – Sabem em que dia foi aquela tempestade anormal?

–Ah... Não. – Grover admitiu. Annabeth voltou seus olhos para Perseu.

–Era seu aniversário. – voltou os olhos cinzentos para Luke – Exato um ano desde que você morreu, Luke. Será possível que não percebeu ainda? Ou você ainda quer manter em segredo o que sentiam antes de ela virar um pinheiro?

Luke compreendeu onde ela queria chegar. Os outros foram compreendendo aos poucos, raciocinando e revendo o comportamento dos dois no último ano. A menina continuou a falar;

–Você nunca morreu para ela, entende? Parte sua sempre viveu e vivera dentro dela e... O mesmo aconteceu com você. O Espírito ou o Amor ao qual a profecia e o pentagrama falavam...

–Sempre esteve com você – todos deram um pulo ao ouvir aquela voz que se referia tão claramente a Luke – Mas, como eu já lhe disse, você estava cego demais.

–Você... – Luke olhava para ela e não sabia se sorria ou se chorava; a mesma regata do Green Day e o mesmo short e aquele sorriso...

–Eu não tenho tempo, Luke. – ela olhou para os outros com medo – Preciso de ajuda!


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Notas finais do capítulo

Demorei, mas o cap nunca ficava como eu queria que ficasse. Eu espero que eu tenha esclarecido grandes dúvidas; a voz do abismo e a deusa misteriosa fica para o próximo cap que... Eu só vou postar depois do fim de As Histórias de Thalia, okay?
Bjss ;)